Chávez qualifica Obama de ‘pobre ignorante’ e o manda ler

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou neste domingo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de “pobre ignorante” por ter declarado meses atrás que o líder venezuelano exporta atividades terroristas.

Chávez, militar reformado, disse que esperava que com Obama pudessem ser recompostas as abaladas relações diplomáticas entre os dois países. Ele revelou que alguns comentários feitos pelo presidente norte-americano em janeiro o fizeram desistir de designar o novo embaixador da Venezuela em Washington.

“Agora Obama vai acusar a mim de exportar o terrorismo? Pelo menos alguém poderia dizer: pobre ignorante, estude, leia um pouco para aprender qual é a realidade que está vivendo e a realidade da América Latina e do mundo”, disse Chávez, durante seu programa dominical de rádio e televisão.

“Mas são sinais muito ruins de um governo. Nós continuaremos esperando, mas não estamos desesperados. Para nós o império dos Estados Unidos tanto faz como tanto fez,” acrescentou.

Em janeiro, Chávez pediu a Obama que retificasse suas opiniões sobre ele e sobre a Venezuela se desejava a melhoria das relações diplomáticas.

O presidente norte-americano disse em janeiro que Chávez tinha interrompido o progresso da região, exporta atividades terroristas e apóia “entidades malignas” como a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Embora EUA e Venezuela mantenham um dinâmico intercâmbio comercial, as relações entre seus governos chegaram ao ponto mais baixo em décadas, em meio a um ríspido intercâmbio verbal que resultou na retirada dos respectivos embaixadores.

O presidente venezuelano expulsou em setembro o embaixador dos EUA em Caracas e ordenou a retirada de sua delegação diplomática de Washington em apoio ao governo da Bolívia, que tomou decisão semelhante em meio a uma forte crise política.

Folha Online

Rizzolo: Certa vez comentei neste blog que Chaves é o elemento essencial para levar o ” socialismo do século 21 a bancarrota. Ah! Alguns bobos da esquerda exclamaram: “Mas o Rizzolo, um mal agradecido, foi para Venezuela a convite de instituições ligadas a Chavez, conheceu a realidade da pobreza venezuelana, e depois de algum tempo rebelou-se”. Eu respondo que, até por terem me dado a oportunidade de ir, ver e conhecer, digo que do ponto de vista social Chavez fez muito. Fez mesmo, só que fez errado. Se tornou um fascistóide e além disso, como dizia garrincha, “fez tudo mas não combinou com os russos”. Não há como se indispor com os EUA, mormente em se tratando de uma abertura com um presidente democrata. Começar a insultar Obama, só para demonstrar ” um caráter forte” “patriota” é uma tática que apenas serve aqueles que querem seu fim. Mandar Obama ler e chama-lo de ignorante apenas atrai a antipatia mundial. Neste ponto Lula é bem mais esperto, deveria Chavez ouvir mais seu ” advogado”. Como Amorim afirma, Lula é o ” advogado de Chavez nos EUA ” Quanto despreparo minha gente !!

Chávez ordena tomada de portos e aeroportos da oposição

CARACAS – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo, 15, que as Forças Armadas do país tomem os portos e aeroportos e advertiu que os governadores dos estados que se opõem a nova lei, que coloca os centros de transportes sob controle federal, podem ser presos.

Durante seu programa semanal de rádio e tevê “Alô Presidente”, Chávez ordenou que os navios da Marinha tomem controle do porto Cabello, no estado de Carabobo, e o porto de Maracaibo, no estado de Zulia, na próxima semana. Esses são os dois maiores portos marítimos da Venezuela.

O presidente disse aos oficiais militares que os governadores Henrique Salas (Carabobo) e Pablo Perez (Zulia), ambos da oposição, podem resistir à lei recém-aprovada. “Se ele der uma de esperto… Isso merece a prisão”, disse Chávez com relação a Salas. “O mesmo serve para o governador de Zulia”, acrescentou.

