Lula diz que acha engraçado nervosismo da oposição com “hipótese” do terceiro mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer hoje que não apoia a proposta de criação do terceiro mandato. Mas o deputado federal Jackson Barreto (PMDB-SE) protocolou na Câmara uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que permite duas reeleições continuadas para prefeitos, governadores e presidente da República.

“Não preciso mudar de opinião [sobre o terceiro mandato] porque tenho uma posição definitiva. Acho que o Brasil tem pouco tempo de democracia e alternância de poder é importante. E eu já fui presidente por oito anos”, disse ele após participar de cerimônia de comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente em Caravelas, na Bahia. Antes disso, ele visitou o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.

Lula afirmou que se reunirá com a base aliada para deixar claro que não apoia a proposta. “Vou conversar com base porque não vejo sentido em discutir o terceiro mandato.”

No entanto, o presidente criticou a atitude da oposição em relação à proposta. “Acho engraçado é o nervosismo da oposição com essa hipótese. Até porque o Congresso não está propondo o terceiro mandato, está propondo um referendo. E as pessoas podem derrotar um referendo na hora que quiserem.”

Lula afirmou que essa discussão não faz parte das suas atribuições. “Essa não é uma discussão que me diz respeito. Já cumpri minha função. Falta 1,5 ano para terminar meu mandato.”

Pesquisa Datafolha publicada no domingo mostrou que a emenda do terceiro mandato receberia o apoio de 47% dos brasileiros e seria reprovada por 49%. A pesquisa foi feita entre os dias 26 e 28 de maio.

Em novembro de 2007, a mesma proposta era rejeitada por 63% dos entrevistados e tinha o aval de 34%.

folha on line

Rizzolo: A grande verdade é que a oposição não gosta é de ouvir o povo. A histeria se baseia não na questão do terceiro mandato em si, mas sim em dar oportunidade ao povo brasileiro se manifestar sobre algo que só os “representantes do povo” com sua magnitude laureada pela farsa da “democracia representativa”- que representa tudo menos os interesses dos pobres-está acostumada a fazer. Leia artigo meu: A Voz de Deus e o Terceiro Mandato

A Voz de Deus e o Terceiro Mandato

Lula disse na semana passada, durante a inauguração de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Complexo de Manguinhos, que a “voz do povo é a voz de Deus’. Confirmando a profecia, os jornais noticiaram neste domingo, que a Pesquisa Datafolha feita entre a terça-feira (26) e a quinta-feira (28) passadas revela que uma emenda constitucional para permitir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concorresse a um terceiro mandato receberia hoje o apoio de 47% dos brasileiros e seria reprovada por 49% deputados.

Coincidentemente, na semana passada, a PEC (proposta de emenda constitucional) que abre a possibilidade para um terceiro mandato do presidente Lula, após uma manobra política, foi devolvida pela secretaria da Câmara para o seu autor, deputado Jackson Barreto (PMDB-SE), pois contou apenas com 170 nomes, o que tornou a sua tramitação inviável. Tais fatos forçosamente nos levam a uma reflexão sobre a democracia que vivemos, a voz do povo brasileiro, e os atuais representantes no Congresso. Senão vejamos :

Não há como deixar de reconhecer que hoje no Brasil, os desvios de recursos e financiamento irregular de campanhas beneficiaram e beneficiam grande maioria dos parlamentares no Congresso, que por conseqüência, pouco interessados estão em ouvir a voz do povo, tampouco representa-los em seus interesses e seus desejos políticos, que é em última instância a nobre essência da democracia.

Não se trata com certeza aqui, da defesa, tampouco da apologia de um terceiro mandato propriamente, mas de uma análise aprofundada dos mecanismos da nossa democracia representativa brasileira, em contraponto à democracia participativa popular, esta tão ameaçadora e amaldiçoada por aqueles que alegam “tutelar” “os reais interesses do nosso povo”.

