Caminhante solitário

mais_medicos

*por Fernando Rizzolo

Em firmes passos, naquela tarde caminhava com um vento frio que fazia
meu rosto arder, ao lado as águas gélidas do Rio Moika, em São
Petersburgo. Sei que existem várias formas de caminhar, mas ali, tão
longe do Brasil, numa cidade maravilhosa – o centro histórico da
civilização russa –, com frio de 4 graus no mês de outubro, pude,
enfim, colocar-me ao lado do famoso rio, e andar durante horas à
procura de uma antiga e famosa livraria. Esse trajeto me fez refletir
sobre a história, o Brasil, envolto em um doce cheiro de mar que
vinha, provavelmente, do porto, o qual eu não sabia identificar em que
direção se localizava.

Não posso dizer que não aprendi muito naqueles 30 dias que passei na
Rússia, conhecendo o povo russo, seu dia a dia, suas universidades,
seus hospitais, teatros… Enfim, obtive uma essencial matéria-prima
para, em paralelo, repensar o que o Brasil significa hoje em termos de
avanço social. Para pensar também sobre a nossa política interna e ter
uma melhor percepção sobre nossos políticos e a infeliz cultura
imposta pelos nossos meios de comunicação.

Alguns meses antes de partir para a Rússia, estive empenhado
pessoalmente na defesa do Programa Mais Médicos, do governo federal.
Esse meu empenho culminou com um depoimento em um vídeo amplamente
divulgado pelo site do Ministério da Saúde, em que, como advogado e
cidadão, eu fundamentava a importância do Programa. Nem preciso dizer
que fui duramente criticado e censurado, inclusive pela Ordem dos
Advogados do Brasil em São Paulo, que me solicitou a retirada das
informações sobre minhas atividades na OABSP do site federal. Isso
porque eu era membro efetivo da Comissão dos Direitos Humanos da
OAB-SP, exatamente na área da saúde. Esse episódio muito me
entristeceu, pois sempre honrei meu cargo, e de forma alguma falava em
nome da OAB-SP.

Agora, ao retornar, vejo com satisfação a notícia de que 85% da
população aprova o programa, e que milhares de médicos cubanos e de
outras nacionalidades, verdadeiros heróis, se dispuseram a ajudar o
pobre povo brasileiro a vencer o desafio de melhorar as condições da
saúde pública do nosso país, sob os aplausos até da oposição, que
antes hostilizou não só o conceito do programa como os próprios
médicos estrangeiros. Lá na Rússia, ao lado do Rio Moika, tão longe do
Brasil, eu me perguntava o porquê de tanta discriminação, por parte
das entidades brasileiras, e me questionava sobre até que ponto somos
realmente um país livre.

Sabemos hoje que só trazer médicos não é a solução, que devemos
aumentar substancialmente o número de vagas na graduação em Medicina
(no mínimo mais 20 mil) para que os estudantes tenham, enfim, a
possibilidade se formar e servir a população, algo que ainda não
aconteceu. Espero, portanto, que tais promessas sejam cumpridas pelo
governo federal. Em determinado ponto do trajeto ao lado do Rio Moika,
perguntei, enfrentando meu parco conhecimento da língua russa, onde
ficava a tal livraria. Já com muitas dores nas pernas, aproveitei e
perguntei se havia algum hospital por perto – apenas por curiosidade,
dando continuidade à minha retórica reflexiva sobre saúde pública. Um
velho russo, sentado numa loja que mais parecia um mercadinho, me
disse: “A livraria eu conheço, pois a frequento há 40 anos – e me
apontou a direção. Quanto aos hospitais, temos um em cada setor, sem
filas, todos públicos e de ótima qualidade”. Agradeci, continuei a
caminhar e sonhei com um Brasil com mais médicos e mais cultura, como
seguindo o trajeto de um rio permeando seus espaços e nos instigando a
pensar num país melhor, mais humano e bem mais solidário.

Brasil compra US$ 10 bilhões em bônus e vira credor do FMI pela primeira vez

O Brasil se comprometeu formalmente nesta segunda-feira (5) a adquirir US$ 10 bilhões em bônus do Fundo Monetário Internacional (FMI), assumindo pela primeira vez a posição de credor desta entidade e refletindo seu crescente peso na economia mundial.

“Passamos da condição de devedores à de credores. É uma mudança radical”, declarou à imprensa o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após entregar uma carta ao diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

Mantega havia anunciado que o Brasil emprestaria US$ 10 bilhões ao FMI em junho. Em abril, quando a ideia de um eventual empréstimo ao FMI foi divulgada pela primeira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perguntou a jornalistas que cobriam o encontro do G20 em Londres: “Você não acha muito chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?”

“É um momento histórico para nós. É a primeira vez na história que o Brasil empresta recursos ao FMI – e, portanto, à comunidade internacional”, destacou Mantega, que participa em Istambul da reunião anual do Fundo.

O ministro lembrou que o Brasil se beneficiou em 2002 de um pacote de US$ 30 bilhões do FMI para enfrentar as turbulências e a onda especulativa provocadas pela eleição de Luis Inácio Lula da Silva à presidência. Foi o maior valor já emprestado pelo organismo financeiro. Aplicando uma rigorosa política fiscal, Lula saldou toda a dívida no final de 2005.

O Brasil está entre os países que estão conseguindo superar bem a crise econômica mundial, após atravessar uma breve recessão. Mantega fez o anúncio três dias depois da vitória do Rio de Janeiro na disputa pela organização dos Jogos Olímpicos de 2016, ao derrotar as finalistas Chicago, Tóquio e Madri.

Na carta, entregue em mãos a Strauss-Kahn, o Brasil se compromete a “assinar um acordo de compra de bônus emitidos pelo Fundo no valor de US$ 10 bilhões de dólares, sob condições que serão estabelecidas no contrato que assinaremos”, explicou Mantega. “Faremos uma assinatura por dois anos”, indicou o ministro, acrescentando que o acordo será ratificado “nos próximos dias”.

“É importante dizer que nós estamos colocando uma parte de nossas reservas, mas isto não significa uma diminuição da disponibilidade de recursos para o Brasil. É apenas uma mudança de ativos”, ressaltou Mantega, lembrando que o país decidiu comprar bônus que podem ser vendidos a outros países, sem dar o dinheiro diretamente ao FMI.

“Com estes recursos, o FMI poderá ajudar os países que precisam de liquidez”, disse o ministro, explicando que, com esta atitude, o Brasil responde a um apelo feito por Strauss-Kahn aos membros do Fundo para que não acumulem reservas e usem parte delas para dar à instituição os recursos necessários para contribuir com a recuperação da economia.

Bric

Segundo Mantega, os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) decidiram comprar um total de US$ 80 bilhões em bônus do fundo; US$ 50 bilhões serão adquiridos por Pequim e US$ 30 bilhões igualmente divididos por Brasília, Moscou e Nova Délhi.

Agora, os quatro países vão negociar a possibilidade de colocar seus títulos nos Novos Acordos para a Obtenção de Empréstimos (NAP), programa que permitirá ao FMI dispor de 500 bilhões de dólares para conceder empréstimos rápidos a países em dificuldades.

Os BRICs, no entanto, condicionam esta decisão a uma garantia de que seu poder de decisão seja proporcional à contribuição feita ao NAP. O Fundo, por sua vez, se comprometeu no domingo a aumentar em pelo menos 5% as cotas dos países emergentes até 2011.

