Aos queridos leitores um ótimo 2011

Só voltarei em janeiro ! Como a Dilma já ganhou mesmo, agora vou relaxar !!rsrsrsr…

Tudo de bom pra vcs !!

Rizzolo

Comentários

“Agradeço e retribuo os bons votos recebidos e ofereço-lhe um texto que traduzi e comentei ao final.

Abraços e um Feliz 2011”

AUTOR: Rabbi Dr. Asher Meir, Business Ethics Center of Jerusalem
Tradução Livre: Joe Diesendruck

P. Quais são os princípios judaicos de justiça fiscal?

A. Em princípio, a lei judaica dá às comunidades latitude muito ampla para decidir
sobre os sistemas de tributação.

As comunidades judaicas ao longo dos tempos tiveram uma grande variedade de sistemas de tributação em termos de fontes de tributos (lucro, riqueza, bens imóveis, o
imposto “por cabeça”) e regimes fiscais (progressivo, proporcional ou regressivo) alem de
outros parâmetros.

Certamente não há um sistema de imposto que é ditado pela lei judaica e, por essa razão lei judaica também reconhece a validade do sistema fiscal secular, desde que tenha sido instituído por um processo político legítimo.

Mas flexível não significa arbitrário. Há alguns princípios básicos de justiça contra o qual os impostos sempre foram medidos, e em algumas ocasiões os rabinos derrubaram disposições fiscais porque elas foram considerados injustos.

Nesta coluna, vamos discutir um destes princípios; em colunas próximas iremos apresentar outros.

O Talmud estabelece que os cidadãos de uma cidade estão autorizados a aplicar um imposto para construir um muro de defesa.

A pergunta que surge é: Como a carga fiscal deve ser distribuída?

Rebe Elazar perguntou a Rebe Yochanan: Quando a coleta é feita, é feita por pessoa ou de acordo com os ativos?

R. Yochanan disse: “é de acordo com os ativos, e Elazar meu filho, corrige-o com as unhas.”

Outros dizem que R. Elazar perguntou a R. Yochanan: Quando a coleta é feita, é feita por pessoa ou de acordo com a proximidade das casas?

ao que R. Yochanan disse: “é de acordo com os ativos, e Elazar meu filho, corrige-o com as unhas. (1)

Os comentaristas explicam que no contexto, trata-se de erguer uma muralha para proteger a cidade contra bandidos e que uma vez que os bandidos, normalmente, só estão interessados em roubar a propriedade, não eram um perigo para a vida.

Assim, um imposto por pessoa seria inadequado – pois não beneficia a todos igualmente pela construção da muralha.

O mais justo é recolher de acordo com os ativos, ou seja, pelos bens móveis que são mais vulneráveis ao roubo.

Porém a segunda resposta de R.Yochanan pode sugerir uma outra visão, ou seja, sugere que uma base adicional para o imposto, além da proporcional aos ativos.

Mesmo isso, afirma Rebe Yochanan, o importo deve ter alguma conexão direta com o benefício, afinal, os bandidos estão com muita pressa para evitar a detecção e atacam de maneira desproporcional as casas perto da orla da cidade, assim, aqueles mais próximos ao perímetro teem maior benefício e, portanto, devem pagar mais.

Em contrapartida, se o perigo é também de guerra, onde há um perigo mortal, é justo acrescentar um imposto por cabeça, bem como, uma vez que mesmo alguém sem bens está disposto a pagar para proteger sua vida (2).

A partir dessas fontes, aprendemos que quando um encargo fiscal for designado para um projeto específico, uma consideração muito importante no financiamento é a extensão do benefício do projeto.

Aprendemos também que este princípio não contradiz o principio de que os mais ricos devem arcar com mais do que estritamente a sua parte dos custos, pois muitas vezes, como neste caso, a obra publica benefícia mais os ricos do que os mais pobres.

FONTES: (1) Talmud Babilônico 7b (2) Shulchan Aruch 163:3 Choshen Mishpat
Aish ha’Torá

Quanto ao IR, este e outros “cases” talmudicos ilustram situações que nos ajudam para que cada um deduza do estudo, se os beneficios que recebe são compativeis ou não com o imposto que recolhem e faça aquilo que acha mais certo.

Num “approach” mais leve, como fazemos nas excelentes aulas com meu querido Rab. Belinow, notem que a frase diz….. “DEDUZA” !

e para que fique bem claro… não vai aqui nenhuma recomendação de insurgencia, já
que em outra parte do mesmo Talmud, os sábios ensinam que devemos obediencia às leis do país onde vivemos!

Abraços,

Joe Diesendruck

Lula diz que pode se candidatar novamente à Presidência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista a uma TV exibida na madrugada desta segunda-feira que poderá se candidatar novamente ao cargo, uma declaração que pode enfraquecer sua sucessora eleita, Dilma Rousseff.

Lula deixará o cargo em 1o de janeiro com um índice de aprovação superior a 80 por cento. Pela Constituição, ele não pôde disputar um terceiro mandato, por isso indicou sua ex-ministra Dilma.

Questionado numa entrevista à RedeTV sobre sua intenção de voltar futuramente ao cargo, Lula respondeu: “Não posso dizer que não porque sou vivo. Sou presidente de honra de um partido, sou um político nato, construí uma relação política extraordinária”, disse.

Lula, de 65 anos, nunca negou totalmente a hipótese de voltar à Presidência, mas essa foi a declaração mais explícita até agora de que poderá disputar novamente o cargo.

A admissão de Lula sobre um eventual retorno pode dificultar para Dilma firmar sua imagem independentemente do presidente, que teve grande influência na eleição da sucessora.

Aparentemente ciente da repercussão que a declaração teria, Lula disse ao entrevistador: “Eu fico até com medo, amanhã alguém vai assistir à tua entrevista, e dizer que Lula diz que pode ser candidato.”

Mesmo assim, ele continuou discutindo essa hipótese, e concluiu: “Vamos trabalhar para a Dilma fazer um bom governo e, quando chegar a hora certa, a gente vê o que vai acontecer.”

estadão

Dilma promete honrar as mulheres e cuidar dos mais frágeis

A presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer, foram diplomados na tarde desta sexta-feira (17) em cerimônia no Tribunal Superior Eleitoral. Num breve discurso, ela prometeu honrar as mulheres, cuidar dos mais frágeis, e priorizar os investimentos em saúde, educação, segurança e estabilidade econômica.

“Procedo à entrega do diploma à primeira presidenta da República eleita”, disse o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, antes de entregar o documento nas mãos de Dilma.

O texto do diploma tem a seguinte redação: “Pela vontade do povo brasileiro expressa nas unas em 31 de outubro de 2010 a candidata pela coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Vana Rousseff, foi eleita presidente da República Federativa do Brasil. Em testemunho desse fato a Justiça Eleitoral expediu o presente diploma que habilita a investidura do cargo no dia primeiro de janeiro de 2011, nos termos da Constituição.”

Grande responsabilidade

O documento – assinado pelo presidente, ministros do TSE e procurador-geral eleitoral, Roberto Gurgel – é um “comprovante” da Justiça Eleitoral que habilita a presidente eleita e o vice a tomar posse no dia 1º de janeiro.

Após receber o diploma de presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff disse que é uma “grande responsabilidade” suceder um presidente da “estatura” de Luiz Inácio Lula da Silva.

Ela prometeu “honrar as mulheres, cuidar dos mais frágeis e governar para todos”. A cerimônia começou às 17h20. Dilma vestia um traje azul com detalhes de renda vermelha e foi conduzia ao plenário pelos ministros Arnaldo Versiani e Cármem Lúcia.

Cerca de 250 pessoas foram convidadas para a cerimônia. Além de dez familiares da presidente eleita e de quatro do vice, participam da diplomação no TSE indicados a ministros de Estado do governo Dilma que ainda não tomaram posse e governadores eleitos.

A posse de Dilma será no dia 1º, a partir das 14h. Confirmaram presença na posse pelo menos nove chefes de Estado, entre eles os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, Bolívia, Evo Morales, Uruguai, José Mujica, Guatemala, Álvaro Colom, Chile, Sebástian Piñera, El Salvador, Maurício Funes, Guiné Conacri, Sékouba Konaté, Peru, Alan García e Colômbia, Juan Manuel Santos.

A posse também contará com a presença dos primeiros-ministros de Portugal, José Sócrates, da Coreia do Sul, Lee, Myun-Bak, do Japão, Naoto Kan, do Qatar, Hamad Bin Jassim, do Haiti, Jean Bellerive, e do Marrocos, Habbas El Fassi. A Espanha será representada pelo príncipe Felipe de Bourbon.

Com agências

“Expectativa” do BC é Selic a 12,25% e ‘PIB potencial’ de 4,5%

O último Boletim Focus – aquela publicação do Banco Central que a cada segunda-feira atribui às “expectativas de mercado” aquilo que sua diretoria está fazendo o possível para que aconteça – traz algumas sinistras previsões.

Primeiro, a taxa básica de juros (Selic), hoje em 10,75%, ao final de 2011 estaria em 12,25% – o que, descontada a inflação que o BC projeta (IPCA: 5,21%), significaria um aumento do juro real dos atuais 4,8% para 6,69%, isto é, um aumento de 39% nos juros básicos.

