Serra diz esperar ‘bons resultados eleitorais’ em 2010

RIO CLARO – Embora não tenha comentado pontualmente sobre sua pré-candidatura à presidência da República, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse, durante visita para entrega de obras em Rio Claro (SP), que espera bons resultados eleitorais. “Que o Brasil continue indo bem. Que melhore e tenha bons resultados eleitorais no futuro”, afirmou Serra sobre suas expectativas para 2010, ano de eleições presidenciais.

Durante os discursos de políticos presentes à solenidade de inauguração de um Ambulatório Médico de Especialidades, a retórica do prefeito de Rio Claro, Palmínio Altimari Filho (PMDB) foi a que mais surpreendeu.

“José Serra é um grande expoente na sucessão presidencial. Se isso vier a acontecer, ou seja, a sua vitória, a nossa região vai ser contemplada com um ministro. Torcemos para que nosso companheiro Barjas Negri (prefeito de Piracicaba) volte a ocupar espaço no cenário nacional”, disse o prefeito.

Ao iniciar seu discurso, o governador desconversou: “hoje vi uma coisa inusitada. O prefeito lançando o Barjas para ministro”. A afirmação provocou risos no público e nos correligionários.

O deputado estadual Aldo Demarchi (DEM) também falou sobre uma possível atuação de Serra a partir de 2011. “Deus e a vontade da população poderão deixar que o senhor (o governador) consolide a posição do Brasil no mundo”, afirmou Demarchi.
agencia estado

Rizzolo: Serra insiste em não se pronunciar em relação ao pleito de 2010, é uma postura política, deve ele saber as vantagens dessa forma de relacionar politicamente. Não há dúvida que Serra é um candidato de peso, já foi ministro, tem boa articulação, mas é por demais centralizador. O problema é tentar ser maior do que o partido PSDB, e por conseqüência sentirmos a submissão partidária a seus caprichos. Isso não é bom do ponto de vista político partidário, mas Serra é assim e por falta de opções a maioria abaixa a cabeça.

Após 20 horas internado para exames, Sarkozy é liberado

PARIS – Após quase 20 horas internado para realizar exames médicos, sobretudo cardiológicos, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, deixou na manhã desta segunda-feira, 27, o hospital militar Val-de-Grâce, em Paris.

Seu estado de saúde mobiliza a imprensa francesa, que deu grande destaque à sua hospitalização inesperada. Sarkozy saiu do hospital sorrindo, acompanhado de sua esposa, Carla Bruni, mas não falou com os jornalistas que aguardavam no local. O presidente ficou internado por cerca de 20 horas após ter passado mal, no final da manhã de domingo, 26, quando corria no jardim do Palácio de Versalhes.

O diagnóstico é de “um mal-estar ligado a um grande esforço físico, realizado sob um calor intenso, em um contexto de fatiga, ligada a uma carga de trabalho importante”, afirma o Palácio do Eliseu em um comunicado. O mal-estar de Sarkozy “não teria causas nem consequências cardiológicas”, diz a nota, que também excluiu, em função dos exames realizados, “consequências neurológicas ou ligadas ao metabolismo” do presidente.

Os médicos não receitaram nenhum tratamento, mas recomendaram alguns dias de repouso ao presidente, que deverá presidir na quarta-feira, 29, uma reunião do Conselho de Ministros, antes de sair de férias por três semanas.

Segredos

A hospitalização inesperada e as eventuais causas do mal-estar de Sarkozy, 54 anos, tiveram grande destaque na imprensa e mobilizaram o debate público no país desde o domingo. A imprensa afirmou, com base em relatos de testemunhas e de colaboradores do presidente, que Sarkozy teria desmaiado por alguns instantes, o que foi negado pelo Palácio do Eliseu. “O que aconteceu exatamente no domingo e do que o presidente sofreria”, questionou o jornal Le Figaro.

Eventuais problemas cardíacos foram levantados em razão do fato de que Sarkozy continuou internado pela manhã para realizar uma série de exames cardiológicos. Além disso, a imprensa francesa afirmou, após entrevistar especialistas, que o tipo de mal-estar sofrido por Sarkozy durante a prática de atividades esportivas poderia indicar, entre outros fatores (como hipoglicemia ou desidratação), também problemas ligados ao ritmo cardíaco e, no pior dos casos, até um infarto.

