Metalúrgicos demitidos por telegrama invadem fábrica em SP

SÃO PAULO – Cerca de 120 trabalhadores invadiram nesta segunda-feira, 19, às 6h20, a fabricante de tubulações de aço Tyco Dinaço, na zona oeste de São Paulo. A invasão ocorreu depois que a empresa anunciou o fechamento da unidade da capital paulista e demitiu todos os 160 funcionários por telegrama, na manhã de sábado.

Após a invasão, representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes se reuniram com diretores da empresa para exigir um pacote de benefícios para os trabalhadores. “A empresa disse que não pode responder nada até amanhã às 14 horas, porque hoje é feriado nos Estados Unidos, onde fica a matriz”, diz o diretor do sindicato, David Carvalho.

Em assembleia, os trabalhadores decidiram permanecer no pátio da fábrica até que a empresa dê a sua resposta sobre o plano de benefícios. As exigências do sindicato foram as mesmas acertadas com a fabricante de componentes eletrônicos Invensys há duas semanas: três meses de salário, seis meses de cesta básica e de assistência médica e dez meses de salário para trabalhadores da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

Parte dos metalúrgicos já havia sido avisada que a Tyco passava por dificuldades. “Antes das férias coletivas, eles já nos disseram para não gastar o dinheiro na folga porque teria de fazer alguns cortes”, afirma o operador de máquina Adonias Cardoso, de 41 anos. Ele recebeu a notícia do fechamento na manhã de hoje, na porta da fábrica.

Segundo os trabalhadores, há duas semanas a empresa fechou uma fábrica no bairro da Mooca, zona leste da capital paulista. Na carta enviada aos metalúrgicos, a Tyco informou que devido à crise econômica teve de unificar a operação brasileira em Caxias do Sul (RS).

HSBC

Em Curitiba, o Sindicato dos Bancários realiza uma manifestação desde essa madrugada em duas sedes administrativas do HSBC na capital do Paraná. Os Centros Administrativos Xaxim e Kennedy não foram abertos pelos trabalhadores, que protestam contra 100 demissões ocorridas na última sexta-feira, dia 16 de janeiro. Em nota em sua página na Internet, o Sindicato dos Bancários diz temer que este seja um início de uma onda de demissões no primeiro trimestre de 2009.

A assessoria de imprensa do HSBC confirmou as demissões, que diz serem “menos de 100”, mas sem informar o número exato. Segundo o banco, estão sendo tomadas medidas que garantem o andamento normal dos trabalhos na cidade. Sobre o temor do Sindicato, de que seja o início de uma onda de novas demissões, a assessoria diz que, por enquanto, não há mais informações sobre novas dispensas.

Agência Estado

Rizzolo: Olha, realmente de nada adianta o inconformismo na base da violência. A crise existe, e a cada dia atinge mais empregados, empresários, profissionais liberais. O errado é apregoar o consumo numa fase dessa; infelizmente o governo com este raciocínio irá constituir um ” mar de inadimplentes” e aí sim a situação irá piorar. Proibir ou punir os empresários de demitir é no mínimo uma infantilidade, se um empresário demite é porque, é claro, enfrenta dificuldades. Alguns setores já enfrentam uma crise feia, como o imobiliário. A verdade é que o governo não quer de forma alguma perder a popularidade, esse é que é o problema. Muito triste isso.