Os US$ 80 bilhões dos BRICs representam 16% dos 500 bilhões previstos pelo programa, porcentagem que daria ao grupo de quatro países uma minoria de bloqueio.

No domingo, Strauss-Kahn anunciou que sua instituição necessitava de um “aumento considerável” de seus recursos para ajudar os países mais afetados pela crise, a maior desde a Grande Depressão da década de 30.
globo

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica.

A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Mantega: recursos para FMI não reduzirão as reservas

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou hoje que o aporte de US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) não reduzirá as reservas internacionais brasileiras e será realizado assim que a diretoria do fundo concluir a emissão do bônus que será subscrito não só pelo Brasil, mas também pela China (US$ 50 bilhões), pela Rússia (US$ 10 bilhões) e pela Índia, que ainda não anunciou o valor do aporte. Mantega destacou que, dessa forma, os Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China) vão colaborar para reduzir a vulnerabilidade internacional.

Mantega explicou que a emissão do bônus é, na verdade, uma aplicação financeira dos recursos das reservas internacionais brasileiras. Ele disse que a maior parte dos recursos das reservas estão aplicados em títulos do Tesouro norte-americano, que estão rendendo pouco. E, o restante, está alocado em outras aplicações sólidas, como esta que será feita com o FMI. Mantega disse que a vantagem do financiamento ao FMI é que esses recursos ajudarão os países emergentes que estão com escassez de capital neste momento de crise. Mantega destacou que é a primeira vez que o Brasil emprestará recursos ao FMI. “O Brasil está encontrando condições de solidez para emprestar ao FMI. No passado, era o contrário”, destacou Mantega, lembrando o período em que o Brasil teve de recorrer ao fundo para sair de outras crises.

O ministro destacou o fluxo de capital positivo no Brasil e o aumento das reservas internacionais. “Por isso, poderemos fazer essa transação com o FMI com tranquilidade”, disse o ministro. Ele disse que esse é o segundo passo importante tomado pelo Brasil ao decidir tornar-se credor do FMI. Ele lembrou que o convite foi feito no ano passado e que o Brasil aceitou por ter solidez econômica e recursos suficientes para fazer esses aportes. “Esses aportes são importantes para ajudar a encurtar a crise”, disse. Ele lembrou que alguns países estão reduzindo seus investimentos e o comércio exterior em função da retração econômica e por falta de recursos. Para Mantega, a ajuda brasileira poderá contribuir para a retomada do comércio mundial, com o que o Brasil também se beneficiará.
agencia estado

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica. A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Rússia irá entregar helicópteros militares ao Brasil

LONDRES – A Rússia começará a entregar ao Brasil este ano os helicópteros de ataque Mi-35 Hind (VIDEO) – ou Mi 35 in action(VIDEO) – informou hoje a agência de notícias Ria Novosti. A agência baseia a informação em uma fonte no governo russo. De acordo com o funcionário, o valor do contrato é de aproximadamente US$ 150 milhões.

O helicóptero russo ganhou, no ano passado, a licitação para fornecer os aparelhos às Forças Armadas brasileiras. Seus concorrentes eram o Augusta A-129 Mangusta e o Eurocopter AS-665 Tiger. As informações são da Dow Jones.

Rizzolo: O helicóptero de ataque russo MI 35 HIND possui míssel anti-tanque para atuar em terrenos onde há movimentação de armas, principalmente aquelas que se movem com mais lentidão como os tanques. O MI 35 HIND, é a versão de exportação do helicópetro de ataque russo MI 24 HIND.

A Venezuela de Chavez em 2005, comprou 10 unidades do MI 35, sendo que quatro foram entregues em junho de 2006, e outros em dezembro do mesmo ano. Quanto a sua eficácia como helicópetero desconheço. Os amigos militares podem se manifestar. A verdade é que precisamos investir e modernizar nossas Forças Armadas, face à extensão do nosso território. Assistam os vídeos acima.

Corte de 1,5 ponto da Selic frustra a sociedade, diz CNI

SÃO PAULO – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou que decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic em 1,5 ponto porcentual, para 11,25% ao ano, foi contida e “frustra a sociedade, os agentes produtivos e a indústria brasileira”. “Esse movimento de aceleração no corte dos juros, ainda que na direção correta, não tem a intensidade necessária ao momento”, afirmou o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, em nota enviada à imprensa.

Para a CNI, o corte de 1,5 ponto “ainda mostra descompasso com o esforço de evitar a recessão e suas consequências danosas ao País, às empresas e ao emprego”. “Entendemos que é urgente a adoção de uma postura mais agressiva, com redução de juros compatível com as exigências do momento”, defendeu Monteiro Neto, que pediu que a taxa Selic caia para o nível de um dígito “com tempestividade”.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também divulgou nota comentando a decisão do Copom. A Firjan expressa aprovação ao corte de 1,5 pp na taxa Selic, mas pede avanço nas reformas estruturais para garantir maior competitividade à indústria brasileiras. “A intensificação dos impactos da crise internacional sobre a economia brasileira, somada à trajetória confortável dos índices de inflação, justifica o corte mais acentuado da taxa Selic”, diz o texto que, no entanto, “chama atenção para a necessidade de medidas complementares”. Além das reformas, em especial a tributária, a entidade lista entre as medidas o aumento do investimento público, principalmente na área de infraestrutura.

Decisão

O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic, a taxa básica de juros da economia, em 1,5 ponto porcentual. Com isso, o juro básico foi para 11,25% ao ano, o menor patamar da história, ainda que já tenha sido verificado em setembro de 2007. É primeira queda dessa magnitude desde 19 de novembro de 2003, quando a Selic caiu de 19% para 17,5% ao ano.

A decisão dos membros do Comitê foi unânime e não inclui viés – mudança de juro antes da próxima reunião do Copom. De acordo com comunicado divulgado ao final da reunião, o Copom “acompanhará as perspectivas para a inflação até a próxima reunião em abril”. A ata desta reunião será divulgada no dia 19 de março. A próxima reunião do Copom será em 28 e 29 de abril.

“Avaliando o cenário macroeconômico, o Copom decidiu neste momento reduzir a taxa Selic para 11,25% ao ano, sem viés, por unanimidade. O Comitê acompanhará a evolução da trajetória prospectiva para a inflação até a sua próxima reunião, levando em conta a magnitude e a rapidez do ajuste da taxa básica de juros já implementado e seus efeitos cumulativos, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”, diz o comunicado divulgado após a reunião.

(Com Nicola Pamplona, da Agência Estado)

Rizzolo: Infelizmente a decisão do corte de 1,5 ponto da Selic não significa um avanço no sentido de conter a recessão que se a vista. Até porque a pressão sobre a inflação está menor, haveria espaço para uma queda maior, sem pressão política para isso, vez que a inflação está em queda. Na última reunião do Copom, no dia 21 de janeiro, o corte da taxa de juros foi de 1 ponto percentual. Em duas runiões, a Selic passou de 13,75% ao ano para 11,25%, na verdade muito pouco para impulsionar a economia num patamar de crescimento razoável. A taxa continua sendo uma das maiores do mundo.

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Pessimismo em diluição

Segundo Millôr Fernandes, ” o otimismo é o pessimismo em diluição ” . Diluir o pessimismo foi a tarefa do presidente Lula desde que a crise internacional se instalou. Tem lá suas razões, e que provavelmente abordam muito mais questões de cunho popular, do que bons conselhos que em última instância poucos acreditaram, principalmente o empresariado.

