“Nós temos de romper com aquela prática da progressão automática do aluno, que vigorou em alguns estados do Brasil e que é responsável por colocar o professor num sistema sem saber se o aluno tinha aprendido ou não”, afirmou a candidata Dilma Rousseff, na terça-feira (3), ao analisar parte de seu programa na área da Educação. Um dos Estados em que a aprovação automática de aluno está mais difundida é em São Paulo.
Segundo Dilma, ponto fundamental do programa será a qualidade do ensino. E isso, ressaltou, não pode ser feito sem a valorização do professor. “A questão que nos preocupa fundamentalmente é a qualidade da educação. Do ensino básico, passando pelo ensino fundamental, até a pós-graduação. E essa questão está focada no pagamento e na valorização adequada do professor ou professora”, disse.
A candidata frisou que em seu governo “o professor vai ter acesso a uma formação universitária e a um diploma universitário”.
Dilma informou que já há um consenso entre os partidos coligados sobre a expansão da universidade pública e a interiorização dos campi pelo país; a construção de escolas técnicas nos municípios com mais de 50 mil habitantes e a ampliação do Programa Universidade para Todos (ProUni). “Tivemos um processo muito bem sucedido de interiorização [da universidade]. E eu vou continuar de forma acelerada nas cidades pólos das diferentes regiões. Nas cidades menores, vamos continuar expandindo a Universidade Aberta do Brasil”, informou, durante entrevista coletiva no escritório político da campanha, em Brasília. “Estamos falando numa expansão cujo objetivo é uma cobertura bastante grande todo país, especializando os cursos de acordo com as vocações de cada local ou de cada economia. Além disso, vamos aperfeiçoar e expandir o Prouni”.
A ex-ministra voltou a falar sobre o investimento que tem que ser feito para a formação de atletas para as Olimpíadas de 2016. Seu programa, destacou, envolve 10 mil quadras poliesportivas: 4 mil delas receberão cobertura e serão construídas 6 mil nas escolas de ensino básico no Brasil.
Dilma falou um pouco mais sobre seu programa de governo, na quarta-feira, quando visitou uma das unidades da Rede Sarah de Hospitais, em Brasília.
Acompanhada da primeira-dama Marisa Letícia, Dilma afirmou que seu programa de governo para a área da Saúde dará atenção especial para as gestantes, as mães e as crianças. Ela defendeu ainda o fortalecimento e ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS) e a criação de mais clínicas especializadas em algumas áreas, como o tratamento do câncer.
HP – hora do povo
Rizzolo: Concordo plenamente com Dilma, se temos avanços que levam ao desenvolvimento econômico, e que se tal desenvolvimento tem como objetivo a melhoria na educação, antes de pensarmos num novo modelo necessitamos, forçosamente, avaliar as condições de ensino que estão sendo ofertadas aos professores da rede pública, cujos baixos salários, a desmotivação e a pouca oportunidade oferecida pelo Estado no tocante ao aprimoramento profissional os fazem se sentir totalmente desprestigiados.
Uma revolução na concepção de um novo ambiente educacional passaria obrigatoriamente por uma remodelagem profissional dos professores, porque a proposta de ensino que se vê hoje nas escolas é completamente diferente da realidade vivenciada pelos alunos no dia a dia, principalmente no caso das crianças mais pobres, que faz dessa forma o aluno passar sem aprender como a tal aprovação automática instituida em alguns Estados do Brasil.