Não podemos compactuar com a idéia, de que o povo brasileiro seja subjugado nos seus interesses políticos, por um Congresso eleito através dos atuais mecanismos que envolvem o poder econômico, se alçando em função do cargo, como um “juízo de admissibilidade” aos anseios populares.

É o momento para repensarmos até que ponto o cerceamento do jogo participativo democrático e popular, esta sendo vedado pelos interesses oriundos de uma legislação eleitoral inadequada, onde a voz de uma maioria é calada por uma minoria ideologicamente pouco comprometida com os desejos do povo brasileiro.

Negar a voz do povo, impedi-lo de expressar seus desejos na urna, chancelar qualquer iniciativa política como sendo golpe – seja ela elaborada por parte do governo ou da oposição-, é sepultar e arrancar do povo brasileiro o debate político saudável, a luz da esperança da participação política; fazendo com que a representatividade da democracia deixe efetivamente de ser a voz do povo, amordaçando por completo a voz de Deus.

Fernando Rizzolo

Peemedebista deve protocolar hoje proposta de 3º mandato

BRASÍLIA – O deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) deve protocolar na tarde desta quinta-feira, 28, na Mesa da Câmara, a proposta de emenda constitucional que permite o terceiro mandato para o presidente da República. No entanto, o PT já antecipou que é contrário à proposta. O líder do partido, Candido Vaccarezza (SP), disse que vai orientar os deputados de sua bancada a votar contra o terceiro mandato. Ele ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está trabalhando para superar a crise e que a candidata do PT à Presidência, em 2010, é a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), também declarou que o governo é contra a proposta. “Somos contra um terceiro mandato. Essa é a posição do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”Segundo ele, o governo não quer repetir o erro do PSDB, que alterou as regras do jogo para permitir a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.

Para ser aprovada, a proposta de emenda à Constituição (PEC) precisa de três quintos dos votos, em votação em dois turnos, na Câmara e no Senado. E para vigorar já na próxima eleição, todo o processo tem de ser concluído um ano antes das eleições, ou seja, até outubro deste ano. Na Câmara, a emenda terá que ser aprovada, primeiramente, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois seguir para uma comissão especial, que tem 40 dias para analisar a proposta.
agência estado

Rizzolo: Sinceramente ao contrário daqueles que dizem ser esta proposta um ” golpe” ou um retrocesso, entendo que nada mais justo e democrático ser levada à apreciação e , se assim aprovada, proceda-se à uma emenda constitucional permitindo o terceiro mandato ao presidente da República. É claro que a a alternância no poder é algo saudável, mas longe de se caraterizar isso uma forma de perpetuação no poder. Na verdade, essa emenda poderia vir ao encontro dos anseios do povo brasileiro, e nada melhor do que satisfazer os desejos do povo, se assim desejarem. Nada demais, viu.

Candidatura de Dilma pode ter ampla base de apoio

BRASÍLIA – Ao mesmo tempo em que corteja o PMDB, o governo já dá passos decididos para atrair a maioria dos outros partidos de sua base para o palanque da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Mesmo que não se coliguem oficialmente com o PT na chapa de Dilma, PP, PR, PC do B e PRB já estão alinhados com a candidatura, caso ela se confirme no próximo ano. A maioria dos integrantes de outros partidos aliados menos afinados com a Presidência – PTB, PDT e PV – também dá sinais de que agirá da mesma forma. Até o PSB, que tem o deputado Ciro Gomes (CE) como pré-candidato, pode abrir mão de lançar seu nome, em favor de um acordo que permita ao partido ter cabeças de chapa em alianças com PT em Estados onde planeja eleger governadores.

O baixo teor de rebeldia na base aliada em relação a 2010, porém, ainda depende de pelo menos mais dois fatores para se confirmar. O primeiro é a saúde da ministra. Embora o discurso oficial dos aliados seja de otimismo, informalmente reconhecem que aguardam a evolução de sua condição de saúde para saber se a candidatura se confirmará ou se surgirá uma nova opção bancada pelo governo. O segundo fator é a densidade eleitoral da ministra. Ainda pouco conhecida pelo eleitorado, Dilma precisará ter um ritmo de campanha intenso para se apresentar pelo Brasil. A dúvida é se sua saúde permitirá essa agenda cheia.