Legisladores fiéis a Chávez votaram na semana passada uma lei que coloca todos os aeroportos, rodovias e portos sob controle federal, um movimento que os adversários afirmam ter como objetivo aumentar o poder do presidente. “Esta é uma questão de segurança nacional”, disse Chávez neste domingo, defendendo a lei.

Os governadores da oposição alertaram que a lei aprovada pela Assembleia Nacional, dominada pelos chavistas, tem como objetivo estrangular os adversários do presidente financeiramente e para reduzir o apoio dos eleitores que os elegeram em novembro.

Sob a nova lei, os estados e municípios não podem mais recolher tarifas de transportes dos portos e aeroportos ou construir pedágios ao longo das rodovias, o que significa que os governadores e prefeitos terão menos dinheiro para os projetos públicos.

Os aliados de Chávez conquistaram 17 dos 22 governos na eleição de novembro. Mas os líderes da oposição ganharam terreno, conquistando cinco postos governamentais e a prefeitura de Caracas. Após a eleição, Chávez assinou uma série de decretos que passam para o governo federal o controle sobre hospitais, estádios esportivos e outras instituições públicas em estados conquistados pela oposição.

agência estado

Rizzolo: Essa tomada de portos e aeroportos é de caráter político mas denota a vocação autoritária de Chávez fazendo uso de meios nada democráticos na derrubada da oposição ao chavismo. Como podemos observar cada vez mais fica difícil ser complacente com a postura chavista de governar. A essência deste autoritarismo stalinista, está no encrudescimento ideológico bolivariano arraigado nos preceitos da esquerda radical, que tem por objetivo centralizar cada vez mais o poder nas mãos de Chávez. Com efeito fica quase indefensável ao presidente Lula, o ” advogado da Venezuela ” como afirma o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, propagar nos EUA uma aproximação com a Venezuela tendo como presidente o senhor Hugo Chávez.

‘Não se meta comigo, senhor Obama’, pede Chávez

CARACAS, Venezuela – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu neste sábado, 28, a seu colega Barack Obama, presidente dos EUA, que “não se meta com ele”, sobre as declarações de Washington a respeito dos direitos humanos e narcotráfico na Venezuela. “Não siga o mesmo caminho estúpido e torpe que o seu antecessor, George W. Bush”, disse, durante transmissão obrigatória de programa na TV, em rede nacional.

Na sexta, o Departamento de Estado americano criticou duramente a Bolívia e a Venezuela pela falta de cooperação com o governo dos Estados Unidos na luta contra as drogas, enquanto elogiou Colômbia e México por seus esforços.

O Departamento de Estado afirmou que o êxito da luta antinarcóticos da Colômbia obrigou os traficantes a desviarem suas rotas através da Venezuela, que suspendeu a cooperação antidrogas com os EUA em 2005.

O governo afirma que a Venezuela, pela geografia, corrupção, um fraco sistema judiciário, forças de segurança incompetentes e às vezes envolvidas, junto com a falta de cooperação internacional, é vulnerável ao tráfico de drogas, que quintuplicou desde 2002.

Chávez insistiu que os EUA são o “primeiro consumidor de drogas do mundo” e se perguntou : “Como é isso de não poder deter a entrar de droga no próprio território? É cinismo!”, disse.

O venezuelano disse ainda que o seu país “golpeou o narcotráfico como nunca antes” e confirmou sua acusação de que a DE, a agência de combate às drogas norte-americana, “apoiava o narcotráfico”.

