Funcionários da USP, Unicamp e Unesp protestam por reajuste salarial

Cerca de mil funcionários da Unicamp, Universidade de São Paulo e Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita filho (Unesp) realizam na manhã desta terça-feira, 30, um protesto por isonomia salarial entre professores e funcionários e para dar início às negociações de reajuste salarial.

O grupo saiu em passeata na frente do prédio da Faculdade de História por volta das 10 horas, seguindo para o portão 1 da universidade. Na Avenida Alvarenga, os manifestantes bloquearam a via, que foi liberada por volta das 11h45.

Segundo um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Aníbal Ribeiro Cavali, o grupo segue agora para a reitoria, onde será feito um novo protesto.
agencia estado

Rizzolo: Na realidade toda essa movimentação, ao contrário do que o governo estadual afirma, é essencialmente legítima e nada tem de política. A argumentação do governo estadual tenta desqualificar o movimento dos professores e tentará também descaracterizar esse movimento nas Universidades. É claro que nas discussões, nos debates, os professores mencionam o descaso tucano com a educação, agora, dizer que isso é propaganda política antecipada, nada mais é do que a falta de um pontual discurso que possa comover a oposição já tão desacreditada.

USP decide não usar a nota do Enem na Fuvest 2010

A Universidade de São Paulo (USP) decidiu nesta quarta-feira (7) não usar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no vestibular da Fuvest 2010. Segundo a instituição, a aplicação do exame nos dias 5 e 6 de dezembro inviabiliza o seu uso por “razões operacionais”. A prova representaria um acréscimo de até 20% na nota final do candidato.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também já havia informado que não utilizaria o Enem neste ano pelos mesmos motivos. O Ministério da Educação (MEC) adiou o Enem na quinta-feira (1º), após o vazamento da prova.

A nota da primeira fase da Fuvest será, então, exatamente o número de pontos que o candidato tirar no exame, que acontece no dia 22 de novembro.

Para os candidatos que optaram por participar do Programa de Inclusão Social (Inclusp), o cálculo do bônus correspondente ao Enem será feito com base no desempenho do candidato no exame da primeira fase da Fuvest.

O calendário e as demais regras do edital 2010 permanecem inalterados. As provas da segunda fase acontecerão de 3 a 5 de janeiro.

No total, 128.144 candidatos se inscreveram na Fuvest. Desse número, 10.989 são treineiros. Estão em disputa 10.812 vagas: 10.622 na USP, cem na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e 90 na Academia de Polícia Militar do Barro Branco.

No próximo vestibular, o processo seletivo terá um novo formato. Com a mudança, a nota da primeira fase, com 90 questões, não será mais computada na pontuação final do vestibular. As provas da segunda fase, assim como as disciplinas específicas, foram alteradas.
Globo

Rizzolo: Sinceramente entendo que estão utilizando de forma política esse vazamento. Estranho me parece as duas Universidades Estaduais decidindo não utilizar a nota por “razões operacionais”. Quem sofre é o aluno pobre, que tem menos tempo para se preparar, já que a prova representaria um acréscimo de até 20% na nota final do candidato. Se a prova da Fuvest fosse totalmente substituída pela do Enem, a porcentagem de alunos de escolas públicas na USP pularia para de 22% para 27%.

MEC escolhe 5 e 6 de dezembro para prova do Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai ser aplicado nos dias 5 e 6 de dezembro, segundo o G1 apurou nesta tarde. Essa data foi definida pelo Ministério da Educação e será apresentada para o ministro da Justiça, Tarso Genro, na tarde desta terça-feira (6). O ministro da Educação, Fernando Haddad, quer a participação da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança na aplicação da nova prova do Enem. Haddad também vai pedir a Tarso que a PF avalie os procedimentos de segurança que serão utilizados.

Na segunda (5), o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes, anunciou que o contrato com o Connasel, consórcio responsável pela aplicação do exame que vazou na semana passada, foi rompido bilateralmente.

O Cespe, da Universidade de Brasília, e a Fundação Cesgranrio, segundo Fernandes, já aceitaram participar conjuntamente da aplicação da prova. Para tanto, deve ser assinado um contrato de emergência, sem licitação.

Ao todo, 68 universidades têm convênio com o MEC para usar os pontos do Enem no processo de seleção. O presidente da Andifes, Alan Barbiero, que representa instituições federais de ensino superior, disse que as universidades podem atrasar em 15 dias o início das aulas. Ele deixou claro, no entanto, que a decisão cabe a cada universidade.
Globo

Rizzolo: Esta prova do Enem já virou uma dificuldade e um problema para todos os jovens, me parece inclusive que neste dia haverá uma prova concursal para a Receita Federal, imaginem o caos que será. O jovem neste País alem de sofrer coma falta de oportunidade ainda é vítima da incompetência do governo em alguns segmentos como a educação.

No Rio, estudantes criticam ministro pelo vazamento do Enem

RIO – Estudantes cariocas criticaram o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante protesto em Copacabana na manhã desta sexta-feira, 2. Cerca de 400 estudantes, a maioria de cursos de escolas particulares, realizam um protesto contra o adiamento da prova do ENEM. A prova foi remarcada para a primeira quinzena de novembro após o Estado ter avisado ao Ministério da Educação que a prova tinha “vazado”. Haddad foi criticado por “desorganização” e “incompetência”.

