Idosos usam redes sociais na internet para escapar da solidão

Como muitas pessoas mais velhas, Paula Rice, moradora do estado de Kentucky (EUA), ficou cada vez mais isolada nos últimos anos. Seus quatro filhos crescidos moram em outros lugares, seus dois casamentos acabaram em divórcio e seus amigos estão espalhados. Na maioria dos dias, ela não vê ninguém.

No entanto, Rice, 73 anos, está longe de ser solitária. Confinada em casa depois de sofrer um ataque cardíaco, há dois anos, ela começou a visitar redes sociais virtuais, como o Eons.com, uma comunidade on-line para baby boomers que estão envelhecendo, e o PoliceLink.com (ela é ex-despachante policial). Agora, Rice passa até 14 horas por dia em conversas on-line.

“Eu estava morrendo de tédio”, ela disse. “O Eons me deu uma razão para continuar vivendo”.

Não é novidade que cada vez mais pessoas da geração de Rice estão entrando em redes virtuais, como o Eons, o Facebook e o MySpace. De acordo com a comScore, empresa de medição de mídia, o número de internautas idosos que visitaram redes sociais cresceu quase duas vezes mais rápido que o índice de uso da internet neste grupo, no ano passado. Pesquisadores que focam no envelhecimento estão estudando o fenômeno, a fim de verificar se as redes sociais podem oferecer alguns dos benefícios de um grupo de amigos, ao mesmo tempo em que são algo mais fácil de manter.

‘Recuperando’ amigos

“Um dos maiores desafios, ou perdas, que enfrentamos como adultos mais velhos, honestamente, não envolve nossa saúde, mas como nossa rede social está nos deteriorando. Isso acontece pois nossos amigos adoecem, nossos cônjuges morrem, os amigos morrem, ou nos mudamos”, disse Joseph F. Coughlin, amigos adoecem, nossos cônjuges morrem, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

“O novo futuro da terceira idade envolve permanecer na sociedade, no ambiente de trabalho e estar bem conectado”, acrescentou. “A tecnologia vai ser uma parte muito importante nisso, pois a nova realidade é, cada vez mais, uma realidade virtual. Ela oferece uma forma de fazer novas conexões, novos amigos e novos propósitos”.

Cerca de um terço das pessoas com 75 anos de idade ou mais moram sozinhas, segundo um estudo da AARP, publicado em 2009. Em resposta ao crescente número de americanos idosos, o Instituto Nacional para o Envelhecimento está concedendo pelo menos US$ 10 milhões em financiamentos para pesquisadores que examinem a neurociência social e seus efeitos sobre o envelhecimento.

Redes on-line podem representar para os mais velhos “um lugar onde eles se sintam fortes, pois podem realizar essas conexões e conversar com as pessoas, sem ter que usar um amigo ou membro da família para mais uma coisa”, disse Antonina Bambina, socióloga da University of Southern Indiana e autora do livro “Online Social Support” (Cambria, 2007).

Para os familiares dos idosos, as redes sociais podem trazer um pouco de alívio. Chris McWade, morador de Franklin, Massachusetts, o mais novo de uma grande família, recentemente ajudou na mudança de seus pais, avós e tio para casas de repouso. Ele contou ter passado dois ou três anos “voando por todo o país, segurando a mão de muitas pessoas” e vendo o isolamento e a depressão que chegam com a idade.

Isso lhe despertou a ideia para a MyWay Village, uma rede social baseada em Quincy, Massachusetts. McWade ajudou a fundá-la, em 2006, e hoje a vende para casas de repouso. O projeto acaba de finalizar os programas-piloto em várias casas de Illinois e Massachusetts. McWade contar ter firmado acordos para a expansão para várias outras casas.

Há dois anos e meio, Howe Allen, corretor imobiliário em Boston, ajudou na mudança de seus pais para o River Bay Club, uma casa de repouso, também em Quincy, que usa o MyWay.