À parte a escassez de crédito que pegou todos de surpresa, o empresariado sempre viu um certo exagero do presidente e notavelmente associava isso a um movimento interno de perpetuação e proteção da sua popularidade. Em verdade, situações econômicas graves não se resolvem com prioridades políticas eleitorais. Talvez este tenha sido o maior erro do governo, ao demorar e tratar a crise como sendo um “problema de Bush” ou uma simples “marolinha”.

No que diz respeito à queda do PIB – 3,6% no último trimestre -, muitos são os fatores que contribuíram, além da tardia compreensão e extensão da crise por parte do governo; a principal foi a dificuldade de obtenção do crédito, que no meu entender foi crucial na contribuição da queda do consumo das famílias que hoje representa 60% do PIB.

O pior, esse consumo das famílais, subia há 19 trimestres, desde 2003, e agora caiu -2,0%. Alegarmos que isto reflete já os efeito da crise na economia real, não é sensato, a questão principal foi a restrição ao crédito; além disso com o otimismo apregoado pelo governo, os Bancos já previam forte inadimplência, o que provocou na verdade um aumento real dos ” spreads”.

Outro número nada bom foi o nível de investimento, que caiu 9,8% no quarto trimestre, e é compreensível em função dos altos estoques, e de certa forma pelo comprometimento dos gastos públicos, que fez mais do PAC muito mais um ganho político do que investimento propriamente dito. A grande saída para a real mudança deste quadro de estagnação, é um corte nos juros num patamar maior, só assim poderemos viabilizar e minimizar o quadro econômico.

Podemos de certa forma entender que a política no Brasil induz a uma a letargia nas tomadas de decisões, principalmente em época de disputa eleitoral. Prioriza-se a nível de popularidade, fazer a suscessão, e as questões econômicas acabam sendo preteridas pelas de cunho político. Talvez ainda tenhamos tempo, muito depende agora do Copom, do Banco Central, do Bancos, dos ” spreads”, para que o banho de água fria dilua o pessimismo que nos abateu. Menos otimismo e mais realismo.

Fernando Rizzolo

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Direção da Embraer colocou 50,9% das ações nos EUA

Estatal estratégica, privatizada foi transformada pela atual gestão em montadora de aviões

Em 1990, a Embraer realizou 63% de suas vendas dentro do Brasil; em 1991, essa parcela passou para 68%, o que se repetiu no ano seguinte; em 1993, o percentual foi de 62%; em 1994 – somente em dezembro desse ano a empresa deixou de ser estatal – 60% das vendas da Embraer foram internas. Somente em 1997, três anos após a privatização, a situação se inverteu: nesse ano, 84% das vendas da Embraer foram feitas para o exterior (dados da Embraer, citados por Roberto Bernardes em “O Caso Embraer – privatização e transformação da gestão empresarial: dos imperativos tecnológicos à focalização no mercado”, Cadernos de Gestão Tecnológica Nº 46, São Paulo, CYTED: PGT/USP, 2000, pág. 20).

Hoje, segundo a diretoria da Embraer, “a empresa depende fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da economia global – mais de 90% de suas receitas são provenientes de exportações” (Comunicado à Imprensa, 19/02/2009 – grifo nosso).

Nenhuma companhia, muito menos de fabricação de aviões, pode se sustentar sem uma forte base no mercado interno. A Boeing é a maior exportadora dos EUA em valor de vendas – no entanto, até agora suas receitas provenientes de fora dos EUA atingiram, no máximo, 50% do total (cf. o discurso de seu então presidente, Phil Condit, na Export-Import Annual Conference de 2001). No ano passado a percentagem da receita que veio do mercado externo foi 40,7% (cf. o relatório anual da Boeing, divulgado em seu site). E observemos que isto é hoje, quando a empresa norte-americana é um polvo gigantesco que atua em 70 países. Durante 50 anos – ela foi fundada em 1916 – a parcela da receita que vinha do exterior era muito menor, somente se expandindo quando foi lançado o Boeing 737, em 1967.

Não deixa de ser interessante ouvir as loas de alguns ao “sucesso externo” da Embraer depois da privatização, geralmente acompanhadas da história de que a companhia estava falida quando dava prioridade ao mercado interno, isto é, quando pertencia à Aeronáutica.

Antes de entrarmos nas dificuldades financeiras da Embraer quando era estatal, observemos que a privatização foi, na verdade, uma desnacionalização. Hoje a composição acionária da empresa é um charco em que 50,9% das ações estão nos EUA – todas as ações da Embraer são “ordinárias”, isto é, capital votante. O Janus Capital Management tem 10,5% das ações; o Oppenheimer Funds tem 6,2%; o Thornburg Investment Management’s tem 5,2%; na Bolsa de Nova Iorque estão mais 29,8%; o notório testa-de-ferro Júlio Bozano tem 10,4%; e estão na Bolsa de São Paulo outros 18,2%.

Apesar disso, a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, o BNDES e a União, somados, têm 19,7%. Porém, há um “acordo de acionistas” que só permite a cada um o uso de 5% das ações nas votações das assembléias da empresa – um “acordo” que só tem um objetivo: impedir o Estado de usar seus 19,7% para valer os interesses do país.

Não é surpreendente, portanto, que tenha parecido tão excelente para a direção da Embraer a ideia de transformá-la num entreposto para o mercado externo. O problema é que isso é mais ou menos como boiar no mar, sem porto seguro. Na primeira tempestade nem o dinheiro do BNDES impede o boiante de se empanturrar de água salgada. Os 4 mil trabalhadores que a Embraer quer demitir são apenas o primeiro – e dramático – sinal de naufrágio, a demandar providências enérgicas do governo.

Quanto aos problemas da Embraer quando era estatal, eles nada tiveram a ver com a prioridade para o mercado interno – até porque, num país continental como o Brasil, é evidente a necessidade de aviões de variado porte, literalmente, do Oiapoque ao Chuí, ou seja, da Amazônia ao Rio Grande do Sul. Com um território tão grande e uma carência quase tão grande de transportes e comunicações, é preciso ser muito estúpido para dizer que “não havia mercado” para os aviões da Embraer no Brasil. Pelo contrário, o mercado natural da Embraer é o Brasil.

A Aeronáutica, portanto, estava plenamente justificada quando fundou a Embraer com o objetivo de desenvolver nossa capacidade tecnológica e industrial para suprir a necessidade nacional de aeronaves.

Mas uma fábrica de aviões necessita de uma política de desenvolvimento da aviação. Era preciso incentivar as empresas regionais e nacionais de aviação a comprar os aviões da Embraer – como os americanos, franceses, alemães e italianos fazem há décadas com as suas empresas. Era necessário estabelecer uma linha de financiamento via BNDES para a compra de aeronaves da Embraer – e isso foi negado, como de resto a qualquer companhia estatal, da mesma forma que virou um panamá depois que elas foram privatizadas. Era evidente a necessidade de um plano nacional de vias aéreas ligando os recantos mais afastados do país – e isso nunca foi feito, em contraste do que acontecia com os automóveis em relação às estradas de rodagem.

O autor do trabalho acima citado, que está longe de ser um adversário da privatização da Embraer, aponta que “para os novos controladores os reais interesses são o resultado econômico e financeiro e não os ideais almejados pelos antigos dirigentes iniciais da Embraer, que eram o desenvolvimento e capacitação de tecnologia nacional” (Roberto Bernardes, “O Caso Embraer”, pág. 54).
Resta acrescentar que esse “resultado econômico e financeiro” foi obtido ao estilo do proprietário da galinha dos ovos de ouro – de forma temerária, irresponsável, em síntese, burra.

