Reunião com aliados mostra força política da candidatura de Dilma

O PT e os partidos aliados, além de governadores, senadores e deputados reeleitos reuniram-se em Brasília nesta segunda-feira (04) e discutiram como será a atuação nos estados até 31 de outubro, data do segundo turno das eleições. A reunião mostrou a força política de Dilma e animou os participantes a recomeçar com fôlego redobrado a campanha presidencial.
Muitas avaliações foram apresentadas para explicar o bom desempenho da candidata do partido verde, Marina Silva, que acabou levando a eleição para o segundo turno.

Para o líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro, reeleito por Pernambuco, a comparação entre o governo tucano e o de Lula deve ser aprofundada. “Se eles não tiraram FHC do armário nós vamos abrir a porta do armário. Temos que ir para o confronto entre os dois governos”, defendeu.

Aliados no PV

Ferro disse que integrantes do PV e do PSOL já o procuraram para conversar, após o resultados das urnas. Ele defende a aproximação com o PV e acredita que o PT “fará pontes” utilizando seus deputados e senadores.

De acordo com Fernando Ferro, Gilberto Gil, que ocupou a pasta da Cultura nos dois mandatos do governo Lula, e o deputado Zequinha Sarney, lideranças do PV com bom diálogo com o PT, devem ser procurados para essa aproximação. Além disso, o PT buscará diálogos com segmentos da sociedade ligados ao PV e à questão ambiental.

“Marina poderá manter a neutralidade por conveniência política, mas isso não impede o PT de buscar esses diálogos”, disse Ferro. “Se observarmos as propostas de Marina, vamos perceber que está muito mais próxima do PT que do PSDB”, avaliou.

Já outros aliados acreditam que a boa votação de Marina não deveu-se a preocupações ambientais dos eleitores. “Este tema não é prioridade na cabeça do eleitor que optou por Marina, e sim a proposta de ‘um novo jeito de governar’ que a candidata defendeu durante a campanha”, diz um observador da cena política aliado de Dilma e que pediu para não ser identificado.

O governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), defendeu a aproximação dos petistas com os “eleitores apaixonados por Marina” e jogou charme para a candidatado PV. “Marina é maior do que o PV. O PV que me desculpe, mas ela é uma liderança maior. Temos que olhar os eleitores que se apaixonaram por Marina e os que se apaixonaram por Dilma”, afirmou o governador baiano, antes da reunião com o comando da campanha, em Brasília.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), mostrou-se bastante confiante na vitória de Dilma. “Vamos ganhar no segundo turno e daqui (da reunião) sai a estratégia da vitória”, afirmou, antes de entrar para a reunião.

O governador eleito, Eduardo Campos, no entanto, preferiu ser mais cauteloso. “Veio um recado das urnas. Temos que ouvir, ter humildade e fazer um bom segundo turno. O lado bom disso é que os dois candidatos terão mais tempo para discutirem as propostas, e acho que foi isso que levou a população a forçar um segundo turno”, afirmou.

Dilma destaca proximidades com Marina

Durante a primeira entrevista coletiva após a realização do primeiro turno das eleições, a candidata petista Dilma Rousseff reconheceu que a votação de Marina foi o principal fator que provocou o segundo turno. Dilma disse que ligou para a candidata do PV para parabenizá-la pela disputa e campanha qualificada. “Marina faturou e tirou (votos) do meu adversário”, afirmou.

Sobre o apoio de Marina nesta nova fase da campanha, Dilma afirmou que existem mais proximidades do que diferenças entre as duas, mas que a decisão é de “foro íntimo” da candidata verde e ainda não pediu apoio a ela. “Nao acho adequado especular sobre o que alguém vai fazer. Hoje liguei para cumprimenta-lá. Em um segundo momento vamos conversar”, afirmou Dilma.

A decisão oficial do PV sobre o apoio só será conhecida após uma convenção partidária que deve ser realizada em 15 dias, no máximo. O estatuto da legenda prevê a possibilidade de que aqueles que forem minoria na convenção se manifestem de maneira contrária ao que foi decidido, respeitando a posição majoritária, não sofrendo nenhum tipo de sanção por conta dessa postura.

Isso deixa aberta a possibilidade de que o posicionamento adotado por Marina seja diferente daquela tomado pela maioria. “Eu prefiro fazer uma manifestação partidária”, afirmou ela, em referência à postura de Fernando Gabeira (PV), que declarou nesta quinta apoio à candidatura de José Serra. Marina disse que a decisão de Gabeira é uma postura individual do deputado.

Marta: Serra foi rejeitado como opção

A reunião de governadores e parlamentares da base em Brasília mostra a força política da candidatura de Dilma. Todos acreditam que os votos de Marina Silva tendem a migrar para a petista. A senadora eleita Marta Suplicy (PT-SP) disse que o importante é que o eleitor votou em Marina e não no candidato tucano José Serra.

“Foram muitas coisas que se somaram para ter segundo turno. Mas as pessoas não resolveram votar no Serra. O voto foi para Marina, que é uma pessoa ética e do bem. Então isso não comprometia. E, agora, esse voto vai para Dilma”, disse Marta Suplicy.

