O já conhecido assédio tucano a aliados do governo federal no Sul do País foi explicitado pelo próprio pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Em entrevista ao programa do Ratinho, do SBT, nesta quarta-feira, 12, Serra revelou conversas que tem mantido com o senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato ao governo do Paraná. Além de fazer elogios a Dias, deixou no ar, inclusive, a partir de um comentário do apresentador, uma possível indicação dele para o Ministério da Agricultura, caso seja eleito.
A aliança do PDT do Paraná com o PT está seriamente ameaçada e as conversas de tucanos seguem a todo vapor. O PSDB ofereceu a Osmar Dias a vaga de candidato ao Senado na chapa do tucano Beto Richa, que concorrerá ao governo estadual.
Osmar Dias reclama das dificuldades de selar uma aliança com petistas no Estado. O PT impõe que Gleisi Hoffmann, mulher do ministro Paulo Bernardo (Planejamento), dispute o Senado na chapa com Dias. Para o PDT, o PT deveria indicá-la como vice. A dificuldade do acerto aproximou Osmar Dias do PSDB, partido com o qual possui boa interlocução.
A ofensiva do PSDB no Sul do País, região onde Serra teria ampla vantagem eleitoral sobre Dilma, já preocupa o PT. O partido vê dificuldades também nas candidaturas de Ideli Salvati em Santa Catarina e de Tarso Genro no Rio Grande do Sul.
Na entrevista, Serra voltou a dizer que vai criar o Ministério da Segurança Pública. “A segurança é um problema grave no Brasil inteiro. O governo federal tem que entrar na luta pela segurança. Nem que tenha de fazer mudança na Constituição, tem que entrar no problema.”
O tucano afirmou que é preciso investir em tecnologia e em pessoal para combater o contrabando de armas e drogas. Além do ministério, Serra quer criar uma patrulha uniformizada especializada em fronteira, ligada à Polícia Federal.
O o pré-candidato tucano anunciou que vai baixar o custo do transporte no Brasil, investindo em ferrovias e hidrovias. “Vamos baixar o custo, porque senão não geramos empregos.”
Serra também foi teve de comentar, em uma frase, o que achava de determinados personagens. Sobre Barack Obama, ele disse: “Um bom presidente”. Quando Ratinho perguntou sobre Lula, Serra respondeu: “Um homem muito simpático”. A respeito de Dilma, o tucano disse: “Uma mulher de valor, como a Marina também”.
Ratinho perguntou se Serra iria acabar com o Bolsa-Família. O tucano respondeu que pretende reforçar o programa social, marca de Lula. “O bolsa foi formado a partir de coisas que já existiam, entre elas o bolsa alimentação, que eu criei como ministro da Saúde”, disse. “O Lula pegou e juntou tudo. Achei uma boa ideia. Vou reforçar e ampliar. Vou fortalecer e ligar a duas questões chaves: saúde e emprego dos jovens.”
agencia estado
Rizzolo:Na realidade o que Serra está fazendo é um jogo político tentando fragmentar o PT. Uma guerrilha política que ataca o ponto fraco do PT, que é sua condição de partido refratário e composto por várias correntes internas distintas. Já a questão da segurança pública abordada por Serra é estratégica, pois lança a deficiência dele mesmo nessa área o qual tenta justificar em função da falta de um ministério federal. Uma bobagem é claro..
De qualquer forma, diferente do PT vejo essas articulações como normais num contexto político, e mais, acredito que Dilma deveria fazer o mesmo angariando assim mais correlação de força e mais diálogo com os setores mais conservadores. Agora eu sei como é, sou Dilmista, mas mesmo assim o PT me trata como um excêntrico burguês….