E antes que apareçam alguns privatistas lembrando os benefícios das exportações da Embraer, vale lembrar que a empresa, depois que deixou de ser propriedade pública, tornou-se também uma grande importadora: “Do total de matérias–primas e componentes utilizados no processo de produção da empresa, em 1999, cerca de 95% provinham do mercado internacional. (….) atualmente (….) a empresa encontra-se praticamente descolada da cadeia produtiva industrial nacional”. (Roberto Bernardes, “O Caso Embraer”, pág. 53 – grifo nosso).

Em suma, a empresa se tornou uma montadora de aviões a partir de componentes importados – e dependendo do BNDES para vender no exterior o resultado da montagem: “Sem este suporte [do BNDES] no financiamento das vendas dificilmente a empresa teria obtido sucesso ou até quem sabe, sobrevivido à forte concorrência no mercado de jatos regionais”. (“O Caso Embraer, págs. 55/56).

No entanto, o grande sucesso de vendas da Embraer é um avião projetado na época em que era estatal, o ERJ145, um desenvolvimento do Brasília (EMB120) que já estava pronto quando a empresa foi privatizada. A grande contribuição dos privatistas foi esquartejar a fabricação do ERJ145: “A empresa espanhola Gamesa ficou responsável pela produção das asas, naceles do motor, carenagens da junção asa/fuselagem e as portas do trem de pouso principal. A Sonaca, empresa sediada na Bélgica, se comprometeu com a fabricação das portas de bagagem, de serviço e a porta principal, localizadas na fuselagem, além de uma seção dianteira da fuselagem e outra traseira e os dois pilones dos motores. A empresa chilena ENAer passou a produzir o conjunto de empenagem horizontal/profundo e a empenagem vertical. O interior da cabine de passageiros e compartimento de bagagem foi desenvolvido e fabricado pela [americana] C&D Interiors” (pág. 59 de “O Caso Embraer”).

CARLOS LOPES
Jornal Hora do Povo

Rizzolo:
Neste excelente texto, podemos observar o ” desvio de conduta” que originalmente inspirou a Aeronáutica na criação da Embraer, com o objetivo de desenvolver nossa capacidade tecnológica e industrial para suprir a necessidade nacional de aeronaves. A Embraer, como outras empresas nacionais privadas, sempre desprezaram o potencial do mercado interno brasileiro, ao mesmo tempo em que eram agraciadas com financiamentos do BNDES. No caso da Embraer o financiamento via recursos públicos, beneficiava os compradores, e sem ele jamais a empresa estaria apta a concorrer. A empresa se portava como uma estatal ao se beneficiar dos empréstimos, e como uma empresa privada ao exorbitar seu direito de demitir em massa os trabalhadores. Leia também artigo meu: Embraer: quando o governo financia o desemprego

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Solução para a Embraer é voltar a ser do Estado

A Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (Embraer), ao anunciar a demissão de 4.270 funcionários, declarou que “a crise sem precedentes que afeta a economia global” levou ao adiamento ou cancelamento de novos pedidos, implicando em uma redução do ritmo na linha de produção. “Apesar de sediada no Brasil, a Empresa depende fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da economia global – mais de 90% de suas receitas são provenientes de exportações, pouco se beneficiando, portanto, da resiliência que o mercado doméstico brasileiro vem demonstrando”, diz o comunicado da empresa, divulgado no dia 19 de fevereiro.

Posteriormente, em entrevista coletiva, o presidente da Embraer, Frederico Curado, reiterou: “O problema não é do governo, nem do mercado brasileiro, é do mercado mundial”.

A raiz do problema na Embraer reside exatamente na gestão adotada após a sua privatização – no mínimo, burra –, de direcionar as vendas de suas aeronaves quase que exclusivamente para o exterior, quando há um vasto mercado interno a ser explorado, independentemente da existência ou não de crise em outros países. Mercado interno, aliás, que foi a base para o crescimento econômico alcançado no governo Lula.

Até cinco anos antes da privatização da empresa, em 7 de dezembro de 1994, mais de 60% das vendas da Embraer eram destinadas ao mercado interno, tanto para uso civil (Bandeirante, Brasília etc.), quanto militar (Tucano, AMX). Posteriormente, a prioridade passou a ser o mercado externo, ganhando impulso a partir de 1997, quando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) passou a financiar suas exportações, aportando US$ 8,39 bilhões (ou R$ 19,7 bilhões) nos últimos 12 anos. Só no ano passado os créditos somaram US$ 542,3 milhões (ou R$ 1,27 bilhão).

O presidente da Embraer, Frederico Curado, disse que houve uma queda de 30% nos pedidos que vão até 2012, sendo que a estimativa de entrega de aeronaves para este ano foi revista de 270 para 242, com uma redução de investimentos para US$ 350 milhões. Como o gerenciamento da empresa é voltado para o mercado externo, a “mágica” política adotada foi as demissões, à espera da miragem da recuperação do mercado de aviação em nível mundial, particularmente nos Estados Unidos. Segundo ele, quando houver essa “recuperação”, só Deus sabe quando, a empresa poderá recontratar os demitidos. “Assim que as encomendas voltarem, temos todo o interesse em fazer contratações”, afirmou Curado, sem passar por sua cabeça que a solução se encontra no mercado interno, um dos maiores do mundo, e não nas economias que se encontram em recessão, atiradas ao fundo do poço pela ação devastadora dos monopólios.

Contribuiu de forma decisiva para a temerária gestão adotada na Embraer, após a privatização, o fato de que mais da metade de suas ações estejam nos Estados Unidos: 21,9% diretamente nas mãos de fundos norte-americanos e 29,8%, na Bolsa de Nova Iorque.

Insistir no atual modelo de gestão, como sugere o presidente da Embraer, de priorizar o mercado externo e ficar esperando que os chamados países ricos superem suas crises, é o caminho que leva à quebra da empresa.

A solução para a Embraer passa pelo fortalecimento do estratégico setor aeronáutico, dentro de um projeto de desenvolvimento nacional, o que, obviamente, é completamente antagônico em continuar dependente dos interesses dos falidos monopólios. As ações da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), BNDESPar e União somam 19,7% do capital total da Embraer. Isso já é um bom começo para que o Estado retome as rédeas da empresa; em outras palavras, para a Embraer voltar a ser uma empresa estatal, tendo como norte o objetivo de quando foi criada em agosto de 1969 e fundada em janeiro de 1970: desenvolver internamente o transporte de cargas e de passageiros e prover a frota da Força Aérea Brasileira.

Jornal Hora do Povo
por Valdo Albuquerque

Rizzolo: Não resta a menor dúvida de que a opção pelo mercado externo fez da Embraer uma empresa de vulnerabilidade às ” turbulências” do mercado. Muito bem colocada a questão pelo texto acima, apregoando a racionalidade nos investimentos no mercado interno.

Ora, a Embraer já deveria ter se dado conta de que o Brasil possui um enorme mercado consumidor de aeronaves, alem disso, nem precisa ser um grande estrategista para saber que uma empresa privada deve saber dosar seus investimentos no exterior diminuindo desta forma sua vulnerabilidade. Leia também: Embraer: quando o governo financia o desemprego

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Demissões foram ‘anomalia’ e Embraer foi precipitada, diz Lula

SÃO PAULO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de “uma grande anomalia” as demissões da Embraer, que mandou embora 4,2 mil funcionários no último dia 19. No programa semanal Café com o Presidente, nesta segunda-feira, 2, ele disse que a direção da fabricante de aviões foi “precipitada”.