O senador eleito Roberto Requião (PMDB-PR) disse que é amigo de Marina Silva, e, se necessário, irá procurá-la para conversar sobre segundo turno. Na mesma linha, o senador eleito do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), disse que os mais de 40% dos votos de Marina no DF vão para Dilma.

“Quase a totalidade dos votos de Marina no DF vão para Dilma, podem ficar certos”, afirmou.

Lula e Dilma convocaram pessoalmente a reunião

Foram o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata Dilma Rousseff que dispararam telefonemas convocando governadores eleitos, presidentes de partidos e senadores para a reunião.

Eles planejam a formação de uma frente de atuação nos estados para o segundo turno. O objetivo é iniciar imediatamente uma ofensiva e reverter a tendência de queda nas intenções de voto observada nos últimos dias da disputa do primeiro turno.

O governador reeleito do Rio de Janeiro , Sérgio Cabral (PMDB), esteve na reunião e comentou que a população deu um recado claro nas urnas com a votação de Dilma e Marina. “A Dilma foi beneficiada por essa parceria (com o PMDB), ela foi líder no Rio. O recado das urnas é claro, o Brasil quer uma mulher para presidente. No Rio, as duas mulheres ficaram na frente, somam 65% dos votos para mulheres. É hora de eleger uma mulher”, afirmou.

Também estiveram na reunião com a candidata do PT o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), e os senadores eleitos Eduardo Braga (PMDB-AM), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Renan Calheiros (PMDB-AL), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Delcídio Amaral (PT-MS), entre outros.

Com agências
Rizzolo: Agora o empenho deve ser total, é claro que há necessidade de demonstrar as diferenças entre os dois governos, e trazer à baila a figura de FHC, este sim deve ser o tom da campanha, a aproximação com Marina é essencial, e evidentemente, acima de tudo, fazer uma profunda reflexão sobre as falhas cometidas no primeiro turno, hora de ser humilde.

Dilma descarta nova CPMF e diz que é preciso ”se virar” com menos R$ 40 bi para a saúde

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira (4) que hoje não se discute a criação de uma nova contribuição para financiar a saúde pública, em substituição à CPMF, extinta em 2007. A candidata disse que será necessário “se virar” com os R$ 40 bilhões anuais a menos para investir no setor.

“Não estou discutindo a criação de um novo tributo. Só estou discutindo aqui um programa de saúde. (…) Temos que fazer o possível e o impossível com o que temos”, afirmou Dilma em Brasília.

A ex-ministra da Casa Civil visitou nesta manhã o hospital público Sarah Kubitscheck, no centro de Brasília. A unidade é referência nacional no tratamento e reabilitação de deficiências motoras.

A Rede Sarah está presente em oito capitais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Macapá, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís. No orçamento deste ano, foram destinados R$ 600 milhões à rede, que realizou cerca de 20 milhões de procedimentos em 2009.

Segundo a candidata, o Sarah pode ser uma referência para transformar locais como o Hospital de Base, outro hospital público com sérios problemas situado ao lado do Sarah, em um local com atendimento de qualidade e sem filas, desde que se invista na gestão.

Dilma afirmou que, em termos de saúde pública, seu objetivo é dar um tratamento especial ao que se refere à saúde da mulher, do pré-natal ao neonatal, e à prevenção do câncer. A candidata petista também disse que seu plano de governo ainda está fechado, por ainda existirem negociações pendentes com os partidos aliados.

Dilma visitou a ala infantil do hospital acompanhada pela primeira–dama Marisa Letícia e pelo ex-ministro da Fazenda, o deputado federal Antonio Palocci (PT-SP), onde crianças cantavam e brincavam com recreadoras do hospital ao lado de familiares. A candidata conversou com as crianças e, depois, foi conhecer as instalações a convite da administração do próprio hospital.

Sobre o debate marcado para esta quinta-feira (5) na TV Bandeirantes, a petista afirmou que não está preocupada. “Ao longo da vida, tive problemas muito mais graves. Eu tenho um treino hoje, e os meus treinadores estão aqui”, disse, em referência aos jornalistas presentes, em entrevista coletiva que cedeu em frente ao hospital.
folha online

Rizzolo
: A oposição que rechaçou a contribuição, por bem desejou a continuidade da imutabilidade tributária do setor financeiro; rechaçaram a CSS pois é um tributo de difícil sonegação e atinge em cheio o chamado ” caixa dois”. Poucos como o ex-ministro da saúde Adib Jatene, possuíram a determinação e coragem de apontar o dedo ao espírito egoísta dos que insistem em serem insensíveis a um problema de tal magnitude.

A saúde pública precisa de muito recurso, sim. Os pobres, as crianças carentes, os moradores da periferia, merecem ter uma medicina digna, um atendimento humano, um sofrimento amenizado nos abarrotados corredores dos hospitais públicos e um maior número de médicos. Nada justifica um não como aconteceu, numa atitude pouco cristã, sob argumentos “pseudo técnicos e frios”, como arma para justificar a falta de generosidade e o amor ao próximo, agora como diz Dilma temos que “se virar” com menos 40 bilhões.