O presidente Lula tem procurado participar diretamente da negociações com os aliados. No caso do PSB, a movimentação tem sido cuidadosa. Hoje, a legenda prefere que Ciro entre na disputa por avaliar que isso ajuda a puxar votos para a legenda. O PSB defende a candidatura própria e acredita na sua viabilidade eleitoral, argumenta o senador Renato Casagrande, secretário-geral do partido e aspirante ao governo do Espírito Santo. Ele lembra, contudo, que o PSB tem vários objetivos na próxima eleição, como aumentar sua bancada de deputados federais (hoje são só 30). O tamanho da bancada é importante porque regula o tempo de horário eleitoral e o fundo partidário a que temos direito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
agência estado

Rizzolo: A candidatura de Dilma cresce na medida em que o apoio dos demais partidos a ela aumenta. Não há dúvida que será uma tarefa difícil para a oposição enfrentar Dilma, muito embora ainda não há de forma mensurável, como quantificar a quantas anda sua popularidade, uma vez que não possui ela por hora uma densidade eleitoral apreciável. O que existe apenas é um crescente em relação ao seu nome.

A questão da transferência de votos ainda é duvidosa, mas o que realmente pesa hoje, é seu estado de saúde; e isso sim poderá atrapalhar seu desempenho na campanha. Agora, uma coisa é certa, se infelizmente Dilma não puder concorrer, movimentos ocorrerão no sentido de apresentarem uma proposta de emenda constitucional (PEC) que abre caminho para um terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nada mais justo no meu entender, do que um plebiscito para verificar se a população estaria ou não de acordo com um terceiro mandato para Lula. Porque não? Constrangimento porque? A opinião do povo por acaso constrange alguém? Ora, convenhamos, a tese do “constrangimento”, serve só aos que não entendem o jogo democrático. Se o povo disser sim, emenda-se a Constituição e ponto final. “Se Dilma não sair, apoie o Devanir” (deputado Devanir Ribeiro) (PT-SP). Não tenho o mínimo constrangimento em defender esta idéia, o que vem do povo, vem de Deus.

Políticos dão máscaras de Dilma em ensaio de carnaval

RIO – Cabos eleitorais assumidos de Dilma Rousseff para 2010, o prefeito de Nova Iguaçu (PT-RJ), Lindberg Farias, e o deputado federal Carlos Santana (PT-RJ) distribuíram hoje máscaras da ministra-chefe da Casa Civil no ensaio de um bloco carnavalesco da zona oeste do Rio. Decididos a aproveitar a folia para ajudar a popularizar Dilma, os dois dizem ter dividido a conta da encomenda de 2 mil máscaras numa fábrica de São Gonçalo (Grande Rio), ao custo de R$ 2 cada. Hoje, pelo menos 600 delas foram distribuídas no ensaio do bloco “Tamo Junto”, em Padre Miguel, patrocinado por Santana e frequentado por petistas.

“Se é antes ou depois da plástica eu não sei”, brincou Lindberg sobre a máscara de material emborrachado que retrata a ministra com maquiagem forte, incluindo batom reforçado. “É depois da plástica porque não tem óculos”, definiu Santana. Conscientes de que serão acusados pela oposição de campanha antecipada, eles invocam a tradicional mistura de política com carnaval. “Não é campanha, é algo espontâneo de militante. Eles podem fazer a máscara do (José) Serra também. Não vou entrar nessa discussão”, disse Santana.

“É só uma homenagem à mãe do PAC com a licença poética do carnaval. Não tem lei eleitoral proibindo máscara no bloco”, disse Lindberg, reconhecendo seu empenho em promover a ministra desde já. Embora o prefeito tenha interpretado a boa aceitação das máscaras como um termômetro do potencial eleitoral de Dilma, muitos foliões não sabiam de quem elas se tratavam.

