José Dirceu: “não posso aceitar o que Serra fez comigo”

O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu (PT), réu no processo do mensalão, afirmou nesta segunda-feira (1) no programa Roda Viva, da TV Cultura, que não pode aceitar o que o candidato derrotado à presidência da República, José Serra (PSDB) fez com ele durante a campanha. Dirceu diz que foi linchado publicamente antes do seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), mas acredita que o seu adversário não acabou politicamente e que tem valor porque lutou até o final. “Espero que ele tenha um papel na oposição. Não espero um País sem oposição. Não espero que o País viva assim”, disse. O programa vai ao ar às 22h desta segunda-feira (1º).

De acordo com Dirceu, a postura do PSDB na campanha, notadamente no horário eleitoral de rádio e TV, foi inaceitável. “Não posso aceitar o que o José Serra fez comigo. Ele me linchou. E se eu for absolvido no Supremo, como é que fica? Ele me colocou como chefe de quadrilha. Eu tenho biografia, não tenho folha corrida”, afirmou.

Após a gravação, Dirceu disse que o discurso feito por Serra ontem, reconhecendo a derrota, visa a mistificação e que é um discurso pequeno, do ponto de vista político. “O objetivo dele continua a ser a mistificação. Lutar pela liberdade e pela democracia como se ela estivesse ameaçada. Lutar pela liberdade e pela democracia, nós devemos sempre lutar. Agora, que esse é o principal problema do Brasil e a oposição deve ser construída em uma luta, como se nós fossemos uma ameaça para o País, não é correto.. Ele está vivendo em outro País”, disse. Porém, por outro lado, Dirceu disse não subestimar a carreira política do adversário.

“Essa coisa de dizer que está morto, não vai mais fazer política, que não tem mais espaço, não é assim. Posso discordar, até condenar, porque acho que a guerra foi suja, a campanha se rebaixou muito. Essa questão religiosa, é muito grave que ele tenha trazido isso. A maneira como se tratou a questão da interrupção de gravidez, do aborto, mais grave ainda, mas isso não significa que eu reconheça que ele lutou e batalhou até o final”, disse.

Segundo Dirceu, a partir de agora, o PSDB vai ter de superar a crise. “Agora é crise no partido porque eles estão praticamente empurrando o Aécio Neves para fora do partido. E quem autoriza isso está querendo que ele saia. Não é tão simples assim a vida não vai ser fácil do PSDB e do DEM. Mas eu não subestimo a oposição, porque ela tem força política”, afirmou.

Dirceu disse que a oposição tinha a “certeza que ia ganhar a eleição de nós”. Durante o programa, ele disse ainda que o governo Lula foi o que mais trabalhou contra a divisão do País e que o discurso da oposição, muitas vezes foi exatamente o contrário.

Sobre o seu julgamento no STF, Dirceu disse que vai fazer a sua defesa na sociedade e espera que o seu julgamento – ainda sem data definida – e que espera que ele não se transforme no 3º turno das eleições.

Por fim, ele afirmou que muitas vezes fica cansado consigo mesmo. “Virei um personagem que eu não sou, mas estou satisfeito com a solidariedade que recebi nesse País”.
Terra
Rizzolo:Concordo plenamente com José Dirceu, não há que se falar em termos caluniosos se o imputado ainda nem sequer  passou pelo crivo do Supremo Tribunal Federal (STF). A grande verdade é que a figura de Dirceu foi impregnada do ponto de vista da desqualificação, por sucessivas tentativas de alguns segmentos da imprensa, passando por cima da sua biografia e tornando-o uma espécie de “mentor do mal”.  É interessante salientar a disposição do PT tanto na figura da presidente Dilma em estender a mão à oposição, quanto o reconhecimento de José Dirceu em relação ao passado político de Serra; demonstrações estas de grandeza política, coisa que eu não vejo na oposição.