Os lobos rondando os pobres

Talvez o mais famoso líder na história da humanidade do ponto de vista de liderança e espiritualidade tenha sido Moisés. Preenchia ele, segundo relatos bíblicos, a capacidade de reunir os aspectos essências de um líder. Sua compaixão e preocupação pelos seres vivos, segundo o Velho Testamento, despertaram a observação de Deus que viu nos seus gestos, o homem ideal para liderar um povo com sabedoria, firmeza e os devidos valores espirituais.

Mas porque um líder teria que, acima de tudo, estar imbuído não só dos valores que o levam ao poder, mas também de uma sensibilidade espiritual que o guiasse no decorrer de seu mandato? A resposta pode estar tanto na história da humanidade quanto nos Livros Sagrados. A cada dia observamos que a falta de uma bússola espiritual aos líderes em geral, os faz distanciarem-se do povo, de seus objetivos provedores, de seus valores éticos, tornando o exercício do poder algo mecanicista, articulatório, onde os interesses pessoais e materialistas se assombram sob o som de uma orquestra que visa à manutenção das vantagens dos que compartilham o poder, transformando a governança, insensível aos valores morais, da boa conduta humana e do bom exemplo.

Alguns alegam que existe hoje em dia uma tendência fundamentalista-religiosa em muitos países e, com certeza, todo exagero quer seja ele de qual for a origem, não é saudável. Contudo, a história demonstra que frágil é a sociedade sem os devidos preceitos que elevam o ser humano e que sem um esteio espiritual – seja ele fruto de qualquer religião – tende a levar a humanidade à fraqueza moral, à desestruturação da sociedade, e por consequência, à queda de seus líderes.

Vejo como uma luz de esperança a candidatura Dilma, que através de uma luta pessoal, vencendo os obstáculos da repressão militar no decorrer de sua vida, com sua fé, sempre demonstrou uma luta por justiça social e pelos pobres, optando, portanto, por um caminho politicamente mais tortuoso, mas que aos olhos de Deus, próprio de um líder. Assim talvez com sua ajuda divina, o Grande Arquiteto do Universo a escolha nossa presidente, como aquele que um dia libertou um povo da escravidão e que, certamente, poderá também nos libertar desse “Egito político” em que hoje vivemos no Brasil; onde os lobos vestidos em pele de cordeiro tentam de todas as formas destruir os avanços do governo Lula em prol daqueles que sempre viveram no “Egito” da pobreza, que de forma cruel escravizou e açoitou o povo brasileiro nesse nosso imenso Brasil.

Fernando Rizzolo

Michel Temer é reeleito presidente do PMDB

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP), foi reeleito presidente do PMDB por aclamação da executiva nacional neste sábado (6), durante a convenção do partido, em Brasília. Temer, que ocupa o cargo desde 2001, foi o candidato da chapa única inscrita para o pleito.

De acordo com o PMDB, 570 filiados tinham direito a voto na escolha do diretório nacional. No entanto, como alguns membros têm direito a mais de um, o máximo de votos no pleito poderia ser de 797 votos. O diretório, composto por 119 pessoas, escolheu 24 membros da executiva nacional. Foi a executiva que aclamou Temer como presidente.

Um acordo interno definiu os outros cargos da executiva nacional. O senador Valdir Raupp (RO) será o primeiro vice-presidente; a deputada Íris de Araújo (GO), a segunda vice; e o senador Romero Jucá (RR), o terceiro vice. A primeira vice-presidência é um cargo estratégico, já que Temer está cotado para ser o candidato a vice-presidência da República na chapa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Assim, o vice poderá, em algum momento, assumir o cargo principal do partido.

O deputado paulista estava licenciado da presidência do partido, que era ocupada interinamente pela deputada Íris de Araújo, mas voltou ao cargo há duas semanas. A convenção nacional do partido estava marcada inicialmente para o dia 10 de março, mas foi antecipada por decisão do grupo que apoia Temer.

No início da convenção, Temer falou em “união” do PMDB. “Todos os estados brasileiros estão aqui. O Brasil inteiro está aqui numa tranquiliadade absoluta. Tranquilidade política e tranquilidade jurídica.”

Na noite desta sexta (5), o Tribunal de Justiça do DF havia cancelado a convenção, mas a decisão foi revertida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O governador Sérgio Cabral (RJ) esteve na convenção. “A delegação do Rio de Janeiro defende que o projeto continue com uma aliança com Dilma e com a indicação de um nome do PMDB. Particularmente, defendo o Temer para vice [presidente, na chapa de Dilma]”, disse.

Além dele, passaram pela convenção o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (GO) –também cotado para vice na chapa da ministra da Casa Civil-, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (MA), e o ministro das Cidades, Geddel Vieira Lima (BA). O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, chegou no final da convenção.
Globo

Rizzolo: A convenção estava ameaçada de não acontecer até o fim da noite de ontem, por causa de uma liminar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) que havia sido solicitada pelos diretórios do partido em São Paulo, Pernambuco, Paraná e Santa Catarina. No entanto, outra liminar, que suspendeu a primeira, permitiu sua realização, com isso a candadatura de Dilma acaba sendo reforçada e estabelece uma nova condição da oposição já debilitada e perdida.