Agência Estado

Rizzolo: É uma forma de divulgar a imagem de Dilma, aliás é uma boa ” sacada”, Dilma Roussef sempre teve um rosto ligado a luta armada, uma coisa feia, que o povo reprova. Essa suavizada em em seu rosto , foi boa, tornou-a mais ” meiga”, menos briguenta, mas falta muito ainda. A verdade, é que o povo quer mesmo é Lula, leia : Lula um cantor pronto para cantar um bis

Lula:um cantor pronto para cantar o bis

O teatro tinha acabado de ser reformado, o cantor pouco conhecido em Buenos Aires, estava na época , galgando sucesso. Como havia ganho os ingressos, e como bom judeu, não poderia perder a oportunidade de aproveitar a gentileza, fui assisti-lo. O diretor artístico do músico, um senhor gordo de origem ítalo-argentina, recomendava ao artista nos bastidores, num tom de voz suficiente para eu ouvir seus conselhos, dizia: “mira, cuando acabaste, fique pronto pra “el bis”. Achei interessante a observação, ou seja, ele já contava com o bis, estava pronto para realiza-lo porque a popularidade do artista era boa.

Como o combinado, mal acabou o show, mal as cortinas de fecharam, as palmas começaram e alguem gritou, “bis”. A reação do artista foi tão rápida, tão mal ensaiada que ele mesmo abriu a cortina e começou novamente a cantar. Essa cena marcante me marcou durante anos e comecei a observar que o bis muitas vezes já faz parte do show. O fato de 50,4% dos entrevistados na última pesquisa CNT/Sensus aprovarem alterações na Constituição para permitir que o presidente Lula concorra a um terceiro mandato é conseqüência natural do aumento da popularidade do presidente. E não é por menos, o País cresce, o número de mepregos formais aumenta, e o Bolsa -Família atinge 25% das famílias brasileiras.

Ao saber explorar seu marketing pessoal promovendo através do PAC sua superexposição, Lula sabiamente conquista a adesão dos eleitores e se torna uma referência de governo que promove o desenvolvimento. Muitas vezes, quando ainda era pecado falar em reeleição, de forma poderada fiz algumas abordagens sobre essa questão que é polêmica, mas que está inserida no exercício democrático, uma vez que haja uma emenda constitucional aprovada em dois turnos na Câmara e no Senado, por um quórum de três quintos, ou seja, 308 deputados e 49 senadores em cada um dos turnos.

Os números da pesquisa pertencem ao presidente Lula, e ao meu ver são números pessoais e intransferíveis, portanto, se for a vontade do povo, deverá prevalecer. Menos ruim seria se Lula não estivesse preparado para um terceiro mandato, até porque as outras opções não existem no PT, e dificilmente com esta popularidade, Lula não sairá do show sem cantar um belo bis. Como dizia o velho ítalo argentino produtor do cantor em Buenos Aires, ” Mira, hay que estar pronto para cantar otra vez, el bis”. Não sei se é bom ou ruim para País, mas o povo parece que quer bis; da forma que as coisas andam, logo Lula dirá ” Está bom, vai, eu canto !. Ou você não gosta de bis ?

Lula: ‘Ninguém faz tudo em oito anos de mandato’

Por encomenda da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), os pesquisadores do instituto Sensus foram, de novo, às ruas. Descobriram o seguinte: 1) entre fevereiro e abril, a aprovação ao governo subiu de 52,7% para 57,5%; 2) a aprovação à atuação de Lula, que já roçava as nuvens (66,8%), escala a estratosfera: 69,3%.
Descobriu-se mais: a maioria dos eleitores brasileiros apóia a permanência de Lula num terceiro mandato. Entre os 2.000 entrevistados, 50,4% declararam ser a favor do terceiro reinado. Uma minoria situada no patamar de 45,4% mostrou-se avessa à tese do poder longevo.

