Pinça é esquecida dentro do abdome de paciente em MG

O Hospital São José, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, instaurou sindicância administrativa para apurar as responsabilidades por uma pinça cirúrgica ter sido “esquecida” no abdome de um paciente. Lázaro precisou passar por nova cirurgia para a retirada do objeto. O aposentado permanecia internado hoje em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Seu estado de saúde era considerado estável e a previsão é que ele seja liberado nos próximos dias.

O aposentado Lázaro Lorena da Silva, de 59 anos, passou por um procedimento cirúrgico para a retirada de parte do intestino grosso no dia 24 de dezembro e recebeu alta médica três dias depois. No período de recuperação, ele começou a sentir fortes dores na região abdominal e foi levado novamente para o hospital. Uma radiografia constatou a presença da pinça, semelhante a uma tesoura curva, em seu organismo.

Familiares do aposentado registraram boletim de ocorrência na Polícia Civil. O Conselho Regional de Medicina (CRM) em Uberaba promete investigar o episódio caso receba uma denúncia formal.

estadão
Rizzolo: É interessante notar a essência do comportamento corporativista médico neste país. Quando milhares de estudantes de medicina são obrigados a estudar no exterior, em função do reduzido numero de vagas nas Universidades públicas, e diante da espoliação praticada pelas Universidades privadas que chegam a cobrar uma mensalidade de R$ 5000, 00 reais por mês, o Conselho Federal de Medicina alega que o nível das Universidades que ministram o ensino médico no nosso país é bom . Ora, contra fatos não há argumentos, e a notícia acima é apenas uma pequena amostra do que é o ensino médico no Brasil. Agora, submeter milhares de estudantes pobres, que se auto exilam na Bolívia e na Argentina, para realizar um sonho em ser médico num país que necessita de médicos, e ainda em nome da reserva de mercado e do lucro negar-lhes o CRM com a desculpa da baixa qualidade do ensino no exterior é uma afronta quando lemos notícias como esta. Vamos mudar essa situação em nome do bom senso e desse corporativismo perverso. Se há exames para estudantes brasileiros no exterior, que o mesmo exame seja aplicados a estudantes de medicina no Brasil, nos moldes da OAB. Como membro efetivo da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP classifico como lamentável estes fatos.

Maioria dos governadores quer a volta da CPMF

A maioria dos governadores eleitos em outubro defende a recriação de um imposto nos moldes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta pelo Senado em 2007. Apenas seis governadores de oposição – dois do DEM e quatro do PSDB – disseram ser contra a medida. Mesmo assim, um tucano, o governador reeleito de Minas Gerais, Antonio Anastasia, está entre os 14 que se manifestaram a favor da volta do imposto do cheque.

A reportagem procurou os 27 governadores que continuam no cargo ou tomam posse em janeiro. Dois não foram localizados e cinco não se manifestaram. Entre esses está o alagoano Teotonio Vilela, que em 2007 chegou a dizer que “todos os governadores do PSDB” queriam a aprovação da CPMF. Os cinco petistas eleitos apoiaram a iniciativa.

Anastasia lembrou ontem que “a maioria esmagadora” dos governadores se posicionou a favor da manutenção do tributo em 2007, derrubado pelo Senado na principal derrota no Congresso sofrida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A saúde é a chamada política pública de demanda infinita”, disse o mineiro, que esteve ontem com o senador eleito Aécio Neves (PSDB) em Caeté (MG).

O novo movimento em prol de um tributo para financiar a saúde pública tem à frente os seis governadores eleitos pelo PSB, partido da base de apoio de Lula. Um dia depois de a presidente eleita, Dilma Rousseff, ter defendido novos mecanismos de financiamento para o setor, os socialistas lançaram sua mobilização, em reunião da Executiva Nacional em Brasília.

Os governadores eleitos pela oposição, como Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Beto Richa (PSDB-PR), lembraram a urgência da reforma tributária como justificativa para questionar a simples criação de mais um tributo. “O mais urgente é discutir o modelo tributário de maneira mais ampla”, disse Alckmin. “É preciso resolver o grave problema do subfinanciamento da saúde, mas o ideal é evitar a criação de tributos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Rizzolo:A oposição que rechaçou a contribuição, na época, por bem desejou a continuidade da imutabilidade tributária do setor financeiro; rechaçaram a CSS pois é um tributo de difícil sonegação e atinge em cheio o chamado ” caixa dois”. Poucos como o ex-ministro da saúde Adib Jatene, possuíram a determinação e coragem de apontar o dedo ao espírito egoísta dos que insistem em serem insensíveis a um problema de tal magnitude.

A saúde pública precisa de muito recurso, sim. Os pobres, as crianças carentes, os moradores da periferia, merecem ter uma medicina digna, um atendimento humano, um sofrimento amenizado nos abarrotados corredores dos hospitais públicos e um maior número de médicos. Nada justifica um não como aconteceu, numa atitude pouco cristã e humana, sob argumentos “pseudo técnicos e frios”, como arma para justificar a falta de generosidade e o amor ao próximo.



Judaísmo e Vegetarianismo

*por Baruch S. Davidson

As leis da dieta casher eliminam camarão, toucinho, cheeseburguers e lagosta, porém a carne comum não faz parte da lista de “nãos” da Torá – se preparada de acordo com certas orientações. Para o melhor e para o pior, a carne inegavelmente é um dos itens favoritos do menu casher. É bom? Vamos dar uma olhada.

A História

Quando da sua criação, Adam, o primeiro homem, é ensinado por D’us os caminhos do mundo: “Veja, Eu te dei toda erva com semente que está sobre a superfície da terra e toda árvore que dá frutos; serão tuas para alimento.1 Semente, erva, árvore e fruto – sim – qualquer outra coisa – não.

Vários capítulos depois (e cerca de 1600 anos) mais tarde, quando sobreviveu à devastação do Dilúvio, Nôach sai da Arca, e ouve do Todo Poderoso: “Todo ser que se move será teu para comer; como a vegetação verde, Eu te dei tudo.”2 Sua dieta agora inclui também a carne.

Poderia parecer que o plano original (e ideias) de D’us era que não podemos comer carne.3 Um problema com essa abordagem é que muitas declarações na Torá implicam que comer carne é ideal e encorajado, por exemplo em honra ao Shabat e feriados.4

E daí? D’us preferiria que fôssemos vegetarianos como Adam ou carnívoros como Nôach?

A Abordagem Filosófica – Distinção de Responsabilidade

O filósofo do Século XV Rabino Yosef Albo, autor de Sefer Halkarim (“O Livro dos Princípios”), entende as instruções de D’us a Adam como uma implicação de que o lano Divino original era que o homem se abstivesse de matar e comer carne. Sob essa visão, a matança de animais é um ato cruel e furioso, o que impregna esses traços negativos no caráter humano; além dissom a carne de determinados animais embrutece o coração e mata sua sensibilidade espiritual.