Segundo, o crescimento do PIB cairia de 7,61% em 2010 para 4,5% em 2011 – ou seja, seria reduzido ao “PIB potencial” dos tucanos e neoliberais, segundo eles o máximo que o Brasil pode crescer, que antes era 3,5%, e, depois que Lula acabou com essa estupidez, foi agora exumado com um ponto a mais.

Terceiro, o déficit nas contas externas (transações correntes) aumentaria US$ 19,05 bilhões – iria dos US$ 50 bilhões previstos pelo BC até o final deste ano para US$ 69,05 bilhões em 2011. Portanto, o aumento das remessas de lucros e do importacionismo das filiais de multinacionais elevaria o deficit em 38%, quase o mesmo que os juros.

Quarto, o saldo comercial cairia pela metade: de US$ 16 bilhões para US$ 8 bilhões, portanto, a invasão de mercadorias importadas aumentaria. O câmbio médio cairia de R$ 1,76 por dólar (2010) para R$ 1,73 por dólar (2011) – certamente que para facilitar essa invasão.

Evidentemente, qualquer desses resultados depende da política econômica que for aplicada. Portanto, qual a base para se dizer que a taxa de juros ao final de 2011 será 12,25%, ou que o saldo comercial cairá pela metade, ou que o nosso crescimento descerá para 4,5%? Só uma: o desejo de que seja assim. O BC está defendendo uma política que leve a isso: a de aumentar os juros, frear o crescimento, colaborar com a guerra cambial dos EUA (isto é, com a enxurrada de dólares desvalorizados que no momento afoga o país, com a consequente apreciação do real, e as importações aditivadas por esse dumping cambial). Mas não há nada de natural ou inevitável nisso. Tanto assim que aumentar a Selic para 12,25% não é uma responsabilidade do mercado, mas do Copom, que é a diretoria do BC.

A taxa de juros real dos títulos públicos dos EUA está em -0.9% (menos 0,9%). Os dólares que entram no Brasil obtêm, hoje, uma taxa líquida de 11% (cf. “Financial Times”, 04/11/2010). Enquanto a diferença de juros for tão colossal, os dólares continuarão jogando a cotação do real para cima, com a produção de setores inteiros da nossa indústria substituída por importados. Mas o BC faz previsões de que aumentará os seus próprios juros em nada menos do que 39% até o final de 2011…

Implicitamente, ao “prever” que o deficit externo será coberto pelos dólares que nos asfixiam, o BC reconhece que a guerra cambial existe. O problema é que nessa guerra ele está do lado dos americanos, mais precisamente, do banco central dos EUA (Fed). Daí esses desejos, essas previsões, essa política sobre o saldo comercial, a taxa de câmbio e, evidentemente, os juros.

De janeiro a outubro, entraram no país US$ 132,9 bilhões – mais do que em qualquer ano anterior – e o déficit externo, segundo o BC, dobrará até o fim de 2010 (de US$ 24,3 bilhões em 2009, iria para US$ 50 bilhões). Querer resolver esse problema paralisando a economia, mais parece o massacre da serra elétrica, que certamente deve ter resolvido vários problemas de crescimento excessivo das suas vítimas.

IMPORTAÇÕES

No terceiro trimestre deste ano, o Coeficiente de Importação, medido pela Fiesp, foi o mais alto desde que o índice é calculado: 22,7%. Ou seja, a parcela do consumo interno de produtos industriais sequestrada por importações (incluindo o consumo das próprias indústrias) chegou a 22,7%. Foi o quinto trimestre consecutivo em que aumentou essa fatia, que era 16,9% no segundo trimestre de 2009.

Do terceiro trimestre de 2009 ao terceiro trimestre de 2010, o consumo interno cresceu 12,9%, mas, diz o estudo da Fiesp, “desta fatia que se adicionou ao consumo, a indústria nacional foi responsável por suprir cerca de 41,6%, com os 58,4% restantes sendo aproveitados pelos importados” (grifo nosso). Enquanto as importações cresciam 41,6%, e o consumo 12,9%, a produção industrial cresceu apenas 7,9%.

Nitidamente, a parcela do mercado interno ocupada por mercadorias importadas está crescendo aceleradamente, à custa de substituir a produção interna.

Mais de 40% das importações (45,45% do valor importado em novembro) são de bens intermediários, isto é, componentes para montagem de produtos pela indústria, principalmente por filiais de multinacionais. Mas isso só faz com que a guerra cambial dos EUA torne mais grave a situação – e, portanto, a queda de juros e outras medidas de enfrentamento a essa guerra sejam mais urgentes.

O que está em jogo são os empregos dentro do país. Para a maioria do povo, é assim que aparece, tragicamente, o desequilíbrio nas contas externas, causado por juros altos, câmbio manipulado desde fora e freada no crescimento. O estudo da Fiesp mostra que, na série dessazonalizada (isto é, expurgada de variações devidas à época do ano), o crescimento da indústria é declinante desde o segundo trimestre deste ano: na comparação com o mesmo trimestre de 2009, a indústria cresceu 18,2% no primeiro trimestre, 14,3% no segundo e 7,9% no terceiro. Em relação ao trimestre anterior, a produção industrial cresceu 2,9% no primeiro trimestre, 1,2% no segundo e caiu 0,5% no terceiro.

GASTOS

No entanto, há quem defenda o breque no crescimento, o estancamento dos salários – portanto, a redução do próprio mercado interno, no momento em que o mercado externo tende a encolher – e o corte dos gastos públicos. O que só demonstra que tanto o reacionarismo quanto a burrice não são racionais. Aliás, são anti-humanos.

O Orçamento Nacional deste ano reserva R$ 138,4 bilhões para pagamento de juros, o dobro do que destina aos investimentos (R$ 69 bilhões). Até o dia cinco de dezembro, foram pagos R$ 120,3 bilhões de juros, o triplo do que foi liberado para investimentos orçamentários (R$ 37,6 bilhões). No entanto, o BC quer aumentar os pagamentos de juros, elevando-os em 39% até o fim de 2011.

Só há uma razão, portanto, para que os corifeus do aumento de juros sejam também os corifeus do corte de gastos públicos: querem que sobre mais dinheiro para os juros. Alguns dizem que são a favor de cortar o “custeio” para aumentar os investimentos. Se fosse verdade, estariam a favor de fazer obras para sucateá-las. Como construir, por exemplo, hospitais, e depois cortar o custeio, isto é, o dinheiro para medicamentos, higiene, manutenção, etc., etc.? Exceto se eles são a favor – e devem ser – de privatizar as obras construídas com investimentos públicos. Se for isso, vão ter que se entender com os 56 milhões de brasileiros que elegeram Dilma e escorraçaram um candidato que era a favor desse roubo.

Antes de tudo, vão ter que se entender (ou não) com Dilma. Pois o que propõem é o aumento da miséria, do desemprego e da fome. Se fossem, realmente, a favor de aumentar os investimentos, estariam defendendo a redução dos juros para que o governo dispusesse de mais dinheiro para investir. Mas é esse gasto público que não querem cortar – pelo contrário, querem aumentar.

CARLOS LOPES

Hora do Povo

WikiLeaks: Serra ia entregar pré-sal à exploração norte-americana

As petroleiras norte-americanas contavam com o apoio do candidato derrotado à Presidência da República José Serra para não se submeter às novas regras definidas no marco de exploração de petróleo na camada pré-sal que o governo aprovou no Congresso. A Chevron chegou a ouvir do então pré-candidato favorito à Presidência, José Serra (PSDB), quando estava à frente da presidente eleita, Dilma Rousseff, a promessa de que a regra seria alterada caso ele vencesse. A revelação está em um telegrama diplomático dos EUA, datado de dezembro de 2009, e vazado pelo site WikiLeaks.

“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, disse Serra a Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do telegrama.

O despacho relata a frustração das petrolíferas com a falta de empenho da oposição em tentar derrubar a proposta do governo brasileiro. O texto diz que Serra se opõe ao projeto, mas não tem “senso de urgência”. Questionado sobre o que as petroleiras fariam nesse meio tempo, Serra respondeu, sempre segundo o relato: “Vocês vão e voltam”.

A executiva da Chevron relatou a conversa com Serra ao representante de economia do consulado dos EUA no Rio. O cônsul Dennis Hearne repassou as informações no despacho “A indústria do petróleo conseguirá derrubar a lei do pré-sal?”.

O governo alterou o modelo de exploração –que desde 1997 era baseado em concessões–, obrigando a partilha da produção das novas reservas. A Petrobras tem de ser parceira em todos os consórcios de exploração e é operadora exclusiva dos campos. A regra foi aprovada na Câmara este mês.

O diário conservador paulistano Folha de S. Paulo teve acesso e divulgou os seis telegramas do consulado dos EUA no Rio sobre a descoberta da reserva de petróleo, obtidos pelo WikiLeaks. Datados entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009, mostram a preocupação da diplomacia dos EUA com as novas regras. O crescente papel da Petrobras como “operadora chefe” também é relatado com preocupação.

O consultado também avaliava, em 15 de abril de 2008, que as descobertas de petróleo e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) poderiam “turbinar” a candidatura de Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil. O consulado cita que o Brasil se tornará um “player” importante no mercado de energia internacional. Em outro telegrama, de 27 de agosto de 2009, a executiva da Chevron comenta que uma nova estatal deve ser criada para gerir a nova reserva porque “o PMDB precisa de uma companhia”.

