Marina faz papel de algoz de favoritos

Num debate sem confronto direto entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), a candidata do PV, Marina Silva, assumiu o papel de algoz no evento promovido pela Rede Record ontem, optando por fazer críticas ao tucano, na briga pelo segundo turno. Marina também não poupou a petista, questionando-a sobre escândalos na Casa Civil.

“Sinto que existem pessoas sinceras do PT que estão muito incomodadas com as alianças da Dilma. Pessoas do PSDB estão muito incomodadas com o “promessômetro” do Serra e sabem que não vale tudo para ganhar a eleição. A onda verde que está tomando conta do Brasil está identificando na minha campanha uma terceira via. É por isso que eu vou para o segundo turno”, afirmou a candidata do PV, deixando explícita sua estratégia. “Dilma e Serra são muito parecidos.”

Ao pedir o voto diretamente ao telespectador, Serra demonstrou ter a certeza de um segundo turno. “Se você já ia votar em mim, quero pedir outra coisa: consiga um voto mais”, disse.

Nos primeiros blocos do debate, Marina atacou Serra em pelo menos dois momentos. No primeiro, afirmou que o DEM, partido coligado ao PSDB, foi contra o Bolsa-Família e que o tucano, em São Paulo, promoveu cortes de programas sociais. Em seguida, a candidata do PV confrontou o tucano sobre a política de terceirização de funcionários públicos e criticou a gestão dele como ministro do Planejamento no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

As recentes denúncias que envolvem a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que foi braço direito de Dilma no governo, e o caso de violação de sigilo fiscal na Receita Federal foram abordados no debate, tendo a petista como alvo central de questionamentos. “Ninguém está acima de qualquer suspeita. O que é importante é que não se deixe nada sem apurar”, afirmou Dilma.

A candidata do PT afirmou que, se as investigações não tiverem sido concluídas até as eleições, ela dará prosseguimento a elas, se eleita. “Asseguro que eu vou investigá-los até o fim.”

FHC x Lula. Um dos poucos momentos de embate direto entre Dilma e Serra envolveu as figuras do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o papel de ambos na campanha. Serra foi questionado sobre as razões pelas quais não mostrou FHC no seu programa eleitoral, tendo optado por exibir Lula.

“Não fui patrocinado por ninguém. Fui o candidato escolhido pelo partido em função da minha história, da minha biografia”, retrucou Serra. O tucano disse que cita “o tempo inteiro as coisas que fez” no governo FHC. Acrescentou, em seguida: “Lula não é meu inimigo. Não trato adversários como inimigos.” Dilma o criticou por “usar a imagem de Lula à noite e durante o dia e fazer críticas sistemáticas”. Serra acusou o PT de ter uma atitude de ingratidão com FHC.

Ácido, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) disparou críticas a todos. “Aqui está todo mundo mais ou menos ligado com a corrupção.” Plínio acusou ainda a imprensa de ser “superparcial” e de fazer “censura”. Ao comentar sobre a mídia, Dilma relembrou o período da ditadura e disse que prefere as “vozes múltiplas e críticas da democracia”.

Medo. Serra foi instado a responder sobre a campanha do medo de 2002, em que o PSDB, na figura da atriz Regina Duarte, levantava o temor diante de um governo de Lula. “Eu não estou alimentando o medo contra ninguém. No caso de 2002 foi uma atriz que gravou um depoimento”, afirmou. Segundo o tucano, o medo não se justificou posteriormente porque Lula “aproveitou” tudo o que o governo anterior, de FHC, havia feito.
estadão

Rizzolo
: Marina Silva ontem foi péssima no debate. Ao contrário do que mídia pretende fazer dela, a “onda verde”, fabricada para levar Dilma ao segundo turno, Marina foi literalmente desmoralizada pelo candidato Plínio que a classificou de “ eco capitalista”, é não é por menos, esse discurso verde de Marina, fabricado, serve apenas aos poderosos que vêem nela a tábua de salvação ao candidato Serra para levá-lo ao segundo turno. E mais, os fatos corroboram as afirmações de Plínio, mega empresários sustentam candidatos do PV. Marina ficou visivelmente desconcertada e só não enxergou quem não quis, principalmente a mídia.. A verdade tem que ser dita, e o povo percebe essas manobras, não tenho nada contra os verdes de verdade, agora Marina, sinceramente da forma em que se apresenta, não representa a ecologia, e sim o “eco capitalismo ecológico”. Parabéns ao Plinio pela definição.

CNT/Sensus: Serra lidera todas simulações para 2010

BRASÍLIA – O governador de São Paulo, José Serra, lidera a corrida eleitoral para as presidenciais de 2010 em todos os cenários de primeiro turno na pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira, 8.