As pessoas das primeiras gerações entenderam isto equivocadamente, no entanto, como significando que humanos e animais eram iguais, com expectativas e padrões iguais. Isso levou à degeneração da sociedade em violência e corrupção; pois se o ser humano nada mais é que um outro animal, então matar um homem é equivalente a matar um animal. Foi essa atitude e comportamento que levou D’us a purificar o mundo com o Dilúvio.

Após o Dilúvio, D’us estabeleceu uma nova ordem mundial. As pessoas precisavam reconhecer as obrigações morais e o Divino propósito confiado à humanidade. Para deixar isso claro, D’us disse a Nôach que a humanidade pode e deve comer a carne de animais. Nosso domínio sobre os animais destaca nossa superioridade e nos lembra que estamos encarregados com Divina responsabilidade de aperfeiçoar o mundo. Para minimizar seus efeitos negativos sobre os seres humanos, quando a Torá foi outorgada D’us proibiu a carne daqueles animais que têm uma influência nagativa sobre a alma.

(O homem é realmente mais importante que o animal? Se é assim, como ele é infundido com energia ao comê-lo? Veja Nota 5.)

Segundo essa abordagem, comer carne não é bom, mas serve a uma funcão muito importante.

A Abordagem Cabalística – Perfeição Cósmica

Embora alguns questionem o direito do homem de matar um animal para encher o estômago, o grande místico do Século XVI, Rabi Isaac Luria, questiona o direito de o homem consumir qualquer organismo para sua auto-preservação. Se tudo no mundo foi criado deliberadamente por D’us, por que o seu sangue é mais vermelho que a existência proposital de um tomate? E a resposta é … não é. Aquele que come apenas para satisfazer seus desejos egoístas engoliu a vida significativa de um vegetal sem desculpas. “Não é justo!” grita a planta indefesa.

Por outro lado, quando comemos com a intenção de usar a energia para ampliar nosso serviço humano a D’us, elevamos o alimento. Quando a pessoa realiza um ato Divino – um ato que transcende a naturexa da pessoa – o alimento que ele come é elevado juntamente com ele, é é reunido com sua fonte Divina.5

Porém há uma diferença entre alimentos animais e vegetais. Para os iniciantes, você não pode viver sem pão. Se você apenas comer pão quando você estiver pronto para elevá-lo, poderia morrer de fome e jamas ter outra chance para tentar de novo. Portanto não podemos restringir a ingestão de pão àqueles voltados para o espírito. Além disso, quando se come alimentos simples e necessários como o pão, é mais fácil manter uma perspectiva proposital. Porém carne é um luxo. E a indulgência com esse luxo torna a pessoa mais materialista do que era antes de comer. Portanto a pessoa deveria apenas comer carne se for capaz de realizar mais com a carne do que poderia com os vegetais. Uma maneira de fazer nossa ingestão de carne valer a pena é elevar não somente seus componentes físicos, como também elevar seu fator de prazer. Se você puder fazer isso, levou a si mesmo e o seu almoço a maiores alturas espirituais e sensibilidade do que consegue atingir comendo couve. Por outro lado, se não puder, está se arrastando – e ao animal – a um plano mais materialista.6

Por que somente o mundo pós-Dilúvio pode aceitar o desafio da carne?

A raça humana de Adam até Nôach tinha o potencial e força para comer o indispensável à sobrevivência básica, com a intenção de levar um vida com propósito, e assim o homem e o alimento teriam atingido seu objetivo. Porém comer carne exige muito mais que isto. A carne, com suas propriedades que induzem ao prazer, naturalmente leva a pessoa na direção da luxúria materialista. Elevar a carne exige a capacidade de elevar-se acima da ordem natural, de levar vida nova e altruísta a algo que naturalmente é a incorporação do materialismo e da auto-indulgência. A humanidade pre-Dilúvio e a carne pre-Dilúvio não permitiam isso.

Nôach saiu da Arca para um mundo diferente; um mundo onde tudo tem a habilidade criativa de ir além do seu estado natural de ser e assumir uma identidade muito maior. Uma nova era de potencial terreno nasceu.7 O mundo era agora um local onde o homem podia elevar a própria natureza dos componentes terrenos a alturas sobrenaturais – e elevar até seu poder de sedução e prazer também. Agora o homem recebeu a capacidade de comer até carne e elevar sua energia.8

Mesmo para nós, purificados pelo Dilúvio, comer carne não é um feito simples. Antes de mergulhar seus dentes naquele bife, aqui estão algumas coisas para ter em mente. Os Sábios declararam que uma pessoa de mente vazia não tem direito de comer carne.9 Eles também ensinaram a nunca comer carne por fome; primeiro satisfazer a fome com pão.10 (Num estômago vazio, é muito difícil se concentrar em outra coisa que não seja rechear a cara.) Somente quando estiver “comendo pensativamente”, concentrando-se em nossa Divina missão, estamos fazendo mais pelo animal do que o animal está fazendo por nós.

Segundo essa abordagem, pode ser cruel não comer carne, porque fazer isto rouba ao animal a chance de servir a um propósito mais elevado.

Não tenha medo. Reflita e concentre-se; cabe a você completar o plano Divino universal. Bon Appetit!
Fonte: site do Beit Chabad

Tenham um sábado de paz !

Fernando Rizzolo

Governar com a Razão e com o Coração

Pouco se poderia dizer do que constitui o emocional do povo da América Latina. Uma mistura de raças, em que o índio, o negro, o europeu se misturam e compartilham um espaço que durante décadas foi alvo de descaso por parte de seus governantes. A percepção dos pobres da nossa região sempre foi a do abandono, da desesperança, e da falta de oportunidade. Das ditaduras militares que açoitavam os menos favorecidos, emergia a tristeza em forma de lirismo, reflexo de uma vida imersa na injustiça social, sempre combatida sob inspiração da indignação.

Foi através da democracia participativa que a maioria dos países da América Latina acabou elegendo presidentes do povo, comprometidos em reagir contra o abandono social e que acima de tudo tinham as feições da população de seu país. No Brasil não foi diferente; nossa tradição política elitista sempre rechaçou candidatos à Presidência com pouca formação acadêmica. Incutiu-se no inconsciente coletivo que, para uma pessoa pretender ser presidente da República, deveria ter consubstanciado seu curriculum com títulos acadêmicos, e tal versão conceitual política foi propagada principalmente na população mais pobre desde os anos 1960.