Eike Batista diz ter financiado as campanhas de Dilma e Serra

O empresário Eike Batista revelou, durante entrevista ao programa Roda Viva, que vai ao ar na TV Cultura nesta segunda-feira, às 22h, que contribuiu financeiramente com a campanha dos dois principais candidatos à presidência, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). “Escolhemos pela democracia, então financio os dois candidatos, para a democracia continuar”, explicou o empresário à bancada de jornalistas.

De acordo com informações da assessoria da TV Cultura, um dos jornalistas contra-argumentou a explicação do empresário e perguntou se isso não seria feito para que ele ficasse bem com os dois. Eike Batista não escondeu suas razões: “nossos projetos estão em vários Estados e não vão ficar parados por questões políticas”.

Durante a entrevista, Eike informou o quanto pagou de imposto de renda neste ano. “Dei um cheque de R$ 670 milhões”. Outra questão que dominou boa parte da entrevista foi a do meio ambiente. O empresário declarou que, nos últimos sete anos, conseguiu 108 licenças ambientais. “Você tem que partir do conceito que vai alterar a natureza (…) na mineração, dá para recuperar a área em 100% (…) o minerador consciente faz de forma sustentável”, afirmou.
Terra

Rizzolo
: O Brasil passa por um processo de renovação das questões políticas, e a importância da democracia para os empresários e investidores é primordial. Eike é um grande empresário com conceitos de modernidade, consegue sintetizar as ideias e simplificá-las do ponto de vista da sua aplicabilidade, portanto, ajudar ambos candidatos se enquadra perfeitamente na lógica democrática. Tanto nos desafios empresariais, quanto na nova forma de ser um homem público, é preciso inovar com competência, preparo, ética e determinação, razão pela qual precisamos renovar o Congresso nacional com novos nomes, pense nisso na hora de votar.

Após questionar Serra na TV sobre os abusivos pedágios de SP, âncora é substituído

A assessoria de imprensa da TV Cultura, emissora que pertence ao governo de São Paulo, informou, na terça-feira (6), que o apresentador do programa semanal de entrevistas “Roda Viva”, Heródoto Barbeiro, será substituído por Marília Gabriela. Ela assumirá o comando do programa a partir de agosto.

O afastamento de Heródoto Barbeiro, que apresentava o Roda Viva desde fevereiro de 2009 – e já tinha sido âncora em 94 e 95, ocorreu logo depois da entrevista com o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que ficou nervoso quando questionado pelo jornalista se não teria um jeito das tarifas de pedágio não serem tão abusivas nas rodovias paulistas.

Heródoto contou sua própria experiência como usuário das rodovias, relatando que pagou R$ 8,80 para andar dez quilômetros. Serra se irritou e sustentou que “o pedágio não é caro, não”. “Eu passava lá. Eu sei que era”, reafirmou Heródoto. Serra continuou e declarou que não viu na pergunta o jornalista “dizer que em algumas estradas abaixaram”. O apresentador respondeu que “uma ou outra pode ser, mais as demais continuam muito caro”. “Mas, Heródoto, isso é um trololó petista que tem muito pouco a falar a respeito de São Paulo. Eles falam e os jornalistas acreditam, e fica a versão…”, continuou o tucano. Porém Heródoto, enfaticamente, respondeu: “Não senhor. Isso é um fato real”.
Jornal Hora do Povo

Rizzolo: A postura de Serra é lamentável e autoritária. Todos sabemos que as estradas se tornaram um bem de comércio, com pedágios abusivos, muito embora as condições em geral melhoraram, agora não aceitar uma crítica de um jornalista credenciado como o Heródoto Barbeiro, a ainda substitui-lo por puro capricho, apenas porque não concordou com seu ponto de vista, é puro autoritarismo. Bem, todos sabem que Serra é um autoritário, e de autoritarismo nós já estivemos mergulhados durante muito tempo no regime militar, acho que chega, não ?

“Chega de corrupção e rolo, para Deputado Federal Fernando Rizzolo – PMN 3318 “