E finalizou, ao dizer que não se deve haver grandes esperanças com Obama, já que o novo governo dos EUA “seguirá sendo imperialista e atropelando seus povos”.

agência Estado

Rizzolo: Parece que o namoro de Chavez com o governo americano de Obama já está se exaurindo. Chavez não aceita crítica, e ao invés de argumentar pacificamente as afirmações dos EUA, as rebate ainda como um fanfarrão. Talvez a vontade de aparecer seja maior do que os interesses em manter uma boa relação com os EUA. Do ponto de vista político, os EUA já demonstraram boa vontade ao regime bolivariano quando no último referido o governo americano parabenizou Chavez pelo exemplo de democracia. Mas ao que tudo indica, Chavez quer manter a animosidade. Na realidade é uma grande tolice do governo venezuelano, ser contra os EUA eternamentem, é uma bobeira latino americana que não leva a nada a não ser a agradar os bobos da esquerda que ainda sonham numa América Latina socialista. Pura ilusão…

EUA felicitam Venezuela por ‘espírito cívico’ de referendo

WASHINGTON – Os Estados Unidos felicitaram a Venezuela pelo “espírito cívico” demonstrado no referendo no qual foi aprovada a emenda que permite ao presidente Hugo Chávez concorrer à reeleição ilimitada, e fizeram um apelo pelo fortalecimento da democracia. Em entrevista, um porta-voz do departamento de Estado, Noel Clay, destacou “o espírito cívico e participativo de milhões de venezuelanos que exerceram seu direito democrático a voto”.

Clay expressou que o importante agora é que o Executivo venezuelano “governe democraticamente e se dedique aos temas que preocupam o povo venezuelano”. Neste sentido, estimulou a sociedade venezuelana a “respeitar a diversidade de voto, que é a força de uma democracia pluralista”.

O Governo argentino também parabenizou a Venezuela pela “jornada cívica” vivida no domingo, 15, e pelo triunfo do “sim” no referendo constitucional, informaram fontes oficiais. A felicitação foi transmitida em uma ligação telefônica do chanceler argentino, Jorge Taiana, a seu colega venezuelano, Nicolás Maduro. De acordo com a Chancelaria argentina, os dois ministros conversaram por cerca de 20 minutos.

Oposição

A oposição venezuelana em Miami afirmou que a vitória do presidente Hugo Chávez no referendo de domingo não significa o fim da luta para derrotá-lo eleitoralmente. Luis Prieto, integrante do comando político da campanha “Não é Não”, disse que a batalha contra o governante venezuelano aumentará depois da vitória do “sim” à emenda constitucional para a reeleição ilimitada, que permitirá a Chávez ser candidato nas eleições de 2012. “Aumentaremos ainda mais nossa luta por liberdade, democracia, e para derrotar Chávez”, previu o ativista.

Agência Estado

Rizzolo: O que eu acho interessante, é que no Brasil muitos agora são mais radicais que os EUA. Os EUA mudaram e agora respeitam a democracia na Venezuela, mas muitos no Brasil ainda não compreendem como os EUA gostaram do espírito cívico de referendo, vivem ainda na era Bush, e quando afirmei, muito antes do resultado, que aprovava o referendo na Venezuela, só não fui excomungado porque não sou cristão. Na verdade por trás disso tudo está o medo de que apareça um referendo no Brasil, nos termos propostos, e olha que não seria má idéia, se assim fosse a vontade do povo.

‘Chávez poderá se reeleger, não foi reeleito’, diz Garcia

SÃO PAULO – Para o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, a vitória de Chávez no referendo que garantiu sua reeleição ilimitada não significa que ele tenha sido reeleito, mas que ele apenas obteve a possibilidade de se candidatar novamente. “Chávez terá uma eleição em 2012, onde seguramente a oposição vai ter seu candidato e poderá eventualmente derrotá-lo. Então, acho que a questão essencial vai ser efetivamente se ele terá capacidade de convencimento em 2012 de obter o voto dos venezuelanos”, afirmou Garcia durante entrevista à Eldorado.

Garcia lembrou ainda que o presidente Chávez foi derrotado há pouco tempo num referendo onde várias outras questões foram colocadas além dessa específica da reeleição e que o resultado do referendo mostra como o país está dividido. “A oposição teve um excelente resultado e isso demonstra que, pelo menos no que diz respeito à personalidade do presidente Chávez, que como todos nós sabemos é muito polêmica, o país se encontra obviamente dividido.