Com efeito, esse falso juízo de admissibilidade política, visava a promover candidatos comprometidos com o capital, e que mantinham pouca relação com a imensa população pobre deste país. O governo Lula, de características mais humanas e com o olhar voltado para o combate à miséria, trouxe nova esperança e resgatou a autoestima do povo brasileiro. Esse governo fez com que o potencial humano do nosso povo aflorasse e desenhou-se assim uma nova forma de identidade do trabalhador brasileiro. Partiu-se da ideia conceptiva de que mesmo sem cultura se pode fazer, e se houver oportunidades de formação, pode-se mais ainda.

Não é à toa que os discursos conservadores, margeadores de uma visão elitista de governo segundo a qual a cultura de um presidente seria a condição da capacidade gestora de promover o desenvolvimento, sofreu uma grande mudança. O governo FHC e o esteio conservador tucano que permeiam os redutos ideológicos da pretensa social-democracia tornaram-se opacos diante da constatação da nova realidade política: governar com a razão e com o coração.

A proposta da candidata Dilma nada mais é do que a continuidade desse modelo que prima pela técnica, sem jamais se disponibilizar aos interesses daqueles que esqueceram do coração para, em lugar da justiça social, se entregar cegamente aos caprichos do capital sem o viés social.

Fernando Rizzolo

Dilma descarta nova CPMF e diz que é preciso ”se virar” com menos R$ 40 bi para a saúde

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira (4) que hoje não se discute a criação de uma nova contribuição para financiar a saúde pública, em substituição à CPMF, extinta em 2007. A candidata disse que será necessário “se virar” com os R$ 40 bilhões anuais a menos para investir no setor.

“Não estou discutindo a criação de um novo tributo. Só estou discutindo aqui um programa de saúde. (…) Temos que fazer o possível e o impossível com o que temos”, afirmou Dilma em Brasília.

A ex-ministra da Casa Civil visitou nesta manhã o hospital público Sarah Kubitscheck, no centro de Brasília. A unidade é referência nacional no tratamento e reabilitação de deficiências motoras.

A Rede Sarah está presente em oito capitais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Macapá, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís. No orçamento deste ano, foram destinados R$ 600 milhões à rede, que realizou cerca de 20 milhões de procedimentos em 2009.

Segundo a candidata, o Sarah pode ser uma referência para transformar locais como o Hospital de Base, outro hospital público com sérios problemas situado ao lado do Sarah, em um local com atendimento de qualidade e sem filas, desde que se invista na gestão.

Dilma afirmou que, em termos de saúde pública, seu objetivo é dar um tratamento especial ao que se refere à saúde da mulher, do pré-natal ao neonatal, e à prevenção do câncer. A candidata petista também disse que seu plano de governo ainda está fechado, por ainda existirem negociações pendentes com os partidos aliados.

Dilma visitou a ala infantil do hospital acompanhada pela primeira–dama Marisa Letícia e pelo ex-ministro da Fazenda, o deputado federal Antonio Palocci (PT-SP), onde crianças cantavam e brincavam com recreadoras do hospital ao lado de familiares. A candidata conversou com as crianças e, depois, foi conhecer as instalações a convite da administração do próprio hospital.

Sobre o debate marcado para esta quinta-feira (5) na TV Bandeirantes, a petista afirmou que não está preocupada. “Ao longo da vida, tive problemas muito mais graves. Eu tenho um treino hoje, e os meus treinadores estão aqui”, disse, em referência aos jornalistas presentes, em entrevista coletiva que cedeu em frente ao hospital.
folha online

Rizzolo
: A oposição que rechaçou a contribuição, por bem desejou a continuidade da imutabilidade tributária do setor financeiro; rechaçaram a CSS pois é um tributo de difícil sonegação e atinge em cheio o chamado ” caixa dois”. Poucos como o ex-ministro da saúde Adib Jatene, possuíram a determinação e coragem de apontar o dedo ao espírito egoísta dos que insistem em serem insensíveis a um problema de tal magnitude.

A saúde pública precisa de muito recurso, sim. Os pobres, as crianças carentes, os moradores da periferia, merecem ter uma medicina digna, um atendimento humano, um sofrimento amenizado nos abarrotados corredores dos hospitais públicos e um maior número de médicos. Nada justifica um não como aconteceu, numa atitude pouco cristã, sob argumentos “pseudo técnicos e frios”, como arma para justificar a falta de generosidade e o amor ao próximo, agora como diz Dilma temos que “se virar” com menos 40 bilhões.

Direitos Humanos e o Discurso Reducionista

*por: Fernando Rizzolo e Eduardo C. B. Bittar

Um dos trechos que mais chamam a atenção quando se lê o famoso livro de Hitler intitulado Minha Luta diz respeito às táticas utilizadas na propaganda nazista. Pode-se dizer que tudo se resume em desqualificar a ideologia do adversário, reduzi-lo a nada e, com base nesse reducionismo, atacá-lo politicamente. Muitas causas nobres sofreram esse tipo de ataque ofensivo e reducionista, mas talvez a que mais tenha se destacado, principalmente no Brasil, tenha sido a causa dos direitos humanos.

Se traçarmos uma trajetória desse nobre conceito que permeia toda a Constituição de 1988, poderemos observar que no decorrer desse caminho a noção de direitos humanos foi fortemente alvejada pelo regime militar, o qual, evidentemente, contando com o apoio de segmentos da sociedade, se apoderou do conceito essencial de humanismo, para, utilizando-se de meios desqualificadores, reduzi-lo em seguida a algo que, em tese, beneficiava apenas criminosos, quando, na verdade, o que se procura fazer é infundir na sociedade os mais nobres princípios da dignidade humana.

O contorno oposicionista, a tonalidade do discurso contrário à aplicação dos conceitos apenas modificou estruturas discursivas, mas a grande realidade é que o tema “direitos humanos” ainda provoca o acirramento daqueles que, durante anos, pouco se importaram com a grande massa abandonada e mergulhada na miséria e no desalento.

Essa distorção ainda não se conseguiu reverter de modo pleno, isso porque é possível ouvir até mesmo nos dias de hoje pessoas que repetem a mesma forma de leitura; é possível assistir a programas televisivos que inoculam esse tipo de mensagem subliminar na mentalidade popular, e, nessa toada, não há poucas vozes que dizem que sentem “saudade da época da ditadura”, período em que havia ordem e desenvolvimento (ainda que falsos), e onde a culpa das instabilidades sociais contemporâneas era da democracia e dos direitos humanos.

A mensagem de conscientização, a formação da opinião e a luta pela aprovação de uma política de direitos humanos se darão apenas na plenitude da democracia, na percepção da importância do tema e na sutil observação das antigas táticas narradas em livros que levaram a modernidade à sua maior tragédia.

A restrição na aplicabilidade integral dos direitos humanos ainda persiste em permear o egoísmo de muitos, que com certeza, na juventude, se inspiraram no que sempre existiu de pior na humanidade, principalmente em termos ideológico-literários.