Texto de 30 de junho de 2008 diz que a reativação da Quarta Frota da Marinha dos EUA, na época da descoberta do pré-sal, causou reação nacionalista. A frota é destinada a agir no Atlântico Sul, área de influência brasileira.

Nacionalizações viabilizaram progresso da Bolívia, diz Evo

Os governos anteriores entregavam as riquezas nacionais aos interesses estrangeiros, levavam todo o dinheiro e mal deixavam mínimas porcentagens no país, recordou o presidente durante a cerimônia com motivo da entrega de fundos do programa “Bolívia muda, Evo cumpre”.

Só no setor petroleiro, essas empresas deixavam somente 18% do que ganhavam com a exploração de hidrocarbonetos e levavam 82% restante, disse.

Morales comentou que, após a recuperação do controle estatal dos hidrocarbonetos, 82% dos lucros gerados pela exploração e venda de gás fica para os bolivianos e somente 18% vai para os investidores privados.

A venda de matérias-primas da Bolívia ao exterior acabou, porque serão industrializadas no país para ser exportadas com valor agregado a fim de conseguir melhores rendimentos para o desenvolvimento, acrescentou o chefe de Estado, em alusão aos planos com o lítio, o zinco e outros recursos naturais.

Morales assegurou que seu objetivo é melhorar a qualidade de vida dos bolivianos e explicou que os recursos obtidos pelas exportações voltam aos bolivianos através dos bônus de ajuda social a diversos setores.

“Com essa política de pensar no país e no povo foram conseguidos importantes avanços econômicos que esqueceram os eternos déficits fiscais do passado”.

As reservas internacionais bolivianas cresceram nestes quase cinco anos de 700 a 9,3 bilhões de dólares e para 2012 é provável que ultrapassem os 12 bilhões de dólares.

Também os investimentos públicos passaram de apenas 500 milhões de dólares anuais a três bilhões de dólares, de 2005 a 2010, de acordo com o presidente.

Fonte: Prensa Latina

Pochmann: os desafios do Estado na construção do desenvolvimento

O sistema capitalista revela em suas crises periódicas momentos especiais de profunda reestruturação. São oportunidades históricas em que velhas formas de valorização do capital sinalizam esgotamentos, enquanto novas formas ainda não se apresentam plenamente maduras no centro dinâmico do mundo.

Por Marcio Pochmann*, na Margem Esquerda

Nessas circunstâncias, nada mais apropriado para países periféricos do que considerar as possibilidades reais e efetivas de assumir algum grau de protagonismo, até então impossibilitado pela antiga divisão hierárquica do poder mundial. O Brasil, em especial, mostrou condições de aproveitar oportunidades históricas geradas durante momentos de profundas crises e de reestruturação capitalista mundial.

Na Grande Depressão capitalista ocorrida entre 1873 e 1896, houve a sequência de um conjunto de reformas anteriormente reivindicadas. Destacam-se, por exemplo, a reforma eleitoral de 1881, que ampliou a representação nas províncias, a reforma trabalhista de 1888, que aboliu o trabalho escravo, a reforma política de 1889, que acompanhou a implantação da República, e a reforma jurídica estabelecida pela Constituição de 1891.

Dado o conservadorismo da oligarquia rural, os esforços reformistas do fim do século 19 terminaram sendo contidos diante do ciclo de prosperidade proporcionado pela economia primário-exportadora, sobretudo a parte ancorada no café. O anacronismo da República Velha, acomodado pelo liberalismo, postergou a longa transição do agrarismo para a sociedade urbano-industrial.

Com a Grande Depressão iniciada em 1929, o Brasil experimentou mais uma vez uma onda de reformas até então inéditas no capitalismo primário-exportador. Pelas mãos de uma grande e heterogênea frente política liderada por Getúlio Vargas, o país avançou de modo signifi cativo na direção do desenvolvimento de suas forças produtivas urbanas, especialmente industriais, acompanhadas de avanços regulados por políticas sociais e trabalhistas aos ocupados formais nas cidades.

Em menos de cinco décadas, o país tornou-se urbano e industrial, embora somente a metade de sua força de trabalho estivesse resguardada pelo sistema de proteção social e do trabalho, dada a postergação na realização das reformas clássicas do capitalismo contemporâneo (agrária, tributária e social).

Na crise atual do capitalismo globalizado, iniciada em 2008, o Brasil voltou a ter condições de protagonizar um novo salto desenvolvimentista, após a passagem de mais de duas décadas da regressão econômica e social e de sua contradição com a vigência do regime democrático sem paralelo em toda a sua história. Para isso, contudo, o país não deveria se perder em aspectos marginais, especialmente quando se trata de convergir para a consolidação de uma nova maioria política, capaz de sustentar o desenvolvimento brasileiro em novas bases econômicas, sociais e ambientais.

Dois aspectos dessa perspectiva são tratados a seguir em relação ao papel do Estado brasileiro, como nos caso da presença do país no mundo e da reconfiguração socioeconômica interna. Antes disso, contudo, considera-se o movimento maior de reestruturação no centro do capitalismo mundial processado.

Crise e reestruturação capitalista

A crise mundial nesta primeira década do século 21 poderá ser ressaltada no futuro próximo por ter promovido as bases de uma nova fase de desenvolvimento capitalista. Isso porque a crise atual se apresenta como a primeira a se manifestar no contexto do capital globalizado, uma vez que as depressões anteriores (1873 e 1929) ocorreram num mundo ainda constituído por colônias (pré-capitalista) e na presença de experiências nacionais de economias centralmente planejadas.

A nova fase do desenvolvimento depende crescentemente da retomada do capitalismo reorganizado, após quase três longas décadas de hegemonia neoliberal. Os quatro pilares do pensamento único (equilíbrio de poder nos Estados Unidos, sistema financeiro internacional fundado nos derivativos, Estado mínimo e mercados desregulados) tornaram-se cada vez mais desacreditados. A reorganização capitalista mundial pós-crise deve apoiar-se numa nova estrutura de funcionamento.

O tripé da expansão do capital consiste: (i) na alteração da partilha do mundo em função do policentrismo; (ii) na era da associação direta da ultramonopolização do setor privado com o Estado supranacional; e (iii) na revolução da base técnico-científica da produção e do consumo sustentáveis ambientalmente, conforme pode ser identificado na sequência.

Nova partilha do mundo

Com os sinais de fracasso do equilíbrio do mundo hegemonizado pelos Estados Unidos, após a queda do Muro de Berlim, tornou-se mais evidente o movimento de deslocamento relativo do centro dinâmico. Diferentemente da experiência anterior de transição da hegemonia inglesa para os Estados Unidos, consagrada pouco a pouco pela saída da crise de 1929, percebe-se hoje a possibilidade real do mundo pós-crise ser constituído pelo dinamismo policentrista. Ou seja, o fortalecimento de diversos centros regionais do desenvolvimento mundial.

Nos dias de hoje, os controversos sinais de decadência dos Estados Unidos parecem ser mais relativos do que absolutos, tendo em vista a desproporção econômica, tecnológica e militar ainda existente em relação ao resto dos países do mundo. Apesar disso, observa-se que no contexto de emergência da reestruturação no centro do capitalismo mundial ganham maiores dimensões os espaço mundiais para a construção de uma nova polaridade no sul da América Latina, para além dos Estados Unidos, da União Europeia e da Ásia.

No âmbito sul-americano, as iniciativas de coordenação suprarregional remontam ainda à instituição do Mercosul, mas têm ganhado impulso desde a recente articulação supranacional em torno da Unasul e do Banco Sur. Isso tudo, entretanto, não pode representar apenas iniciativas de vontades políticas, pois dependem cada vez mais de decisões governamentais mais efetivas, por intermédio de políticas públicas que procurem referendar o protagonismo de um novo centro regional de desenvolvimento.

Essa possibilidade real de partilha do mundo em novas centralidades regionais implica – além da coordenação de governos em torno de Estados supranacionais – aceitação da parte dos Estados Unidos de uma reestruturação interna. Do contrário, cabe resgatar o fato de a fase de decadência inglesa desde a Primeira Guerra Mundial ter sido demarcada por grandes disputas econômicas e, sobretudo, militares entre as duas principais potências emergentes da época: Estados Unidos e Alemanha.

Ao mesmo tempo, a reação sul-americana à condição de economia exportadora de commodities para a China termina por equivaler ao retorno de uma situação que predominou até o início do século 20: a de exportadora de bens primários para a Inglaterra.

Inédita relação do Estado com a ultramonopolização privada

Na passagem para o século 21, o modelo de globalização neoliberal produziu, entre outros eventos, uma inédita era do poder monopolista privado. Até antes da crise mundial, não havia mais do que quinhentas corporações transnacionais com faturamento anual equivalente a quase a metade do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

No contexto pós-crise, tende a ser um contingente ainda menor de corporações transnacionais a governar qualquer setor de atividade econômica, o que pode resultar numa ultramonopolização privada sem paralelo histórico. Essa realidade possível faz com que os países deixem de ter empresas para que empresas passem a ter países.

