Dólar dispara com crise financeira; BC vende quase US$ 1,5 bi

As Bolsas de Valores da Europa e da Ásia fecharam em forte baixa nesta segunda-feira, refletindo a preocupação dos investidores de todo o mundo com o agravamento da crise financeira dos Estados Unidos.

Às 13h, a moeda americana avançava 5,72%, a R$ 2,163 na venda. Contra a escalada da moeda americana, o Banco Central vendeu dólares nesta segunda-feira. O leilão somou aproximadamente US$ 1,47 bilhão e foi realizado por meio de um “swap” cambial (contratos que trocam o rendimento em juros pela oscilação do dólar), entre 13h e 13h30.

O mercado absorveu apenas parcialmente o lote de 41,6 mil contratos, com vencimento em 3 de novembro de 2008. Foram colocados 29,5 mil contratos, a uma cotação mínima de 99,5506. A taxa nominal foi de 6,59%, e a linear, de 6,25%.

Com essa operação, o BC tem como objetivo oferecer proteção às empresas – pagando a variação do dólar e, em troca, recebendo juros. Se o dólar subir, os investidores que participaram da operação saem ganhando; se os juros subirem, quem ganha é o BC.

A autoridade monetária não realizava esse tipo de leilão desde 30 de maio de 2006.

Incerteza
Momentos de incerteza no setor financeiro têm provocado a alta do dólar nos últimos dias. Investidores vendem papéis de maior risco, como ações, trocando-os por dólares, para se refugiarem em aplicações mais seguras, como os títulos do Tesouro americano, considerados o investimento mais seguro do mundo.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) já teve seu pregão interrompido duas vezes nesta segunda. Primeiro, quando a queda alcançou 10%, os negócios pararam por meia hora. Depois, a Bolsa continuou caindo até atingir a marca de 15%, o que levou a uma interrupção por mais uma hora.

A preocupação dos investidores é com o possível efeito dominó na crise financeira iniciada nos Estados Unidos. Bancos europeus têm apresentado dificuldade, o que gera temor de que os problemas americanos se espalhem pela Europa.

Folha online

Rizzolo: Para entendermos a necessidade de um contrato de swap, podemos citar por exemplo uma empresa exportadora, que têm receitas em dólar, mas cujas despesas são corrigidas por juros pós-fixados. Nesse caso, a empresa poderia usar um contrato de swap para trocar o “risco cambial” pelo “risco de juros pós-fixado”. Uma típica empresa interessada nesse título seria uma varejista importadora, cujas despesas são atreladas ao dólar e cujo caixa está aplicado no mercado (acompanhando assim a evolução dos juros). Assim, essas duas empresas fazem um contrato de swap entre si, ou através da intermediação de instituição financeira, para trocar uma posição de risco.

O governo está tentando controlar a crise, que como insisto, é grave e necessita de medidas econômicas à altura, que superem os interesses políticos. Observem que a queda de hoje da Bovespa, segundo Bloomberg Latin America, foi a maior da década, e que a autoridade monetária não realizava esse tipo de leilão ( swap cambial) desde 30 de maio de 2006.

Só para se ter uma idéia da gravidade, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira, que o governo federal vai disponibilizar parte das reservas internacionais do País – que somam cerca de US$ 207 bilhões – para os bancos, com o objetivo de financiar o comércio exterior e impedir a deterioração das exportações brasileiras em razão da crise financeira, alem disso, o dólar comercial fechou em forte alta nesta segunda-feira, acompanhando o desabamento das Bolsas no mundo. A moeda saltou 7,53%, cotada a R$ 2,20 na venda. Para tentar conter o avanço da moeda, o Banco Central voltou a intervir no mercado, com a venda de dólares, mas a operação não foi suficiente. É, para quem achava que o problema era do Bush…. Ah! Uma observação, quinta-feira é feriado judaico e as bolsa mundiais costumam se acalmar, geralmente compra-se na turbulência e vende-se na calmaria.

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Bovespa cai mais de 15% e tem segunda interrupção no dia; dólar dispara

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu mais de 15% e parou de funcionar pela segunda vez nesta segunda-feira. A Bolsa caía 15,06%, aos 37.814 pontos, quando o pregão foi suspenso. O dólar está disparando.

A sessão havia sido interrompida na primeira vez às 10h18, após o Ibovespa atingir 10,09% de queda. O pregão ficou parado meia hora, das 10h18 às 10h48. A maior queda da Bovespa foi de 22,26% em 21 de março de 1990.

Desta vez, os negócios ficarão interrompidos por uma hora, das 11h44 até as 12h44. Quando voltar a funcionar, não existirá mais limite de queda. A decisão de uma nova parada dependerá do diretor do pregão.

Essas interrupções acontecem automaticamente. O sistema é chamado “circuit breaker” e é acionado para tentar acalmar o mercado. A primeira parada ocorre quando a queda é superior a 10%. Depois quando atinge mais de 15%.

É a terceira vez em uma semana que o sistema de parada da Bovespa é acionado. Na segunda-feira passada, dia 29 de setembro, houve o mesmo problema.

O mercado está com medo do efeito dominó da crise financeira sobre a Europa, o que está derrubando mercados no mundo todo.

Por volta das 12h, o dólar comercial operava em forte alta de 5,62%, cotado a R$ 2,161 para venda (veja quadro com a cotação do dólar atualizada).

Embora o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush tenha sancionado na última sexta-feira a lei que autoriza o pacote de US$ 700 bilhões para socorrer os bancos norte-americanos em crise, o mercado não se convenceu e seguiu sem otimismo.

As Bolsas asiáticas, por exemplo, afundaram nesta segunda-feira com os investidores temerosos quanto a eficácia das medidas dos governos norte-americano e europeus para acalmar as tensões nos mercados financeiros.

Noticiário
O Bank of America anunciou que está disposto a gastar até US$ 8,4 bilhões para reestruturar os empréstimos hipotecários dos clientes de sua nova filial Countrywide, adquirida em julho quando estava à beira da falência.

O maior banco dos Estados Unidos afirmou que está pronto para revisar as taxas aplicadas ou renegociar para baixo os empréstimos hipotecários de quase 400.000 clientes do Countrywide, segundo um comunicado divulgado pela empresa.

O governo e os bancos da Alemanha fecharam um acordo neste domingo para a criação de um plano de 50 bilhões de euros para evitar a quebra do Hypo Real Estate (HRE), no mesmo dia do anúncio de que o governo garantirá correntistas e poupadores particulares.

O banco americano Wells Fargo anunciou no domingo à noite que conseguiu anular, com um recurso de apelação, a decisão do juiz de Nova York que ordenava o congelamento da fusão com o Wachovia.