Superar o reducionismo é de fundamental importância para a cidadania e a liberdade. A visão mais contemporânea sobre o tema deve procurar nos despertar para uma consciência do tempo, na qual não há liberdade para mim sem que haja a mesma liberdade para o outro, e nisso estão englobadas preocupações ambientais, educacionais, sociais e trabalhistas, que são o grande mote dos direitos humanos. Uma sociedade correta, justa, distributiva e solidária é um avanço para todos, sem distinções.

São Paulo, 9 de julho de 2010.

O texto acima foi escrito pelos Advogados e professores Fernando Rizzolo e Eduardo C. B. Bittar, Professor da Faculdade de Direito da USP e Presidente da Associação Nacional de Direitos Humanos.

Anvisa determina que propaganda de alimentos avise sobre danos à saude

SÃO PAULO – Em no máximo seis meses, as propagandas de bebidas com baixo teor nutricional e de alimentos com elevadas quantidades de açúcar, de gordura saturada ou trans e de sódio vão mudar. Esse é o prazo que as empresas têm para se adequar à resolução publicada nesta terça-feira, 29, no Diário Oficial. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a decisão estabelece novas regras para a publicidade e a promoção comercial desses alimentos.

O objetivo é proteger os consumidores de práticas que possam, por exemplo, omitir informações ou induzir ao consumo excessivo. “O consumidor é livre para decidir o que comer. No entanto, a verdadeira liberdade de escolha só acontece quando ele tem acesso às informações daquele alimento, conhece os riscos para a sua saúde e não é induzido por meio de práticas abusivas”, afirma a gerente de monitoramento e fiscalização de propaganda da Anvisa, Maria José Delgado.

Ainda segundo o órgão, com a nova resolução, ficam proibidos os símbolos, figuras ou desenhos que possam causar interpretação falsa, erro ou confusão quanto à origem, qualidade e composição dos alimentos. Também não será permitido atribuir características superiores às que o produto possui, bem como sugerir que o alimento é nutricionalmente completo ou que seu consumo é garantia de uma boa saúde.

Uma das grandes preocupações da resolução está focada no público infantil, reconhecidamente mais vulnerável. Por isso a nova resolução dá especial importância à divulgação acerca dos perigos vinculados ao consumo excessivo de determinados produtos.

Alertas

Ao se divulgar ou promover alguns alimentos será necessário veicular alertas sobre os perigos do consumo excessivo. Para os alimentos com muito açúcar, por exemplo, o alerta é “O (marca comercial) contém muito açúcar e, se consumido em grande quantidade, aumenta o risco de obesidade e de cárie dentária”.

No caso dos alimentos sólidos, esse alerta deverá ser veiculado quando houver mais de 15g de açúcar em 100g de produto. Em relação aos refrigerantes, refrescos, concentrados e chás prontos, o alerta será obrigatório sempre que a bebida apresentar mais de 7,5 g de açúcar a cada 100 ml.

Na TV, o alerta terá de ser pronunciado pelo personagem principal. Já no rádio, a função caberá ao locutor. Quando se tratar de material impresso, o alerta deverá causar o mesmo impacto visual que as demais informações. E na internet, ele deverá ser exibido de forma permanente e visível, junto com a peça publicitária.

Os alertas deverão ser veiculados, ainda, durante a distribuição de amostras grátis, de cupons de descontos e de materiais publicitários de patrocínio, bem como na divulgação de campanhas sociais que mencionem os nomes ou marcas de alimentos com essas características.

Os fabricantes de alimentos, anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação que não cumprirem as exigências estarão sujeitos às penalidades da lei federal, com sanções que vão de notificação a interdição e multas entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão.
agência estado

Rizzolo: A medida é acima de tudo saudável. Não podemos deixar que os consumidores façam uso de alimentação inadequada agredindo o tipo de tratamento de cada um. A questão da quantidade, por exemplo, de açúcar é imprescindível. Classificar, mencionar, divulgar o que contém em cada produto, é o mínimo que consumidor merece em termo de informação. Agora, já existem publicitários alegando a ingerência governamental nas propagandas. Ora o que querem esses publicitários ? Vender mais, à custa da saúde do trabalhador ? O governo deve sim através da Anvisa, determinar via divulgação do que está o consumidor ingerindo, os que são contra prezam, mais o lucro do que a saúde do pobre povo brasileiro.

Transtornos mentais atingem 23 milhões de pessoas no Brasil

BRASÍLIA – No Brasil, 23 milhões de pessoas (12% da população) necessitam de algum atendimento em saúde mental. Pelo menos 5 milhões de brasileiros (3% da população) sofrem com transtornos mentais graves e persistentes.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, apesar de a política de saúde mental priorizar as doenças mais graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar, as mais comuns estão ligadas à depressão, ansiedade e a transtornos de ajustamento.

Em todo o mundo, mais de 400 milhões de pessoas são afetadas por distúrbios mentais ou comportamentais. Os problemas de saúde mentais ocupam cinco posições no ranking das dez principais causas de incapacidade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dados da OMS indicam que 62% dos países têm políticas de saúde mental, entre eles o Brasil. No ano passado, o País destinou R$ 1,4 bilhão em saúde mental.

Desde a aprovação da chamada Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216/2001), os investimentos são principalmente direcionados a medidas que visam a tirar a loucura dos hospícios, com a substituição do atendimento em hospitais psiquiátricos (principalmente das internações) pelos serviços abertos e de base comunitária.

Em 2002, 75,24% do orçamento federal de saúde mental foram repassados a hospitais psiquiátricos, de um investimento total de R$ 619,2 milhões. Em 2009, o porcentual caiu para 32,4%. Uma das principais metas da reforma é a redução do número de leitos nessas instituições. Até agora, foram fechados 17,5 mil, mas ainda restam 35.426 leitos em hospitais psiquiátricos públicos ou privados em todo o país.

A implementação da rede substitutiva – com a criação dos centros de Atenção Psicossocial (Caps), das residências terapêuticas e a ampliação do número de leitos psiquiátricos em hospitais gerais – tem avançado, mas ainda convive com o antigo modelo manicomial, marcado pelas internações de longa permanência.

O País conta com 1.513 Caps, mas a distribuição ainda é desigual. O Amazonas, por exemplo, com 3 milhões de habitantes, tem apenas quatro centros. Dos 27 estados, só a Paraíba e Sergipe têm Caps suficientes para atender ao parâmetro de uma unidade para cada 100 mil habitantes.

As residências terapêuticas, segundo dados do Ministério da Saúde referentes a maio deste ano, ainda não foram implantadas em oito Estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Rondônia, Roraima e Tocantins.

