Suspeito de violar sigilo da filha de Serra diz que não sabia de parentesco

Antônio Carlos Atella Ferreira, apontado como o homem que teve acesso aos dados fiscais de Veronica Serra, filha do candidato à presidência da República pelo PSDB, afirma que é eleitor de José Serra e que nem sabia que ele tem uma filha.

“Eu sou eleitor do Serra”, afirmou durante uma curta tentativa de entrevista pelo telefone. Mas, então, por que conseguir informações sobre a filha dele? Ele pediu? Ela pediu? A resposta foi: “Nem sabia que ele tinha filha, se o senhor quer saber”. Mas, então, por que entrou com pedido de informações para a Receita sobre ela? E a ligação se encerrou.

Antes, questionado se tem ligações com o PT, Atella afirmou: “Não, nem conheço e tenho nojo de quem tem”.

Ele disse que é tributarista e que dava aula em uma faculdade, quando falou ao telefone na noite de quarta-feira (1º). Ele reclamou da divulgação de seus dados e ameçou recorrer à Justiça.

“Disseram que tenho 50 CPFs. Então, também entraram no meu sigilo. Porque quem sabe quem tem CPF é a própria Receita. Então, a Receita forneceu CPF meu. Você está percebendo? Está mexendo com um tributarista. Sou do ramo e autorizado”, afirmou.

Questionado se considera que cometeu um crime ao acessar dados sigilosos de Veronica Serra, Atella se defendeu. “Eu não acho nada, quem vai achar é o juiz, que vai ser informado da sacanagem. Lá no juiz o negócio é diferente. No Brasil tudo pode, não é? Neste mundo é muito fácil atirar para qualquer lado.”

Atella diz que, além de Veronica, também ele é vítima. “Existem duas dúvidas de sigilo. A pessoa, que eu não conheço, e a minha, pessoal. Agora vou defender o meu lado. Quebraram meu sigilo pessoal e tornaram público na internet. Agora vou entrar com processo crime para descobrir quem foi que divulgou as informações.”

Solicitado a falar sobre a quebra de sigilo de Veronica Serra, ele sugeriu o pagamento de R$ 10 mil por uma entrevista. “Posso falar sim, é só agendar com o meu empresário.” A reportagem formulou novamente a pergunta, ignorando o pedido de dinheiro. “Você está falando dos documentos, né? A minha explicação custa dez mil”, respondeu.

Entenda o caso

Na terça-feira (31), o site do jornal “O Estado de S. Paulo” informou que o sigilo fiscal de Veronica Serra tinha sido violado, a exemplo do que aconteceu com o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e outras três pessoas ligadas ao partido. A assessoria da Receita Federal informou que o acesso aos dados fiscais de Veronica Serra foi feito a pedido da própria contribuinte, por meio de uma suposta procuração a Antônio Carlos Atella Ferreira. A assessoria de Serra negou que a filha do candidato tenha solicitado a cópia do Imposto de Renda à Receita.

O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, afirmou quarta-feira (1º) que, diante do não reconhecimento por Veronica Serra da assinatura do documento entregue para obter suas declarações de renda e da afirmação do cartório de que não houve reconhecimento da firma no local, o caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal.
G1

Rizzolo: Olha sinceramente, afirmar que existe um nexo causal entre as informações obtidas na receita e o interesse da campanha da Dilma em fabricar dossiês é no mínimo querer “eleitoralizar “ o fato. Querem na verdade atacar para desconstruir o governo, ganhar a eleição no “tapetão”. Esse tipo de “denuncismo” de nada adianta, pois há necessidade de provas cabais, o que não existe. Nada conduz, até pelo ano em que foi obtido 2009, que isso tenha partido da campanha de Dilma, portanto, isso é uma besteira, que denota o desespero dos tucanos na perspectiva de Dilma ganhar já no primeiro turno.

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