O Banco Central Europeu (BCE) injetou nesta segunda-feira US$ 50 bilhões com vencimento amanhã e a uma taxa de juros marginal de 4% em uma operação extraordinária para colocar liquidez no mercado.

Brasil
O mercado financeiro reduziu a estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2009 pela segunda vez seguida, mas também espera inflação mais moderada no próximo ano.

De acordo com levantamento do Banco Central divulgado nesta segunda-feira, o país deve crescer 3,5% em 2009, levemente abaixo dos 3,55% estimados na semana anterior. Para a inflação, a estimativa é de que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) alcance 4,85% em 2009, pouco abaixo dos 4,9% estimados anteriormente.

Rizzolo: A crise atingindo a Europa, e os EUA em direção a uma forte recessão acabou por influenciar as bolsas asiáticas. Como tenho comentado, a crise é extremamente grave, até porque passa por uma questão de confiança nos mercados, e na real possibilidade do pacote americano não refletir os efeitos desejados. Não há dúvida que isso também criará uma ” bolha” na China, que ao constatar uma demanda menor dos seus produtos exportados, terá que redirecioná-los para o mercado interno, cujo poder aquisitivo é baixo, e onde não há a cultura do consumo.

No Brasil ainda existe certa resistência em admitir que a crise já está às nossas portas. Existe na visão do governo, um certo “pudor” em agir rápido, e em não admitir a gravidade alegando que o Brasil ” não corre nenhum risco”, pelo receio de que a popularidade do presidente possa vir a ser maculada pela turbulência. Pessoalmente acredito numa alta da inflação no Brasil, vez que com a restrição e o encarecimento do crédito, o custo financeiro será repassado ao consumidor, existindo, portanto, mais um forte componente inflacionário a ser considerado. Essa queda de hoje, segundo a Bloomberg Latin America, é considerada a maior da década, e está relacionada com o declínio da produção do elenco de commodities no Brasil, além da restrição ao crédito.

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Inadimplência faz banco de São Paulo fechar financeira

O Banco Credibel, com sede em São Paulo, encerrou as operações de sua financeira voltada a empréstimos para as classes C e D.

Segundo a direção da instituição, a decisão foi tomada por causa da alta taxa de inadimplência e da dificuldade, com o agravamento da crise internacional, de captar novas linhas de crédito.

Foram fechadas as 15 unidades de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

De acordo com o superintendente do banco, Paulo Nogueira, os cerca de 60 mil contratos de financiamento, a maioria voltada para a aquisição de automóveis, serão absorvidos pela estrutura do próprio banco.

Segundo Nogueira, a própria instituição centralizará a negociação do pagamento com os clientes em atraso, a devolução dos veículos de quem já está sem condições de quitar o financiamento e a continuidade do recebimento do pagamento dos carnês.

Fundado em 1992 e pertencente ao grupo Splice, do setor de telefonia, o Credibel atuava na concessão de financiamentos para o setor de pessoa jurídica. Há dois anos, a instituição abriu operações para as classes C e D.

O banco não divulgou o número de demitidos. O superintendente do Credibel diz que o fechamento não afetou a “liquidez” do banco. “O banco tem uma liquidez muito boa e, além disso, tem o grupo [Splice] por trás.”

Folha online

Rizzolo: A situação dos bancos pequenos em termos de captação ficou complicada, além disso existe o componente inadimplência já acentuado, além da dificuldade em captar novas linhas de crédito. Na verdade não sabemos ainda a reação em termos de inadimplência nos longos financiamentos efetuados até pouco, e se, de certa forma, não haverá uma inadimplência em massa a crise agravando-se no mercado internacional. A inadimplência nas classes mais baixas pode se agravar no Brasil. Isso denota a gravidade da crise já atingindo as instituições financeiras do País. Agora, temos que agir, com rapidez, firmeza, coragem, e fazer uso dos instrumentos que temos disponíveis face a nossa condição econômica, para evitar um efeito do tipo ocorrido com devedores americanos inadimplentes. Só para se ter uma idéia, a crise financeira dos Estados Unidos já levou R$ 513 bilhões em valor de mercado das empresas brasileiras na Bolsa em 2008.

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Lula reúne ministros para discutir crise pela 3ª vez em 2 dias

SÃO PAULO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu novamente com Henrique Meirelles, do Banco Central, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quinta-feira, 2, para avaliar a crise financeira e suas conseqüências no Brasil, segundo informou a repórter Tânia Monteiro, de O Estado de S. Paulo. O encontro é o terceiro entre o presidente e seus ministros nos últimos dois dias.

Apesar de o governo negar a criação de um pacote de medidas para combater os impactos da turbulência no Brasil, fica cada vez mais claro que Lula e os ministros estudam ações para evitar que a escassez de crédito no mercado internacional prejudique essas operações no País.

Na reunião da coordenação política, na manhã de quarta, o grupo discutiu a idéia de reduzir o depósito compulsório dos bancos para, com isso, aumentar o volume de dinheiro no mercado. O depósito compulsório é o dinheiro que os bancos recolhem diariamente ao BC. Trata-se de uma ferramenta do BC que mexe diretamente com os recursos disponíveis. Assim, quando o BC quer aumentar os recursos disponíveis nos bancos, ele reduz a parcela dos depósitos compulsórios e permite que os bancos tenham mais dinheiro para emprestar.

Lula também pediu medidas para atender às necessidades dos exportadores. Dados do Banco Central mostram a forte redução do volume de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) – meio de financiamento usado por exportadores – após o fim de semana de derrocada do banco de investimento Lehman Brothers.

Na reunião de quarta à noite, o presidente afirmou a Mantega e Meirelles que a crise tem origem nos Estados Unidos e que, por isso, é necessário aguardar as medidas a serem tomadas pelo governo norte-americano, segundo uma fonte do Planalto. A partir daí, afirmou o presidente conforme relato da fonte, seriam definidas as alternativas a serem seguidas pelo governo brasileiro para enfrentar os problemas. Um novo pacote de socorro às instituições financeiras, de US$ 700 bilhões, foi aprovado na quarta-feira pelo Senado dos Estados Unidos e deve ser votado na Câmara nesta sexta.

Medidas já anunciadas

O governo já tem tomado medidas pontuais e paliativas para reduzir a influência da crise econômica norte-americana sobre o Brasil. No dia 24 de setembro, o Banco Central (BC) anunciou duas medidas para aumentar a liquidez no sistema financeiro nacional – volume de dinheiro em negociação. Com elas, o BC manteve R$ 13,2 bilhões no mercado.