Com base em experiências passadas, os franceses avaliam que nem sempre a Presidência é transparente em relação ao estado de saúde dos chefes de Estado. A saúde dos presidentes é um assunto considerado sensível na França depois que o ex-presidente François Mitterrand escondeu durante 14 anos ter um câncer de próstata. Ele havia ordenado ao seu médico falsificar seus boletins médicos. O ex-presidente Jacques Chirac teve um acidente vascular cerebral em 2005, aos 72 anos, e ficou hospitalizado uma semana em segredo, antes de o assunto ser revelado.

Sarkozy havia prometido durante a campanha presidencial maior transparência em relação à sua saúde e afirmou que publicaria regularmente seus boletins médicos. Mas o atual presidente também foi hospitalizado em segredo em outubro de 2007 para uma pequena operação na garganta. A Presidência havia anunciado que a publicação dos boletins médicos seria anual, mas em 2008 não houve nenhuma divulgação oficial do estado de saúde de Sarkozy. No início deste mês, o Palácio do Eliseu informou que os exames cardiovasculares e de sangue do presidente “eram normais”.
agencia estado

Rizzolo: O grande problema dos presidentes mais jovens é que sempre tentam passar uma imagem do vigor e preparo físico que não condiz com a realidade. Sarkozy não está na idade de ficar correndo longas distâncias, ficar exibindo sua condição física ao lado de sua esposa bem mais jovem que ele, para que através de um marketing político, de conteúdo americanófilo, possa ganhar popularidade. Melhor é o Berlusconi, sem caráter, mulherengo, não corre, e faz uma coisa de cada vez. Imagine o que Sarkozi já deveria ter feito com Carla Bruni antes de correr, assim não há velho que agüente! (risos )

PT usará projetos de Lula como arma no segundo turno

O Diretório Nacional do PT preparou munição para os 15 candidatos do partido que disputam o segundo turno das eleições municipais. Eles e os cabos eleitorais petistas receberam um dossiê com todos os investimentos feitos e a fazer, até 2010, pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas cidades brasileiras, particularmente naquelas em brigam pela vitória no dia 26. Só o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem obras no valor total de R$ 503,9 bilhões.

O mesmo documento preparado pelo PT mostra a distribuição das bolsas do Universidade para Todos (ProUni), por município, onde estão os 10 milhões de empregos criados desde a primeira posse de Lula, em janeiro de 2003, o número de beneficiados pelo Bolsa Família, em cada município, repasses para saneamento básico, educação, dragagem de rios e assinatura de convênios que envolvem a construção de pequenos ginásios de esportes e centros de saúde nos mais longínquos lugares. O forte, mesmo, são as obras do PAC. Elas estão nos 15 municípios em que o PT disputa a reeleição.

De acordo com um petista que atua no Diretório Nacional, a idéia de fazer o resumo de todos os investimentos do governo nos municípios surgiu ainda no primeiro turno e foi reforçada agora no segundo. Havia, de acordo com ele, queixas de petistas de que não conseguiam levar para suas campanhas as bondades feitas pelo governo federal. O material foi então resumido e posto à disposição dos petistas, na página do partido na internet. Mas, para acessá-lo, é preciso que a pessoa seja filiada ao PT, pois exige senha e o número do documento de filiação.

De acordo com o trabalho de orientação para os candidatos petistas, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) passou de R$ 19,3 bilhões em 2003 para R$ 33,9 bilhões em 2007; a partilha da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (imposto do combustível) passou de R$ 322,1 milhões em 2004 para R$ 465,4 milhões em 2007; os recursos para a saúde saíram de R$ 13 bilhões em 2003 para R$ 19 bilhões em 2007; o salário-educação, de R$ 1,6 bilhão em 2004 para R$ 2,3 bilhões em 2007. No transporte escolar, os investimentos eram de R$ 241,9 milhões em 2004, e passaram para R$ 291,9 milhões em 2007.
Agência Estado

Rizzolo: Bem, os projetos elencados na “propaganda política”, na verdade, exceto os que já foram concluídos, são apenas “projeções”, até porque com a crise em que estamos vivenciando, é de bom alvitre a redução dos gastos públicos, o que na verdade influenciará em toda planificação orçamentária. O que precisamos insistir, é no fato real de revermos a nossa condição de investimentos face à crise; não fazer de conta que ela não nos atingiu, e “panfletar” projetos que com certeza serão à frente reconsiderados do ponto de vista orçamentário.