No Pará, o serviço ainda não está disponível, mas duas unidades estão em fase de implantação. Em todo o Brasil, há 564 residências terapêuticas, que abrigam 3.062 moradores.

agencia estado

Rizzolo: O problema da saúde mental é antigo. As formas de tratamento que visam a segregação do paciente a cada dia estão sendo abandonadas e substituídas pela integração e participação do doente mental integrando-o à sociedade. Houve no passado muita polêmica em relação à melhor forma de tratamento, e considerou-se que os Centros de Atenção psicossocial seria o mais humano. É claro que em crises agudas, não há como deixar de resguardar o paciente de uma internação, mas ele deve ser abreviada ao máximo. A grande loucura é ignorarmos a miséria, e a falta de condições de sobrevivência digna da maior parte da sociedade, o que por consequência leva muitos ao problemas mentais como ansiedade e depressão. O consumismo, a disputa, o egocentrismo leva as pessoas à percepção do humanismo residual que ainda subsiste nelas, e quando se dão conta desse resíduo e precariedade de humano, surge a imensa depressão mãe do desespero e da baixa autoestima.

Lula decide parar de fumar, mas mantém agenda

BRASÍLIA – Depois da crise de hipertensão, na última quinta-feira, no Recife, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu parar de fumar cigarrilhas. Mas em conversas com assessores, Lula avaliou que não precisa reduzir o número de viagens para atender as recomendações médicas.

Ele pretende reduzir os eventos nessas visitas aos Estados, que costumam ter até três atos públicos. Assessores do presidente reconhecem que vai ser difícil deixar de atender as demandas locais, justamente no último ano de governo e período eleitoral.

Mas a partir de agora, a ideia é dosar a agenda, evitando que o presidente chegue, por exemplo, de madrugada do trabalho e já tenha compromisso às 7 horas da manhã do dia seguinte. A intenção, também, é evitar eventos noturnos, porque o presidente mantém o hábito de acordar às 6 horas.
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Rizzolo: Na verdade o presidente já deveria ter parado de fumar há tempos. Contudo, como todos sabemos, parar com mau hábito de fumar é difícil. Provavelmente agora, com este episódio de pressão alta Lula terá em conta que sua saúde também é importante ao Brasil. Eu particularmente nunca fumei, sempre me dediquei ao esporte, ao golfe, à musculação, e ao meu maior vício: a literatura.

Lula passará por avaliações médicas hoje e amanhã

BRASÍLIA – O médico-chefe da coordenação da saúde da Presidência da República, Cléber Ferreira, irá nesta sexta-feira, 29, à tarde à casa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, para fazer uma nova avaliação médica, medir a pressão e verificar os batimentos cardíacos dele. Ferreira acompanha diariamente Lula em seus deslocamentos em Brasília e nas viagens. O presidente permanece descansando em sua casa no ABC paulista, conforme orientação médica.

Lula também será submetido no sábado, 30, a partir das 8 horas, a uma bateria de exames no Instituto do Coração (InCor) em São Paulo. O check-up está previsto para durar três horas. A agenda do presidente continua suspensa para compromissos oficiais. A primeira previsão de retomada da programação é na segunda-feira, às 10 horas, na reabertura dos trabalhos do Judiciário, no Supremo Tribunal Federal (STF).

No entanto, na semana que vem, o presidente Lula já tem viagem prevista para três Estados, a partir da quarta-feira: Rio de Janeiro, São Paulo (na quarta-feira) e Rio Grande do Sul (na sexta-feira).
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Rizzolo: Como já comentei anteriormente, a situação do presidente merece os cuidados de praxe. É natural de que com o rítmo de trabalho imposto ao presidente, situações de estresse ocorram. Vamos torcer pela recuperação de Lula, dessa forma todos nós ganhamos.

Inclusão Social e a Saúde

Como sabemos, não há mais espaço na América Latina para as políticas que visam apenas ao desenvolvimento industrial, que beneficiam a especulação financeira ou que, de maneira indireta, socorram somente uma parcela da sociedade privilegiada, em detrimento de uma grande população carente em todos os sentidos. Os governos da atualidade, incluindo o dos Estados Unidos, pontuam a questão da inclusão social como forma de enfrentar os problemas da miséria – que atinge boa parte da população mundial – com programas específicos.

Não podemos nos referir à inclusão social apenas como uma questão de transferência de renda, mas devemos vinculá-la à participação dos meios de que dispõe o Estado na garantia dos direitos fundamentais previstos na nossa Carta Magna, como educação, saúde, trabalho, entre outros, como tem norteado alguns programas como o Bolsa-Família, que vincula o recurso à educação dos filhos. Contudo, numa visão mais abrangente, podemos verificar que, muito embora exista a boa intenção, alguns direitos acabam sendo preteridos pelo Poder Público, sob a justificativa econômica, os quais, na realidade, perfazem a essência do que chamamos de real inclusão social, como, por exemplo, a prestação adequada dos serviços de saúde pública à população necessitada.

Do ponto de vista meramente material, a referência à inclusão social, incidindo apenas na condição do poder de compra, é uma das más-formações conceituais de um programa real de inclusão. De forma prática, temos de margear a transferência de renda, dando o devido suporte aos demais direitos fundamentais do cidadão, como a saúde pública, otimizando de modo global a conceituação de inclusão, tendo em vista que, de nada adianta apenas aumentar o poder de compra, ou seu reflexo futuro na educação, se não adequarmos a esse aumento uma saúde pública de suporte, eficaz, àqueles que passam a integrar a sociedade, por intermédio dos notórios programas de transferência de renda.

Nessa esfera de pensamento, defrontamo-nos com a imperiosa necessidade de disponibilizarmos recursos à saúde como forma primordial de sustentabilidade dos programas inclusivos, valendo-nos de impostos como a CSS (Contribuição Social para a Saúde), que visa dar uma estrutura financeira direta ao desenvolvimento dos programas de assistência à saúde, tanto de adultos quanto de crianças. A abrangência conceitual da inclusão social passa cada vez mais pela visão plena da satisfação do cumprimento dos direitos fundamentais previstos na Constituição, sob pena de apenas estarmos avalizando o mero consumo, promovendo uma cadeia consumista de estrito cunho material, deixando de vincularmos o essencial, que é a inclusão da população carente num todo, exercitando as prerrogativas saudadas pela nossa Constituição, que, por excelência, é humana e progressista.

Fernando Rizzolo

Restaurantes do Bom Retiro compravam carne de abatedouro de cães, diz polícia

Um casal foi preso em Suzano, na Grande São Paulo, suspeito de manter um abatedouro de cães. Segundo a polícia, a carne era vendida para a comunidade oriental comer, inclusive na capital paulista. A maior parte das encomendas vinha de restaurantes coreanos do Bom Retiro, na região central de São Paulo, onde a carne era considerada uma iguaria, ainda de acordo com as investigações.