A ruína da crença neoliberal explicitada pela crise atual tornou profundamente desacreditadas tanto a vitalidade dos mercados desregulados quanto a suficiência do sistema financeiro internacional assentado nos derivativos. Por isso, espera-se que algo de novo surja das práticas de socialismo dos ricos praticadas na crise mundial por intermédio das enormes ajudas governamentais às corporações transnacionais (bancos e empresas não financeiras).

A maior interpenetração governamental na esfera dos altos negócios ultramonopolistas do setor privado global pode dar lugar ao fortalecimento de Estados supranacionais, o que poderia alterar as condições gerais de produção dos mercados (regulação da competição intercapitalista e apoio ao financiamento das grandes empresas). Em resumo, percebe-se que a viabilização do capital ultramonopolista global tende a depender crescentemente do fortalecimento do Estado para além do espaço nacional.

Diante da maior instabilidade do capitalismo submetido a poucas e gigantescas corporações transnacionais – muito grandes para quebrarem a partir da própria lógica do mercado –, amplia-se o papel do Estado em relação à acumulação de capital. A coordenação entre os Estados supranacionais poderá permitir a minimização das crises diante da regulação da competição intercapitalista. Todavia, o estreitamento da
relação cada vez mais orgânica do Estado com o processo de acumulação privada do capital global deve reverter-se no aprofundamento da competição entre os Estados nacionais.

Revolução na base técnico-científica e perspectivas da produção ambientalmente sustentável

O terceiro elemento do novo tripé do possível surgimento do capitalismo reorganizado encontra-se associado à mais rápida aceleração e internalização da revolução técnico-científica no processo de produção e consumo. Pelo conhecimento produzido até o momento acerca da insustentável degradação ambiental gerada pelas atuais práticas de produção e consumo, sabe-se que a saída da crise global não deveria passar pela mera reprodução do passado.

Nesse sentido, o padrão de produção e consumo precisa ser urgentemente reconfigurado. Para isso, não apenas a matriz energética mundial vem sendo alterada, como as alternativas de sustentabilidade ambiental tornam-se cada vez mais viáveis do ponto de vista econômico (lucrativas). Assim, as penalizações governamentais às atividades de produção e consumo degradantes ambientalmente devem crescer e ser politicamente aceitas, permitindo que um conjunto de inovações técnico-científicas possa fazer emergir um novo modelo de produção e consumo menos encadeador da maior mudança climática.

Da mesma forma, o avanço da sociedade pós-industrial, cada vez mais apoiada no avanço do trabalho imaterial, tende a viabilizar uma profunda reorganização dos espaços urbanos, fruto de exigências do exercício do trabalho em locais apropriados (fazenda para a agricultura e pecuária, fábrica e indústria para a manufatura, entre outros). Pelo trabalho imaterial, a atividade laboral pode ser exercida em qualquer local, não mais em espaços previamente determinados e apropriados para isso, bem como em qualquer horário.

Com isso, a reorganização social em comunidades territoriais torna-se possível, o que pode evitar o comprometimento temporal cotidiano com os deslocamentos de casa para o trabalho e vice-versa, entre outras tarefas comuns. Nesses termos, o fundo público precisará ser fortalecido muito mais com base na tributação de atividades de produção e consumo ambientalmente degradantes, assim como nas novas formas de riqueza vinculadas à expropriação do trabalho imaterial.

Somente a maior ampliação do fundo público poderá permitir a postergação do ingresso no mercado de trabalho a partir dos 25 anos, com o estabelecimento de mecanismos que permitam o processo de educação e aprendizagem para a vida toda e, ainda, jornada laboral de até 12 horas por semana. Tudo isso, contudo, pressupõe maioria política necessária para tornar realidade o que hoje se apresenta como mera possibilidade. Do contrário, o excedente de força de trabalho cresce, com atividades cada vez mais precárias e empobrecedoras, em meio à acumulação de nova riqueza global.

Recente reposicionamento brasileiro

Pela primeira vez desde a Depressão de 1929, a recuperação econômica mundial vem se realizando sob liderança de países não desenvolvidos. China, Índia e Brasil promovem cerca de dois terços da expansão econômica mundial desde a crise global em 2008, reafi rmando a via já observada desde o início da década de 2000. No caso brasileiro, o Estado apresentou-se como peça fundamental do reposicionamento do país no mundo, seja pela decisiva consolidação do gasto social com nova dinâmica econômica, seja pelo planejamento estratégico de coordenação dos investimentos no país.

Por um lado, a força emergente dos impulsos provenientes da economia social tende a se diferenciar do ciclo de expansão produtivo das décadas de 1930 e 1980, quando permaneceu secundária e subordinada às decisões de gastos privado e público. Até então, a máxima de crescer para depois distribuir predominava, implicando continuadamente no tempo um espaço, em geral estreito, para o avanço da autonomia relativa do gasto social. As bases da economia social atual originam-se da Constituição Federal de 1988, que estabeleceu os grandes complexos do Estado de bem-estar social no Brasil, em especial no âmbito da seguridade social (saúde, previdência e assistência social), favoráveis a um avanço importante do gasto social absoluto e relativo ao PIB.

Nos dias de hoje, o gasto social agregado aproxima-se de 23% do PIB, quase dez pontos percentuais a mais do verificado em 1985 (13,3%). Ou seja, de cada quatro reais gastos no país, um vincula-se diretamente à economia social. Se for contabilizado também seu efeito multiplicador (elasticidade de 0,8), pode-se estimar que quase a metade de toda a produção de riqueza nacional encontra-se relacionada de modo direto e indireto à dinâmica da economia social.

O impacto econômico do avanço recente do Estado de bem-estar social no Brasil não tem sido ainda muito bem percebido. Tanto assim que continua a reinar a visão liberal-conservadora que considera o gasto social secundário, quase sempre associado ao paternalismo de governantes e, por isso, passível de corte. De maneira geral, registra-se que o rendimento das famílias depende, em média, de quase um quinto das transferências monetárias derivadas das políticas previdenciárias e assistenciais da seguridade social brasileira.

Antes da Constituição Federal de 1988, as famílias não chegavam a deter, em média, 10% de seus rendimentos das transferências monetárias. Os segmentos de menor rendimento foram os mais beneficiados pela constituição do Estado de bem-estar social, uma vez que em 2008 a base da pirâmide social (10% mais pobres) tinha 25% de seu rendimento dependente das transferências monetárias, enquanto em 1978 essa porcentagem era somente de 7%. Uma elevação de 3,6 vezes.

No topo da mesma pirâmide social (10% mais ricos), as transferências monetárias respondiam, em 2008, por 18% do rendimento per capita dos domicílios ante 8% em 1978. Ou seja, aumento de 2,2 vezes. Adicionalmente, observa-se que, em 1978, somente 8,3% dos domicílios cujo rendimento per capita situava-se no menor decil da distribuição de renda recebiam transferências monetárias, enquanto no maior decil as transferências monetárias alcançavam 24,4% dos domicílios.

Quarenta anos depois, constata-se que 58,3% das famílias na base da pirâmide social recebem transferências monetárias, assim como 40,8% do total dos domicílios mais ricos do país. Houve aumento de 7 vezes para as famílias de baixa renda e de 1,7 vezes para as famílias de maior rendimento.

Em virtude disso, podem-se tirar algumas conclusões a respeito do impacto das transferências previdenciárias e assistenciais sobre a pobreza. Sem as transferências monetárias, o Brasil teria, em 2008, 40,5 milhões de pessoas com rendimento de até 25% do salário mínimo nacional. Com a complementação de renda pelas transferências, o Brasil registra 18,7 milhões de pessoas com até um quarto de salário mínimo mensal. Em resumo, são 21,8 milhões de pessoas que conseguem ultrapassar a linha de pobreza extrema (até 25% do salário mínimo per capita). Em 1978, o efeito da política de transferência monetária impactava somente 4,9 milhões de pessoas.

No caso do efeito das transferências monetárias nas unidades da Federação, identificam-se dois aspectos inovadores que decorrem da emergência da economia social. O primeiro relaciona-se ao maior peso das transferências no rendimento médio das famílias nos estados nordestinos, como Piauí (31,2%), Paraíba (27,5%) e Pernambuco (25,7%), bem acima da média nacional (19,3%). Até aí, nada muito destoante do senso comum, salvo pela constatação de o Rio de Janeiro ser o quarto estado da Federação com maior presença das transferências no rendimento das famílias (25,5%, ante 16,4% em São Paulo).

O segundo aspecto decorre da constatação de que as famílias pertencentes aos estados mais ricos da Federação absorvem a maior parte do fundo público comprometido com transferências monetárias. Assim, a região Sudeste consome 50% do total dos recursos anualmente comprometidos com as transferências previdenciárias e assistenciais da seguridade social, dos quais 23,5% vão para São Paulo, 13,7% para o Rio de Janeiro e 10,9% para Minas Gerais.

A descoberta dessas novidades no interior da dinâmica econômica brasileira atual impõe a reavaliação da eficácia dos velhos pressupostos da política macroeconomia tradicional. A economia social sustenta, hoje, parcela significativa do comportamento geral da demanda agregada nacional, além de garantir a considerável elevação do padrão de vida dos brasileiros, sobretudo daqueles situados na base da pirâmide social.