Se o governo não fizer a devida contenção imediata dos gastos públicos, obrigará o setor privado a fazer um ajuste ainda mais severo. Se pretendemos reduzir o impacto da crise sobre o bem-estar social, o aumento da poupança pública é um dos poucos instrumentos de suma importância, pois reduz o custo do ajuste, além de auxiliar a política monetária. Não há como evitar a escassez externa, mas o governo pode, ao menos, poupar para que a população não tenha de fazê-lo em seu lugar. Infelizmente essa é a realidade, prometer o chamado ” pé no acelerador” nessa crise imensa é no minimo ” propaganda enganosa”.

Lula e o efeito placebo

Quando todos imaginavam que poderiam contar com um “maná” vindo dos céus, como o ocorrido no deserto relatado pelo Antigo Testamento, ao receberem os resultados das urnas, tristemente constataram os apadrinhados que, posar ao lado do presidente, pouco efeito produz de concreto ao candidato apoiado; porém por outro lado, muito resultado é auferido ao próprio presidente, que com isso, acaba ganhando de certa forma mais popularidade.

Aliás num exercício de analogia, de nada adianta um cantor popular de música sertaneja se postar à platéia, e ao invés de cantar, pedir ao público que se encantem com seu outro amigo cantante; o público quer sim ouvir o cantor principal, não o recomendado. A transferência de votos tão apregoada e tão temida, perdeu-se na realidade das urnas. A condição dos indicados de Lula no palanque, indica também a derrota na emprestabilidade de seu prestígio a outros. Constata-se que a popularidade de Lula é sim de caráter personalíssimo.

O imaginário do eleitor em relação à popularidade de Lula, não se mistura com um outro candidato apoiado pelo presidente. Como que reconhecesse que estaria Lula prestando apenas uma deferência, ou um reconhecimento pessoal, o eleitor rechaça a transferência de voto e faz uma leitura pequena do gesto em si. Uma prova disso é o fato de o presidente ter tido pouca influência na eleição do Rio de Janeiro, assim como no resultado da candidatura de Marta, em São Paulo, bem como com Luiz Marinho em São Bernardo; embora tenha havido todos os esforços empreendidos, constatou-se um resultado muito abaixo do que o próprio presidente previa.

A análise de que as eleições municipais estão mais ligadas aos problemas do dia-a-dia do município, é procedente; contudo a pauta das propostas dos candidatos apoiados por Lula, eram centradas na essência do pensamento petista de desenvolvimento dos municípios, e nem assim essa combinação entre a proposta e a imagem, sensibilizou os eleitores. O melhor exemplo ocorreu em Natal, onde a adversária do PT foi eleita já no primeiro turno, o que foi uma derrota para Lula.

Da forma em que foram constatados os resultados das eleições municipais no país, e a participação da presença de Lula no palanque como fator de transferância de votos, podemos já prever que Dilma Roussef enfrentará problemas; talvez menores do que a decepção petista em São Paulo, ou em outras capitais. A lição do palanque sugere um remédio talvez na verdade, bem mais forte do que aquele experimentado e vivenciado pela mágica de Lula em gerar votos aos seus apadrinhados.

Fernando Rizzolo

Chávez manda embaixador dos EUA ‘medir palavras ou ir embora’

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ao embaixador americano em Caracas que “meça suas palavras” ou deixe o país, reagindo a uma declaração do diplomata indicando que o tráfico de drogas entre os dois países aumentou nos últimos anos.

O recado a Patrick Duddy foi dado no programa dominical Alô, Presidente, transmitido pela TV e a rádio estatais. “Meça melhor suas palavras, senhor excelentíssimo embaixador”, disse Chávez.

“Recomendo ao embaixador dos Estados Unidos em Caracas que guarde suas palavras. Não vamos aceitar interferências, embaixador, nos assuntos internos”, declarou.

“Se o senhor violar as convenções internacionais terá de deixar este país. Não aceitaremos desrespeito. O senhor teria de fazer as malas e ir embora da Venezuela.”

No sábado, o embaixador Duddy havia lamentado que “traficantes de droga estão aproveitando a brecha que existe os dois governos” para incrementar suas atividades ilícitas. “Fazem piada de nós enquanto estamos envolvidos em outras discussões”, declarou o embaixador.

Não é a primeira vez que Chávez ameaça expulsar da Venezuela um embaixador americano, mas esta vez surpreendeu os que recordam do ambiente amigável de julho passado, quando o presidente venezuelano fez saber ao embaixador Duddy que os laços com a agência antidrogas americana, suspensos há dois anos, poderiam ser retomados.

Embora não se tenha conhecimento de novas aproximações, no Departamento de Estado americano, em Washington, falou-se da possibilidade de funcionários americanos visitarem Caracas para coordenar a cooperação futura.