A CSS e os Notívagos Sofredores

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Realmente o melhor horário para se refletir sobre questões polêmicas é de madrugada, na turbulência de uma insônia. Pelo menos para mim, é o momento em que escrever, torna-se algo obrigatório. Mas como na vida nada é por acaso – e isso é um provérbio judaico – passei momentos na noite passada, refletindo sobre quantos notívagos sofredores – não com a falta de sono, mas a procura de um socorro médico – poderiam estar naquele momento, de madrugada, nos corredores dos hospitais públicos, como no Hospital das Clínicas de São Paulo, ao lado de minha casa.

É bem verdade que as grandes injustiças na humanidade sempre foram cometidas quando uma pretensa legitimidade a serve como esteio argumentativo. Assim foi durante toda a história, nas Cruzadas, no nazi- fascismo, nos regimes de exceção, quando, enfim, identificavam um inimigo comum. A partir daí era fácil; tudo estava chancelado em nome de um falso bem comum e a insensibilidade era justificada.

Interessante é notar como ainda no Brasil alguns insistem em anestesiar a solidariedade, a generosidade, o amor ao próximo, sob justificativas técnicas, insensíveis, para não dizermos egoístas. Todos sabem que o Brasil é um país pobre, que a maior parte da nossa população não possui sequer um plano de saúde privado e que a maioria das nossas crianças, carente e idosos, vivem do sistema público de saúde.

Justificar um não na aplicação dos recursos advindos da nova CPMF ou CSS, Contribuição Social para a Saúde, sob alegação de que o governo “têm dinheiro de sobra”, que se voltar o tributo irá “ser mal aplicado”, ou queo problema é” falta capacidade de gestão”, é o mesmo que virar as costas aqueles que necessitam de ajuda e justificar o auxílio, afirmando que os pobres com o que têm hoje, a eles bastam, o que é uma grande e desumana inverdade.

Mais intrigante ainda, é a falta de coragem daqueles que se dizem ao lado do povo, da esquerda, e numa atitude omissa, fogem do debate. A oposição que rechaça a contribuição, por bem deseja a continuidade da imutabilidade tributária do setor financeiro; rechaçam a CSS pois é um tributo de difícil sonegação e atinge em cheio o chamado ” caixa dois”. Poucos como o ex-ministro da saúde Adib Jatene, possuíram a determinação e coragem de apontar o dedo ao espírito egoísta dos que insistem em serem insensíveis a um problema de tal magnitude.

A saúde pública precisa de muito recurso, sim. Os pobres, as crianças carentes, os moradores da periferia, merecem ter uma medicina digna, um atendimento humano, um sofrimento amenizado nos abarrotados corredores dos hospitais públicos e um maior número de médicos. Nada justifica um não, numa atitude pouco cristã,sob argumentos “pseudo técnicos e frios”, como arma para justificar a falta de generosidade e o amor ao próximo.

Escrever à noite, nos faz pensar, nos torna mais humanos, e nos remete a refletir que intervir em causas justas, mesmo que seja de madrugada, é exercitar a abrangência do que chamamos de Direitos essenciais do ser humano. Direito à saúde, também é uma prerrogativa dos Direitos Humanos ou de uma vida mais digna a todos.

Fernando Rizzolo

*Artigo publicado no BLOG DA DILMA

Governo espera “mobilização” nacional para aprovar a nova CPMF

Uma mobilização nacional, que envolva a prefeitos, governadores e a sociedade em torno da necessidade de aumentar os recursos para a saúde pode ser a saída para o impasse na votação da emenda 29, que estabelece percentuais mínimos de investimentos federais na saúde.

É o que espera o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.

A polêmica gira em torno da criação da CSS (Contribuição Social para a Saúde), que substituiria a extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). A oposição tem barrado a aprovação do novo tributo na Câmara dos Deputados.

O governo federal ressalta que o projeto é do Legislativo e tem ressalvas a entrar de cabeça na briga pela CSS, depois da derrota na disputa pela prorrogação da CPMF. Apenas um “fato novo” poderia mudar essa posição, segundo os congressistas. E esste “fato novo” poderia ser a mobilização a favor da ideia. Com isso, as responsabilidades pela criação do novo imposto seriam divididas.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defendeu mais recursos para sua pasta em reunião nesta quinta-feira (3), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e líderes da base aliada. Pelos cálculos do ministério, seriam necessários cerca de R$ 11,5 bilhões a mais por ano para a pasta. Esse montante, defendem os governistas, só seria atendido com a criação da CSS.

“Todos se manifestaram favoráveis (a mais recursos para a saúde). Mas precisa que haja uma mobilização de prefeitos, de governadores”, disse o ministro José Múcio após a reunião desta quinta (3).