A primeira delas foi o adiamento do cronograma de implementação de compulsórios sobre depósitos interfinanceiros de leasing. O depósito compulsório é o dinheiro que os bancos recolhem diariamente ao BC. Trata-se de uma ferramenta do BC que mexe diretamente com os recursos disponíveis para crédito. Assim, quando o BC quer aumentar os recursos disponíveis nos bancos, ele reduz a parcela dos depósitos compulsórios. Na situação oposta, quando o objetivo é restringir o crédito, ele aumenta a participação do compulsório. Neste caso, ao adiar o recolhimento do compulsório sobre as operações de leasing, o governo pretendia aumentar a oferta de recursos ao mercado.

De acordo com a medida, o recolhimento com base na alíquota de 20% que seria feito a partir de 14 de novembro deste ano passará a vigorar apenas em 16 de janeiro de 2009. A alíquota subseqüente de 25%, que seria adotada a partir de 16 de janeiro de 2009, só entrará em vigor no dia 13 de março de 2009. Com esta medida, o BC adia o recolhimento adicional de R$ 8 bilhões nesse segmento. A criação desse compulsório sobre os depósitos de leasing foi anunciada no fim de janeiro.

A segunda medida triplica de R$ 100 milhões para R$ 300 milhões o valor a ser deduzido pelas instituições financeiras sobre os depósitos a prazo, à vista e da poupança. Apesar dessa alteração, permanecem as alíquotas usadas para o cálculo dessa exigibilidade em 8% para depósitos a prazo e à vista e 10% para a poupança. Esta medida vai evitar que bancos recolham outros R$ 5,2 bilhões ao BC, totalizando os R$ 13,2 bilhões. Esses recursos, quando recolhidos junto ao Banco Central, continuam sendo remunerados pela taxa Selic.

No dia 29 de setembro, outra medida sinaliza a intenção do governo em melhorar as condições econômicas no Brasil, frente aos problemas nos EUA. Trata-se da manutenção da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) em 6,25% para o último trimestre do ano, no mesmo momento em que a taxa básica de juros (Selic) está subindo. Ao adotar esta medida, o governo passa a subsidiar parte dos recursos emprestados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), já que a cobrança das empresas é feita por uma taxa menor, sem aumentos, a TJLP.

Agência Estado

Rizzolo: Para quem não estava preocupado com a crise, e se referia a ela ” como sendo problema do Bush” as coisas estão mudando. Mas vamos nos ater as medidas; entendo que aumentar os recursos disponíveis nos bancos através da redução dos depósitos compulsórios é uma medida interessante e digamos ” mais à mão” para que os bancos tenham mais dinheiro para empréstimos. Medidas que visam aliviar o impacto da crise no sistema financeiro brasileiro devem ser tomadas com urgência, observem que as medidas giram em torno do sistema bancário brasileiro, visando com isso fluir nas instituições mais dinheiro como forma de atenuar a escassez de crédito. Hoje o dólar comercial disparou para R$ 2,0010, em alta de 4,33%. O pior desta crise me parece o fato de que as medidas efetuadas pelos EUA não surtiram o efeito ” confiança no mercado”, gerando grande instabilidade. E Lula dizia que nada nos atingiria, hein !! Conclusão: (o plano) só evitou o abismo, mas não evitou a recessão, e medidas econômicas se resolve agindo do ponto de vista pró-ativo econômico, não político.

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Bovespa opera em forte queda após aprovação de pacote dos EUA

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) vai despencando nesta quinta-feira, um dia depois de o Senado dos Estados Unidos aprovar um pacote de socorro financeiro que custará até US$ 850 bilhões.

O texto terá que passar pela Câmara, que na segunda-feira havia rejeitado uma primeira versão. Analistas também não estão certos sobre até que ponto o pacote será capaz de amenizar a crise.

Por volta das 11h desta quinta-feira, o Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, caía 4,35%, a 47.630,54 pontos (acompanhe gráfico da Bovespa com atualização constante).

O dólar avançava 2,96%, a R$ 1,982 na venda (veja quadro com a cotação do dólar atualizada).

“Na Câmara é mais difícil (aprovar o pacote) e seguem as incertezas sobre isso. Ontem, o mercado já tinha meio que certeza de que o Senado aprovaria, mas agora restam outras dúvidas. Também resta saber se isso vai resolver o problema da economia”, disse um consultor de investimentos de uma corretora que preferiu não ser identificado.

As Bolsas da Ásia também caíram após a aprovação do pacote financeiro americano. A de Tóquio recuou 1,9%. Os mercados da Europa, diferentemente, registravam alta. A Holanda propôs um fundo de ajuda a bancos europeus afetados pela crise.

A disparada do dólar nesse período de turbulência tem sido especulativa, não encontrando fundamento nos números relativos ao fluxo cambial, segundo análise de Luiz Sérgio Guimarães, do jornal “Valor Econômico”.

Com informações de AFP, Reuters e Valor Online

Rizzolo: As baixas na Bolsa da Ásia, significa claramente que a aprovação do pacote pouco amenizará a crise. Na realidade o Brasil já sente os efeitos sérios que a crise americana vem provocando nas economias. O discurso ” otimista” do presidente Lula cedeu lugar para uma visão mais realista do problema. O Brasil precisa agir rápido em relação ao ” sufoco da restrição ao crédito” principalmente em relação aos exportadores e à agricultura (crédito rural). Não temos tempo para negociar com a natureza, ou se planta na época devida, ou não se planta. Não acredito que a reação das baixas nas bolsas tenham relação com o receio à aprovação do pacote na Câmara dos Representantes, nos EUA, o que está ocorrendo agora, é uma clara percepção da gravidade da crise e num âmbito geral.

Saiba quais os setores da economia brasileira que mais sentem os efeitos da crise

O governo brasileiro vem afirmando que o país está preparado para lidar com a crise que tomou conta do sistema bancário americano. É tido com certo, porém, que nenhum país não está imune. Saiba quais são os principais setores da economia brasileira que já sentem os efeitos da turbulência nos mercados.

Bolsa
A Bolsa de Valores de São Paulo foi a primeira a sentir os impactos da crise. Na segunda-feira, 29 de setembro, auge do nervosismo, o índice da Bovespa (Ibovespa) chegou a cair 10,2%, uma das maiores quedas de sua história.

A Bolsa brasileira acaba sendo ainda mais castigada pelo fato de estar baseada em um país emergente, o que, aos olhos do investidor estrangeiro, significa maior risco. Alguns analistas acreditam, porém, que a queda acentuada da Bovespa não é apenas reflexo da crise americana.