Por outro lado, o planejamento agregado dos investimentos foi inicialmente retomado pelo bloco de recursos voltados para a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e, na sequência, para o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Nesse contexto, o país começou a ensaiar os últimos passos da transição da macroeconomia financeira para a da produção. Pelo lado da PDP, o país imprime intensa reestruturação
patrimonial nos setores privados e estatal, com recursos públicos e reposicionamento dos fundos de pensão das empresas estatais.

Liderado pelo BNDES, o país forma também grandes empresas transnacionais (construção civil, alimentos, energia, siderurgia, transportes e outras) cujo objetivo é reinserir-se no espaço restrito da ultramonopolização da competição capitalista mundial, guiada por não mais do que quinhentas empresas transnacionais. Dessas, somente três possuem faturamento anual equivalente ao PIB brasileiro, atualmente o oitavo do mundo.

O estágio atual da reestruturação capitalista faz com que grandes empresas sejam maiores que Estados nacionais, e não sejam mais os países que detenham empresas, mas justamente o inverso. O Brasil, nesse caso, segue tardiamente a trajetória asiática de constituição de grandes empresas globais, após duas tentativas frustradas (na constituição de um grande holding do setor público durante o Plano Cruzado, em 1986, e na privatização dos anos 1990, que transferiu patrimônio público equivalente a 15% do PIB para o setor privado, sobretudo estrangeiro).

Nos últimos três anos, quase um terço do total dos recursos disponibilizados pelo BNDES foram canalizados para somente dez grandes grupos econômicos privados em processo de concentração e fusão. Se se considerar as empresas estatais, chega-se ao resultado de quase dois terços do total dos recursos (286 bilhões de reais) desembolsados pelo banco público para apenas doze grandes empresas nacionais privadas e estatais. Com isso, a coordenação dos investimentos estimulada pelo aparelho de Estado visa reduzir – quase duas décadas depois da equivocada privatização selvagem imposta pelas políticas neoliberais – a dependência e a subordinação do capitalismo brasileiro, cada vez mais associado à lógica do século 19 (produtor e exportador de produtos primários).

Com o deslocamento do centro dinâmico mundial dos Estados Unidos para a Ásia, em especial para a China, o Brasil, assim como toda a América Latina e África, passaram a assumir o papel de principal ofertante de commodities, o que leva passivamente à reprimarização de sua pauta de exportação. A PDP, nesse sentido, projeta o salvamento de alguns setores dessa triste trajetória de subordinação imposta pela trágica condução neoliberal do passado.

Na perspectiva do PAC, percebe-se o planejamento estratégico de concentrar recursos públicos na reconstituição da infraestrutura econômica e social, abandonada pelo neoliberalismo e depauperada por mais de duas décadas de desinvestimentos. Nos setores de energia (elétrica, fóssil, eólica), de saneamento e habitação popular e ainda de ferrovias, aeroportos, portos, estradas, tecnologias e outras, a roda da economia começou a se movimentar, com importantes impactos regionais e locais derivados da volta dos grandes projetos nacionais de reforço à integração nacional.

Dos mais de 1 trilhão de reais de investimentos previstos pelos PACs 1 e 2, quase quatro quintos deles encontram-se direcionados à energia e à infraestrutura urbana. Somente na programação de desembolsos para saneamento e habitação popular, destaca-se que 75% dos recursos são provenientes da Caixa Econômica Federal e visam reduzir o enorme défi cit de moradia que atinge a base da pirâmide social, urbanizando parte das favelas situadas nos grandes centros metropolitanos do país.

Ao mesmo tempo, o conjunto de investimentos conduzidos pelo PAC tende a alterar a dinâmica regional. Com isso, parte do enorme vazio produtivo e ocupacional em grandes áreas do país passa a contar com investimentos que fortalecem a estruturas das atividades econômicas, o que contribui para reduzir o grau de concentração da renda nas regiões centro-sul.

Considerações finais acerca da refundação do Estado

Após 25 anos de consolidação do regime democrático, o Brasil parece constituir esforços importantes rumo ao projeto nacional de desenvolvimento. Ademais do obstáculo de consagrar uma nova maioria política que ouse mais na direção da transformação da crise mundial atual como oportunidade de maior reposicionamento do país no mundo, cabe ainda a árdua tarefa da refundação do Estado sob novas bases. Três podem ser seus eixos estruturantes.

O primeiro consiste numa reorganização administrativa e institucional que viabilize a reprogramação de todas as políticas públicas a partir da matricialidade e da integração setorial de suas especialidades. Enquanto o Estado funciona na forma de caixinhas setoriais (educação, saúde, trabalho e outros) e regionais, os problemas atuais tornam-se cada vez mais complexos e totalizantes, não podendo ser superados pela lógica de organização pública em partes que não se comunicam, quando concorrentes entre si. A fonte disso encontra-se centrada na recuperação do sistema de planejamento democrático e transparente de médio e longo prazos.

O segundo eixo concentra-se na necessária ampliação das políticas distributivas para as redistributivas. Ou seja, a transição da melhor repartição social do orçamento governamental para a expansão da progressividade do fundo público, com a redução da carga tributária sobre a renda do trabalho e a ampliação de impostos, taxas e contribuições sobre a renda do capital (lucro, juros, aluguel e renda de terras). Arrecadando mais e melhor, o Estado passa a alterar a desigualdade medieval que se mantém no Brasil.

O terceiro eixo refere-se à reinvenção do mercado, tendo em vista o poder dos grandes grupos econômicos sobre o Estado. Ademais das exigências de transparência e crescente participação social, o Estado precisa reconstituir-se fundamentalmente para o verdadeiro mar que organiza os micro e pequenos negócios no país, com políticas de organização e valorização do setor por meio da criação de bancos públicos de financiamento de produção e comercialização, fundos de produção e difusão tecnológica e assistência técnica (uma “embrapa” urbana) e de compras públicas. Algo nesse sentido ocorre de modo contido pela força do Sebrae, por crédito consignado e de bancos públicos e pelas novas leis (Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e Micro Empreendedor Individual), mas há ainda muito o que fazer, e o cume seria a criação de um ministério específico para isso.

Esses são alguns dos passos que o Brasil precisa percorrer. A refundação do Estado é urgente e inadiável. A oportunidade trazida pela crise mundial é real, mas depende da capacidade interna de organizar uma nova maioria política, capaz de pôr em marcha o projeto nacional do desenvolvimento, sonhado por muitos e que agora ameaça se tornar realidade. O tempo, que é senhor de si, indicará proximamente quando o Brasil deixou de ser o país do futuro.

* Marcio Pochmann é presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea)

Lula anuncia nova fase do PAC; investimentos serão de R$ 17,2 bi

No dia em que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avisou que os cortes de gastos não vão poupar nem o Programa de Aceleração de Crescimento 2 (PAC 2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou as obras da nova fase em clima de festa, no Ministério das Cidades, em Brasília. Na plateia, estavam vários governadores e prefeitos que tiveram suas regiões contempladas.
O total de investimentos previstos para todas as regiões brasileiras no PAC 2 é de R$ 17,2 bilhões. Desse valor, R$ 7,3 bilhões vão para saneamento; R$ 3,9 bilhões para urbanismo; R$ 3,8 bilhões para drenagem; R$ 1,5 bilhão para pavimentação; e R$ 544 milhões para obras em encostas.

A declaração de Mantega foi durante o seminário Diálogos Capitais, promovido pela revista Carta Capital, com apoio do jornal Brasil Econômico, no Rio. Quando falou de cortes, o ministro classificou a medida como um difícil desafio a ser cumprido. “O PAC tem projetos que estão terminando este ano ou que estão para terminar nos próximos anos. Esses não serão mexidos. Tem projetos novos, que estão para começar — e esses poderão começar mais lentamente, não começar imediatamente”, explicou.

Na segunda-feira, antes das declarações de Mantega, o presidente Lula estava otimista durante o anúncio dos projetos do eixo “Cidade Melhor” selecionados para o PAC 2 em cidades de regiões metropolitanas e com mais de 70 mil habitantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e acima de 100 mil das regiões Sul e Sudeste. Ele brincou, chamando os municípios a apresentarem projetos para o programa.

“O país vivia um momento de deterioração administrativa. Hoje, temos condições de fazer investimentos, pois o desenvolvimento chegou a todo o território nacional. O projeto é algo básico para a liberação do recurso de vocês. Inclusive, aconselho que todos os governos e prefeituras criem um departamento de projetos. Apresentem e façam projetos, pois só assim vocês mostrarão o que se pode fazer em um Estado ”, brincou o presidente Lula.

Investimentos

Ao anunciar que a responsabilidade pela coordenação das obras do PAC vai sair da Casa Civil para o Ministério do Planejamento, Lula se antecipou à sua sucessora, Dilma Rousseff. “Essa moça (Miriam Belchior) vai para o Planejamento e junto com ela deve levar essas coisas do PAC, que ela conhece como ninguém”, brincou o presidente referindo-se à futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Profissional da confiança de Dilma, Miriam trabalhou durante o governo Lula na Casa Civil, coordenando o PAC. Com sua ida para o Planejamento, a coordenação do programa também passa para a pasta.

Da Redação, com informações do O Dia

Mantega ignora guerra cambial e advoga freio no crescimento

PNAD 2009 mostra que cerca de 30 milhões de pessoas não ganham nem o salário mínimo

Na segunda-feira, o ministro Mantega declarou o seguinte:

a) “agora que a economia está recuperada, nós vamos reduzir gastos de custeio para deixar o setor privado entrar”.