Uma borracharia servia de fachada para esconder o matadouro. Depois de mortos, os restos dos animais eram incinerados no local. No freezer, a polícia encontrou 70 quilos de carne. Segundo os investigadores, o dono da casa contou que pegava qualquer animal na rua. Alguns eram mantidos no quintal esperando pela encomenda.

O casal que foi preso em flagrante quando fazia uma entrega deve ser levado para a Delegacia de Saúde Pública de São Paulo. Pela lei, no Brasil não é permitido matar e comer animais domésticos, como gato e cachorro. O casal vai responder por crime contra a fauna, contra o meio ambiente e por formação de quadrilha.

Globo

Rizzolo: Sinceramente, eu procuro evitar comentar notícias sensacionalistas, mas esta é realmente uma aberração. Sabermos que, na cidade de São Paulo existe esse tipo de barbárie é algo inconcebível. Os acusados devem responder criminalmente com todo o rigor da Lei, o que da mesma forma deveriam também, aqueles que apreciam tal maldosa ” iguaria”.

Eu que sempre pautei minha vida na defesa dos Direitos Humanos e dos animais fico perplexo. Como é possível no mundo haver tal maldade com os cães, que por mais das vezes morrem antes de seus donos, porque jamais suportariam a dor de viver a perda daqueles que os adotam.. Cadeia neles !!

A CSS e os Notívagos Sofredores

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Realmente o melhor horário para se refletir sobre questões polêmicas é de madrugada, na turbulência de uma insônia. Pelo menos para mim, é o momento em que escrever, torna-se algo obrigatório. Mas como na vida nada é por acaso – e isso é um provérbio judaico – passei momentos na noite passada, refletindo sobre quantos notívagos sofredores – não com a falta de sono, mas a procura de um socorro médico – poderiam estar naquele momento, de madrugada, nos corredores dos hospitais públicos, como no Hospital das Clínicas de São Paulo, ao lado de minha casa.

É bem verdade que as grandes injustiças na humanidade sempre foram cometidas quando uma pretensa legitimidade a serve como esteio argumentativo. Assim foi durante toda a história, nas Cruzadas, no nazi- fascismo, nos regimes de exceção, quando, enfim, identificavam um inimigo comum. A partir daí era fácil; tudo estava chancelado em nome de um falso bem comum e a insensibilidade era justificada.

Interessante é notar como ainda no Brasil alguns insistem em anestesiar a solidariedade, a generosidade, o amor ao próximo, sob justificativas técnicas, insensíveis, para não dizermos egoístas. Todos sabem que o Brasil é um país pobre, que a maior parte da nossa população não possui sequer um plano de saúde privado e que a maioria das nossas crianças, carente e idosos, vivem do sistema público de saúde.

Justificar um não na aplicação dos recursos advindos da nova CPMF ou CSS, Contribuição Social para a Saúde, sob alegação de que o governo “têm dinheiro de sobra”, que se voltar o tributo irá “ser mal aplicado”, ou queo problema é” falta capacidade de gestão”, é o mesmo que virar as costas aqueles que necessitam de ajuda e justificar o auxílio, afirmando que os pobres com o que têm hoje, a eles bastam, o que é uma grande e desumana inverdade.

Mais intrigante ainda, é a falta de coragem daqueles que se dizem ao lado do povo, da esquerda, e numa atitude omissa, fogem do debate. A oposição que rechaça a contribuição, por bem deseja a continuidade da imutabilidade tributária do setor financeiro; rechaçam a CSS pois é um tributo de difícil sonegação e atinge em cheio o chamado ” caixa dois”. Poucos como o ex-ministro da saúde Adib Jatene, possuíram a determinação e coragem de apontar o dedo ao espírito egoísta dos que insistem em serem insensíveis a um problema de tal magnitude.

A saúde pública precisa de muito recurso, sim. Os pobres, as crianças carentes, os moradores da periferia, merecem ter uma medicina digna, um atendimento humano, um sofrimento amenizado nos abarrotados corredores dos hospitais públicos e um maior número de médicos. Nada justifica um não, numa atitude pouco cristã,sob argumentos “pseudo técnicos e frios”, como arma para justificar a falta de generosidade e o amor ao próximo.

Escrever à noite, nos faz pensar, nos torna mais humanos, e nos remete a refletir que intervir em causas justas, mesmo que seja de madrugada, é exercitar a abrangência do que chamamos de Direitos essenciais do ser humano. Direito à saúde, também é uma prerrogativa dos Direitos Humanos ou de uma vida mais digna a todos.

Fernando Rizzolo

*Artigo publicado no BLOG DA DILMA

Governo espera “mobilização” nacional para aprovar a nova CPMF

Uma mobilização nacional, que envolva a prefeitos, governadores e a sociedade em torno da necessidade de aumentar os recursos para a saúde pode ser a saída para o impasse na votação da emenda 29, que estabelece percentuais mínimos de investimentos federais na saúde.

É o que espera o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.

A polêmica gira em torno da criação da CSS (Contribuição Social para a Saúde), que substituiria a extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). A oposição tem barrado a aprovação do novo tributo na Câmara dos Deputados.

O governo federal ressalta que o projeto é do Legislativo e tem ressalvas a entrar de cabeça na briga pela CSS, depois da derrota na disputa pela prorrogação da CPMF. Apenas um “fato novo” poderia mudar essa posição, segundo os congressistas. E esste “fato novo” poderia ser a mobilização a favor da ideia. Com isso, as responsabilidades pela criação do novo imposto seriam divididas.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defendeu mais recursos para sua pasta em reunião nesta quinta-feira (3), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e líderes da base aliada. Pelos cálculos do ministério, seriam necessários cerca de R$ 11,5 bilhões a mais por ano para a pasta. Esse montante, defendem os governistas, só seria atendido com a criação da CSS.

“Todos se manifestaram favoráveis (a mais recursos para a saúde). Mas precisa que haja uma mobilização de prefeitos, de governadores”, disse o ministro José Múcio após a reunião desta quinta (3).

Questionado sobre o custo político da aprovação de um novo imposto, o ministro disse que “a vida pública pressupõe coragem para enfrentar essas coisas”. “Você tem a perspectiva de uma eleição, mas do outro lado pesa também a consciência de que a saúde está precisando de recursos.”

Ressaltando que a decisão sobre o novo tributo cabe ao Congresso, Múcio disse que a mobilização anterior do governo não surtiu efeito. “O palácio se empenhou também na CPMF, e não obtivemos sucesso. Temos que respeitar a vontade dos deputados e senadores”.