Segundo esses especialistas, a Bolsa brasileira está, na realidade, voltando a um patamar de normalidade, depois de alguns meses de euforia.

O ápice foi em maio desse ano, quando a Bolsa chegou a seu recorde, com 73 mil pontos. Apesar de acumular uma queda de 22% no ano, o volume de negócios atual não chega a ser ruim: cerca de 43 mil pontos, mesmo patamar de março do ano passado.

Dólar
O agravamento da crise fez com que a moeda americana chegasse ao patamar de R$ 1,90, enquanto em maio a moeda podia ser negociada na faixa de R$ 1,65.

Dólar mais caro é prejudicial para os importadores e também para brasileiros que pretendem viajar para o exterior. Há, ainda, um efeito indireto sobre a inflação, já que o dólar mais caro acaba encarecendo diversos produtos, pressionando a inflação para cima.

O Banco Central deu sinais de que, se dólar continuar nesse nível, será obrigado a dar continuidade ao aumento dos juros, apesar da crise.

Crédito
As empresas brasileiras, principalmente as exportadoras, vêm sentindo as conseqüências da escassez de crédito no mercado bancário internacional. O fato preocupa o governo, já que metade das exportações brasileiras – o equivalente a US$ 100 bilhões – é financiada por bancos no exterior.

Em agosto, o volume de crédito para exportação revelou-se 32% menor do observado em abril do ano passado, antes da crise. O governo brasileiro afirmou que está formulando um plano para ampliar as linhas de financiamento ao exportador.

Crescimento
Ainda é cedo para mensurar o impacto da crise no crescimento econômico, mas há estimativas de desaquecimento para 2009. A pesquisa semanal do Banco Central do Brasil com analistas revela que a expectativa de crescimento é de 3,5% para o próximo ano.

Há cinco meses, essa mesma previsão era de 4%. O governo também já admite uma freada no PIB (Produto Interno Bruto), prevendo algo em torno de 3% e 3,5%. Ao preparar o orçamento de 2009, em agosto, o governo havia previsto um PIB 4,5% maior.

Bancos
Até o momento, nenhum banco brasileiro foi afetado pela crise. Um dos motivos para essa maior blindagem está na legislação bancária local, mais restrita quanto à terceirização dos chamados créditos podres.

Além disso, os bancos brasileiros vêm registrando resultados financeiros extremamente positivos nos últimos anos, o que lhes permitiu criar um colchão para momentos de maior turbulência.

De qualquer forma, o Banco Central do Brasil, por precaução, adotou medidas para aumentar a liquidez do sistema bancário, como leilões de dólar e diminuição do compulsório (espécie de garantia que precisa ser depositada no BC).
BBC Brasil

Rizzolo: Não há dúvida que existem setores da economia mais vulneráveis, mas como podemos inferir no texto, a abrangência é ampla. Com efeito os exportadores são os que primeiramente sofrem o impacto, a linha de financiamento do exterior ” secou”, há que se ter um socorro do governo federal para que as exportações não sejam comprometidas. Outro setor estratégico atingido é a agricultura, e esse não pode esperar pelo crédito difícil, não há como negociar com a natureza, por isso, mais uma vez, as medidas de socorro devem vir com urgência por parte do governo federal. A aprovação do pacote de ontem, é um paliativo, não resolverá o problema do rombo em si, prova disso é o mercado asiático que pouco reagiu à nova proposta americana. Ainda em termos de mercado interno os projetos como o PAC ficarão sim comprometidos, veja artigo meu sobre o assunto: Liberalismo Financeiro e o PAC

Senado dos EUA aprova plano de socorro a Wall Street

WASHINGTON, 1O – O Senado dos Estados Unidos aprovou na noite desta quarta-feira, por 74 votos a 25, uma nova versão do pacote de 700 bilhões de dólares para sanear o setor financeiro, após ter incluído na lei cortes de impostos e a expansão da garantia federal a depósitos bancários.

As emendas ao controverso plano de resgate de Wall Street têm como objetivo atrair os votos de mais membros da Câmara dos Deputados, que deve votar o projeto na sexta-feira.

Na nova versão do projeto, a garantia dada aos correntistas dos bancos norte-americanos subiu de 100 mil para 250 mil dólares.
Agência Estado

Rizzolo: Os pontos básicos do novo plano de resgate finaceiro: Aumento de US$ 100 mil para US$ 250 mil na garantia de depósitos dos clientes bancários. Ampliação da isenção da “Taxa Mínima Alternativa”, o que acarreta menos impostos ao contribuinte. Vantagens fiscais e outros incentivos para empresas ou pessoas que invistam em energias renováveis (usinas solares ou compra de carros elétricos). Isenções fiscais para empresas que investirem em pesquisa e para pequenas lojas e restaurantes que gastarem em melhorias. A Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC) pode proibir o “mark to market” (marcar a mercado), que permite dar a um ativo o preço atual de mercado. Contribuintes receberão direitos de compra de ações e se beneficiarão se as empresas ajudadas se recuperarem. Ganhos dos diretores das companhias participantes do programa serão limitados. Os dirigentes não poderão receber bônus milionários quando forem demitidos. Empresas que remunerem diretores com mais de US$ 500 mil ao ano pagarão mais imposto. Criação de um conselho de supervisão do programa.

A nova versão do pacote manteve o ponto central do anterior, que prevê a autorização para que o Tesouro dos EUA use até US$ 700 bilhões para comprar títulos podres lastreados em hipotecas e que estão na carteira de bancos, seguradoras e fundos de pensão. O projeto prevê ainda que a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), entidade responsável por essas garantias, não terá limites para tomar recursos emprestados do Departamento do Tesouro para assegurar os pagamentos. Vamos agora esperar a reação dos mercados.

Empresários bolivianos lamentam restrições dos EUA

LA PAZ – A crise financeira internacional atingirá a Bolívia em dobro, após os Estados Unidos decidirem fechar seu mercado para os têxteis e manufaturas bolivianos, em meio à crise política do país sul-americano. O governo norte-americano iniciou um processo para suspender a Bolívia do Sistema de Preferências Tarifárias (ATPDEA), sob a alegação de que o governo boliviano não colabora na luta antidrogas. “É uma lástima que a Bolívia perca o ATPDEA, justamente quando devia assegurar o maior mercado do mundo, na ante-sala de uma crise financeira de escala mundial”, disse o presidente do Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE), Ernesto Antelo, ligado ao empresariado.

Há quase três semanas o presidente Evo Morales expulsou o embaixador dos EUA, Philip Goldberg, o que piorou a relação entre os países. Morales acusou o representante norte-americano de ingerência na política boliviana. O governo dos Estados Unidos, que nega a acusação, respondeu expulsando o embaixador boliviano de Washington.

