Sargento aposentado é preso após atropelar criança no interior de SP

Um sargento aposentado da Polícia Militar foi preso em flagrante depois de atropelar uma criança de 4 anos, na noite deste sábado (4), em Jaboticabal, a 342 km de São Paulo.

De acordo com a Polícia Civil, Luiz Felipe Alves estava no carrinho de bebê, empurrado pela irmã de 15 anos, quando o carro o atingiu. A criança foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

Após o acidente, o sargento realizou teste do bafômetro, que comprovou que ele estava embriagado.

O PM aposentado foi encaminhado na manhã deste domingo (5) para o presídio Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo. Pelos dois crimes, foi estipulada uma fiança de R$ 6.170
G1

Rizzolo: A bebida é o grande problema dos acidentes de trânsito. E observem que seus efeitos devassos atingem no trânsito população das grandes cidades e do interior do Estado. Quando passo perto das Universidades em São Paulo, e vejo aquela quantidade inúmera de bares abarrotadas de jovens tomando cerveja, fico a pensar o que pode ocorrer no trânsito, e para a saúde deles mesmos. Agora esse caso é grave por se tratar do agente um policial aposentado. Digo mais uma vez, não podemos fazer com que a população adulta que bebe e dirige, tenha a sensação de impunidade no trânsito. Se eleito vou rever isso, tenho um carinho muito grande por Joboticabal, aliás já escrevi alguns artigos no jornal da cidade.

Um jovem no circo da vida

Ainda me lembro de quando, numa entrevista pela televisão, um delegado de polícia informava dos perigos de andar em São Paulo e de ser assaltado no trânsito. Dizia ele que, através de estudos de especialistas, o correto seria o motorista nunca se posicionar na fileira da esquerda nos faróis, pois, segundo ele, a probabilidade de ocorrer um assalto é maior nessa faixa por causa da posição dos automóveis.

Como tudo que se relaciona à segurança, tentei memorizar o tático conselho, mas naquela noite chuvosa, na avenida Brasil, em São Paulo, me descuidei. Lá estava eu na fila da esquerda – e dessa vez sem nenhuma conotação ideológica – me expondo bem diante do brilhante farol vermelho. Minha preocupação naquele momento era olhar para os lados, como a procurar pelo agente delituoso, mas o que eu não esperava era ver o brilho de um jovem malabarista de 16 anos que soltava fogo pela boca e fazia ali, no pretenso campo de batalha, um maravilhoso espetáculo circense.

Como num teatro, assisti durante alguns instantes a uma apresentação profissional, cronometrada e com direito a agradecimento que me remeteu aos espetáculos dos circos russos de antigamente. Ao terminar sua apresentação, o rapaz passou ao meu lado e ofereci a minha modesta contribuição pela dedicação ao seu amor à arte. Em seguida, perguntei: “Parabéns, você é ator?”. O jovem me olhou e com um sorriso amável agradeceu meu gesto respondendo: “Não, senhor. Estudei na Escola Nacional de Circo e nas horas vagas ofereço um pouco de arte às pessoas no trânsito. Obrigado pelos ‘parabéns’”.

Eu pouco sabia sobre iniciativas educativas como esta. A Escola Nacional de Circo da Fundação Nacional de Arte (ENC/Funarte) é a única instituição de ensino diretamente mantida pelo Ministério da Cultura. Foi criada em 13 de maio de 1982, pelo artista circense Luiz Olimecha, para realizar cursos regulares de formação profissional e de reciclagem de artistas, atendendo a uma antiga reivindicação dos profissionais de circo de todo o país.

Hoje, quando passo pela avenida Brasil, não encontro mais o malabarista – talvez ele tenha se arrumado melhor num grande circo -, mas daquela experiência descobri que existem surpresas no trânsito quando se observam as pessoas com bondade e sem medo. Constatei ali que a insistência em andar na fila da esquerda não passa a ser tão perigosa quando se vive num ambiente de inclusão social. Inúmeros jovens pobres ainda são, na verdade, os malabaristas do circo da vida e apostam num Brasil mais justo. Num simples farol, sempre existem talentos – alguns esquecidos, outros perdidos e um tanto sem rumo. Mas pensando nos jovens e apostando na educação teremos talentos despertos em todas as avenidas da cidadania do nosso Brasil, incluindo naquela em que inadvertidamente insisti em andar do lado esquerdo. Uma avenida chamada Brasil.

Fernando Rizzolo

Bicicleta e o Transporte do Futuro

O cheiro de tinta era forte; minhas mãos de menino apertavam o breque no guidão prateado da minha bicicleta nova. A sensação era de alegria incontida; a bicicleta era verde e vinha com uma bombinha para o caso de o pneu precisar ser enchido. Hoje, relembrando o dia em que ganhei aquele presente, a felicidade que senti me remete ao “sim” da minha primeira namorada, quando “a pedi em namoro”. Primeira bicicleta, primeira namorada… quanta emoção!