“Chamei a direção da Embraer e disse que eles foram precipitados, que poderiam ter negociado com os trabalhadores. Já tínhamos outras experiências no Brasil em que a negociação é o melhor caminho. Obviamente que vamos trabalhar para ver se a Embraer consegue ter as encomendas, produzir os aviões e vender, porque essa é a certeza de que teremos os postos de trabalho ocupados pelos trabalhadores outra vez.”

Lula afirmou ainda estar “preocupado” com a possibilidade de aumento do desemprego no País, mas aposta em uma melhora da atividade econômica do país, afetada pela crise mundial, a partir de março. O presidente admitiu que fevereiro ainda trará cortes de vagas de trabalho, mas que a situação deve melhorar.

“Nós prevíamos um primeiro trimestre muito delicado por conta da crise internacional. Mas, ao mesmo tempo, todas as medidas que tomamos, seja a liberação de mais crédito para financiar capital de giro, seja o incentivo à construção civil, seja repassar mais dinheiro para o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], tudo isso tem um processo de maturação que, na minha opinião, começa a melhorar agora, a partir de março.”

Lula aposta no ‘mercado interno potencial e extraordinário” para fortalecer a economia. “Volto a repetir aquela velha história da roda gigante: se as pessoas consumirem adequadamente, se comprarem aquilo que necessitam, o comércio vai vender e vai encomendar das fábricas, que vão produzir mais e, portanto, vamos gerar os empregos necessários aqui dentro do Brasil.”, afirmou.

Ao comentar os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre desemprego, o presidente admitiu que o mês de fevereiro “certamente” fechará com queda na oferta de postos de trabalho. Mas a previsão do governo, segundo ele, é de que os números comecem a melhorar já a partir deste mês.

Lula lembrou a escassez de crédito em todo o mundo e afirmou que ainda quer negociar com o Banco Central e com o Ministério da Fazenda maior redução do spread bancário (diferença entre as taxas que os bancos pagam ao captar dinheiro no mercado e o juro que cobram nos empréstimos).

Para o presidente, estratégias como a de ampliar os postos de trabalho por meio de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além do lançamento do programa habitacional que irá distribuir 1 milhão de casas populares para pessoas com renda entre zero e dez salários mínimos, “dinamizam” a economia brasileira.

Inflação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (2) que a inflação brasileira está sob controle e que ficará dentro da meta estabelecida para 2009 e para 2010. Segundo ele, a alta registrada no início deste ano é “sazonal”, provocada por setores como educação e transporte.

“Nós temos consciência de que inflação controlada significa mais poder aquisitivo para os trabalhadores e de que inflação alta significa prejuízo. Por isso, vamos cuidar para que a inflação fique definitivamente controlada e para que não seja um problema para o povo brasileiro.”
Agência Estado

Rizzolo: O mais curioso nestas declarações, é a característica passiva do governo frente ao absurdo número de demissões. Chamar de anomalia, requerer a presença do presidente da Embraer, e depois nada fazer, apenas lamentar é um absurdo. A grande verdade é que as centrais sindicais – exceto algumas -, estão totalmente atreladas ao governo, e não mais brigam pelos trabalhadores; são intervenções tímidas, sem luta, ficando a questão para o Judiciário.

Agora, precipitado no meu entender, é distribuir dinheiro público, do povo, do trabalhador, a empresas privadas, sem o mínimo de vinculação de política social em relação aos empréstimos. Outra questão: incentivar o consumo a qualquer custo em época de desemprego em crise é perigoso, e não vai sensibilizar os banqueiros a abaixar os spreads.

É claro que, se o banqueiro sabe que o tomador de empréstimo está sendo incitado a consumir, e vê pela frente uma terrível crise com desemprego, embute um spread maior. Melhor é não falar nada, não é? De qualquer forma, o indicador mais aguardado da semana será divulgado na sexta-feira, quando a FGV mostrará o resultado da produção industrial brasileira em janeiro. Vamos ver.

Embraer: quando o governo financia o desemprego

Já havia uma suspeita, mas nada de concreto, nos corredores já se falava, mas ninguém confirmava absolutamente nada. De repente então, a Embraer anuncia cerca de 4.200 demissões, o equivalente a 20% de seu quadro de 21.362 funcionários. O argumento, é claro, foi dentre outros, o mau desempenho no terceiro trimestre do ano passado, quando a Embraer anunciou seu primeiro prejuízo trimestral (R$ 48 milhões) em 11 anos.

A grande questão é saber até que ponto, uma empresa como a Embraer, que conta as benesses do governo ao se destacar como sendo uma das empresas que mais recebe dinheiro público – US$ 7 bilhões desde a sua privatização – estes advindos de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico ( BNDES), cujo capital, cerca de 40% são provenientes de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), pode de uma hora para outra demitir um número tão alto de funcionários, sem ao menos abrir uma discussão, tampouco não informando oficialmente o Sindicato dos Metalúrgicos sobre suas intenções.

O caso da Embraer nos leva a refletir o real papel do Estado e sua relação com a iniciativa privada, quando se posiciona como financiador do desenvolvimento através dos recursos públicos, e incorpora sua fragilidade na participação e na contenção das decisões da iniciativa privada que envolvem as demandas sociais.

Talvez a questão enseja o início de uma discussão do papel do BNDES, do governo e da iniciativa privada nessa cadeia pouco virtuosa, onde o trabalhador é surpreendido nas demissões no atacado, sob a legitimidade da crise, sendo que por parte do governo resta apenas a indignação, um débil instrumento diante da brutal realidade face ao número de demitidos.

O momento atual é decisivo para que o governo supra a lacuna entre a responsabilidade social empresarial e o desenvolvimento via recursos públicos, basta saber se diante disso, o ” garoto propaganda da Embraer “, como Lula se declarou em 2007, conseguirá reverter esta tragédia aérea, ao convocar o presidente da empresa para maiores explicações, que com certeza serão as do resultado da empresa.

Fernando Rizzolo

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Ipea: indústria é o setor mais pessimista

SÃO PAULO – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a indústria é o setor mais pessimista em relação à economia para os próximos 12 meses, contrastando com a maior confiança sentida no comércio e serviços. O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ressaltou que a indústria tem uma visão “mais crítica” da situação atual e frisou que o setor não está pessimista, mas tem sim uma “visão de adversidade”.

Pochmann acredita, também, que o comércio talvez ainda não tenha sofrido os efeitos mais diretos da própria crise. De acordo com o Sensor Econômico do Ipea, divulgado hoje pela primeira vez, o componente de parâmetros econômicos revelou confiança ou otimismo com relação à queda dos juros, à estabilidade no câmbio e ao comportamento moderado da inflação. Em contrapartida, os aspectos sociais foram fonte de preocupação, como o desempenho de variáveis como massa salarial, pobreza, desigualdade e violência.

A indústria é o segmento mais preocupado com o seu próprio desempenho. O setor se mostra apreensivo com relação à expectativa de melhora da utilização da capacidade instalada e espera um quadro adverso para as contratações e a margem de lucro para os próximos 12 meses. O setor de comércio e serviços, contudo, mostra-se apreensivo com relação à utilização da capacidade e à previsão de margem de lucro, e espera um cenário adverso apenas nas contratações. Para Pochmann, “haverá, provavelmente, como fruto da crise, a ampliação do desemprego e possivelmente da violência”.