La Paz minimizou a perda, prevista para começar no fim de outubro. Segundo o ministro de Relações Exteriores, David Choquehuanca, essas preferências responderam em 2007 por apenas 17% das vendas do país aos EUA. O ministro da Fazenda, Luis Alberto Arce, afirmou que a crise no sistema financeiro dos Estados Unidos terá efeito “mínimo” sobre a economia boliviana.
Agência Estado

Rizzolo: Engraçado, a turma do socialismo bolivariano, ” pinta e borda”, pincelam o ódio em relação aos EUA de todas as formas, expulsam o embaixador americano, gritam e xingam os EUA e ainda querem receber as benesses tarifárias. Os maiores prejudicados infelizmente, são os empresários exportadores. O governo boliviano, enfrentará dificuldades em relação a nova Constituição que o presidente Evo Morales pretende levar a referendo, haverá resistência por parte do empresariado.

O índio Morales, que de índio no meu entender nada tem, está se complicando cada vez mais. Aliás, por falar em índio, a moda de ” virar índio” pegou na América Latina, no Brasil por exemplo, muitos descobriram que virar índio é um bom negócio, o problema é que para tirar fotos eles precisam se vestir de “índio”, colocar aquele bermudão, e um penacho que geralmente é comprado na Rua 25 de março, em São Paulo. O que tem de “índio” comprando pena na Rua 25 de março não é brincadeira. Nada contra se vestir de “índio”, o problema é que no frio pode-se pegar pneumonia, principalmente na Raposa Serra do Sol. Nada contra os índios de verdade, só em relação aos ” covers”. Só um pouquinho de humor judaico, vai.. (risos..)

Crise nos EUA aprofunda divisões na América do Sul, diz jornal

Na América Latina há uma crescente divisão entre países que abraçam certas políticas de livre mercado americanas e os que as rejeitam, segundo uma reportagem publicada nesta quarta-feira no jornal americano Washington Post.

“O porta-voz líder do lado anti-americano é Hugo Chávez, que viajou ao Brasil na terça-feira e pediu aos países vizinhos que continuem a se desconectar da economia americana, classificada por ele como ‘vagão de morte'”, diz o jornal, no artigo intitulado “Crise nos EUA aprofunda divisões na América do Sul”.

“Na Bolívia, Evo Morales disse que as empresas estão sendo nacionalizadas para que as pessoas tenham dinheiro, enquanto nos Estados Unidos querem nacionalizar dívidas e a crise das pessoas que já têm dinheiro”.
Segundo o Washington Post, alguns analistas e economistas estão receosos de que países que expressam seu antagonismo aos Estados Unidos –Venezuela, Bolívia, Equador e em certa parte a Argentina– explorem a crise para tirar “benefícios políticos”.

“Ganância sem limites”

O jornal diz que a crise financeira mundial fez o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, mudar o discurso e subir o tom em relação aos Estados Unidos e destaca as declarações de Lula durante a abertura da reunião da Assembléia Geral da ONU em Nova York, na semana passada.

“Lula enfatizou que ‘a ganância sem limites’ de poucos não poderia ser carregada por todos, e que as economias emergentes haviam feito seu melhor para seguir boas políticas fiscais, não podendo ser vítimas do cassino erguido pela economia americana”.

Segundo o diário americano, a crise no setor financeiro americano “picou” os mercados emergentes e enfureceu líderes que “engoliram” durante anos os conselhos americanos sobre responsabilidade fiscal.

“Na América Latina, onde vários líderes fizeram de suas diferenças ideológicas com os Estados Unidos uma parte central de sua retórica, a crise parece ter degradado ainda mais a credibilidade americana”.

Sobre os efeitos da crise no Brasil, o diário destaca que o destino da China terá importância mais imediata sobre as exportações brasileiras do que o que acontecer nos Estados Unidos.

“Ainda assim, alguns economistas prevêem que a taxa de crescimento do Brasil, projetada para 5% este ano, poderá cair para apenas 2% em 2009 se os Estados Unidos forem dominados por uma recessão”.
Folha online

Rizzolo: Já comentei várias vezes o fato de que não podemos nos igualar do ponto de vista político com o chavismo, e seus discípulos. Mas ao que parece de nada adianta apregoarmos no Brasil uma política internacional menos populista e mais realista. É impressionante como ao se virem juntos, Chavez, Morales, Correa, e Lula compactuam eles irmanamente das mesmas idéias, e dos discursos quase imperceptíveis do ponto de vista ideológico em relação aos EUA. Amaldiçoar os EUA, como um ” grande satã”, ou amaldiçoar o capitalismo se referindo aos banqueiros e ao sistema financeiro americano como culpado, não vai resolver o problema, em si, a não ser a popularidade daqueles que se utilizam da crise para alavancar prestígio, blindar-se, e ao mesmo tempo jogar a culpa no mercado americano.

É claro que houve sim uma falta de regulação financeira, isso todos sabem, mas é o regime capitalista, é o sistema capitalista. Ora, não vamos conseguir mudar o mercado financeiro americano e mundial, ou o capitalismo, portanto, discursos de Chavez, Lula, Morales, ou seja, essa retórica que os petistas e a esquerda tanto gosta, serve apenas para se eximir de uma eventual queda de popularidade. É a tal mania que persiste na esquerda da América Latina de sempre culpar os EUA. Aliás por culpar os EUA, será que o presidente Lula tirou satisfação de Chavez em relação às manobras no Caribe com os russos? Ah! Provavelmente, os russos podem não é, agora a Quarta Frota pertence ao grande satã… Eh! Brasil…..Os discos de Mercedes Sosa ainda fazem sucesso por aqui…

Risco de contágio da economia real já mobiliza governo

Da BBC Brasil em São Paulo – Um dia após o agravamento da crise nos mercados, o governo brasileiro negou a existência de um pacote, mas admitiu que estuda formas de evitar um primeiro risco de contágio à economia real: a redução de crédito para empresas exportadoras.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, disse que o governo apresentará, até a semana que vem, um plano cujo objetivo é ampliar as fontes de crédito para essas empresas.

Já o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse em entrevista à Globonews que existe uma determinação do presidente Lula no sentido de evitar que a economia brasileira seja contaminada. A prioridade é garantir a oferta de crédito às empresas, sobretudo às exportadoras.

Estima-se que metade das exportações brasileiras sejam financiadas por bancos no exterior. Isso porque o crédito no Brasil, baseado na Selic (13,75%), chega a ser o dobro do que é cobrado lá fora. Somente duas instituições no país, que são o BNDES e o Banco do Brasil, conseguem oferecer financiamentos com valores no padrão internacional, mas seu caixa é restrito.

