Antes mesmo de oficializadas as sanções contra o Irã pelo Conselho de Segurança da ONU, o presidente Mahmoud Ahmadinejad informou que o acordo fechado em 17 de maio com o Brasil e a Turquia estaria cancelado se a pena fosse aplicada.
Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, assinaram junto com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, um acordo segundo o qual o Irã entregaria 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido em troca de combustível nuclear especial para um reator de pesquisa médica para tratar pacientes com câncer. A ideia seria reduzir o estoque iraniano de material nuclear enriquecido e viabilizar o uso pacífico da tecnologia, o que demonstraria a boa vontade do regime islâmico.
Antes do início da reunião do Conselho de Segurança, os Estados Unidos rejeitaram o acordo nuclear.
O acordo trilateral “não leva em conta o fato de que o Irã não cumpre com suas obrigações de não-proliferação (nuclear)”, afirmou Glynn Davies, durante seu discurso no plenário do Conselho de Governadores da AIEA em Viena. Davis destacou, no entanto, hoje que o novo acordo “deixa o Irã com reservas substanciais (de urânio), o que reduz a confiança da proposta original”.
As potências ocidentais afirmam que o acordo Irã-Brasil-Turquia ressuscita uma oferta similar feita pela AIEA e não atende dúvidas-chave sobre o programa nuclear iraniano, que eles afirmam ter o objetivo de desenvolver armas atômicas, o que o Irã nega.
Uma das principais preocupações ocidentais é com o crescimento do estoque de urânio de baixo enriquecimento e com o anúncio do país de que continuará enriquecendo urânio em um grau maio, independentemente do acordo mediado pelo Brasil.
uol
Rizzolo: Até entendo a boa intenção do governo Lula em promover o entendimento entre o Irã e os demais países, mesmo porque os EUA e a Europa sabiam da tentativa e não se opuseram. Contudo, do ponto de vista da política externa, o Brasil jamais deveria insistir nessa aproximação com o Irã, uma vez que o Ocidente todo desaprova, condena e adverte; isso significa a meu ver, um viés equivocado da política externa brasileira na condução de um assunto tão delicado: a não proliferação nuclear. Sabemos da condição de peso atualmente do Brasil nas relações internacionais, mas se envolver num assunto tão controverso é sempre complicado e pode trazer mais desvantagens do que prestígio internacional. Apenas uma observação, minha opinião nada tem a ver com a minha condição judaica, e sim no âmbito das relações internacionais.
09/06/2010 às 3:01 PM
Acho muito estranha essa “condenação” sua à iniciativa do Brasil e da Turquia junto ao Irã. Afinal, lemos, hoje, inúmeras manifestações positivas (internacioais) sobre o protagonismo do Brasil (Itamaraty) no caso. Lamentável essa sua interpretação…
09/06/2010 às 3:19 PM
Parabés pela análise Rizzolo não se trata de condenar mas de se enxergar a realidade internacional. Isso significa que podemos apoiar a Dilma mas não necessariamente apoiar a politica externo do Sr,Amorim.
15/06/2010 às 7:37 AM
PARABENS SR RIZZOLO PELA CRÍTICA CONSTRUTIVA. pODEMOS APOIAR UM GOVERNO E NEM POR ISSO DEIXAR DE CRITICA-LO SOB PENA DE SERMOS APENAS BANMJJULADORES BARATOS QUE NÃO MERECEM CONFIANÇA. aCHO, EMBORA NÃO ENTENDA MUITO DE DIPLOMACIA QUE OUVE MUITA “AFOBAÇÃO” DO BRASILEIROS, ATÉ MESMO UMA VONTADE DE GANHAR AS MANCHETES INTERNACIONAIS.