Sua mãe morreu logo depois. No entanto, seu pai, Carl, pôde começar a fazer amigos e compartilhar histórias no MyWay. Ele nunca havia usado um computador, mas aprendeu rápido; o software inclui aulas de informática. Depois de sua morte, em dezembro, o serviço de memórias da casa de repouso incluiu fotografias que ele tinha postado no MyWay, trechos de memórias publicadas por ele, e depoimentos de amigos feitos através do site.

“Foi um dia emocionante, jamais esquecerei”, disse Howe Allen. “É mais que um simples computador. Isso o afetou de formas que estão além da era eletrônica. Isso permitiu que ele crescesse numa idade em que, supõe-se, as pessoas param de crescer”.

Um Chevrolet 1950

Numa segunda-feira recente, Neil Sullivan, gerente regional do MyWay, estava diante de um grupo de cerca de vinte residentes do River Bay Club, na biblioteca do local.

Ele chegou preparado com slides e discursos, mas o grupo só queria falar da vida deles. Quando Sullivan mostrou a fotografia de um Chevrolet 1950, um morador disse: “Eu tinha um Chevy 57”, e outro respondeu: “O meu era um 49”. Um homem que usava um suéter verde-amarelado, até então quieto, acrescentou: “O melhor carro que já tive foi um Dodge Business Coupe”.

Sarah Hoit, co-fundadora e diretora executiva do MyWay, disse que, para os mais velhos, aprender a se conectar não era um objetivo por si só. “Eles querem um veículo para encontrar novas pessoas e compartilhar a vida”, disse. “Eles querem ser estimulados”.

Fora das sessões semanais, os moradores de River Bay usam o site para postar histórias como “Minha Vida Como Enfermeira” ou “Trabalhei no Howard Johnson, em Quincy”. Sunny Walker, 89 anos, que se recusava a usar máquina de escrever elétrica quando era secretária de uma escola (de tanto que odiava tecnologia), agora brinca e envia mensagens para os amigos através do site.

“Estou lhe dizendo, é a melhor coisa para os mais velhos”, disse ela. “Isso desafia nossas mentes, é isso. Desafiou a minha”.

Conseqüências da solidão

Algumas pesquisas sugerem que a solidão pode piorar a demência. Dr. Nicholas A. Christakis, médico interno e cientista social de Harvard, considera pesquisar se as conexões sociais online podem ajudar a retardar a demência, da mesma forma que as tradicionais.

“Redes sociais on-line realizam uma propensão antiga que todos nós temos de nos conectar com outros”, disse ele.

A propensão pode ser antiga, mas a forma de fazê-lo, não. Mollie Bourne, dona de um campo de golfe e moradora de Puerto Vallarta, México, durante metade do ano, entra no Facebook algumas vezes por semana. Ela gosta de ver os posts e fotos de seus netos, mesmo aquelas tiradas em bares e festas, aquelas que as pessoas não esperam que a avó veja.

“Por Deus, todos nós agíamos assim na faculdade”, disse ela. “É isso que acontece quando você tem 76 anos. Já estive por aí. Já vi de tudo. É preciso muita coisa para me chocar”.
Globo

Rizzolo: Não há dúvidas em relação aos benefícios da Internet aos idosos, inúmeros estudos já foram elaborados com esta finalidade, ou seja, provar as vantagens do ponto de vista emocional e mental que a Internet pode propiciar aos idosos no sentido de elevar a auto estima, e a melhoria do estado geral da saúde. Hoje os idosos participam ativamente dos problemas do país, e fazem uso da rede para defenderem seus interesses, como é o caso de muitos que abraçaram a causa no Brasil na defesa do fator previdenciário. É isso aí, quem esta da rede está bem acompanhado e conectado. Vamos à luta.

Rice inclui Lula entre ‘líderes democráticos responsáveis’

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Rice defendeu aprovação de acordos de livre comércio
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um dos “líderes democráticos responsáveis” que estão comandando “a verdadeira revolução nas Américas”.
Além de Lula, Rice incluiu ainda na lista os presidentes do Chile, Michelle Bachelet, do Peru, Alan García, da Colômbia, Álvaro Uribe, do México, Felipe Calderón, da Costa Rica, Óscar Arias, e de El Salvador, Antonio Saca.