Questionado sobre o custo político da aprovação de um novo imposto, o ministro disse que “a vida pública pressupõe coragem para enfrentar essas coisas”. “Você tem a perspectiva de uma eleição, mas do outro lado pesa também a consciência de que a saúde está precisando de recursos.”

Ressaltando que a decisão sobre o novo tributo cabe ao Congresso, Múcio disse que a mobilização anterior do governo não surtiu efeito. “O palácio se empenhou também na CPMF, e não obtivemos sucesso. Temos que respeitar a vontade dos deputados e senadores”.

O deputado Darcísio perondi (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde, disse que, a partir da próxima semana, levará em média 300 pessoas ao Congresso para pressionar os parlamentares pela conclusão da votação da emenda 29.

“O presidente Lula entendeu o que o ministro Temporão disse, que, no ano que vem, o quadro da saúde vai ser pior. Ele reconhece que o projeto é da Câmara, mas pediu apoio e mobilização. A recomendação do presidente é uma palavra de ordem de que a crise é verdadeira. O ministro Paulo Bernardo (Planejamento), na mesma tônica, disse que esse recurso é indispensável”, avaliou.

Governo x oposição
O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), afirmou que a CSS “não pode ser encarada como uma questão de governo e oposição”. “Temos que fazer um pacto e debater com toda a população brasileira e com líderes da base e da oposição. Ou há um pacto a favor da saúde brasileira, ou não há nada”.

Questionado sobre quando colocaria a emenda 29 na pauta de votações da Câmara, o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), desconversou e disse que não tratou do assunto com o presidente Lula. Temer já reconheceu, em algumas ocasiões, que há resistências à proposta.

O texto principal do projeto foi aprovado em junho do ano passado, mas sua conclusão depende da votação de um destaque da oposição que exclui do texto a base de cálculo da CSS. A nova contribuição teria uma alíquota de 0,10% e, como a CPMF, incidiria sobre todas as movimentações financeiras. Os recursos seriam destinados totalmente à saúde. A alíquota da CPMF, extinta no final de 2007, era de 0,38%.

O governo defende que os novos recursos, se aprovados, sejam distribuídos da seguinte forma: 50% para a União, 25% para Estados e 25% para municípios.

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Rizzolo: Quem acompanha este Blog sabe que sempre fui um defensor da criação de um imposto nos moldes da extinta CPMF exclusivamente para a saúde do povo brasileiro. A CSS (Contribuição Social para a Saúde), que incidirá sobre as movimentações financeiras, é uma contribuição legítima, necessária, e só quem tem pouco apreço aos pobres, aos desvalidos que enfrentam as longas filas dos hospitais públicos, é capaz de ser contra.

O esteio argumentativo que praticamente por mim neste Blog já foi exaurido contra o fim da CPMF, volta à tona agora, desta feita na defesa de uma saúde pública com mais verbas, promovendo um melhor atendimento à população carente. Aqueles que sempre foram contra, não sabem o que é um hospital público sem recursos, e quando adoecem, sacam os valores de seus “caixa dois”, livre de qualquer imposto, e contratam os melhores médicosnuma afronta ao povo brasileiro. Isso representa falta de tudo, de ética, de respeito aos pobres e acima de tudo falta de Deus. Aonde está a esquerda que defende os oprimidos ? Sabe aonde estão, esperando as doações dos empresários que são contra. Patriota sou eu, e aqueles que comigo compartilham das minhas idéias .É isso aí.

Dilma participará de reuniões entre PT e PMDB, diz líder

BRASÍLIA – A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, deverá participar das próximas reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a cúpula do PMDB e do PT que articula a aliança eleitoral para 2010. O convite à ministra foi acertado na reunião de ontem de Lula com os presidentes do PMDB, Michel Temer (SP), do PT, Ricardo Berzoini (SP), e dos líderes das duas legendas na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e Cândido Vaccarezza (PT-SP). A intenção é que a pré-candidata comece a se inteirar sobre as articulações entre os partidos e conheça melhor o quadro político nos Estados. O convite a Dilma será feito pelo PMDB e as reuniões de avaliação ocorrerão a cada 15 dias, disse o líder peemedebista.

A preocupação é acertar as alianças nos Estados até dezembro, no máximo. A avaliação dos partidos é a de que, com a entrada do recesso no Legislativo em janeiro, os parlamentares estarão em suas bases eleitorais fechando os acordos locais e haverá uma dispersão das siglas, o que dificultaria a aliança. “Não adianta ter boa vontade. É necessário o voto dos delegados na convenção para o partido apoiar Dilma”, disse Alves.

O PMDB entende que o PT já será beneficiado no âmbito nacional com o apoio do partido a Dilma e, por isso, quer resolver suas prioridades na base. “O PT não pode querer tudo. Eleger Dilma e brigar nos Estados”, disse o peemedebista. Ele afirmou que a reunião de ontem foi tranquilizadora porque Lula e os dirigentes petistas demonstraram que querem resolver os problemas pendentes. Um dos temores do PMDB era em relação ao comportamento das diversas tendências do PT, que poderiam dificultar os acordos regionais. Porém, segundo o parlamentar, Lula e Berzoini demonstraram determinação em resolver os entraves nos Estados.