Mas por que aqui, parado no trânsito de São Paulo, num dia chuvoso, me lembrei da minha primeira bicicleta? Talvez por dois motivos: primeiro, lembrar um sonho de menino; segundo, saber que no futuro a bicicleta será o meio de locomoção mais comum. Em 2005, mais de 150 milhões de bicicletas foram vendidas no mundo, contra cerca de 60 milhões de carros. A venda de bicicletas tem aumentado porque estes veículos oferecem mobilidade fácil a milhares de pessoas, melhoram a saúde, aliviam os congestionamentos e não poluem o ar. Além disso, uma bicicleta custa 200 vezes menos que um carro e reduz a área que é preciso pavimentar. Em movimento, 6 bicicletas ocupam o espaço de 1 carro. Num estacionamento para carros cabem 20 bicicletas.

O maior desafio dos grandes centros urbanos como São Paulo é a falta de espaço nas ruas. Os dois principais corredores exclusivos para bicicletas na cidade estão hoje em terrenos do metrô – a ciclovia da marginal do Pinheiros, ou da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), e a ciclovia Caminho Verde, na Radial Leste. Em todo o município são apenas 35,5 quilômetros de ciclovias. Na região de maior trânsito da cidade, no limite das marginais, com raras exceções, não há lugares seguros para os ciclistas circularem.

Apesar de tudo, o número de deslocamentos diários de bicicletas* tem aumentando significativamente em São Paulo. Em 1997, equivalia a apenas 54% (54 mil viagens diárias) do número de viagens diárias de táxis (91 mil). Nos dez anos seguintes, houve um salto. Em 2007, já passava a ser 87% (148 mil), superior aos deslocamentos de táxis (79 mil).

Temos de implementar políticas de viabilidade a novos meios de transporte, como a bicicleta. Em países desenvolvidos como a Suécia, cerca de 10% das viagens são feitas de bicicleta e quase 40% a pé. Só em aproximadamente ⅓ dos percursos utiliza-se o automóvel, sem contar, é claro, com o viés de uma vida mais saudável, combatendo não só o trânsito, mas também o sedentarismo.

Trânsito, congestionamento, grandes centros e muita espera nas ruas durante a lenta caminhada dos automóveis nos fazem pensar nas soluções mais simples da vida, nos remete à saudade da antiga bicicleta, da primeira e descomplicada namorada e a tantas outras coisas. A imagem da antiga bicicleta verde, em função de tudo que é verde, acabará sendo a futura forma de se deslocar, talvez com mais poesia, diariamente, com o vento no rosto, nos unindo então aos sonhos do passado, à vontade de andar de bicicleta pelas ruas da cidade.

Fernando Rizzolo

Kassab elogia obras em córregos e nega caos em SP

SÃO PAULO – O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), afirmou hoje que recebeu “com muita satisfação” a informação de que, pela primeira vez, não houve transbordamento nos Córregos Aricanduva, na zona leste, e Pirajussara, na zona sul. Kassab afirmou que as obras nesses locais “suportaram bem” a intensidade da chuva. Ele negou que as precipitações tenham causado o caos na capital paulista. “Não foi o caos, a chuva foi é muito intensa.”

“A mesma intensidade, até o ano passado, causava o transbordamento (dos córregos). Tivemos um comportamento adequado, foi muito positivo. As obras mostraram seu efeito”, comemorou o prefeito, em entrevista transmitida ao vivo pela televisão.

De acordo com Kassab, dos mais de cem pontos de alagamento na cidade, 26 estavam intransitáveis. O prefeito informou que mais de 700 funcionários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estão nas ruas desde cedo para tentar organizar o trânsito e que as multas de hoje por desrespeito ao rodízio de carros foram canceladas.

Kassab afirmou ainda que a secretária estadual de Saneamento e Energia, Dilma Pena, avalia a possibilidade de se instalar uma bomba a mais na Usina Elevatória de Traição para melhorar o escoamento da água. Segundo o prefeito, a cabeceira do Tietê foi o local mais atingido do rio.
agencia estado

Rizzolo: Bem negar o caos em São Paulo, é tentar não enxergar o sofrimento da população, principalmente a pobre, vítima das inundações que assolaram hoje a cidade . Sinceramente a gestão da prefeitura de São Paulo está bem como dia de hoje: um caos. Explicações de cunho técnico não atendem as perspectivas do povo, contra fatos não há argumentos, e melhor seria assumir a realidade e trabalhar no sentido de resolver os problemas.