No mesmo dia em que os números voltaram a lhe sorrir, Lula disse, em Guarulhos (SP), do alto de mais um pa©mício: “Ninguém consegue fazer tudo em oito, nove ou dez anos.” Para evitar desvirtuamentos interpretativos, o presidente clarificou: “É preciso que a gente tenha um grupo de pessoas que assuma compromissos e que cada um faça mais do que o outro.”

Lula começou falando da gestão de Elói Pietá, o prefeito petista de Guarulhos. Elói Pietá (PT), que se desempenha o seu último mandato: “Nós agora temos que trabalhar para que quem vier no lugar do Elói faça mais que o Elói. Não pode fazer igual ou menos.”

Depois, o presidente inseriu a si mesmo no discurso: “Quem vier depois de mim… Só tenho que pedir a Deus para que seja uma pessoa mais abençoada que eu e faça mais que eu. Que olhe para os pobres mais que estou olhando.”

Em entrevista publicada na véspera, Lula classificara a pregação em torno do terceiro mandato de “uma coisa obscena.” A oposição, porém, continua com o pé atrás. O deputado José Aníbal (SP), líder do PSDB na Câmara, por exemplo, afirma: “O Lula já se definiu que uma metamorfose ambulante. Quem garante que daqui a pouco não estará dizendo e fazendo coisa diferente?

Blog do Josias
Rizzolo:
Numa democracia que se preze, a opinião do povo é a de maior valia. Muitas vezes me coloquei na posição de um interpretador de quais são as aspirações do povo brasileiro, se por um lado não é nada saudável um terceiro mandato, por sua vez a voz popular deve ser levada em consideração, até porque se houvesse uma proposta, uma mudança constitucional, que levaria a uma consulta popular, constataríamos o que nos diz a pesquisa.

Agora, Lula é um grande líder, fala a língua e o dialeto do povo. Encontrar alguém melhor para representar Lula, é tarefa difícil, mormente em se tratando do que existe aí, e o pior, esses candidatos apoiados por Lula me parecem com passado radical, e perigoso. E vejam ,não adianta “maquiar”, dar uma melhorada, passado é passado, ou foi conciliatório ou radical. Como se dizia antigamente a ” raposa perde o pelo, mas não perde a mania”, o resto fica para vocês pensarem. Leia também : Terceiro mandato, Roosevelt e o PT

Para empresário, um terceiro mandato para Lula “seria bom para o país e democrático”

“Na conjuntura atual, seria bom para o país”, afirmou o empresário Lawrence Pih, presidente do grupo Moinho Pacífico, defendendo um terceiro mandato para o presidente Lula. “Pelo menos para que o programa do presidente seja prolongado: distribuição de renda, resgate da população mais carente do país, universo importante que o governo conseguiu. O país está crescendo num ritmo maior”.

Ele rebateu os que chamam de “golpe” um terceiro mandato. “Algumas pessoas dizem que seria golpe. É um processo democrático. Até sugeriram um plebiscito. Ser houver consulta à sociedade e a sociedade aprovar, seria vontade da maioria. Se a sociedade aprova que o presidente Lula merece um terceiro mandato, porque o projeto dele não está completo, e a sociedade está satisfeita com a forma de governo que Lula vem conduzindo o país durante oito anos, é democracia, meu Deus”.

Pih, em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, destacou que “quando a economia vai bem, quando a popularidade do presidente está em alta, o assunto vem à tona”, e questionou: “Por que o ex-presidente FHC e seu governo articularam o segundo mandato? Porque a popularidade dele permitia, e não houve consulta à sociedade. O Legislativo tomou para si a responsabilidade e com gestões pouco elogiosas, como as acusações de compra de voto para mudar a Constituição. Essa conversa de golpe é uma questão de conveniência”.