O crédito é essencial para as empresas que trabalham com comércio exterior, pois em geral o pagamento é efetuado meses após o embarque do produto. Quem não tem capital de giro suficiente para arcar com esse custo é obrigado a procurar um financiamento bancário.

A avaliação do professor do Ibmec São Paulo, Ricardo José Almeida, é de que o plano do governo para ampliar as fontes existentes de financiamento é válida, mas não é suficiente.

“O setor precisa de um plano mais abrangente, que crie condições, por exemplo, de que parte da exportação seja voltada para o mercado interno”, diz.

Uma forma seria identificar setores onde há espaço para se estimular o consumo doméstico, como o de construção civil. “Existem segmentos com demanda reprimida”, afirma. Ele lembra que o mundo irá consumir menos nos próximos meses, até anos, e que os exportadores brasileiros precisam trabalhar com esse cenário.

Segundo o presidente da Associação de Comercio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, algumas empresas vêm preferindo aguardar antes de fechar novos contratos de exportação. Para ele, a recente alta do dólar, ao contrário do que se imagina, não chega a ser uma boa notícia. “O ganho com a alta do câmbio nem de longe compensa a elevação do custo do crédito”, explica.

A preocupação do governo é de que as empresas passem a congelar os contratos, deixando de exportar. “A paralisia atual, se persistir, pode ter impactos ainda mais desagradáveis na economia, como demissões”, afirma Almeida.

As exportações são responsáveis por 14% do PIB no Brasil, pouco quando comparado a outros países emergentes. No entanto, seu papel na economia é relevante para as contas externas, por representar o principal canal de entrada de dólares no país. BBC Brasil

Agência Estado

Rizzolo: O pior problema é em relação ao crédito às empresas exportadoras. Não acredito que o governo supra ao contento a falta de crédito que ora existia. O pior dessa questão das restrições e da dificuldade de captação de recursos, é que com isso os juros irão aumentar e logicamente esses custos financeiros serão repassados ao produto final gerando como efeito uma inflação, o que por conseqüência, irá gerar mais alta de juros. A dificuldade de crédito já é uma realidade no mercado, e a situação é extremamente séria para as empresas. Os bancos captadores de recursos já encontram dificuldade, e o ” dinheiro ficará mais caro”.

O setor de embalagens por exemplo ” travou” ontem, e na realidade é o primeiro segmento a sentir o impacto da crise. A saída é o fortalecimento do mercado interno, mas que também de certa forma está atrelado ao patamar de juros aplicado. Acho que a estas alturas ” caiu a ficha” do presidente Lula, ao afirmar que isso era um problema de Bush. Mas o presidente fala cada coisa, hein !!! E a popularidade sobe, não é ? !! Só aqui..mesmo…É que o pobre coitadinho que trabalha e ganha pouco, nem tem bem noção da crise, não sabe o que ” subprime”, commodities, plano para salvar a economia americana, etc.., sabe que tem emprego e dinheiro no bolso, por isso Lula é bom, e com certeza o é para ele. Mas a crise está por perto, e esse pobre trabalhador também não vai entender quando chegar o dia que porventura perder seu emprego. Já viu né !

MacCain promete: Vou “passar fogo” em Osama !

Reacionário eu ?? Ingênuo aqueles que acreditam nos devaneios de Obama ! Eu não !!

41% dos americanos dizem que Bush é pior presidente da história

Nova pesquisa Rasmussen aponta que 41% dos americanos dizem que George W. Bush é o pior presidente da história. O dado confirma pesquisas anteriores que já apontavam a impopularidade do líder.

Contudo, aponta a sondagem, a maioria dos entrevistados, 50%, discorda da afirmação. Como esperado, os republicanos representam a maior parte deste grupo mais favorável a Bush –apenas 9% deles apontam o presidente como o pior da história americana contra 69% de democratas.

No cenário inverso, 85% dos republicanos dizem que Bush é o pior político a ocupar a Casa Branca, uma afirmação apontada apenas por 21% dos democratas.

Entre os independentes, o cenário é um pouco mais positivo a Bush. Segundo a sondagem, mais de um terço (37%) dizem que ele é o pior comandante-em-chefe da história, quinze pontos percentuais a menos daqueles que discordam (52%).

Em um cenário paralelo, em julho, 33% dos entrevistados indicaram aprovar o governo Bush, um aumento de um ponto percentual de seu índice mais baixo atingido em junho.

A diferença partidária é clara também quando os entrevistados são questionados sobre os efeitos do governo Bush para o Partido Republicano –algo que pode afetar as chances de John McCain à Casa Branca.

No cenário geral, 61% indicaram que ele prejudicou seu partido. entre os republicanos, este número cai para 28% e aumenta para 68% entre os não-filiados e para surpreendentes 81% entre os democratas.

Memória

Quando questionados sobre o assunto pelo qual Bush será lembrado ao sair da Casa Branca após dois mandatos, a maioria dos americanos (63%) apontou que a Guerra do Iraque –que catapultou sua candidatura à reeleição, em 2004. Outros 23% apontaram os ataques terroristas de 11 de Setembro e porcentagens bem menores apontaram o modo como lidou com a economia (6%) e suas nomeações à Suprema Corte (2%).

Novamente, a resposta varia significativamente de acordo com o partido do entrevistado. Enquanto 73% dos democratas apontam a Guerra do Iraque como tema central do governo bush, apenas 46% dos republicanos dizem o mesmo.

A maioria dos republicanos (38%) indica que o presidente será lembrado pela sua resposta aos ataques de 11 de Setembro, uma visão apontada por apenas 12% dos democratas.

Entre os independentes, 66% apontam a Guerra do Iraque e 22% indicam os ataques terroristas.

Eleitorado

Charles Dharapak-27.mai.08/AP

Presidente Bush aparece ao lado de McCain; sua impopularidade preocupa campanha
A sondagem Rasmussen apontou ainda que os homens são mais favoráveis a Bush que as mulheres. Segundo o instituto, 52% dos americanos e 48% das americanas dizem que ele não é o pior presidente dos EUA.

Do outro lado, 43% das mulheres e 40% dos homens apontam Bush como o pior político a ocupar a Casa Branca.

Divididos pela etnia, os afroamericanos se mostram duas vezes mais críticos que os brancos. Segundo Rasmussen, 60% dos entrevistados que se identificaram como negros listam Bush como o pior presidente da história e 55% dos eleitores que se disseram brancos apontam que a afirmação é falsa.