Uma “economia recuperada” que não tem defesas contra uma crise que continua a grassar no exterior, é uma economia em risco. Entretanto, Mantega não propôs defesa alguma. Pelo contrário, propôs eliminar aquelas que o presidente Lula implementou – para começar, diminuir o crédito dos bancos públicos (e, aliás, o crédito em geral), cortar gastos governamentais e congelar a valorização do salário, não somente a do mínimo, mas a dos servidores. Em suma, retirar tudo o que permitiu ao Brasil resistir à crise, apesar dos juros do sr. Meirelles.

A rigor, Mantega propõe trazer a crise para dentro do país, com um cabresto sobre o consumo, isto é, o estreitamento do mercado interno, que, segundo ele mesmo, tem sustentado o crescimento. Porque a “economia está recuperada”, podemos fugir às dificuldades reais – portanto, imergi-lo em dificuldades que não existiam.

Provavelmente, o ministro não se deu conta de que essa política é, em essência, a que Serra gostaria de aplicar no país. Mas… em que os gastos de custeio do governo impedem o setor privado de “entrar”, seja lá onde for? Se o governo constrói uma escola ou uma estrada, vai ter, em seguida, de “custeá-las”, ou seja, sustentar as despesas correntes. Exceto se o governo privatizar aquilo que constrói – mas há 56 milhões de eleitores que, há alguns dias, votaram contra essa inovação tucana.

b) “A redução do gasto público impulsionará o consumo e o investimento privado. As medidas vão encarecer um pouco o crédito, mas, no momento, isso é oportuno”.

Desculpe-nos o ministro, mas isso parece a tarantela do italiano doido. Exceto se houver alguém jogando dinheiro no mar, a redução do gasto público, evidentemente, faz o consumo encolher – como, aliás, qualquer redução de gastos com o consumo ou que estimulem o consumo. Como dizia o grande economista Pedro Bó, para consumir é necessário comprar o que se vai consumir… E desde quando o gasto público inibe o investimento privado? Talvez o gasto com a dívida, mas não é esse que Mantega quer cortar.

O interessante é que o ministro quer “impulsionar o consumo e o investimento privado” não somente cortando o gasto público, congelando o salário mínimo real e o do funcionalismo, lentificando as obras do PAC, mas, “encarecendo o crédito”. Mais fácil foi a façanha do barão de Münchhausen, que uma vez saiu de um atoleiro puxando a si próprio pelos cabelos.

c) Mantega diz que é preciso combater a inflação. Que inflação? Será que Mantega não foi avisado de que estamos envoltos numa bolha especulativa de “commodities”, sobre a qual a política monetária do Brasil tem menos influência do que qualquer especulador da Bolsa de Chicago?

Mas, diz Mantega, “a redução de gastos abre espaço razoável para a redução dos juros; o Brasil está muito defasado em juros no cenário internacional”.

Exatamente devido a essa “defasagem”, que é um escândalo (a taxa de juros básica do Brasil, em termos reais, é mais do que o dobro da segunda mais alta do mundo, quando a de quase todos os países está em torno de zero), o espaço que existe já é imenso – no entanto, Mantega quer abrir um espaço que já está aberto, fechando-o, ou seja, jogando a queda de juros para um futuro indefinido.

CONTAS

Quando não se diz claramente – ou seja, quando se foge ou se esconde – qual é o problema verdadeiro, inevitavelmente afunda-se num charco de disparates.

Em dezembro de 2009, quando nós e vários outros alertavam para as contas externas e a guerra cambial dos EUA, com a inundação da economia por dólares – e sua consequente desvalorização – o ministro Mantega disse que o problema não existia, pois “teremos um déficit em transações correntes, que será coberto por poupança externa. Quando o mercado internacional voltar a crescer, voltaremos a produzir um superávit comercial maior” (entrevista ao Valor Econômico, 15/12/2009)

O “mercado internacional” acabou de dar mais uma freada no terceiro trimestre. O déficit externo (“transações correntes”) já alcança 2,43% do PIB, e está sendo coberto por volátil capital especulativo. Um ano depois, Mantega reconheceu que a guerra cambial existe.

Mas isso não o fez encarar seriamente o problema. Caso contrário, teria proposto ao menos aquelas medidas emergenciais que já foram tomadas por outros países, a imediata queda dos juros, talvez o saneamento do câmbio – ao invés de deixá-lo ao sabor e sanha dos especuladores de outros países.

Nós temos, realmente, um problema estrutural: com a desnacionalização da economia, o crescimento acaba desencadeando o aumento das importações feitas pelas filiais de multinacionais. Esse problema foi agudizado pela guerra cambial dos EUA. Era de se esperar que, em relação a essa última, Mantega propusesse algo para se contrapor a ela.

No entanto, sua solução é jogar água gelada no crescimento, e, assim, não resolver problema algum. Com o breque no consumo e na produção, crédito mais caro (isto é, juros ainda maiores para consumidores e empresários), salários congelados, espera que o país importe menos para acalmar as contas externas. Em suma, colocar o país num leito de Procusto, como tranquilizante para as contas. Infelizmente, isso não costuma dar certo.

SOCIAL

Um dos lados mais infelizes de tudo isso é que até parece que os brasileiros estão consumindo muito.

A recente divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2009 (PNAD 2009) revelou que em nosso país cerca de 30 milhões de pessoas não ganham nem o salário mínimo. Destas, 13 milhões e 100 mil chegam, no máximo, a meio salário mínimo. E cerca de 11 milhões ganham apenas o salário mínimo.

Os esforços do presidente Lula, mostra a PNAD 2009, foram bem sucedidos em diminuir a miséria, porém, mesmo depois de oito anos de Bolsa Família e do aumento real do mínimo, a insegurança alimentar (fome ou ameaça de fome) ainda atinge 30,2% dos lares do Brasil, ou seja, “65,6 milhões de pessoas residentes em 17,7 milhões de domicílios”. No Nordeste, essa situação ainda existe em nada menos do que 46,1% dos domicílios.

Num país onde apenas 9 milhões e 700 mil pessoas ganham R$ 2.550 ou mais, o que existe é consumo de menos, e não em excesso. O que quer dizer, também, que ainda podemos expandir muito o nosso mercado interno – numa crise em que a tendência do mercado externo é encolher, isso nos dá uma base para o crescimento que poucos países do mundo possuem.

A presidente Dilma, portanto, tem todas as razões ao dizer, no mesmo dia em que foi eleita: “meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras. (…) Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte”.

Portanto, seria bom o ministro Mantega contribuir para resolver os problemas que têm de ser resolvidos, ao invés de, para não resolvê-los, propor uma freada do país.

CARLOS LOPES
Hora do Povo

A força das mulheres

As mulheres brasileiras estão vivendo cada vez mais que os homens. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos homens chegou a 69 anos e 5 meses, enquanto que para as mulheres é de 77 anos. Na média, a esperança de vida ao nascer chegou aos 73 anos e 2 meses no País em 2009 – quatro meses a mais que em 2008.

A pesquisa mostra que a diferença entre a expectativa de homens e mulheres aumentou nas três últimas décadas. Em 1980, era de 6 anos: um brasileiro vivia, em média, 59,7 anos; uma brasileira vivia 65,7 anos. A vantagem para elas, em 2009, chegou a 7 anos, 7 meses e 6 dias a mais de vida.

Fatores diversos são apontados para o descompasso entre a expectativa de vida feminina e masculina. Enquanto as mulheres cuidam mais da saúde, os homens bebem e fumam mais. Mas um dado mostra-se significativo nesta balança: a violência.

Em 1980, os homens de 22 anos tinham duas vezes mais chances de morrer do que mulheres da mesma idade. Conforme o gerente de população e indicadores do IBGE, Juarez Oliveira, em 2009, um homem de 22 anos tinha 4,5 vezes mais chances de morrer que uma mulher da mesma idade, por se encontrar mais exposto à violência. O excedente atual é de 4 milhões de mulheres na população. Para 2050, a projeção é de 14 milhões de mulheres a mais. Os homens entre 15 e 19 anos respondem por 87,35% do total de mortes violentas no País, taxa que vai para 90,21% entre 20 e 24 anos.

A geriatra Eliane Portilho atesta que a presença feminina é mais comum em consultórios médicos. “Quando o homem vai ao médico normalmente é levado pela mulher ou pela filha”, opina. “Constata-se também maiores casos de alcoolismo e tabagismo entre os homens”, confirma.

Filha de Leolila Corsino Tolentino, que completou 106 anos de vida, Wilma Alves Tolentino, aos 70 anos, é exemplo do fenômeno. Ao se aposentar depois de 47 anos de serviço, em 2003, Wilma tratou de ocupar sua rotina das formas mais diversas possíveis. “Faço caminhada todos os dias, e tudo quanto é curso possível de arte na escola Veiga Valle. Também costumo viajar pelo menos uma vez por ano”, salienta.

Assim como a mãe, Wilma Tolentino faz exames médicos regulares. “Penso que há algo genético, já que minha irmã mais velha, aos 89 anos, também segue toda animada. Mas aprendemos, inclusive com minha mãe, a manter a mente ocupada com coisas boas”, afirma Wilma.