O deputado Darcísio perondi (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde, disse que, a partir da próxima semana, levará em média 300 pessoas ao Congresso para pressionar os parlamentares pela conclusão da votação da emenda 29.

“O presidente Lula entendeu o que o ministro Temporão disse, que, no ano que vem, o quadro da saúde vai ser pior. Ele reconhece que o projeto é da Câmara, mas pediu apoio e mobilização. A recomendação do presidente é uma palavra de ordem de que a crise é verdadeira. O ministro Paulo Bernardo (Planejamento), na mesma tônica, disse que esse recurso é indispensável”, avaliou.

Governo x oposição
O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), afirmou que a CSS “não pode ser encarada como uma questão de governo e oposição”. “Temos que fazer um pacto e debater com toda a população brasileira e com líderes da base e da oposição. Ou há um pacto a favor da saúde brasileira, ou não há nada”.

Questionado sobre quando colocaria a emenda 29 na pauta de votações da Câmara, o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), desconversou e disse que não tratou do assunto com o presidente Lula. Temer já reconheceu, em algumas ocasiões, que há resistências à proposta.

O texto principal do projeto foi aprovado em junho do ano passado, mas sua conclusão depende da votação de um destaque da oposição que exclui do texto a base de cálculo da CSS. A nova contribuição teria uma alíquota de 0,10% e, como a CPMF, incidiria sobre todas as movimentações financeiras. Os recursos seriam destinados totalmente à saúde. A alíquota da CPMF, extinta no final de 2007, era de 0,38%.

O governo defende que os novos recursos, se aprovados, sejam distribuídos da seguinte forma: 50% para a União, 25% para Estados e 25% para municípios.

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Rizzolo: Quem acompanha este Blog sabe que sempre fui um defensor da criação de um imposto nos moldes da extinta CPMF exclusivamente para a saúde do povo brasileiro. A CSS (Contribuição Social para a Saúde), que incidirá sobre as movimentações financeiras, é uma contribuição legítima, necessária, e só quem tem pouco apreço aos pobres, aos desvalidos que enfrentam as longas filas dos hospitais públicos, é capaz de ser contra.

O esteio argumentativo que praticamente por mim neste Blog já foi exaurido contra o fim da CPMF, volta à tona agora, desta feita na defesa de uma saúde pública com mais verbas, promovendo um melhor atendimento à população carente. Aqueles que sempre foram contra, não sabem o que é um hospital público sem recursos, e quando adoecem, sacam os valores de seus “caixa dois”, livre de qualquer imposto, e contratam os melhores médicosnuma afronta ao povo brasileiro. Isso representa falta de tudo, de ética, de respeito aos pobres e acima de tudo falta de Deus. Aonde está a esquerda que defende os oprimidos ? Sabe aonde estão, esperando as doações dos empresários que são contra. Patriota sou eu, e aqueles que comigo compartilham das minhas idéias .É isso aí.

Saúde diz que votação da “nova CPMF” ocorrerá em setembro

O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira, por meio de nota, que a regulamentação da emenda constitucional 29 –que prevê novos recursos para a saúde– deve chegar a plenário até o início do próximo mês.

O projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, para regulamentar a emenda constitucional 29, prevê a criação da CSS (Contribuição Social para a Saúde), tributo que é visto como uma nova versão da extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

A contribuição vai incidir sobre as movimentações financeiras e proporcionar a arrecadação de aproximadamente R$ 12 bilhões anuais para a saúde. Todo o recurso arrecadado pela CSS será destinado, exclusivamente, a ações e serviços públicos da área.

O apoio do PMDB, maior bancada do Congresso, permitirá que a emenda constitucional 29 seja votada. O partido fechou questão favorável à votação ontem, após reunião com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

O discurso oficial do PMDB é que a saúde precisa de mais recursos devido à gripe suína. O compromisso, que também conta com o apoio também do PT, é votar a proposta no máximo até setembro na Câmara.

“A bancada, a maior da casa, se comprometeu a acelerar a regulamentação da lei e a votá-la em plenário até o começo de setembro, derrubando o último destaque pendente para que seja encaminhada ao Senado”, afirmou em nota o ministério da Saúde.

Reação

O PSDB, principal articulador do fim da CPMF, destacou em nota que vai recorrer à Justiça para barrar a contribuição. “A volta desse tributo mostra a compulsão pela irresponsabilidade deste governo. O Planalto promove uma gastança e, para continuá-la, precisa de dinheiro”, afirma a nota.

Caso o projeto seja aprovado no Congresso, o PSDB ressaltou que recorrerá ao STF (Supremo Tribunal Federal), sob o argumento de que a criação de imposto depende de emenda constitucional, e o texto que aguarda votação na Câmara é um projeto de lei complementar.

A proposta do Ministério da Saúde inclui destinar 50% dos recursos adicionais arrecadados pela Emenda 29 ao Ministério da Saúde, para serviços de média e alta complexidade; 25% aos estados, para aperfeiçoar o atendimento de urgências e emergências, por exemplo; e 25% aos municípios, para o fortalecimento da atenção básica.

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Rizzolo: Quem acompanha este Blog sabe que sempre fui um defensor da criação de um imposto nos moldes da extinta CPMF exclusivamente para a saúde do povo brasileiro. A CSS (Contribuição Social para a Saúde), que incidirá sobre as movimentações financeiras, é uma contribuição legítima, necessária, e só quem tem pouco apreço aos pobres, aos desvalidos que enfrentam as longas filas dos hospitais públicos, é capaz de ser contra. O esteio argumentativo que praticamente por mim neste Blog já foi exaurido contra o fim da CPMF, volta à tona agora, desta feita na defesa de uma saúde pública com mais verbas, promovendo um melhor atendimento à população carente. Vamos à luta !

Após 20 horas internado para exames, Sarkozy é liberado

PARIS – Após quase 20 horas internado para realizar exames médicos, sobretudo cardiológicos, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, deixou na manhã desta segunda-feira, 27, o hospital militar Val-de-Grâce, em Paris.

Seu estado de saúde mobiliza a imprensa francesa, que deu grande destaque à sua hospitalização inesperada. Sarkozy saiu do hospital sorrindo, acompanhado de sua esposa, Carla Bruni, mas não falou com os jornalistas que aguardavam no local. O presidente ficou internado por cerca de 20 horas após ter passado mal, no final da manhã de domingo, 26, quando corria no jardim do Palácio de Versalhes.

O diagnóstico é de “um mal-estar ligado a um grande esforço físico, realizado sob um calor intenso, em um contexto de fatiga, ligada a uma carga de trabalho importante”, afirma o Palácio do Eliseu em um comunicado. O mal-estar de Sarkozy “não teria causas nem consequências cardiológicas”, diz a nota, que também excluiu, em função dos exames realizados, “consequências neurológicas ou ligadas ao metabolismo” do presidente.