Também como esperado, uma grande porcentagem de eleitores do candidato democrata Barack Obama (69%) estão entre aqueles que nomeias Bush como o pior presidente. No caso dos eleitores de seu possível sucessor republicano, John McCain, o número cai para 7%.

Bush é uma das questões polêmicas da campanha republicana. Embora tenha forte apoio entre os conservadores –e os grandes doadores–, ele é impopular com os eleitores o que fez com que a equipe de McCain o afastasse da campanha. Os dois fizeram duas aparições conjuntas apenas, embora o presidente tenha sido anfitrião de vários eventos de arrecadação.

Segundo a pesquisa diária Rasmussen, Obama tem 44% das intenções de voto contra 42% do seu rival republicano. Com a inclusão dos eleitores que apenas tendem a um dos candidatos, o democrata fica com 48% dos votos contra 46% de McCain.

A pesquisa foi realizada por telefone com mil pessoas, no dia 9 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Folha on line

Rizzolo: Na realidade o eleitorado americano em geral é conservador, não devemos nos impressionar com as pesquisas, a simpatia, o fato de ser negro, e um discurso inovador faz de Barack Obama um candidato ideal e conciliador. Mas não podemos nos enganar, todos sabem que Obama é inexperiente, e que MacCain, apesar de sua idade passa uma imagem de segurança e experiencia.

Eu pessoalmente sempre fui a favor dos democratas, agora existe atualmente nos EUA um movimento eleitoral a favor de MaCain, quer queiram ou não, na hora ” H” o receio por uma administração fraca de Obama poderá levar mais um republicano à presidência. De qualquer forma pior que Bush, MacCain não será. No tocante ao eleitorado judaico americano sinto que MacCain será a opção.

Estrategista de John McCain afirma que “um ataque terrorista seria de grande valia” para o republicano

Charlie Black, estrategista-chefe de John McCain, candidato republicano a presidente dos EUA, disse em entrevista à revista Fortune que um ataque terrorista ao país, como o de 11 de Setembro de 2001, ajudaria McCain. “Se isso acontecesse, seria uma grande vantagem para ele”, afirmou. Black disse ainda que “o assassinato da ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhutto, em dezembro, ajudou McCain a ter um bom resultado nas primárias de Iowa e New Hampshire, no início de janeiro”.

A campanha do republicano não deu sinais de que demitirá o conselheiro e o próprio McCain, de forma mais sutil, promove essa idéia. Após o assassinato de Benazir, às vésperas das primárias de Iowa, McCain afirmou a jornalistas que o fato apenas “reforçava suas credenciais de política externa”.

Diante da repercussão negativa, McCain disse que “se Black realmente disse isso, eu lamento, mas tenho de discordar” e seu estrategista lamentou pelo seu comentário. “Foi inapropriado”, declarou em um comunicado à imprensa.

“Essa declaração é uma vergonha e esse é exatamente o tipo de política que deve mudar”, declarou o porta-voz do candidato democrata Barack Obama, Bill Bourton, acrescentando que a “política do medo” é a tática eleitoral utilizada pelos republicanos. “Obama vai virar a página dessas políticas falidas para que possamos unir esta nação”, disse Bourton.

A entidade norte-americana MoveOn, denuncia que durante décadas Black foi lobista em Washington de interesses de ex-ditadores como Ferdinand Marcos, das Filipinas, Joseph Mobutu, do Congo e Mohamad Siad Barre, da Somália.

Richard Ben-Veniste, membro da Comissão de inquérito oficial sobre o 11 de setembro de 2001, declarou que Black havia revelado “uma sincera e muito decepcionante idéia do pensar” da campanha do republicano John McCain. Veniste acrescentou que, assim como em 2004, os republicanos estão explorando o medo do terrorismo “para fins políticos”.
Hora do Povo

Rizzolo: Com um ” estrategista” desse nível MacCain caminha para uma situação cada vez mais delicada. Não é possível que Charlie Black, estrategista-chefe de John McCain, não tenha o mínimo de ” feeling político” ao fazer afirmações grotescas como essa. Isso na verdade demonstra o espírito republicano que impera nos bastidores da política do “vale tudo “. O camarada poderia até pensar isso na hora de dormir, agora falar em público, e depois se desculpar, sinceramente, ele deve ser democrata tentando boicotar MacCain.

Bush deixa mais 9 milhões de americanos sem seguro-saúde

Durante os 7 anos de governo Bush, mais 5 milhões de pessoas foram lançadas à “pobreza severa”; o crescimento da oferta de emprego caiu em 2/3. O número de pessoas sem acesso a cuidados com a saúde aumentou de 38 milhões para 47 milhões

Compilação do “Caucus Democrático” sobre a herança maldita de W. Bush, em comparação com os EUA que ele havia recebido na posse em janeiro de 2001, revelou que seu governo reduziu à metade o “crescimento” da economia; quase dobrou a dívida nacional e o débito dos consumidores; cortou em dois-terços a criação de empregos; elevou para 47 milhões o número dos sem-seguro-saúde e para 36,5 milhões o de miseráveis; cortou a renda média por família e tornou negativa a poupança das famílias; transformou um superávit orçamentário num monumental déficit; e arrasou a reputação do país no exterior. O “Caucus” é o mais antigo organismo partidário dos EUA, atuando desde os fundadores da República e se orgulha, ainda, do papel de apoio ao presidente Roosevelt.

Vamos aos números. O crescimento real do PIB dos EUA se arrastou a uma média de 2,65% nos sete anos de W. Bush, comparado com 4,09% nos oito anos anteriores, com os democratas. No mesmo período – 20 de janeiro de 2001 até hoje – a dívida nacional dos EUA quase dobrou, de US$ 5,7 trilhões, para US$ 9,2 trilhões. Note-se que esses “2,65%” do PIB em boa parte eram espuma especulativa, na bolsa e nas hipotecas, como revelado no estouro do subprime.

A criação de novos empregos pelo setor privado, por ano, ao longo do reinado de W. Bush praticamente baixou a um terço da sob o governo democrata (oito anos de Bill Clinton). De 4.369.000 empregos por ano, desabou para 1.760.000 postos de trabalho. (Desses, a maioria recebendo salários miseráveis aos moldes da Wal Mart e McDonalds). Há ainda o superávit orçamentário legado por Clinton, que W. Bush, com suas guerras e sua isenção de impostos para magnatas, transformou em um monumental déficit. Respectivamente “US$ 431 bilhões de superávit sobre os três anos prévios” e a façanha do texano, de US$ 734 bilhões no vermelho.