De acordo com o geógrafo Denis Castilho, professor do Instituto de Estudo Sócio-Ambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), o envelhecimento da população brasileira, em geral, é previsível. “Vivemos em um país em desenvolvimento. Nos últimos anos, cresceu não somente a qualidade de vida mas o oferecimento de serviços”, enumera o geógrafo. “As pessoas têm mais acesso a informação, vão mais ao médico. Temos uma população idosa que se cuida mais, faz programas, atividades específicas para a idade. Todos esses elementos tendem a aumentar a expectativa de vida”,diz.

A geriatra Eliane Portilho reforça. “São efeitos em cascata. Melhorou o saneamento básico, a assistência à saúde, programas específicos para idosos”, afirma a médica. “Trabalho com geriatria há 17 anos e a disponibilidade de serviços melhorou demais. Em Goiânia, não havia tratamento a idosos há 20 anos atrás. Melhorou muito”, diz.

Portilho, que costuma tratar muitos casos de depressão na terceira idade, aconselha a manutenção de atividades, mesmo com a aposentadoria. O aposentado José Manoel Rodrigues, segue a receita. Em novembro, completou 102 anos de idade, sem nunca descuidar no quintal da chácara onde mora com a nora, no Jardim Marques de Abreu, próximo à GO-060. “Ele foi criado na roça”, afirma a filha Neusa Rodrigues Lima, de 60 anos.

A maior longevidade, contudo, não traz apenas boas notícias. Com o aumento da expectativa de vida, haverá redução média de 0,4% no benefício previdenciário do trabalhador que se aposentar entre ontem e 30 de novembro de 2011. O achatamento ocorre devido ao fator previdenciário, utilizado pelo INSS para adiar as aposentadorias.

Mortalidade infantil reduz, mas a ritmo lento

A queda significativa da taxa de mortalidade infantil, do índice registrado em 1980 (69,12 mortes por mil nascimentos) para o apontado em 2009 (22,47 por mil) ainda não tirou o país dentre os piores da América Latina.

Segundo pesquisa apresentada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de mortalidade infantil brasileira somente é inferior a de países como Paraguai, Bolívia e Haiti (veja quadro). A distância com o apresentado pelos países que encabeçam a lista, como Islândia, Singapura e Japão, ainda é gritante.

Em 28 anos, os programas de vacinação em massa, o incentivo ao aleitamento materno, o acompanhamento de gestantes e recém-nascidos, além da expansão do saneamento básico, entre outros fatores, contribuíram para a forte queda da participação das mortes pós-neonatais (de 1 mês a 1 ano de vida) .

amigos dop Lula

WikiLeaks relaciona funcionários chineses a ataques ao Google

Diplomatas americanos em Pequim afirmaram que altos funcionários chineses estão relacionados com o ciberataque que provocou a queda da ferramenta de busca do Google na China no início do ano, segundo mostram novas mensagens publicadas pelo Wikileaks.

“Contatos bem localizados afirmam que o governo chinês coordenou as recentes invasões aos sistemas do Google”, afirma um telegrama datado do início do ano.

A mensagem, publicada pelo jornal The New York Times em seu site, integra um conjunto de 250 mil mensagens diplomáticas vazadas pelo WikiLeaks.

A mensagem relacionada com Pequim foi descrita como “absurda” por um funcionário da chancelaria chinesa.

“Segundo nosso contato, as operações foram dirigidas a nível do comitê do Politburo”, afirma o texto, referindo-se ao corpo dirigente do Partido Comunista Chinê.

O Google denunciou em janeiro que havia sido vítima junto com outras 20 empresas de um ciberataque altamente sofisticado originado na China em dezembro de 2009, aparentemente para ter acesso às mensagens de correio eletrônico de ativistas chineses de direitos humanos

Lula diz que continuará fazendo política pela América Latina

Em tom de despedida diante do fim do mandato à frente do governo brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (4) que continuará “andando” pela América Latina.
Ao participar da 20ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, ele voltou a dizer que não vai deixar a vida política.

“Sou um político latino-americano. Não vou deixar a política. Vou ter mais tempo para viajar. Quero discutir política, partidos políticos. Então, me esperem. Continuarei andando pela América Latina”, resaltou.

Lula homenageou o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, que morreu em outubro, referindo-se a ele como “um Maradona da política” e como alguém que fortaleceu o Mercosul.

Durante seu discurso, ele lembrou ainda a vitória da presidenta eleita Dilma Rousseff e afirmou que as mulheres devem tomar cada vez mais espaço na cúpula.

“Os homens que se cuidem, porque as mulheres estão ocupando cada vez mais espaço. Logo, os homens serão minoria na mesa”, disse.

Ao final, Lula foi homenageado por Cristina Kirchner no plenário da cúpula. Ela o presenteou com a réplica de uma fotografia gravada em ferro, na qual ele aparece sorrindo ao lado de Néstor Kirchner, marido da presidente.

Ela disse que o ferro simboliza a firmeza com que os dois presidentes serviram à população. “O ferro que constitui vocês, o bom ferro que serve com firmeza a seus povos, juntos construíram a Unasul [União das Nações Latino-Americanas], uma América do Sul diferente.”

O presidente antecipou seu retorno e deve chegar ainda hoje a São Paulo. A previsão era que Lula retornasse da Argentina apenas amanhã (5).

A assessoria de imprensa da Presidência informou apenas que, a primeira agenda no Brasil será uma visita ao vice-presidente, José Alencar, internado para tratar de um câncer no Hospital Sírio-Libanês.

Fonte: Agência Brasil

Ônibus ainda é o principal meio de transporte no Brasil

Estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que os ônibus urbanos continuam com principal modal de mobilidade urbana do país em todas as faixas de renda. O estudo mostra que, entre os 25% mais pobres e os 5% mais ricos, houve uma frequência de 23,1% e de 28,4%, respectivamente.

Os dados indicam ainda que é alta a participação dos gastos com transporte público na despesa das famílias mais pobres. Usado por 38,5% do universo de 25% da população mais pobre, o transporte público, segundo o Ipea consumia 8,7% da renda dessas famílias; enquanto que dos 5% mais ricos, 40,7% utilizavam transporte público, mas as despesas representavam apenas 0,8% de suas rendas.

– O levantamento aponta um aumento de demanda pelo transporte público, entre 2002 e 2009, com a população mais pobre usando mais o ônibus por causa do emprego e da necessidade de deslocamento diário –, disse o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Pedro Humberto Carvalho. Segundo ele, a pesquisa revela que a população mais rica tem utilizado mais o transporte individual.

O estudo do Ipea mostra também que os 25% mais pobres tiveram frequência maior no uso do transporte pirata (vans, lotadas, moto-táxis, e kombis). A análise do Ipea comparou os dados de 2002/2003 com os de 2008/2009.

correio do Brasil

Pré-sal: Câmara aprova partilha, fundo social e royalties

Por 204 votos a favor, 66 contra e duas abstenções, os deputados aprovaram na noite desta quarta-feira (1º) o projeto do marco regulatório do pré-sal, que cria o Fundo Social e institui o modelo de partilha. No início da madrugada, foi também aprovado, em votação simbólica, o destaque que estabelece a distribuição dos royalties entre os Estados e municípios produtores e não produtores.

A mudança de modelo de exploração do pré-sal de concessão para partilha de produção foi proposta pelo governo federal em agosto do ano passado. No modelo proposto o governo passa a receber uma parte da produção em óleo. Outra mudança é que a Petrobras participará de todos os consórcios com no mínimo 30% e será a operadora única das reservas que serão leiloadas.

Este novo modelo seria aplicado na área do pré-sal que ainda não foi licitada, que equivale a 2/3 das reservas já descobertas.

Redistribuição dos royalties

Em votação simbólica, os deputados concordaram com emenda do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que prevê uma distribuição mais equitativa entre os Estados da Federação dos royalties pagos pelas petroleiras. A emenda aprovada prevê que os recursos da exploração de petróleo no mar que são destinados a estados e municípios sejam divididos pelos critérios dos fundos de participação, que privilegia os estados mais pobres.

Nos cálculos do deputado Marcelo Castro, as mudanças fariam os recursos para o Rio de Janeiro cair de R$ 24 bilhões para R$ 680 milhões, enquanto o Piauí passaria a receber R$ 1 bilhão por ano, em vez de R$ 260 milhões.

A votação do tema aconteceu em meio a muito tumulto. Líderes da base do governo tentaram uma manobra regimental para impedir a aprovação da emenda. A manobra, no entanto, não resistiu à maioria do plenário, que claramente se manifestou a favor da redistribuição.

O governo federal já sinalizou que deve vetar a questão dos royalties, já que após a votação na Câmara, o projeto segue para a sanção presidencial. Mesmo assim, todos os parlamentares do Rio de Janeiro e do Espírito Santo usaram o microfone para reclamar da aprovação do destaque dos royalties.

Fundo Social: Lucros x arrecadação

Na questão do Fundo Social, o parecer do relator, o deputado Antonio Palocci (PT-SP), que baseou seu relatório no texto substitutivo aprovado do Senado, retirou o percentual de 5% que seria destinado à Previdência Social. Com isso, os recursos do fundo irão para combate à pobreza e desenvolvimento da educação, da cultura, do esporte, da saúde pública, da ciência e tecnologia, do meio ambiente e da mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Segundo o governo federal, a criação do fundo visa evitar a chamada “doença holandesa”, quando um país recebe muitos dólares pela exploração de petróleo e acaba tendo sua moeda sobrevalorizada, prejudicando a indústria nacional. Por este motivo, as aplicações financeiras do fundo serão, preferencialmente, feitas no exterior.