Confiança

A agropecuária foi o único setor que demonstrou confiança com a utilização da capacidade, mas revelou apreensão com a expectativa de novas contratações e um cenário adverso com a margem de lucro. Comércio e serviços foi o único setor que mostrou apreensão com as expectativas de expansão da massa salarial, em contraste com a agropecuária e a indústria, que veem um quadro adverso para o próximo ano.

Com relação à desigualdade social, todos os setores mostraram apreensão. Em relação à violência, todos esperam um cenário adverso. A preocupação com o aumento das exportações ficou patente em todos os setores, que se mostraram apreensivos, ou mesmo esperaram um cenário adverso para os próximos 12 meses. Com relação à previsão de crescimento do PIB, agropecuária e indústria se mostraram confiantes e comércio e serviços demonstrou otimismo.

O sensor do Ipea mostrou que todos os setores mostraram otimismo com relação à taxa de câmbio e ficaram divididos entre confiança e otimismo com relação à inflação. Já a taxa de juros foi motivo de apreensão apenas para a agropecuária, enquanto indústria, comércio e serviços se disseram confiantes.

O sensor foi elaborado por meio de entrevistas com 115 entidades do setor produtivo, realizadas na terceira e quarta semanas de janeiro. O levantamento abrangeu todos os setores da economia, com exceção do financeiro e do informal. O Ipea elaborou uma escala que varia de -100 a +100 pontos. Entre -100 e -60, o resultado indica pessimismo; na faixa entre -60 e -20, indica adversidade; entre -20 e +20, apreensão; entre +20 e +60, aponta para confiança; e entre +60 e +100, revela otimismo.
agencia estado

Rizzolo: O que se observava até novembro, era medidas que visavam a redução da jornada de trabalho, contudo o que vemos hoje diante do pessimismo na indústria, é a efetiva redução de vagas. É claro que esta atitute é geralmente a última a ser adotada, por que o custo das demissões é alto. Os efeitos da crise como bem assinalou Pochmann será a ampliação do desemprego e possivelmente da violência.

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Otimismo da indústria brasileira despenca com a crise, indica pesquisa

A crise econômica mundial provocou uma queda acentuada na expectativa do setor industrial brasileiro em relação ao desempenho da economia neste ano, segundo indica uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento, realizado pela consultoria KPMG e pela empresa de pesquisas Markit, indica que 22% das companhias brasileiras esperam uma redução na atividade neste ano, contra apenas 3% na mesma pesquisa realizada há seis meses.

A pesquisa ouviu cerca de 1.800 representantes de indústrias nos quatro países do chamado grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), que reúne as maiores economias emergentes.

Segundo o levantamento, em apenas seis meses as expectativas das empresas desses países mudou de um forte otimismo sobre a atividade industrial em 2009 para previsões negativas ou um otimismo reduzido.

A queda no otimismo no Brasil foi o mais acentuado entre os quatro países. Em uma escala entre -100 (máximo pessimismo) e +100 (máximo otimismo), a confiança entre os empresários brasileiros caiu de +65,3 há seis meses para -3 na última pesquisa.

Na China, o índice de confiança na atividade industrial caiu de +36,3 para +2,6, enquanto que entre os empresários indianos houve uma queda na confiança de um índice de +62,9 para -1,6.

Dos quatro países Bric, a Rússia é o único onde as empresas ainda permanecem relativamente otimistas sobre o desempenho da economia neste ano, com um índice de confiança de +21,2 – ainda assim bastante abaixo dos +63,2 verificados na pesquisa anterior.

No geral, o índice de confiança das empresas dos países Bric sobre a economia neste ano ficou em +3,5, indicando um leve otimismo, em oposição à média de +47 há seis meses.

Segundo a KPMG, o resultado do levantamento indica a vulnerabilidade dos mercados emergentes em um cenário de crise econômica global e de queda na demanda por importações.

Ainda assim, mesmo uma pequena expansão da economia nos Bric “pode representar algum grau de suporte para a economia global com os Estados Unidos e a Europa se encaminhando para uma forte recessão”, segundo afirma Ian Gomes, diretor da KPMG para mercados emergentes.

Agência Estado

Rizzolo: O resultado da pesquisa demonstra uma realidade e uma percepção cada vez mais apurada da crise que chegou e atingiu a economia real. Claro que o entusiasmo é bom quando respaldado na realidade, agora, otimismo sobre dados concretos é no mínimo algo irresponsável. A indústria brasileira, depois do tombo de dezembro, ainda está com estoque alto e as vendas de matérias-primas, em alguns casos, chegam a ser de apenas 30%. Os dados e números não negam temos que nos preparar para resultados nada animadores para o próximo trimestre.

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Analistas veem maior poderio militar do Brasil

SÃO PAULO – Especialistas em defesa afirmam que as compras de material militar recentemente fechadas pelo governo não apenas repõem a capacidade bélica do País, mas também apontam para uma alteração, a longo prazo, do peso político-estratégico do Brasil no mundo. Segundo esses pesquisadores, as Forças Armadas brasileiras continuarão distantes de países líderes no setor, como Estados Unidos, Rússia e China, e das potências europeias, como Reino Unido, França e Alemanha. Mas o País poderá aspirar a uma capacidade próxima da de outras nações da Europa, como Espanha e Itália, e assumir maior protagonismo internacional – exigível de um membro permanente do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU), desejo da política exterior brasileira.

É um processo de reposição e ao mesmo tempo de modernização?, diz Geraldo Cavagnari, do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade de Campinas (Unicamp). Desde 1995, as Forças Armadas vêm sofrendo um processo de desmonte. Ficamos desatualizados em termos de tecnologia militar.

A movimentação na área estratégico-militar foi intensa nos últimos três meses. Incluiu a compra de 63 helicópteros – 12 da Rússia e 51 da França -, a aquisição, também dos franceses, de quatro submarinos Scorpène e da tecnologia do casco do submarino nuclear, além da construção de um estaleiro para montar as embarcações e uma nova base naval no Rio de Janeiro. Também foi lançada a Estratégia Nacional de Defesa, documento de 64 páginas que lista 19 ações a serem iniciadas entre 2009 e 2010, para dinamizar a área. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Rizzolo: Levando-se em consideração a extensão territorial do Brasil, ainda estamos muito longe de termos uma Forças Armadas à altura do nosso território, contudo existem avanços. O problema é saber se realmente essa tal apregoada ” transferência de tecnologia”, vai realmente ocorrer. No caso do submarino nuclear, o que a França nos oferece é um esqueleto de submarino que poderá ser adaptado ao uso nuclear, ou seja, ele já prevê a opção nuclear que é na realidade essencial para o Brasil haja vista sua capacidade de autonomia diante do nosso vasto território.

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Lula diz que Brasil terá submarino nuclear em breve

BRASÍLIA – Durante cerimônia em homenagem ao Dia do Marinheiro e de entrega da Medalha do Mérito Tamandaré, durante a manhã desta quinta-feira, 11, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, por meio de mensagem, que o Brasil terá um submarino nuclear em breve. “Os acordos para a construção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear estão se tornando a cada dia mais concretos. Em alguns anos, o Brasil fará parte do seleto grupo de nações que possuem esse fator”, afirma o presidente.