De acordo com Henrique Alves, a intenção dos articuladores da aliança é chegar na convenção do PMDB, em junho do próximo ano, com pelo menos dois terços dos convencionais a favor da aliança com o PT e da pré-candidata Dilma. São em torno de 600 convencionais e cerca de 800 votos, porque alguns delegados podem votar mais de uma vez de acordo com o cargo que ocupam nacionalmente e nos diretórios regionais.
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Rizzolo: O presidente Lula está já percebendo que sua idealização megalomaníaca de levar Dilma à presidência é algo dantesco, e que só com todo o esforço possível e imaginário poderia ele no palanque transferir votos a alguém que nem sequer exerceu uma vereança neste país. O presidente numa brutalidade política, fez com que todos apoiassem Sarney para que agora o PMDB desse seu apóio a Dilma, um apoio discutível. Acho missão difícil fazer Dilma presidente, e no fundo entendo que o próprio presidente já se deu conta desta loucura, só que não dá mais para voltar atrás.

Saúde diz que votação da “nova CPMF” ocorrerá em setembro

O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira, por meio de nota, que a regulamentação da emenda constitucional 29 –que prevê novos recursos para a saúde– deve chegar a plenário até o início do próximo mês.

O projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, para regulamentar a emenda constitucional 29, prevê a criação da CSS (Contribuição Social para a Saúde), tributo que é visto como uma nova versão da extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

A contribuição vai incidir sobre as movimentações financeiras e proporcionar a arrecadação de aproximadamente R$ 12 bilhões anuais para a saúde. Todo o recurso arrecadado pela CSS será destinado, exclusivamente, a ações e serviços públicos da área.

O apoio do PMDB, maior bancada do Congresso, permitirá que a emenda constitucional 29 seja votada. O partido fechou questão favorável à votação ontem, após reunião com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

O discurso oficial do PMDB é que a saúde precisa de mais recursos devido à gripe suína. O compromisso, que também conta com o apoio também do PT, é votar a proposta no máximo até setembro na Câmara.

“A bancada, a maior da casa, se comprometeu a acelerar a regulamentação da lei e a votá-la em plenário até o começo de setembro, derrubando o último destaque pendente para que seja encaminhada ao Senado”, afirmou em nota o ministério da Saúde.

Reação

O PSDB, principal articulador do fim da CPMF, destacou em nota que vai recorrer à Justiça para barrar a contribuição. “A volta desse tributo mostra a compulsão pela irresponsabilidade deste governo. O Planalto promove uma gastança e, para continuá-la, precisa de dinheiro”, afirma a nota.

Caso o projeto seja aprovado no Congresso, o PSDB ressaltou que recorrerá ao STF (Supremo Tribunal Federal), sob o argumento de que a criação de imposto depende de emenda constitucional, e o texto que aguarda votação na Câmara é um projeto de lei complementar.

A proposta do Ministério da Saúde inclui destinar 50% dos recursos adicionais arrecadados pela Emenda 29 ao Ministério da Saúde, para serviços de média e alta complexidade; 25% aos estados, para aperfeiçoar o atendimento de urgências e emergências, por exemplo; e 25% aos municípios, para o fortalecimento da atenção básica.

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Rizzolo: Quem acompanha este Blog sabe que sempre fui um defensor da criação de um imposto nos moldes da extinta CPMF exclusivamente para a saúde do povo brasileiro. A CSS (Contribuição Social para a Saúde), que incidirá sobre as movimentações financeiras, é uma contribuição legítima, necessária, e só quem tem pouco apreço aos pobres, aos desvalidos que enfrentam as longas filas dos hospitais públicos, é capaz de ser contra. O esteio argumentativo que praticamente por mim neste Blog já foi exaurido contra o fim da CPMF, volta à tona agora, desta feita na defesa de uma saúde pública com mais verbas, promovendo um melhor atendimento à população carente. Vamos à luta !

Alma Mineira e a Política

O tucano e governador de Minas está na pauta do dia, articulando, conversando com líderes de diversos partidos, se movimentando. Minas quer ter seu ator político, e nada melhor do que ler os textos de Drummond para enxergarmos a alma mineira, seu apego histórico, o desejo latente de se ter um presidente da república. Quem não se lembra do poeta mineiro morando no Rio e falando de seu amor à Itabira?

Quando falamos no nome de Aécio Neves, temos que enxergar algo mais que uma candidatura à presidência; algo calado, bem ao estilo mineiro, quase uma voz tranquila que vem das cidades do interior de Minas. Falar em Aécio como um candidato à presidência, é remetermos a o inconsciente coletivo do povo de Minas, é reacender a chama da velha capacidade mineira de se fazer política.

Minas Gerais – o segundo maior colégio eleitoral do país – impõe uma candidatura própria, regional. Talvez um lenço que enxugue as lágrimas derramadas em 1985, quando Tancredo se foi, um verdadeiro resgate da perda do grande orador mineiro, que significava acima de tudo, a esperança do povo brasileiro.