SUBPRIME

A fonte da maioria dos dados são órgãos do próprio governo e, em vários casos, o Caucus inclusive é condescendente. Isto é, a realidade é ainda pior do que é apresentada. Veja-se que a compilação sequer toca, por exemplo, na crise do subprime, que já se transformou numa crise dos bancos, corretoras e seguradoras, e onde as perdas, de acordo com o “Wall Street Journal”, já ultrapassaram os US$ 100 bilhões. Também não toca no número de americanos que perderam suas casas por causa do subprime. Mas o que mostra é mais do que suficiente.

Ela apresenta, ainda, quanto custou ao povo norte-americano o desastre conduzido por W. Bush, pelo cartel do petróleo e das armas, e por Wall Street. O número de americanos na pobreza aumentou de 31,6 milhões para 36,5 milhões – mais de 15%. Note-se que o país mais rico do mundo, e com a mais perdulária elite já vista, ter 31 milhões de pobres em 2001 já era um escândalo. Mas W. Bush, que costuma conversar com Deus no seu rancho quando não está tirando uma prosa com as suas vacas, logrou aumentar esse número em mais de 5 milhões.

SAÚDE

Ainda no item “qualidade de vida”, o Caucus assinalou que o número de americanos sem seguro saúde, num país onde a saúde é privatizada e caríssima, disparou de 38 milhões antes de 2001 (Clinton), para 47 milhões. Note-se que sob Clinton, que inclusive tentou implantar um sistema menos selvagem sem sucesso, mais 4,5 milhões de pessoas haviam conseguido o seguro saúde, enquanto mais de 8,5 milhões o perderam, sob W.Bush. Outro dado que impressiona é a elevação do custo do seguro saúde “premium” para uma família: quase 100% de aumento, contra uma inflação reconhecidamente pequena nesse período. Segundo os números do Caucus, respectivamente US$ 12.106 por ano (com Bush) e US$ 6.230 antes.

A renda média de uma família também encolheu sob W. Bush. Nos oito anos anteriores à fraude da Flórida, essa renda, de acordo com essa fonte, aumentou US$ 6.000, para US$ 49.163. Com Bush, diminuiu US$ 1.100, baixando para US$ 48.023 (Há estudos situando essa perda em US$ 2.000). Essa renda, apesar de toda a demagogia do texano sobre os cortes nos impostos, foi seguidamente abalroada, ainda, pela triplicação do preço do galão de gasolina, de US$ 1,39 para US$ 3,07 – o que não teria ocorrido sem a invasão do Iraque (a OPEP pleiteava um aumento para um patamar que é hoje um terço do preço das Sete Irmãs de 100 dólares o barril). Também pesou o aumento no ensino superior privatizado, que custa os olhos da cara – de US$ 3164 por ano, para US$ 5192.

POUPANÇA NEGATIVA

Assim, destaca a compilação, a taxa de poupança pessoal despencou de 2,3% positivos para menos 0,50%. O que expressa a situação das famílias tentarem mitigar o arrocho salarial em vigor, apelando para o endividamento forçado, o cartão de crédito e inclusive a hipoteca da casa.

Dessa forma, e com aquela desinteressada mãozinha de Allan Greenspan em prol dos 500 bancos com água pelo nariz em 2001, a dívida dos consumidores explodiu de US$ 7,6 trilhões, para US$ 12,8 trilhões.

Ao mesmo tempo, e refletindo tanto os desajustes estruturais da economia americana, vergada pelos monopólios, e sua perda de competitividade, enquanto não parava de bater recordes de fachada de “aumento na produtividade”, o déficit anual dos EUA no comércio exterior dobrou, de US$ 380 bilhões para US$ 759 bilhões. Por sua vez, a “força do dólar” dos EUA – como apresenta o artigo – caiu de 1,07 euros por dólar (2001), para US$ 0,68 euros por dólar. (Registre-se que nem assim as exportações dos EUA viraram o jogo). Quanto à dependência dos EUA de petróleo proveniente do estrangeiro, aumentou de “52,75% para 60,38%”.

DESASTRE

A compilação também registra o desastre à imagem do país no exterior, sob a política terrorista e as guerras de W. Bush. Ela cita que, no geral de uma pesquisa de “como a América é vista no exterior”, realizada pela PEW em dez nações, o “favoravelmente” caiu de 58,3% para 39,2%. Cá para nós, deram uma retocada para chegar nesses “39%”, para não desanimar o time da casa. Por exemplo, na Alemanha, o “favoravelmente” tinha 78% – depois de Bush foi cortado para a metade; Na Inglaterra, de “83%” pró, um tombo para 56%. Na Turquia é, atualmente, de 12%; ligeiramente melhor na Indonésia – 30%. Abu Graib, Guantánamo e tortura se tornaram a imagem mais fidedigna dos EUA aos olhos dos demais povos.

O Caucus não deixa de notar que a “prontidão de combate” – total em todas as unidades antes de W. Bush – agora virou “nem uma só brigada na ativa ou da reserva considerada ‘plenamente pronta para combate’”. Com sua costumeira modéstia, a Resistência iraquiana compreende as razões do Caucus para não conceder os devidos créditos.

Os dados da compilação podem ser confirmados em órgãos federais e estaduais dos EUA, como o Bureau de Análise Econômica, o Departamento do Tesouro, o Bureau de Estatísticas sobre o Trabalho e o Bureau de Censo dos EUA. Também o Escritório de Coordenação do Ensino Superior do Estado de Washington, Pew Research Center e o Centro Kaiser de Estudos sobre Seguro Saúde.

ANTONIO PIMENTA
Hora do Povo

Rizzolo: A resposta aos republicanos com certeza vai ser dada nas urnas, com a vitória dos democratas. O problema de saúde nos EUA é extremamente sério. Hoje existem 47 milhões de pessoas sem seguro-saúde, situação que inspirou o documentário de Michel Moore sobre essa questão. A idéia de que o mercado por si só é auto regulador, é uma tolice e leva os países, como já levou os EUA a problemas sociais e econômicos. Entender que uma nação poderosa como os EUA não tinham o menor controle sobre as subprimes nos leva a refletir o quanto vulnerável é o sistema puramente capitalista.

O Estado deve ter sua participação na medida contida sem excessos, contudo, a coluna vertebral dos investimentos, os direcionamentos econômicos, devem partir do Pode Público. Negar isso, é chancelar a anarquia, a fome, o desespero, a injustiça. Em parte o que está ocorrendo nos EUA tem caráter didático para que os neoliberais de plantão se contenham e reconheçam os erros. A participação da iniciativa privada deve ser livre, mas o direcionamento dos investimentos devem ser coordenados a partir de uma política pública onde a presença do Estado se faz necessária, senão vira isso que estamos presenciando nos EUA.