O grupo fecha meia pista da Avenida Atlântica, uma das principais vias de acesso à zona sul, e se dirigem ao palco montado na praia de Copacabana para acompanhar a escolha da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

As palavras de ordem dos manifestantes são direcionadas contra o ministro da Educação, Fernando Haddad, a quem os estudantes acusam de “desorganização” e “incompetência”. “Haddad não executou o que estava planejado este ano. Queremos a aplicação da prova o mais rápido possível” declarou o estudante da Unidade Barra da Tijuca do Curso Miguel Couto, Rafael Martins, de 19 anos. Segundo os alunos, o protesto foi convocado pela internet.
agencia estado

Rizzolo: Que é desorganização não resta a menor dúvida, o pior, isso foi descoberto pela imprensa, o que na verdade nos indica o quanto importante é a liberdade de informação, coisa que alguns ainda não entenderam amordaçando a imprensa em determinados casos. A manifestações é legítima, e pura desorganização mesmo e incompetência. Resta agora lamentar e grita, na rua de preferência.

Morre Crodowaldo Pavan, um pioneiro da genética no Brasil

Morreu ontem, aos 89 anos, o geneticista Crodowaldo Pavan, uma das figuras mais importantes da ciência brasileira. Nascido em Campinas e formado pela Universidade de São Paulo (USP), ele foi um dos fundadores da genética no País, formou dezenas de pesquisadores no Brasil e nos Estados Unidos, publicou trabalhos de repercussão internacional e liderou algumas das instituições científicas mais importantes do País.

“Ele era um grande líder, daqueles que não se encontra mais hoje em dia”, disse a geneticista Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, que foi aluna de Pavan na graduação. “A história do Pavan se confunde com a história da genética no Brasil; é impossível separar uma coisa da outra”, disse outro notório ex-aluno, o geneticista Francisco Salzano, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O professor imortal, que nunca fugia de uma discussão – ao contrário, fazia questão de iniciar muitas delas -, morreu no início da tarde de ontem, no Hospital Universitário da USP. Ele estava internado desde o dia 26, quando se sentiu mal. Na madrugada do dia 27, sofreu um enfarte e seu quadro clínico deteriorou-se, até uma falência de órgãos. Ele tinha câncer, mas não ficou claro se isso teve influência na morte.

Pavan foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) entre 1981 e 1986, quando, entre outras coisas, liderou uma campanha para incluir a autonomia universitária e o apoio à ciência e à tecnologia no texto da Constituição de 1988. Também foi uma voz importante na criação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em 1985. “Ele foi uma liderança crucial em momentos importantíssimos da ciência no Brasil”, disse ao Estado o atual presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp.

Entre 1981 e 1984, Pavan foi diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Entre 1986 e 1990, presidiu o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão do MCT que financia a maior parte das pesquisas no País. Entrou dizendo que ia multiplicar o orçamento e o número de bolsas, que passou de 10 mil para quase 50 mil. “O Pavan era um figura notável, que marcava presença em todos os lugares por que passava”, disse o chefe de gabinete do CNPq, Felizardo Penalva, também ex-aluno dele na pós-graduação do Departamento de Genética da USP – que, aliás, foi criado por Pavan.

Na década de 40, Pavan pesquisou ao lado do renomado biólogo Theodore Dobzhansky, na Universidade Columbia. Nas décadas de 60 e 70, foi pesquisador da divisão de biologia do Oak Ridge National Laboratory e virou professor vitalício de genética da Universidade do Texas. “Ele poderia ter ficado nos EUA, mas preferiu voltar para ajudar no desenvolvimento do Brasil”, disse Penalva.

CROMOSSOMOS

A principal contribuição científica de Pavan foi baseada no estudo das larvas de uma mosca chamada Rhynchosciara angelae. Suas pesquisas revelaram um processo chamado amplificação gênica de cromossomos politênicos (gigantes), pelo qual partes dos cromossosmos “inflam” por causa da duplicação de trechos de DNA. Sua especialidade era genética de populações e celular.

Tão marcante quanto a produção científica era a personalidade forte de Pavan. Para o colega e ex-aluno Salzano, ela poderia ser resumida em três palavras: simplicidade, espontaneidade e veemência. As duas últimas referem-se à maneira como Pavan sempre se fazia ouvir em todos os eventos de que participava. “Jamais estive em uma conferência com o Pavan que ele não pedisse a palavra ao microfone”, disse o médico Eduardo Krieger, ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências.

O geneticista Sergio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais, lembra-se bem das intervenções de Pavan, que criticava abertamente os projetos de sequenciamento genômico no Brasil. “Esse era o Pavan, nunca de meias palavras. Mesmo quando estava errado, ele era uma presença sempre estimulante.”
agência estado

Rizzolo: O nobre geneticista Crodowaldo Pavan, era membro do Conselho Tecnológico do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo ( Cresce Brasil ) o qual faço parte. Ao seu lado pude conhecer a combatividade e a indignção de um pesquisador que acima de tudo sabia o devido papel do Estado como provedor da ciência numa sociedade. Hoje o Brasil perde um grande pesquisador. Sentiremos sua falta no Conselho, sua vitalidade, seu espírito inquieto, seu gosto ao debate, e seu incontestável amor à pesquisa na defesa dos investimentos à ciência no Brasil. Fui ao seu enterro prestar minha última homenagem ao amigo e patriota Crodowaldo Pavan. Descanse em paz Professor.