“Os governos democráticos destes e de muitos outros países estão aprofundando o consenso pan-americano em criar democracias” afirmou. “Essa é a verdadeira história dos últimos anos, e não a guinada para a esquerda, da qual tanto ouvimos falar.”

A secretária de Estado americana fez o comentário durante discurso na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em um evento promovido pelo centro de pesquisas Council on Foreign Relations, de Washington.

Acordos comerciais

O principal tema do discurso de Rice foi o livre comércio. A secretária de Estado americana defendeu com ênfase a aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos de acordos recentemente negociados com Peru, Colômbia e Panamá.

Segundo Rice, a não aprovação dos acordos passaria aos países da região a mensagem de que os Estados Unidos não merecem confiança e representaria “um grande golpe” para essas nações.

A secretária de Estado americana disse que há um consenso entre quase todos os líderes da região em “promover livre comércio, abrir seus mercados, combater a pobreza e ampliar as possibilidades para seus povos”.

Rice acrecentou que “as exceções podem ser ruidosas, mas estão rumando para a direção oposta do continente como um todo”, em uma afirmação interpretada como uma referência velada à Venezuela, do presidente Hugo Chávez.

As autoridades do governo americano raramente se referem ao líder venezuelano nominalmente, mas sempre fazem alusões ao suposto autoritarismo de Chávez.

Autoritarismo

A secretária de Estado americana deu seqüência às indiretas ao afirmar que “o autoritarismo é uma idéia que pode competir com a de livre mercado, mas não é uma alternativa, porque uma leva ao sucesso, a outra, ao fracasso”.

“A única pergunta é quanto mal essa idéia fracassada pode fazer à nossa região”, acrescentou Rice. “A resposta está conosco, quer nós apoiemos ou não as democracias responsáveis que queiram um maior compromisso com os Estados Unidos, que queiram fazer mais comércio com os Estados Unidos.”

A secretária de Estado americana declarou ainda que os Estados Unidos “não cobram um preço ideológico por suas parcerias”.

“Apoiamos o sucesso de todos os governos democráticos responsáveis, da esquerda, como os governos de Brasil, Chile e Uruguai, à direita, como El Salvador e Colômbia”.

“Para fortalecer nossa comunidade pan-americana, estamos tranformando nossas relações com grandes poderes regionais, como Brasil, Chile e Colômbia”, concluiu Rice.
BBC Brasil

Rizzolo: Olha, essa declaração vinda dos EUA, é um ponto a menos para o presidente Lula, senão vejamos: Os EUA hoje que se alçam como um “exemplo de democracia” só pode mesmo impressionar um incauto. Hoje é público e notório a política de tortura oficializada pelo governo americano, hoje temos 47 milhões de pessoas sem seguro saúde nos EUA, onde na sua maioria são negros e latinos, calcula-se que haja mais de 2,5 milhões de mutuários que não poderão pagar e encararão a execução de seus imóveis, as invasões promovidas pelo governo Bush com o pretexto de combater “armas de destruição em massa” não impressionam mais ninguém e denota o caráter imoral dos EUA. Agora temos a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um dos “líderes democráticos responsáveis” dando uma nota “boa” para Lula o que na realidade esse “elogio” vindo de lá, o torna um ser estranho no contexto da América Latina.

Essa democracia relativa apregoada pelos EUA é foco de debate interno entre os democratas que já cansaram de combater a hipocrisia de Bush. Haja vista as declarações de Obama e Hillary que pelos conservadores são chamados de ” socialistas”. Quanto às críticas a Chavez vindas do país onde a democracia é questionável, quer do tipo moral como as fraudes eleitorais na Flórida, quanto à impossibilidade do eleitor votar diretamente para presidente, ( Colégio Eleitoral) fica uma pergunta. Entre a democracia relativa americana e a participativa de Chavez esta última leva a vantagem vez que Chavez foi às urnas sete vezes e ganhou todas. E agora? Ah! Mas agora Chavez “não é um líder responsável” ele ouve muito o povo, não é? (riso.) Que sai justa hein Lula, admirado pela Condoleezza !!

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