Sobre o apoio dos empresários ao terceiro mandato, Lawrence Pih diz que “muitos estão tendo resultados expressivos, estão vendo a estabilidade econômica e que o governo conduz com seriedade a economia. Acham que não seria ruim continuar as coisas como estão. Não dizem que apoiariam um terceiro mandato, mas veriam com bons olhos que as coisas fiquem como estão. Não têm do que reclamar”.
Hora do Povo

Rizzolo: A alternância do poder é algo saudável para a democracia, para que as coisas continuem boas não é necessário que Lula permaneça no poder, contudo, tenho expressado meu ponto de vista em relação a um terceiro mandato com parcimônia e refletindo sob um ângulo estritamente democrático. A afirmação do empresário Lawrence Pih, presidente do grupo Moinho Pacífico, defendendo um terceiro mandato, segue uma lógica compreensível.

O assunto é controverso e inspira uma análise desprovida de interesses partidários, uma observação de cunho puramente político. Já escrevi uma breve reflexão sobre esse assunto em Terceiro mandato, Roosevelt, e o PT

Olha o terceiro mandato aí, gente!

Se tudo correr de acordo com o script, hoje o deputado petista Devanir Ribeiro começa a colher as 171 assinaturas necessárias para apresentar na Câmara a proposta de emenda constitucional que extingue a reeleição e aumenta o mandato presidencial para cinco anos.

O deputado parece ter abandonado aquela idéia meio delirante de convocar um plebiscito para que as massas pressionassem o Congresso a conceder o terceiro mandato ao presidente Lula.

Por que a idéia é meio delirante? Pelo risco de manipulação da vontade popular.

Muito diferente será a aprovação de uma emenda constitucional, que cumpra todo o rito: discussão e votação em dois turnos em cada uma das casas do Congresso e aprovação por quórum mínimo de três quintos (308 deputados e 49 senadores).

Depois de aprovada a emenda, nada impede que se convoque um referendo, isto é, que se pergunte ao eleitorado se ele concorda com um terceiro mandato.

Foi o que fizeram os franceses em 2000: encurtaram o mandato do presidente da República em dois anos (de sete para cinco anos) e depois perguntaram se o eleitorado concordava. Concordou.

A duração do mandato presidencial é, não custa lembrar, produto de um consenso. Cada país regula este assunto conforme lhe pareça mais conveniente. Há mandatos de quatro, de cinco e até de sete anos. Com reeleição ilimitada, com reeleição limitada e mesmo sem reeleição.

Tudo é uma questão de acordo entre as forças políticas. Para isso, existe a Constituição.

No Brasil, desde o início da República já tivemos mandatos de quatro, cinco e seis anos. Sem reeleição. Agora temos um mandato de quatro anos com direito a uma reeleição.

Para mudar, basta acordo político e alteração na Constituição. Não é cláusula pétrea, não se está usurpando nenhum mandato constituinte original. Três quintos em cada casa, duas votações. E pronto. Perfeitamente legal, legítimo e constitucional.

Alguém poderia argumentar que as regras estariam sendo mudadas no meio do jogo, com o nítido objetivo de beneficiar o presidente Lula.

Mas o precedente foi aberto lá atrás. Quando se votou a emenda da reeleição em 1997, os tucanos deveriam aceitar que ela passasse a valer apenas para o sucessor de Fernando Henrique.

Entretanto, como a reeleição foi aprovada explicitamente para permitir a reeleição de Fernando Henrique, nem tucanos nem democratas poderão se queixar se a PEC do deputado Devanir Ribeiro for aprovada e, com isso, viabilizar um terceiro mandato para o presidente Lula.

Um dia da caça, outro do caçador.

Agora, cabem algumas observações. É politicamente conveniente? Não, porque o Brasil andará na contramão da História.

As democracias mais avançadas adotam cada vez mais consultas mais freqüentes ao eleitorado, isto é, mandatos mais curtos.

Portanto, adotar um mandato de cinco anos é andar para trás.

Mas é preciso reconhecer que, se o terceiro mandato for aprovado, o Brasil estará em perfeita sintonia com seus vizinhos da América do Sul.

Atualmente, estamos vivendo uma onda de continuísmo. Mais populista ou menos populista. Mas certamente continuísta.