Na mensagem Lula destacou, ainda, que uma das prioridades do Programa de Reaparelhamento da Marinha são os navios-patrulha que irão operar nas imediações das plataformas petrolíferas.

O vice-presidente da República, José Alencar, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o presidente do Senado, Garibaldi Alves, participaram da cerimônia. “Esta homenagem recompõe as tradições da marinha e faz parte daquilo que chamamos de integração das Forças Armadas com a sociedade brasileira”, destacou Jobim ao sair do evento.

Agência Estado

Rizzolo: Precisamos dar prioridade não só no programa a implantação do projeto do submarino de propulsão nuclear, mas também aos submarinos convencionais, construção de navios-patrulha oceânicos e fluviais (estes últimos para o patrulhamento da Amazônia), e a compra de aviões de caça considerados de última geração, constante do projeto FX da Aeronáutica.

Alem disso, temos também que dar ênfase ao desenvolvimento nacional de famílias de mísseis, sejam antiaéreos, terra-ar ou mar-ar; a aquisição de radares tridimensionais de defesa aérea e ampliação da frota de helicópteros para transporte e defesa.

O Brasil não pode ser um mero comprador de materiais de defesa, precisamos fortalecer nossa indústria bélica, não basta sermos uma super poderosa força de combate de 45.000.000 (quarenta e cinco milhões) de homens, temos que ir além, na defesa de nossa soberania.

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Indústria cresce 0,8% em outubro sobre um ano antes e fica abaixo do esperado

A produção industrial brasileira cresceu 0,8% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

É a menor taxa desde dezembro de 2003, quando a expansão havia sido de 0,3%. Na comparação com setembro, a atividade caiu 1,7%.

Os números estão aquém do esperado por economistas, segundo pesquisa feita pela agência Reuters de informações. Analistas ouvidos pela empresa previam expansão de 2,7% em relação a outubro do ano passado e queda de 0,3% em comparação com setembro.

De janeiro a outubro, a produção teve crescimento de 5,8%; nos últimos 12 meses, de 5,9%.

Ainda, o IBGE revisou para baixo os dados de agosto e setembro. No oitavo mês do ano, a produção industrial caiu 1,5% ante julho, e não 1,2%, como informado anteriormente. Em setembro, houve aumento de 1,5% sobre agosto, em vez de 1,7%.

Bens duráveis caem mais

De setembro para outubro, a queda foi liderada pelo setor de bens de consumo duráveis, que registrou uma retração de 4,7%. Este era um dos segmentos que mais vinham crescendo ao longo de 2008. Mesmo com a queda em outubro, a alta acumulada no ano é de 10,5%.

Os bens intermediários foram o segundo item com maior recuo entre setembro e outubro (de 3%). Os bens de consumo semiduráveis e não duráveis tiveram retração de 2,2%.

Os bens de capital – aqueles usados para produção de outros bens – foram os que menos sofreram na passagem de setembro para outubro, com um recuo de apenas 0,5%. Esse item, no acumulado do ano, está disparado na frente dos demais, com crescimento de 18,4%, bem acima da média geral da indústria (5,8%).

Na comparação entre outubro de 2008 e o mesmo mês de 2007, os bens de capital registraram taxa de crescimento de dois dígitos, de 15,8%. Os bens de consumo duráveis declinaram 1,5%, menor taxa desde fevereiro de 2007 (-2,6%), mas os semi e não-duráveis subiram 0,6%. Bens intermediários apresentaram queda de 2,4% perante outubro do ano passado.

Setores
Conforme o levantamento do IBGE, 15 dos 27 ramos analisados registraram queda na produção na passagem de setembro para o mês seguinte. As categorias mais prejudicadas foram “produtos químicos” (-11,6%), “refino de petróleo e produção de álcool” (-9%) e “máquinas e equipamentos” (-5,2%).

Perante outubro de 2007, quando a atividade da indústria brasileira avançou 0,8%, 12 dos 27 segmentos estudados tiveram crescimento. Chamaram atenção “equipamentos de transporte”, com elevação de 63%, “indústria farmacêutica”, que teve expansão de 28,2%, e “máquinas e equipamentos”, com ampliação de 6,3%.

(Com informações de Reuters e Valor Online)

Rizzolo: Na realidade o que houve no mês de outubro foram muitos cancelamentos de pedidos, e a indústria naturalmente, foi obrigada a reduzir a produção. A questão da escassez de crédito atingiu a todos os segmentos. O setor de bens de capital caiu 4,7%, por exemplo. Este, é o setor justamente mais sensível às variações do dólar e ao estancamento do crédito. São bens de maior valor agregado. Quem tinha produção mensal constante foi obrigado a parar. Acredito que em novembro haverá nova retração da produção industrial, dessa feita, em escala maior.

A notícia de que os EUA estão oficialmente em recessão, contribui para que o cenário brasileiro piore. O número mais relevante de ontem nos EUA foi um indicador de que a crise talvez dure outro ano: o ISM industrial, o índice que dá a tendência de produção nas fábricas, a partir de uma pesquisa entre os encarregados de compras despencou a 36%, o pior desde 1982, final da feia recessão.

Dados mostram que a recuperação dos EUA se dará apenas no segundo semestre de 2010. Nós aqui no País da ” marolinha”, estamos nos preparando para tomar um “caldo” de uma grande que se aproxima. E tem gente que ainda acredita que não houve nada de errado no caixa da Petrobras, para ter que recorrer ao empréstimo da Caixa, uma estatal ” inchada” onde a gestão é baseada no empreguismo e no descontrole financeiro.

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‘Aura invencível’ dos principais emergentes evaporou, diz ‘FT’

LONDRES – A crise financeira está levantando questionamentos sobre a administração de recursos baseada no conceito dos Brics, grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia e China, aponta o FT.com. As grandes diferenças existentes entre esses quatro países agora começam a ser colocadas em xeque por gestores no momento da elaboração de carteiras.

Conforme o site do Financial Times, desde o início do ano a “aura invencível” que envolvia os quatro maiores emergentes do mundo evaporou, pois seus mercados de ações combinados tiveram desvalorização próxima a 65%. “O colapso nesses mercados, que estavam subindo dramaticamente desde que foram agrupados pela primeira vez como Brics, em 2001, pelo Goldman Sachs, fez crescer os questionamentos sobre o mérito de combinar esses países como um portfólio de investimentos”, diz o site.

Para especialistas, a queda do preço das commodities e a contração global sugerem que ficou menos útil colocar todos eles na mesma cesta. “Eu sempre achei o conceito dos Brics, apesar do ótimo marketing e de uma marca valiosa, um pouco artificial – e por uma razão óbvia: os quatro países são muito diferentes e só têm em comum a sua escala geográfica continental e o fato de serem economias grandes”, afirmou ao FT.com o chefe de mercados emergentes do Dresdner Kleinwort, Arnab Das. Segundo ele, as diferenças ficaram mais aparentes com o agravamento da crise.

Entre os quatro, a Rússia é o país que mais está sofrendo com a turbulência global. O mercado de ações passou a desabar desde meados do ano a partir do conflito com a Geórgia. Depois vieram as preocupações com a saúde do sistema bancário e a forte queda das commodities.

O Brasil, que também é produtor de matéria-prima, está vendo uma expressiva desvalorização da moeda, já que os investidores estão buscando ativos menos arriscados pelo globo, como os títulos do Tesouro norte-americano.

No caso da China e da Índia, os mercados de ações também registraram quedas fortes, mas as moedas não sofreram tanto porque passam por maior controle.

