SÃO PAULO – A edição desta semana da revista britânica The Economist traz uma reportagem na qual apresenta o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), como um político que “fez um trabalho decente no comando do maior Estado do Brasil, mas que para continuar liderando as pesquisas para a Presidência da República vai precisar entrar de cabeça na campanha”.
O texto destaca que com a ascendência do País nos cenários econômicos e diplomáticos, o desafio de governá-lo aumentou na mesma escala. “Com um currículo consistente de acadêmico, ministro e governador, o senhor Serra é com certeza um candidato forte. Mas ele é um personagem curioso. Um amigo disse que ele anunciava que seria presidente quando tinha 17 anos. Colegas e subordinados o descrevem como um controlador notívago e teimoso.”
A revista não deixa de mencionar, entretanto, as críticas que Serra tem recebido por causa dos estragos causados pelas chuvas que assolam o Estado há 44 dias seguidos e que resultaram em mais de 70 mortes.
Sobre as obras que o governador corre para entregar antes de deixar o cargo, a reportagem diz que “Serra parece ter aprendido de governos passados que ter um grande e visível legado para aparecer nas fotos faz maravilhas para angariar votos de indecisos”.
De acordo com a Economist, mesmo com todas as histórias que possa contar sobre seu governo, Serra viu sua vantagem nas pesquisas se esvanecer nas últimas semanas graças à “campanha frenética” que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito com a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff – descrita pela revista como alguém “com ainda menos carisma do que Serra, apesar de ambos serem bons administradores”.
Na avaliação da revista, o governador de São Paulo pode ver seus índices nas pesquisas subirem assim que ele entrar em campanha. “Mas o caótico sistema multipartidário brasileiro é duro com quem vê o trem passar e não sobe nele”, alerta o texto. “Serra precisa começar logo se não quiser ser lembrado como o melhor presidente que o Brasil nunca teve.”
agencia estado
Rizzolo: Concordo com a revista, Serra é um ótimo administrador, contudo a demora em se lançar está se tornando um problema político. Provavelmente Serra e o partido ainda analisa as reais chances de sua candidatura, seus próprios eleitores em São Paulo acabam de certa forma em função do vazio discurso oposicionista, enxergarem as opções do governo atraentes.