Os médicos não receitaram nenhum tratamento, mas recomendaram alguns dias de repouso ao presidente, que deverá presidir na quarta-feira, 29, uma reunião do Conselho de Ministros, antes de sair de férias por três semanas.

Segredos

A hospitalização inesperada e as eventuais causas do mal-estar de Sarkozy, 54 anos, tiveram grande destaque na imprensa e mobilizaram o debate público no país desde o domingo. A imprensa afirmou, com base em relatos de testemunhas e de colaboradores do presidente, que Sarkozy teria desmaiado por alguns instantes, o que foi negado pelo Palácio do Eliseu. “O que aconteceu exatamente no domingo e do que o presidente sofreria”, questionou o jornal Le Figaro.

Eventuais problemas cardíacos foram levantados em razão do fato de que Sarkozy continuou internado pela manhã para realizar uma série de exames cardiológicos. Além disso, a imprensa francesa afirmou, após entrevistar especialistas, que o tipo de mal-estar sofrido por Sarkozy durante a prática de atividades esportivas poderia indicar, entre outros fatores (como hipoglicemia ou desidratação), também problemas ligados ao ritmo cardíaco e, no pior dos casos, até um infarto.

Com base em experiências passadas, os franceses avaliam que nem sempre a Presidência é transparente em relação ao estado de saúde dos chefes de Estado. A saúde dos presidentes é um assunto considerado sensível na França depois que o ex-presidente François Mitterrand escondeu durante 14 anos ter um câncer de próstata. Ele havia ordenado ao seu médico falsificar seus boletins médicos. O ex-presidente Jacques Chirac teve um acidente vascular cerebral em 2005, aos 72 anos, e ficou hospitalizado uma semana em segredo, antes de o assunto ser revelado.

Sarkozy havia prometido durante a campanha presidencial maior transparência em relação à sua saúde e afirmou que publicaria regularmente seus boletins médicos. Mas o atual presidente também foi hospitalizado em segredo em outubro de 2007 para uma pequena operação na garganta. A Presidência havia anunciado que a publicação dos boletins médicos seria anual, mas em 2008 não houve nenhuma divulgação oficial do estado de saúde de Sarkozy. No início deste mês, o Palácio do Eliseu informou que os exames cardiovasculares e de sangue do presidente “eram normais”.
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Rizzolo: O grande problema dos presidentes mais jovens é que sempre tentam passar uma imagem do vigor e preparo físico que não condiz com a realidade. Sarkozy não está na idade de ficar correndo longas distâncias, ficar exibindo sua condição física ao lado de sua esposa bem mais jovem que ele, para que através de um marketing político, de conteúdo americanófilo, possa ganhar popularidade. Melhor é o Berlusconi, sem caráter, mulherengo, não corre, e faz uma coisa de cada vez. Imagine o que Sarkozi já deveria ter feito com Carla Bruni antes de correr, assim não há velho que agüente! (risos )

Morre o ‘pai do Viagra’ aos 92 anos

Robert Furchgott, um dos principais cientistas americanos cujo trabalho ajudou no desenvolvimento da droga contra a impotência Viagra morreu em Seattle aos 92 anos de idade. Ele recebeu um prêmio Nobel em 1998 por sua pesquisa no campo da fisiologia.

O estudo se concentrava em gases, em especial o óxido nítrico que descobriu ser um importante regulador do sistema cardiovascular. Furchgott concluiu que o gás alarga os vasos sanguíneos do corpo, ajuda a pressão e o fluxo do sangue.

A pesquisa forneceu a base teórica para a criação do medicamento Viagra. Nascido na carolina do Sul, o cientista mostrou desde cedo um interesse por pássaros e conchas. Formado em química, ele fez um doutorado em bioquímica. Antes de se mudar para a Califórnia nos anos 50, lecionou em Washington.
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Rizzolo: Muitos devem muito ao velho cientista Robert Furchgott, que provavelmente um dia será canonizado ( risos..)

Senado aprova regulamentação de emenda que dá mais R$ 23 bilhões para saúde

Brasília – O Senado aprovou hoje (9) o projeto de lei complementar que regulamenta a Emenda 29, definindo o comprometimento da União, dos estados e dos municípios com gastos em saúde. Pelo projeto, que ainda depende de aprovação da Câmara dos Deputados, haverá até 2011 um incremento no orçamento da União para investimento em saúde pública de R$ 23 bilhões. Já para este ano, esse aumento no repasse orçamentário para o setor será de R$ 5,5 bilhões.

O projeto prevê o comprometimento dos orçamentos dos estados e dos municípios com saúde, em 12% e 15%, respectivamente, de suas receitas correntes brutas.

No que diz respeito aos repasses da União, os percentuais de transferência para a saúde pública, calculados com base no orçamento do ano anterior mais a variação do Produto Interno Público (PIB) nominal, serão os seguintes: 8,5% em 2008; 9% em 2009; 9,5% em 2010; 10% em 2011.

O autor da proposta, senador Tião Viana (PT-AC), ressaltou que além da vinculação orçamentária que garante mais recursos para a saúde, seu projeto define claramente o que são gastos com ações e serviços de saúde, o que impedirá, por exemplo, que recursos já vinculados pela Emenda 29 sejam gastos por prefeitos e governadores em programas como restaurantes populares e asfaltamento de ruas.

A matéria foi aprovada sob o protesto do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que faz ressalvas ao seu conteúdo. “Nós vamos buscar um caminho na Câmara razoável e que tenha sustentabilidade econômica”, afirmou.

Romero Jucá entende que não há como aumentar as vinculações do Orçamento Geral da União (OGU) com gastos específicos.

A Frente Parlamentar da Saúde da Câmara dos Deputados estava no Plenário do Senado para pressionar suas respectivas bancadas a aprovar a matéria.
Agência Brasil

Rizzolo: A saúde no Brasil está em crise, haja vista o que está ocorrendo no Rio de Janeiro, onde os casos de dengue aumentaram 32% em apenas uma semana. Há muitos anos o modelo de saúde no Brasil vem se assemelhando ao modelo americano, sucateou-se propositalmente os Hospitais Públicos para beneficiar a saúde privada, o modelo baseado em Planos de Saúde.

Quem sofre com isso é a população pobre, observem que na Europa, em países como a Inglaterra, Itália, a França o atendimento de saúde público é gratuito e de qualidade, agora aqui, alem de haver pouquíssimos médicos em relação à população, grande parte do povo brasileiro é obrigado a pagar um Plano de Saúde face aos poucos recursos drenados à rede pública, tornando o atendimento comprometido. A emenda 29, vem de encontro a esses recursos destinados à saúde pública, regulamentando a aplicação destas verbas, definindo-as claramente. Muito bom.