‘Go home’
Em seu programa, Chávez também criticou o diretor do Escritório Nacional de Políticas para Controle de Drogas dos Estados Unidos, John P. Walters, que, de acordo com o presidente venezuelano, fixou unilateralmente uma data de visita à Venezuela.

“Go home (vá para casa). That’s not the way, mister (não é assim que se faz, senhor). Are you donkey (o senhor é burro)?”, disse Chávez, em inglês.

Horas antes, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano indicou que tal encontro não seria de utilidade, que já considera que o país tem feito progressos significativos na luta contra a droga nos últimos anos – particularmente desde a suspensão das relações com as autoridades antidrogas americanas.

“Como a chancelaria lhe disse que não tínhamos nenhuma reunião na agenda, então sai por aí dizendo que o governo venezuelano lhe negou um visto e que não queremos cooperar. Olhe, compadre, vá lavar seu paletó”, disse Chávez.

Segundo o presidente, a troca de farpas é uma estratégia americana para “chantagear governos”. “Conosco, isso não vai funcionar. Creio que vai funcionar menos na Américas Latina”, declarou Chávez.

‘Drogas no banheiro’
Durante o programa, o presidente venezuelano apresentou gráficos mostrando que os Estados Unidos produzem mais maconha do que trigo ou milho em Estados como a Califórnia, Kentucky, Oregon, Tennessee, Washington e West Virginia.

“Acusam-nos de apoiar ou permitir aqui o tráfico de drogas, mas o primeiro produtor de maconha no mundo são os Estados Unidos. Eles, que não quiseram eliminar este flagelo, querem vir aqui para nos ditar regras”, disse Chávez. Em seguida, fez novamente piada com Walters.

“Talvez no banheiro de seu escritório haja uma semente de maconha. Veja debaixo do vaso sanitário”, afirmou.

O presidente venezuelano insistiu na linha oficial de que a culpa do tráfico de drogas é a demanda gerada nos Estados Unidos, assim como na Colômbia, um dos principais produtores do mundo.

Sem a DEA
Em 2005, o presidente Chávez suspendeu os trabalhos conjuntos entre as forças de segurança venezuelanas e a DEA, a agência antidrogas americana, acusando-a de tentar desestabilizar seu governo – alegações que a agência rejeitou.

Desde então, funcionários antidroga dos Estados Unidos afirmam que o trânsito de drogas pela Venezuela está aumentando. Já as autoridades da Venezuela apresentam um suposto aumento de apreensões para demonstrar o sucesso de sua política antinarcóticos.

As relações entre os dois governos se deterioraram desde que Chávez chegou ao poder, em 1999, e especialmente desde 2002, após o golpe de Estado que tirou brevemente do poder o atual presidente, supostamente com ajuda americana.

No entanto, desde que o embaixador Duddy chegou a Caracas, em 2007, muitos analistas acreditavam que a deterioração nas relações bilaterais estava contida.
BBC Brasil/ Agência Estado

Rizzolo: Preliminarmente, o embaixador Patrick Duddy apenas fez referência a uma questão que envolve o tráfico de drogas entre os dois países; problemas estes que existem não só em relação à Venezuela, mas nos demais países na América Latina. Chavez, distorcendo os fatos, aproveitou a oportunidade para lançar mais um ” antigo discurso antiamericano”. Agora, sinceramente, como é que a América Latina, e digo isso mais em relação ao Brasil, pode se alinhar com um governo como este? Como é que a esquerda brasileira pode aplaudir e insistir na inclusão de um governo como este de Chavez, que abraça o presidente do Irã, oferece bases à Rússia, mantem amizade com a Coréia do Norte, e tenta impor regimes populistas na América Latina? Sem contar a maravilhosa notícia hoje, no Estadão: “Chávez dá boas-vindas a frotas militares da Rússia”, isso denota o quanto perigoso é ao Brasil, relações com a Venezuela.

Medir as palavras ou ir embora? Ora, nem é motivo para isso, existe uma desproporção entre a ação e a reação, típica dos descontrolados. O Brasil, a medida que de uma forma ou de outra aceita uma diplomacia condescendente com a Venezuela, chancela tudo o que Chavez apregoa. Precisamos, no mínimo demonstrar que não aprovamos tais comportamentos. Mas o que ocorre? Ao primeiro encontro que surge, o presidente Lula, e a esquerda adulam Chavez, cochicham entre si, e de forma velada compactuam com toda essa maluquice. Está na hora de parar, não?