Não tem jeito, o mineiro é assim, e quando ele própio se esquece que é mineiro, alguém vem e lhe lembra. Até a ministra Dilma Rousseff resgatou sua origem lá de Minas já quase apagada na sua memória, para que se apaziguasse com seu passado e tivesse uma maior co-relação de forças no Estado de Tiradentes; talvez imitando Drummond quando a poesia o levava vez ou outra a lembrar que era sempre um mineiro.

Por sorte uma mudança de partido por parte de Aécio não seria tão ruim para o povo de Minas – se as condições assim o exigissem. Partidos existem e como cavalos servem, monta-se no que melhor resistir à caminhada, naquele que melhor respira o ar dos objetivos, levando seu cavaleiro com mais rapidez e segurança aos ideais de um povo que ainda espera a continuidade da sua história, rasgada de forma abrupta com a morte do velho Tancredo.

Minas não esquece seus políticos, e Aécio caminha na consagração daquilo que dia se perdeu: seu avô, um presidente mineiro.

Fernando Rizzolo

Nada que ninguém não soubesse

Uma das característica da política brasileira, é inovar um discurso com questões antigas, e já conhecidas. Assim o fez o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) quando num rompante de moralidade parlamentar acusou o PMBD – seu partido – de ser um grande negociador de cargos em troca de apoio político. Ainda não satisfeito, o senador subirá à tribuna do Senado, para sublinhar ainda mais sabidas práticas políticas.

Numa análise realista e até psicanalítica, poderíamos dizer que tal fato e tal postura partidária, já era sabida e estava, por sedimentada, enraizada no inconsciente coletivo do povo brasileiro.

O que não surgiu da denúncia, que aos olhos do povo seria o fato agregador, foi ter não dado “nome aos bois” como se diz no interior. Isso não foi feito nem será, o que nos faz pensar que o discurso tem um objetivo político apenas, e pouco eficaz do ponto de vista moral e instrumental no combate à corrupção.

Não há a menor dúvida, que tal postura nefasta ultrapassa as fronteiras do PMDB, o que a torna ainda mais distante a nobre consagração de forças na luta contra a desmoralização política partidária, e o saneamento da democracia brasileira.

A grande questão por traz deste inflamado discurso, é saber até que ponto pode-se ter um real efeito moralizador, ou se prestar apenas para servir de argumento a alguns que por desafeto as liberdades democráticas, irão beber da água de Jarbas para desqualificar a democracia brasileira, que por sinal vai mesmo de mal a pior.

Fernando Rizzolo

‘Lula tem sido conivente com a corrupção’, diz Jarbas

BRASÍLIA – Depois de atacar seu próprio partido, o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) mirou o Planalto. Ele acusou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser conivente com a corrupção que, segundo ele, está impregnada em todos os partidos, “sobretudo no PMDB”. “Não é de hoje que o PMDB tem sido corrupto. Mas o Lula tem sido conivente com a corrupção. Lula e o PT não inventaram a corrupção, mas ela tem sido a marca do governo dele. É o governo do toma-lá-dá-cá”, disse.

Ao reforçar os ataques a seu partido, Jarbas afirmou que a corrupção aumentou no PMDB na última década. “O descaminho do PMDB é de dez anos para cá. O que tem motivado o gigantismo do PMDB é o fisiologismo”, afirmou. Apesar de insistir nas denúncias, Jarbas se recusou a apontar nomes de peemedebistas que praticam atos de irregularidade. “Todo mundo sabe da corrupção do PMDB. Estou combatendo práticas, e não vou ficar puxando listas. Seria muito volumoso. Para que isso seja investigado deve haver uma pressão. Não sou eu quem vai comandar esse processo, eu apenas abri o debate dando o pontapé inicial”, disse.

Jarbas procurou desvincular sua atitude com a eventual candidatura como vice-presidente na chapa do tucano José Serra (SP), governador de São Paulo, na eleição para o Planalto em 2010. “Meu candidato é Serra, mas não quero ser vice. Não tenho condições, mesmo porque não vou sair do PMDB”, afirmou. Jarbas não acredita que o PMDB vá lançar candidato próprio à sucessão de Lula. “O PMDB é uma confederação de interesses regionais. Não tem uma liderança nacional para disputar, não tem um líder para empolgar o partido.”

Agência Estado

Rizzolo: É muito simples, se o PMDB é um partido corrupto o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) deveria no mínimo dar ” nomes aos bois” e num rompante de ética, sair do partido. No Brasil tão comum quanto a corrupção, são as alegações sem as devidas provas.

Na verdade entendo que Jarbas quer mesmo aparecer, se o PMDB não presta, se o PT não presta , se Lula é conivente segundo ele, e após todas as alegações ele se declara apoiar Serra, tudo não passa de jogo político, sem a menor importância, não vale a pena nem perder tempo, aliás, dar ouvidos a quem considera o Bolsa Família um ” compra de votos”, é ouvir quem não sabe o que passar fome, e faz apenas o jogo político e o da pior espécie.