“Se aprovássemos [da forma que veio do Senado], isso significaria que não restaria nada para o Fundo Social, que será um fundo vazio, sem recursos”, defendeu Palocci.
O ex-ministro da Fazenda também mudou o trecho o que se referia aos recursos destinados à área da Educação. A proposta que saiu do Senado pediu que 50% da arrecadação pela União que seria colocado no caixa do Fundo Social fosse reservado para a área.

A mudança do relator prevê que 50% dos lucros iriam para a área da educação e, dentro deste montante, 80% devem ser investidos em educação básica e infantil. As outras áreas como Ciência e Tecnologia, Esportes, Meio Ambiente e Erradicação da Pobreza ainda estão sem definição de porcentagem de quanto cada setor deverá receber.

O deputado Marco Maia (PT-RS), que presidiu a sessão, comemorou o resultado da votação dizendo que a Câmara promoveu uma sessão histórica ao aprovar os itens chaves do marco regulatório do pré-sal que terá influência decisiva no desenvolvimento do país.

O projeto do pré-sal tramitava no Congresso desde setembro do ano passado.

Da redação,
com agências
vermelho

Evo Morales teme fuga dos narcotraficantes do Rio para Bolívia

O presidente boliviano Evo Morales, está preocupado com a possível fuga de narcotraficantes brasileiros para o seu país após a ofensiva policial às favelas do Rio de Janeiro. Para evitar que os traficantes cheguem à Bolívia, as autoridades locais reforçaram os controles na fronteira com o Brasil. A Bolívia está trabalhando em conjunto com o Brasil, que defende a cooperação de toda América Latina no combate ao tráfico.

Recentemente, comprovou-se que o Comando Vermelho, uma das facções do crime organizado do Rio de Janeiro, operava na Bolívia. E os dois países compartilham mais de três mil quilômetros de fronteira. O Brasil é o principal destino da cocaína boliviana e da droga que vem do Peru. Uma parte é comercializada no Brasil e o volume maior segue para África e Europa. Outros mercados são Argentina, Chile e Paraguai. Apenas 1% dessa cocaína segue para os Estados Unidos.

Na segunda-feira (28), os ministros da Justiça do Brasil, Luiz Paulo Barreto, e de Governo da Bolívia, Sacha Llorenti, decidiram potencializar a cooperação bilateral na luta contra o narcotráfico e a lavagem de dinheiro. Além disso, os dois países acertaram reforçar a vigilância na fronteira com sistemas modernos de controle dos aeroportos; e a Polícia Federal brasileira participará do intercâmbio de experiências, capacitação de policiais e no cruzamento de informações relativas ao narcotráfico.

De acordo com Barreto, o Brasil deseja criar um plano sul-americano de enfrentamento ao crime organizado e já se reuniu com representantes de Argentina, Uruguai e Paraguai, que se mostraram receptivos à ideia. Em dezembro, o ministro deve conversar também com autoridades do Peru.

“A melhor maneira de se combater este tipo de crime é com integração entre os países da região. A fronteira deve ser um espaço que facilite o trânsito de pessoas, que garanta o ir e vir de cidadãos, não o de drogas e armas, que deve ter seu comércio coibido de forma dura”, disse o ministro brasileiro.

Fonte: Inforel

Ministra diz que é hora de as políticas sociais subirem o morro

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Márcia Lopes, se solidarizou com a população do Rio de Janeiro e com a prefeitura em virtude dos ataques de traficantes que forçaram a polícia a ocupar o Morro do Alemão. De acordo com a ministra, nessa hora é preciso desenvolver tarefas conjuntas de atenção e ampliação das políticas para as comunidades e famílias envolvidas com o episódio.

“Embora haja muita violência, a gente sabe que o objetivo dessa intervenção do Estado, do Exército e da Marinha é a busca da paz. Desejamos fazer um trabalho em que as políticas sejam ampliadas e para que haja a participação das famílias que moram nos morros, valorizando o potencial dessas comunidades e garantindo que as crianças frequentem a escola,” disse a ministra Márcia Lopes.

De acordo com Márcia Lopes, é preciso traçar estratégias conjuntas entre governos federal, estadual municipal e sociedade. “Agora é a união que conta, além da responsabilidade pública e da solidariedade. É hora de as políticas sociais entrarem, subirem o morro e prestarem os serviços públicos necessários à garantia da tranquilidade e dos direitos da população.”

A Ministra Márcia Lopes está no Rio de Janeiro, onde participou, pela manhã, do Seminário sobre Políticas Públicas Intersetoriais: Proteção Social, Trabalho e Emprego, organizado pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Ela também teve encontro com prefeitos e autoridades da região de Petrópolis (RJ).

Ações do governo

Até o final da semana, o governo federal, em conjunto com o governo do estado do Rio de Janeiro, vai anunciar o segundo passo do Programa de Pacificação na Vila Cruzeiro, Vila da Penha e Complexo do Alemão. “O objetivo agora é implantar ações para geração de renda emergencial e ocupação da mão de obra que antes estava a serviço do tráfico. Um trabalho de resgate dessas pessoas”, explicou o assessor da Secretaria Executiva do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania do Ministério da Justiça – o Pronasci – Aberson Sousa.

A preocupação do governo, segundo Sousa consiste em ocupar a população, que antes sobrevivia com o movimento do tráfico de drogas nas favelas, resgatar sua identidade e autoestima e, assim, prevenir o retorno deles ao trabalho junto ao crime organizado. Todas as atividades serão financiadas com recursos do Pronasci, criado pelo governo federal em 2007, para financiar programas de segurança pública com cidadania, em todo o país. No caso do Rio de Janeiro, o Pronasci está presente nas ações de prevenção e combate ao crime organizado, assim como em todos os processos de pacificação já realizados nas favelas da cidade.

Formação

Para o Ministério da Justiça, de acordo com Aberson Sousa, o piso salarial para os profissionais de segurança pública, em todo o país, deveria ser de R$ 1.700,00 mês. Como a prerrogativa de fixação desses salários é de cada estado e depende de variantes como orçamento local, o governo federal complementa a renda deles, por meio do Pronasci, disponibilizando bolsas de formação e reciclagem, no valor de R$ 443,00 mensais. Participando de, pelo menos, um curso de capacitação ao ano, o policial ou guarda metropolitano conquista o direito de receber a bolsa por 12 meses. “É uma forma de complementar a renda do policial e ao mesmo tempo capacitá-lo para que possa fazer parte do policiamento de paz”, explica o assessor. Hoje, cerca de 130 mil policiais recebem a bolsa, em diversos estados.

O Rio de Janeiro é o estado que mais utiliza recursos da bolsa capacitação. De janeiro a setembro deste ano, já foram investidos cerca de R$ 124 milhões em bolsas para aquele estado, beneficiando 20 mil policiais com renda inferior a R$ 1.000 por mês. Mas a reciclagem, promovida pelo ministério da Justiça aos profissionais da segurança pública carioca, tem sido bem mais ampla. Cerca de 250 mil policiais, com salários maiores e que, portanto, não recebem a bolsa capacitação, também foram capacitados esse ano. “Os cursos oferecidos pelo Pronasci são dirigidos a todos, de coronéis a soldados”, explica o assessor da Secretaria Executiva do Ministério da Justiça.

Anos de preparação

A reviravolta na política de segurança pública do Rio de Janeiro, mais evidenciada na semana passada pelos veículos de comunicação, é fruto de anos de preparação e parcerias entre governo estadual e federal. O governador do estado Sérgio Cabral vinha investindo sistematicamente recursos do Pronasci para a compra de equipamentos e formação de policiais no estado.

No caso específico do Complexo do Alemão, a parceria entre os dois governos começou em 2008, com a implantação de obras do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC na parte de baixo do morro, como a construção de redes de abastecimento de água e de coleta de esgoto, drenagem, asfaltamento, edificação de escolas e criação de um teleférico.

Segundo Aberson Sousa, estas iniciativas foram o início da criação de condições para a ocupação realizada na semana passada.

Paralelamente às obras do PAC, foram implantados projetos de inclusão social, como a formação profissional de jovens do morro e atendimento a crianças em situação de risco e cooptação pelo tráfico.

Aproveitando a posição de respeito que as mães de família exercem nas favelas, foi implantado no Morro do Alemão o programa Mulheres da Paz, com a capacitação de mães de família para monitorar a comunidade. No Rio de Janeiro são mais de 2 mil Mulheres da Paz em diversas comunidades, que recebem uma bolsa de R$ 100,00 mensais.

Outra estratégia usada no Complexo do Alemão foi a implantação do programa Protejo, que visa afastar a juventude ociosa das fileiras do crime o organizado. Nas favelas do Rio, mais de quatro mil jovens participam do programa.

“O primeiro passo no processo de pacificação é o enfrentamento policial. Depois, é a implantação de projetos e programas sociais para o resgate da população. Em todas essas fases, o governo federal está presente. E o sucesso dessa experiência de parceria com o estado pode ser vista no Rio de Janeiro”, avalia Sousa.

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