Com 94,20% das urnas apuradas, o “sim” estava vencendo por 54,36%, enquanto o “não” tinha 45,63%, segundo o primeiro boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), divulgado às 21h35 locais (23h05 em Brasília). A abstenção foi de 32,95%, considerada baixa para os padrões da Venezuela.

Para Garcia, o tema da reeleição indefinida é um tema evidentemente polêmico, mas o assessor da Presidência lembrou que existem países em que essa questão evidentemente existe. “Na França isso existe, nos EUA existiram um certo momento. Roosevelt foi eleito quatro vezes, depois é que se introduziu [o limite]. No caso brasileiro não, nós temos um mecanismo pelo qual a reeleição é permitida uma só vez de forma consecutiva. Há ainda outros países que possuem um perfil ideológico muito diferente da Venezuela, estou pensando no caso da Colômbia, onde o tema de um terceiro mandato de Álvaro Uribe está sendo colocado na ordem do dia”.

Sobre a entrada da Venezuela no Mercosul, Garcia ressaltou que não se trata de Hugo Chávez no bloco, mas de “um país com o qual nós temos hoje relações econômicas extremamente dinâmicas”. Segundo ele O Brasil tem hoje com a Venezuela o maior saldo comercial do país e está empenhado no processo de industrialização e transformação da economia venezuelana, acabando com a dependência do petróleo na renda do país. “Insistimos muito nos diálogos com Chávez nos últimos anos, de que é fundamental que a Venezuela escape daquilo que muitos chamam de ‘maldição do petróleo’, isto é, ficar concentrado em um só produto e ficar na dependência de importação de tudo, de alface até leite, ovos, frango… Participamos ativamente no processo de criação da indústria de alimentos e isso tem significado excelentes negócios para os empresários brasileiros”.

Agência Estado

Rizzolo: Eu não sei porque de tanta polêmica em relação ao referendo, no qual Chavez venceu. Não há absolutamente nada de errado nisso. Senão vejamos: quem decidiu sobre a possibilidade do presidente concorrer a outros mandatos sem um limite foi o povo através de um referendo a uma emenda constitucional. Até aí é democrático. Porque no Brasil existe tanta polêmica a esta possibilidade? Medo da popularidade de Lula? Ora, se o povo quiser Lula concorrendo mais vezes, qual o problema?

E vou mais longe, no Brasil ainda existe um medo de consultar o povo, e isso é errado.Tenho minhas restrições a Lula e Chavez, todos sabem, mas em relação a esta questão não vejo nada de mais a não ser excesso de democracia, o que não faz mal a ninguém. Aqueles que insinuam ou tentam criar semelhança desvalidando o voto popular venezuelano, comparando-o à Alemanha de Hitler, usam este argumento para desvalidar a democracia, e isso é perigoso.

Reeleição indefinida na Venezuela repete o sistema francês

O sistema de reeleição presidencial se limitações, que o presidente Hugo Chávez quer fazer aprovar no referendo popular daqui a dez dias, vigora na França desde 4 de outubro de 1958 e foi mantido pelo referendo francês de 24 de junho de 2000. O bloco conservador oposicionista-midiático-bushiano, que clama contra a “ditadura” venezuelana, nunca tratou do caso francês.

Por Bernardo Joffily

O bombardeio do bloco contra a Venezuela bolivariana oculta o conteúdo do que será decidido no referendo de 2 de dezembro. Serão 39 emendas à Constituição, com inovações como a jornada de trabalho de seis horas diárias, ou a criminalização do latifúndio e dos monopólios, visando lançar as bases legais do “socialismo do século 21”. Porém o coro antichavista só vê a reeleição. E ao tratar do tema falseiam a realidade.

Lula: “É engraçado”…

Coube ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que “podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa”, mas “por falta de democracia na Venezuela não é”. Lula lembrou à mídia a quantidade de eleições naquele país – nove nos últimos nove anos, a contar da primeira eleição de Chávez.