Kassab confirma que fechou aliança com Quércia

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) confirmou que fechou mesmo um acordo com o PMDB de Orestes Quércia. Diplomático, disse que deseja inserir na articulação o PSDB de Geraldo Alckmin.

“A aliança com o PMDB não é com o Democratas. Ela está sendo feita com o candidato do PSDB e DEM”, disse Kassab. “No PSDB, o candidato é o Geraldo Alckmin. Se ele for o candidato [da aliança], contará com o nosso apoio porque o importante é manter a aliança”.

Trata-se, obviamente de uma lorota. A única hipótese de inserção do tucanato na costura ‘demo’-peemedebista seria a desistência de Alckmin de levar o seu nome à cédula de 2008. Alternativa que os aliados do ex-governador se apressam em refutar.

“Já estamos conversando com outros partidos, como o bloquinho [PSB, PCdoB e PDT], o PTB e o PV”, afirmou o deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP), lugar-tenente do candidato tucano. “Alckmin é um candidato forte nas pesquisas e popularmente forte, por isso buscamos alianças fortes para ele.”

DEM e a ala do PSDB alinhada a Alckmin travam agora uma queda-de-braço pela definição da data da oficialização das candidaturas. A Kassab interessa protelar, para submeter o rival a um processo de desidratação política: “Decidiremos tudo até o dia 30 de junho.”

A Alckmin interessa apressar. “A orientação da Executiva Nacional é para que as candidaturas sejam anunciadas o quanto antes, para que seja possível articular alianças e iniciar as campanhas o quanto antes”, disse Silvio Torres.

Ao atrair Quércia para o seu lado, além de se fortalecer como opção a Alckmin, Kassab impôs uma derrota ao petismo. Os operadores da candidatura de Marta Suplicy (PT) davam de barato que o PMDB paulistano cairia no colo da ministra do Turismo. Resta agora saber, para além do tempo de TV, se a sociedade com Quércia dá ou tira votos.
Fonte : Blog do Josias

Rizzolo: Já disse em várias outras ocasiões sobre a atual vocação do PMDB, principalmente em São Paulo. Podemos observar pelas manobras políticas, que o antigo partido que foi uma trincheira da luta democrática, hoje nada mais é do que uma “empresa de transferência de votos”, utilizam-se da máquina partidária, da estrutura montada para barganhar politicamente, no ” quem dá mais leva”.

O que comprova isso, é a aproximação e o recuo, estavam próximos do PT, de repente, não mais que de repente, se unem a Kassab, pura negociação e interesses. É, precisamos de uma reforma política patriota, mas aí vem algumas perguntas que não querem calar: Como fica a esquerda do PMDB em São Paulo? Como ficaria o projeto de Michel Temer e outros na aproximação do PMDB com o PT? No meu entender não foi uma boa escolha do Quércia, isso vai gerar com certeza muito conflito interno no partido.

Quércia desistiu de reclamar: ‘Lula virou santo’

Cada vez mais próximo de uma composição com a petista Marta Suplicy, o mandachuva do PMDB paulista, Orestes Quércia, tem muitas queixas do relacionamento que seu partido mantém com Lula. “Pode-se dizer que aconteceu tudo, menos a coalizão que ele prometeu”, diz aos companheiros de partido.

Para Quércia, o PMDB “não participa das decisões fundamentais do governo.” Acha, de resto, que o fato de o partido ter cavado cinco pastas na Esplanada não significa que esteja convenientemente representado em Brasília.

Quércia desce aos exemplos. Segundo a sua ótica, quem indicou o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) foi o governador petista da Bahia, Jaques Wagner. Quem “fez” Edison Lobão (Minas e Energia) foi José Sarney. Em suma, diz ele, “não foram nomeações discutidas e deliberadas pelo PMDB.”

O que fazer?, perguntam os amigos a Quércia. E ele: “Nada. Essa questão do governo federal não se altera nunca mais. Agora o Lula virou santo. Não tem mais jeito!” Como se vê, o ex-governador, demonizado pelo PT em outros tempos, tem sacrossantas razões para se render ao catecismo petista. Noves fora, evidentemente, a indicação do vice de Marta e a segurança de suporte à candidatura de senador que pretende lançar em 2010.

Blog do Josias

Rizzolo: Uma das intercorrências políticas mais triste nesse país, é fazer uso da máquina partidária como se uma empresa fosse. Observem que o PMDB se tornou um partido que está sempre olhando para dentro de si, está sempre lamentando o que perdeu em termos de interesses próprios, de grupos, se assemelha por vezes como uma ” grande empresa partidária” que barganha seu apoio por cargos, posições, e eu perguntaria: Isso é bom para o Brasil?

Quando se fala em “participar das decisões fundamentais do governo”, soa como falta de poder, mas um poder que não se relaciona, na realidade, com a representatividade ideológica partidária, até porque no Brasil os partidos não expressam posições ideológicas claras, ficando então a questão do poder, para grupos que tem a sigla nas mãos e que lutam entre si. Isso só irá resolver com uma reforma política descente.