Os dados serão lançados hoje.
Blog da Lucia Hippólito (cientista política)

Rizzolo: A idéia de um mandato de 5 anos é interessante, e não se pode chamar isso de ” continuísmo”. No caso específico do governo Lula, como já afirmei anteriormente em outros comentários, temos sim a obrigação de ampliar essa discussão sobre o terceiro mandato ao povo brasileiro. Aliás, isso é ser democrático, por hora, entendo que a proposta de emenda constitucional que extingue a reeleição e aumenta o mandato presidencial para cinco anos, é apreciável. O bom senso nos conduz a pensar que a questão do terceiro mandato ainda é prematura para ser questionada.

O que não podemos aceitar, é a ” inclinação” a entender que o povo brasileiro não tem o direito ou a capacidade de convocar um plebiscito para que pressionassem o Congresso a conceder o terceiro mandato ao presidente Lula. Nesse ponto discordo da ilustre cientista política. O povo sabe sim escolher, e muito bem, e tem capacidade e legitimidade para tal, quem não sabe são membros do Congresso vinculados e financiados pelos poderosos que pouco pensam ou se interessam pelo pobre trabalhador.

Macumba do 3º mandato envenena a quadra política

A política brasileira atravessa uma quadra contraditória. Lula degusta notáveis índices de popularidade. Mas quem observa os índices de intenção de voto que as pesquisas atribuem ao tucano José Serra é levado a crer que chegou a hora da oposição.

Em meio ao inusitado, Lula olha para o PT e vê um armazém de postes. Decidiu inaugurar um programa novo: uma versão eleitoral do Luz para Todos. É como se desejasse levar energia a todos os potenciais presidenciáveis petistas.

No curto intervalo de duas semanas, o presidente levou mãe Dilma ‘PAC’ Rousseff aos morros do Rio, compareceu a uma cerimônia organizada por Tarso ‘Pronasci’ Genro, festejou aniversário de ministério ao lado de Patrus ‘Bolsa Família’ Ananias e estimulou Marta ‘Boa Candidata’ Suplicy a mergulhar na campanha paulistana.

É jogo de cena, suspeita a oposição. Lula não seria de dar apoio senão a si mesmo. Move-se por entre os postes ruminando, no íntimo, uma pergunta: Se estou tão bem avaliado, por que não permitir ao povo que prolongue sua própria felicidade?

Pelo menos sete líderes oposicionistas se encontram com o pé atrás. No PSDB: FHC, Sérgio Guerra e Arthur Virgílio. No DEM: Jorge Bornhausen, Marco Maciel e José Agripino Maia. No PMDB dissidente: Jarbas Vasconcelos. Todos acham que, na virada da curva, Lula flertará com o terceiro mandato. É como se vissem em Lula uma espécie de Incrível Hulk, prestes ganhar coloração esverdeada, exibir os músculos e rasgar as próprias vestes.

Ouça-se, na voz de Agripino Maia, o raciocínio que permeias as suspeitas: “O que o Lula está fazendo? Peregrinando pelo país. Voa no Aerolula abastecido por todos nós. Reúne o povo à custa de distribuição de marmitas pagas pelo erário. Agride a oposição em inaugurações travestidas de comícios. O que é isso? É a pré-campanha da continuidade. Calçando um salto 40, arrogante e auto-suficiente, o presidente aguarda pelo projeto que seu amigo Devanir Ribeiro [PT-SP] vai apresentar, propondo o plebiscito do terceiro mandato. A democracia será colocada em xeque. Quem viver verá.”

Sérgio Guerra, o presidente do PSDB, acha que Lula oscila “momentos de valorização da democracia com instantes de puro autoritarismo.” Não duvida que o PT esteja tramando a continuidade de seu único líder. “Se vier, vamos combater.” Jarbas Vasconcelos lista “evidências” que, a seu juízo, deixam claro que Lula vive um “surto autoritário.”

“No Planalto, o TCU é considerado um aglomerado de políticos aposentados, Lula desmoraliza o Judiciário, depois diz que Congresso precisa trabalhar, como se ele fosse trabalhador, não tem o menor respeito pela mídia, com a equipe repleta de aloprados, passa a mão na cabeça dos irresponsáveis e acha que a palavra dele basta.”