Quando Lula se queixou de que “é engraçado” não criticarem os três mandatos da britânica Margareth Thatcher, ou os 16 anos do governo Helmut Kohl na Alemanha, a imprensa retrucou na hora que são regimes parlamentaristas. Porém Lula citou também o presidente François Mitterrand, da França, que não é parlamentarista. E a mídia não se deu ao trabalho de informar aos brasileiros como é o sistema francês.

A honrosa exceção coube ao jornalista franco-espanhol Ignacio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique. Entrevistado pela Folha de S.Paulo, durante recente visita ao Brasil, ele comentou, falando da Venezuela: “Ninguém se escandaliza no mundo porque em 2000 o então presidente [francês Jacques] Chirac fez um referendo para mudar a Constituição e permitir que o presidente da República pudesse ser reeleito indefinidamente, pondo fim à limitação a dois mandatos.”

Como é na França

Vejamos como evoluiu e como funciona a reeleição à francesa.

A República francesa de 1848, que criou pela primeira vez o cargo de presidente, estabelecia este tinha um mandato de quatro anos e “só é reelegível após um inervalo de quatro anos”. O veto à reeleição provocou, três anos mais tarde, o golpe conhecido como Dezoito Brumário de Luís Bonaparte.

A 3ª República, em 1875, estabelece o mandato de sete anos, por eleição indireta, e o direito de reeleição, sem limites. A 4º República só permite uma reeleição. Mas a 5ª República, fundada por Charles de Gaulle em 1958, estabelece a reeleição semidireta (após 1962, direta) e o presidente reelegível indefinidamente. De Gaulle se elege e reelege por este sistema.

Nos mandatos seguintes (Pompidou, d’Estaing, Mitterrand), o tema é fartamente debatido, no governo e na oposição. Discute-se o mandato de cinco ou sete anos, ou outras durações, sem reeleição, com uma reeleição ou sem limites de reeleição. No entanto, o status quo permanece. Mitterrand preside a França por dois mandatos de sete anos (1881-1995), e depois se retira para morrer de câncer na próstata sete meses mais tarde.

Em 24 de setembro de 2000 o então presidente Jacques Chirac submete ao referendo dos franceses uma nova proposta, vigente até hoje: o mandato é reduzido para cinco anos; a eleição permanece direta e com direito de reeleição sem limitações. A consulta tem a aprovação de 73,2%, mas uma forte abstenção, de 69,8% dos eleitores.

O Grande Satã de plantão

A mídia brasileira cobriu burocraticamente o referendo francês de 2000: falou da troca do “setenato” pelo “cinquenato” mas nem tocou no tema da reeleição sem limites. Esta só passou a ser vista como grave ameaça ditatorial quando foi proposta por Hugo Chávez, hoje promovido a Grande Satã de plantão pelo bloco conservador oposicionista-midiático-bushiano (uma pesquisa no Google News-Brasil, nesta quinta-feira, resultou em 3.396 entradas para “Hugo Chávez”, contra 1.679 para “George Bush” e 83 para “Osama Bin Laden”).

Há nesta obsessão demonizadora um elemento nativo, além do desejo de fazer aquilo que Washington deseja. O noticiário sobre as regras da presidência venezuelana aparece sempre combinado com a onda em torno do hipotético terceiro mandato de Lula. De nada adianta este reafirmar em todos tons que é contra, não aceita, não admite.

O bloco conservador enxergou neste factóide a saída para seus apuros atuais. Com ele, mata dois coelhos de uma cajadada. Mantém o bombardeio contra o presidente bolivariano, que ousa desafiar o imperialismo, pregar o socialismo, e vencer todas as eleições. E ao mesmo tempo hostiliza Lula, numa situação em que o crescimento econômico brasileiro finalmente acelera e as taxas de aprovação popular do governo se recusam a cair.