O chefe de mercados emergentes do Deutsche Bank, Dalinc Ariburnu, concorda que os Brics são “animais diferentes”. Ele acredita que os dois produtores de commodities, Brasil e Rússia, verão taxas de crescimento muito menores no próximo ano na comparação com China e Índia.

O especialista prevê que o PIB brasileiro deve crescer 2,9% em 2009, enquanto o da Rússia terá alta de 3,5%. Já para China e Índia as estimativas são de alta de crescimento de 7,6% e 6%, respectivamente.

Alexander Tarver, especialista de emergentes do HSBC Global Asset Management, acredita que os investidores devem ter uma avaliação diferente para cada país em razão da volatilidade. “Se você recuar e pensar em quatro mercados separadamente, você não pensará necessariamente em Brics.”

Já o criador da sigla, o economista do Goldman Sachs Jim O’Neill, acredita que o grupo é tão relevante agora como em novembro de 2001, quando a expressão Brics foi usada pela primeira vez. “Os Brics não possuem a mesma economia, mas eles dividem a similaridade de terem grandes populações, que estão mudando de comportamento e estilo de vida”, diz O’Neill ao FT.com. “Eles são o futuro do mundo.”

Agência Estado

Rizzolo: A economia brasileira, na verdade, está muito relacionada com o desempenho da China, o que observamos atualmente é a crise batendo de forma implacável em países que outrora pensávamos pouco afetados. A indústria chinesa de manufaturados sofre com a diminuição das exportações, de tal forma que já existe uma crise em ” cascata” nas economias emergentes que se relacionam entre si. A constatação de que o impacto da crise era nos emergentes já está se concretizando a cada dia, leva o investidor aos papéis como como os títulos do Tesouro norte-americano. É a “marolinha” se transformando numa imensa onda. Aos ingênuos que acreditam na solidez da Petrobras serve o artigo para uma reflexão.

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Esquadra russa fará manobras conjuntas com Venezuela

MOSCOU – Uma esquadra naval russa deverá chegar amanhã à Venezuela para a realização de manobras militares conjuntas com a Marinha local, informou hoje em Moscou um porta-voz das forças navais da Rússia. As manobras coincidem com a presença do presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, na região. Entre os navios enviados à Venezuela encontra-se o cruzador movido a energia nuclear Pedro, o Grande.

“Em 25 de novembro começará a visita de um destacamento na Frota do Norte a (o porto venezuelano de) La Guaira”, disse Igor Dygalo, porta-voz da Marinha russa. “Em 1º de dezembro, os navios russos realizarão manobras navais em conjunto com a Marinha da Venezuela.”

De acordo com ele, as manobras militares incluirão treinamentos de planejamento operacional, de ajuda a embarcações em perigo e de abastecimento de navios em movimento.

A decisão russa de realizar manobras militares em conjunto com a Venezuela no Mar do Caribe é vista por analistas como uma mensagem de desafio aos Estados Unidos.

Medvedev deverá visitar a Venezuela esta semana como parte de um giro pela América Latina. Ele se reunirá com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O presidente russo, que esta semana também visitará o Brasil, chegará à Venezuela na quarta-feira e encerrará seu giro pela região com uma viagem a Cuba. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado

Rizzolo: É claro que essas manobras têm endereço certo: os EUA. Os russos pretendem dar uma resposta em relação ao acordo com a Polônia que prevê a instalação de antimísseis por parte dos EUA naquele País Na verdade os russos não aceitam a presença americana na Europa Oriental, a afirmam que os antimísseis são na realidade contra a Rússia, e não contra o Irã. Face a este ótimo pretexto, e com a ajuda do fanfarrão Chavez, e de outros na América Latina, a Rússia provoca os EUA no mar do Caribe, ao mesmo tempo em que a esquerda boba latino americana bate palmas as manobras.

Seria o caso de nos perguntarmos: O que os países da América Latina ganham com a presença russa no nosso continente ? A resposta é nada, a não ser uma inspiração pouco democrata que ainda permeiam as idéias de Putin e Dmitry Medvedev. O governo brasileiro gritou quando a Quarta Frota surgiu, mas o silêncio em relação às manobras russas não nos deixam dúvidas: A Rússia pode, os EUA não. Não é ? Nem satisfação o governo brasileiro pede aos russos, já em relação aos EUA a indignação foi total, afinal de contas na cabeça da esquerda latino americana os EUA são os ” imperialistas”, não é verdade ? Ah ! Quanto atraso, hein !!!.

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“Pedro o Grande” iniciou viagem à Venezuela

Uma flotilha da Frota russa do Norte iniciou hoje uma larga viagem para participar nas manobras em conjunto com navios venezuelanos , informou o porta-voz da Armada Russa , o capitão Igor Dygalo.

“A Esquadra russa , integrada pelo navio principal da Frota do Norte , o cruzeiro nuclear lança-mísseis “ Pedro o Grande” o grande navio anti-submarino “Almirante Chabanenko” e vários navios de apoio, abandonaram esta segunda-feira ( 22) sua base de Severomorsk localizada no Mar Barents para efetuar manobras em alto mar , incluindo os exercícios com a Armada da Venezuela”, disse o porta-voz.

Segundo seus palavras , o grupo de navios russos “cumprirá missões , conforme as normas internacionais que regulamenta a utilização da Marinha da guerra nos tempos de paz”.

A Esquadra russa chefiada pelo comandante adjunto da Frota do Norte , o vice-presidente Vladimir Korolyov, navegará mais de 15.000 milhas marítimas, comunicou o porta-voz.

O primeiro mandatário da Venezuela , Hugo Chávez , confirmou o passado 7 de setembro a visita de uma frota russa a Venezuela e admitiu a possibilidade da uma manobra naval conjunta no Mar de Caribe.

O cruzeiro lança-míseis “Pedro o Grande” é o maior cruzeiro nuclear do mundo, da classe Kirov. Foi botado em 1996. Tem uma tripulação de 727 homens, com 97 oficiais . Está armado com helicópteros, 20 lança-mísseis de cruzeiro Granit , 12 lança-mísseis antiaéreos e sistemas Vodopad de defesa contra os submarinos. Longitude de 251 metros , manga -28,5 metros , calado-10 metros , velocidade -30 nós , propulsão- 4 reatores nucleares.

Pravda.Ru
Rizzolo: Bem como se pode inferir, (veja o vídeo) “ Pedro o Grande” é o maior navio de guerra nuclear do mundo, fazendo desta feita manobras ” ao lado de casa”. Em relação as afirmativas do presidente Lula de que “cobraria uma explicação de Chavez” no tocante a estas manobras, ninguém viu absolutamente nada, o silêncio foi total. Quando houve um anúncio sobre a Quarta Frota, o mundo parecia que ia se acabar para os petistas e para a esquerda em geral. Agora, quando a Rússia participa das manobras em conjunto com navios venezuelanos, tudo é legitimado, e por trás a esquerda aplaude. O único aqui a gritar era este Blog, gritar a incoerência em atacar os EUA e a condescendência em relação às manobras chavistas no Caribe. Depois eu é que sou o “imperialista ” ou o ” servo do império”. Dá para dormir com um barulho desses, ou duas medidas? Pelo menos falo a verdade, não estou atrelado a nenhuma imprensa comprometida. Como já ouvi de um político falando sobre mim com o outro: ” Esse Rizzolo advogado está muito solto, ele não é de ninguém, e está ficando conhecido, fico de olho nele, hein! ”

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