Na primeira simulação, composta por Serra, candidato do PSBD, pela ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, do PT, pela ex-senadora Heloísa Helena, do PSOL, e pela senadora e ex-ministra Marina Silva, agora no PV, o tucano lidera com 39,5%. Na sequência, vêm Dilma, com 19%, Heloisa Helena, com 9,7% e Marina Silva, com 4,8%. Sem a candidata do PSOL, Serra teria 40,1%, Dilma, 19,9% e Marina, 9,5%.

Em cenário com Ciro Gomes (PSB-CE) no lugar de Dilma, Serra teria 40,5%, Heloísa Helena, 10,7%, Ciro, 8,7% e Marina, 7,1%.

Em outra simulação, com o deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) no lugar de Dilma e Ciro como candidato da base do governo, Serra teria 42,2%, Heloísa Helena, 10,8%, Marina Silva, 7,4% e Palocci, 7,0%.

Nos cenários em que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, assume o lugar de José Serra como candidato do PSDB, os tucanos têm a vantagem reduzida e até perdem a liderança contra Dilma. Contra Aécio Neves, a ministra Dilma Rousseff lidera as intenções de voto, com 23,3%, seguida pelo tucano, com 16,8%, Heloísa Helena, 13,5%, e Marina Silva, com 8,1%.

Em cenário construído apenas com Dilma, Aécio e Marina, a petista teria 25,6%, o tucano, 19,5% e a senadora verde, 11,2%.

Sem a presença de Dilma, Aécio lidera a disputa, tanto com Ciro Gomes quanto com Palocci como candidatos governistas. No primeiro caso, Aécio teria 17,6%, Heloísa Helena, 16,1%, Ciro Gomes, 12% e Marina Silva, 9,3%. Na simulação com Palocci, Aécio teria 18%, ficando empatado com Heloísa Helena (18%), Marina teria 9,8% e Palocci, 8,5%.

Segundo Turno

Nas simulações para um possível segundo turno, Serra ampliou a vantagem que tinha sobre Dilma desde a última pesquisa, divulgada em maio. O tucano teve 49,9% das intenções de voto ante 25% da ministra, enquanto na pesquisa anterior registravam índices de 49,7% e 28,7% respectivamente.

Na disputa com Aécio Neves, a ministra teve 35,8% das intenções enquanto o tucano, 26%. Na pesquisa anterior, Dilma tinha 39,4% e Aécio, 25,9%.

O diretor da Sensus, Ricardo Guedes, supõe que a que a queda de Dilma nas duas simulações, com Serra e com Aécio, seja decorrente do efeito Lina Vieira, a ex-secretária da Receita Federal, que disse ter tido uma reunião com a ministra em que Dilma teria pedido para ela “agilizar” a investigação contra o filho do presidente do Senado, José Sarney.

A pesquisa perguntou aos entrevistados se eles ouviram falar do episódio. Do universo pesquisado, 52% disseram que não acompanharam ou não ouviram falar do assunto, enquanto 24% disseram que acompanharam e 17,5% que ouviram falar. Entre as pessoas que acompanharam ou ouviram falar do assunto, 35,9% disseram acreditar que Lina está dizendo a verdade e 23,6% afirmaram que Dilma está dizendo a verdade. O restante informou não saber ou não quiseram responder.

Nas simulações de segundo turno com Ciro Gomes no lugar de Dilma, o governador José Serra aparece com 51,5% das intenções de voto, enquanto Ciro tem 16,7%. Na pesquisa anterior, Serra tinha 51,8% e Ciro, 19,9%.

Num eventual cenário em que disputam Ciro e Aécio, o candidato governista tem 30,1% das intenções e o tucano, 24,2%. Na anterior, Ciro tinha 34,1% e Aécio 27,9%. No cenário em que Palocci é o candidato governista, Serra teria no segundo turno 54,8% e Palocci, 11,3%. Com Aécio, Palocci teria 17,5% contra 31,4% do governador mineiro.

A pesquisa CNT/Sensus foi feita com dois mil entrevistados em 136 municípios de 24 Estados das cinco regiões do País. A margem de erro é de até 3 pontos porcentuais.
agencia estado

Rizzolo: Se o governador Serra for o candidato de escolha do PSDB, as chances são boas. Contudo, como não acredito muito em pesquisa, entendo que Aécio é um candidato forte principalmente no nordeste. Agora em relação a Dilma, a eventual candidata realmente não tem a menor chance. Já era a esta altura do campeonato para seu nome ter decolado, mas como diz o texto, o efeito Lina Vieira a prejudicou. Esse é o problema do PT atualmente, de tanto se armar para projetar um nome fraco, acaba se envolvendo em verdadeiras ” frias”. Já comentei várias vezes que a candidatura de Dilma é um erro político de Lula, com esta insistência nesse devaneio, e nessa ” ficção eleitoral “, levará ele o PT à derrota. Esta aí já os números, e contra fatos não há argumentos.