Rizzolo: Quando insisto que há necessidade imperiosa de revisarmos o papel da mídia no Brasil, não é por acaso, podemos observar que salvo raras exceções, e aí me refiro mais ao caso das TVs no Brasil, que as mesmas insistem em promover um verdadeiro golpe midiático ao desqualificar o governo Chavez, e insinuar que Lula tem vocação autoritária, ao apoiar e ter a coragem de falar a verdade sobre os caminhos da política venezuelana. A mando dos EUA, ninguém nunca criticou o sistema francês, muito menos o chamou de regime ditatorial. No âmago da questão política que envolve os países da América Latina, em que o povo participa dos desígnios políticos, está a intenção por parte da mídia comprometida e uníssona na defesa do ” Consenso de Washington ” em engessar a democracia participativa, alcunhando-a de ditadora, simplesmente para que através de seus lacaios instrumentadores da representatividade ficta, enganem o povo, e calem suas bocas.

Porque na França ninguém nunca falou absolutamente nada ? Porque na América Latina xingam, desqualificam, e ainda mandam líderes eleitos democraticamente a calarem a boca ? E eu respondo, por um simples motivo , não querem de forma alguma o crivo popular nas decisões de suas negociatas, onde o lucro e o investimento deles são o que importa; a soberania, o desenvolvimento social, a participação popular , a justiça social, que se danem. Mas isso um dia acaba, e os países da América Latina, como peças de dominó, cairão uma após outra, na democracia participativa onde esta poderá até conviver com a representatividade, mas jamais será o povo novamente manipulado pelo poder midiático internacional.

Para CNBB, “povo deve ser ouvido” sobre re-reeleição

Presidente da CNBB defende que “Congresso e sociedade se manifestem” sobre re-reeleição

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Geraldo Lyrio Rocha, disse na segunda-feira que “é preciso que a sociedade brasileira se manifeste” sobre a possibilidade de mudança constitucional para a disputa de um terceiro mandato presidencial.

O presidente da CNBB destacou que a entidade não tem uma posição definida, porém cobrou uma posição dos partidos políticos e o exame pelo Congresso do tema. Para ele, a discussão da questão é “eminentemente política”, entretanto, “as instituições, os organismos, a sociedade civil precisam se manifestar e participar nessas discussões”. É necessário “fortalecer as estruturas de participação dos cidadãos” na sociedade, defendeu o presidente da CNBB, na solenidade em que foi condecorado com as medalhas da Inconfidência e Santos Dumont, oferecidas pelo governo mineiro.

Sobre a CPMF, d. Lyrio disse que “enquanto tal, (a CPMF) é até uma forma de participação proporcional. E se a destinação for justa, especialmente obedecendo os critérios para os quais ela foi criada – que era o campo da saúde – e se puder até ampliar para outros campos sociais, é claro que a posição da Igreja só pode ser de apoio”. Ele comentou que Igreja olha a questão “sob o ponto de vista da ética” e sua principal preocupação é em relação à destinação dos recursos arrecadados.

Hora do Povo

Rizzolo: Não resta dúvida que a CNBB destaca a importância da participação popualr nos temas de ” alta indagação” como reeleição. Quando .Lyrio pontua que o povo precisa participar nada mais aprogoa do que o exercício da democracia participativa, na inclusão ao debate sobre temas de importância ao povo brasileiro.

Não podemos deixar a população pobre acreditando ser representada apenas pelos parlamentares que muitas vezes estão comprometidos com o capital e com os poderosos. Se o povo numa consulta popular entender, sobre a possibilidade de mudança constitucional para a disputa de um terceiro mandato presidencial. Quem vai dizer não ? Aqueles que se dizem democratas relativos ? Vivemos em uma falsa democracia, uma democracia sem povo e na qual a adoção dos sistemas políticos modernos serve apenas para ocultar o poder oligárquico sob o manto de um constitucionalismo meramente ornamental”. O processo de marginalização e isolamento do povo que se desenvolve atualmente acaba tornando-o cético e indiferente à realidade política. Vamos mudar isso !