Jarbas prossegue: “Derrotamos a CPMF e Lula decretou aumento de impostos, depois de mentir que não iria fazê-lo. O governo exige que a Colômbia peça desculpas ao Equador, mas não condena as Farc, um agrupamento de criminosos e seqüestradores. Não vou mais ficar calado. Lula tem formação autoritária. E o Senado não pode botar o rabo entre as pernas. O eco agora é pequeno. Mas depois cresce. Eu era deputado estadual no Recife quando o general Médici desfrutava de popularidade de 84% no meu Estado. E terminou como um dos mais repudiados generais da ditadura.”

Petistas como o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), que cultivam o bom senso, sustentam que Lula jamais patrocinaria um movimento de desrespeito à Constituição. Mas há uma ala do petismo que flerta –a sério— com a macumba do terceiro mandato. Devanir Ribeiro, compadre de Lula, não está sozinho quando afirma que aguarda o momento propício para protocolar o seu projeto na Câmara.

FHC arrancou a reeleição do Congresso em meio a um tilintar de verbas que incluiu uma malfadada “cota federal” de R$ 200 mil. Pagou, depois, o preço do poder longevo. Uma conta que, além da ofensa aos costumes, espetou na biografia do príncipe o populismo cambial e a ruína econômica. O silêncio de Lula sobre a re-reeleição não faz bem nem à sua presidência nem à democracia. Num instante em que reencontra o caminho do crescimento econômico, o presidente merece melhor sorte.

Lula precisa vir ao meio-fio para desautorizar, em termos críveis, a maluquice. Do contrário, pode desperdiçar a sua hora. Há duas semanas, Lula ouviu do neo-conselheiro Delfim Netto conselhos acerca do que fazer na economia para evitar que seu governo transfira para o sucessor ruína semelhante à que recebeu de FHC. Um presidente que não esteja de olho no palanque decerto terá mais tempo para cuidar do que realmente interessa. De mais a mais, 2014 não está assim tão longe.

Blog do Josias / Folha

Rizzolo: Sei que a partir de agora, muitos irão discordar e outros tantos irão concordar com meu ponto de vista. Mas gostaria de preliminarmente fazer uma observação política, não jurídica, ate porque para um terceiro mandato é necessário que o legislativo encaminhe sugestões de Propostas de Emenda Constitucional (PECs) que possibilitem uma reeleição. O presidente Lula até o momento, realmente não acredita que nenhum desses ” filhotes” a presidência tenha condições e densidade eleitoral para fazer frente a um candidato da oposição. Essas viagens pelo Brasil, acredito que tenha sim, segundas intenções, todavia com todos os defeito que atribuo ao presidente neste blog, é preciso fazer uma reflexão em nome da democracia, senão vejamos:

Fica patente que o exercício da democracia se faz com a renovação, este é modo saudável de se ver a alternância do poder, porem, tão nobre quanto a renovação é o direito assegurado por esta mesma democracia em se ouvir os clamores do povo brasileiro. Assim entendo que, se lá adiante Lula ou o Executivo tiver condições legais para consultar o povo sobre um terceiro mandato através de um plebiscito, a consulta terá com certeza base e esteio popular democrático para legitimizar seu qual for seu resultado; muito embora hoje, o encaminhamento é uma exclusividade do legislativo. Ao colocar meu ponto de vista, que sei ser controverso, reflito sobre fatos atuais de popularidade do presidente despindo me de interesses partidários. Afirmar que o povo ao ter condição de ser consultado, ao expressar seu desejo a um terceiro mandato, estaria ferindo a democracia, é como negar que a democracia seja o desejo da maioria na sua essência.

Para finalizar, nos resta torcer para que isso não aconteça, a fim de avançarmos com um candidato que realmente esteja mais comprometido com o povo brasileiro. Mas se o povo quiser, nada podemos fazer…