Fidel e a 4ª Frota de intervenção

Sempre existiu uma relação de admiração de minha parte em relação aos conceitos de justiça e de idealismo de Fidel Castro. Balizei meus conceitos de visão de humanismo em dois pilares, um no judaísmo, nas questões éticas abordadas desde o Pirkê Avót ao ideal de redenção messiânica, e outro, nos conceitos socialistas. Contudo muita coisa mudou, a essência do regime comunista não se consolidou, e as reformas se fizeram necessárias. O que sobrou, no entanto, foi a apregoação do que é ético, moral e absoluto na exegese dos conceitos de justiça social que servem então de paradigma como o aceitável para a humanidade.

Nesse esteio de raciocínio, procuro ao ler as reflexões de Fidel Castro, um conteúdo de resquício daquela ingenuidade intelectualizada. Digo ingenuidade porque Fidel jamais admitiu estar errado, e isso o faz um sonhador, ele insiste em não acordar e aí, exatamente diante desse delírio romântico se encontra uma visão poética de enxergar as questões.

Então poderemos dizer que 4ª Frota possui dois lados a ser analisada, um real e romântico quase celestial na visão de Fidel, o que não a faz se apequenar, e a outra que personifica a visão do domínio, da manutenção de seus interesses, da participação que extrapola seu território; ou se quiserem, imperialista. Mas gostaria de me fixar na visão terrena não celestial. Resumiria do ponto de vista norte-americano a 4ª Frota como uma materialização da exuberância na tratativa de defender seus interesses. Estariam errados?

Até que ponto sabemos nós brasileiros defender os nossos interesses? Poderíamos considerar a presença da Frota ameaçadora? Por outro lado, se enxergarmos na visão não celestial, poderíamos nos apropriar dessa imagem militar, desse simbolismo, para a partir daí fazermos uma reflexão do quanto estamos deixando de ser responsáveis na administração da nossa soberania. Última pergunta. Os EUA deixariam uma fronteira aberta sendo administrada por inimputáveis? Temos que refletir nas diversas formas de exteriorizarmos nosso patriotismo, algumas nos reservam o direito de concebe-las do ponto vista celestial, outras enfrentando os problemas com Deus no coração e agindo de forma material e firme.

Fernando Rizzolo

Charge de Zope para charge online

Confronto com arrozeiros deixa 10 índios feridos a bala em Roraima

Dez índios das etnias macuxi e ingaricó foram feridos a bala ontem na terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, após tentativa de ocupação da Fazenda Depósito, do rizicultor Paulo César Quartiero, prefeito do município de Pacaraima e líder da mobilização de produtores contra a demarcação da reserva. O conflito ocorre 26 dias depois da suspensão da Operação Upakaton 3 da Polícia Federal, destinada a retirar os não-índios da área. A ação da PF foi interrompida por liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 9 de abril.

A Fazenda Depósito fica a sete quilômetros de Surumu, localidade a 160 quilômetros de Boa Vista que concentra os conflitos entre índios e não-índios pela posse da reserva de 1,7 milhão de hectares. Às 5 horas, um grupo de 103 indígenas, entre homens e mulheres, iniciou a ocupação de uma área da fazenda livre de plantação de arroz e afastada da sede. Em pouco tempo, eles construíram quatro malocas com palha e madeira. Dois funcionários de Quartiero chegaram ao local em motos e ordenaram a saída dos índios. Diante da negativa, foram embora e retornaram com mais quatro funcionários, em três motos e uma caminhonete.

“Eles já chegaram atirando, sem dar chance de defesa às vítimas”, afirmou Júlio Macuxi, coordenador de programas do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Ele disse que a ocupação se deu pela necessidade de ampliação da comunidade Renascer, próxima à cerca da fazenda, que estaria “sufocada”.

Quartiero sustentou que não estava na fazenda no momento do conflito, mas foi informado por seus funcionários de que os índios teriam invadido sua fazenda armados de cassetetes e de arco e flecha. “Os funcionários disseram que, quando tentaram retirá-los, eles atiraram flechas. Então houve reação.”

SOCORRO

Os tiros foram disparados de espingardas calibre 16. A PF abriu inquérito para investigar o caso e prestou o primeiro atendimento aos feridos. Sete foram levados para o hospital de Pacaraima. Os demais, Glênio Barbosa, 22 anos, João Ribeiro, 30, e Antônio Kleber da Silva, 25, foram removidos em avião da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para Boa Vista.

O médico Renerys Pinheiro, que atendeu os três no Pronto-Socorro Francisco Elesbão, disse que os ferimentos são leves e os indígenas receberão alta ainda hoje. Glênio é ingaricó e foi atingido com estilhaços de chumbo no nariz, no lado esquerdo do rosto, no tórax e na perna. João Ribeiro teve um ferimento na perna e Antônio Kleber foi atingido no tórax e no abdômen. Os dois são da etnia macuxi.

O episódio de ontem não intimidou o Conselho Indígena de Roraima, que pretende continuar a ocupação da Fazenda Depósito. Os índios não aceitam a posse de Quartiero nem dos seis rizicultores que permanecem na área. Para eles, os produtores é que são os “invasores”.

“Esse ataque é uma afronta à Constituição e ao Supremo Tribunal Federal, mas não intimida as comunidades. Ao contrário, só fortalece os indígenas da Raposa Serra do Sol e de todas as comunidades de Roraima”, disse o índio Júlio Macuxi. Ele ressaltou que vai reforçar o pedido de segurança feito há um mês, e exigir que a PF desarme o que ele classificou de “milícia”.

RESISTÊNCIA

A tensão na Raposa Serra do Sol recrudesceu com a Operação Upakaton 3. Comandados por Quartiero, os arrozeiros patrocinaram protestos e atos de sabotagem, que incluíram até a destruição de pontes, para impedir a entrada dos policiais nas fazendas.

Em meio à mobilização da PF, o Supremo determinou em 9 de abril a suspensão da retirada dos não-índios. O STF decidirá se a demarcação da reserva deve ser contínua ou dividida. A Raposa constitui área contínua de 1,7 milhão de hectares, na fronteira do Brasil com a Venezuela. Nela vivem cerca de 20 mil índios.
Agência Estado

Rizzolo: Já comentei várias vezes sobre essa questão indígena em Roraima, e a situação fica mais estranha agora, até porque me parece que no auge da tentativa de defender seus interesses, os grupos ” especializados” em ” incitar índios” começaram a agir com o puro intuito de fabricarem cadáveres. Ora, todo munda sabe que esses índios, que não são índios comuns, são militantes do Conselho Indígena de Roraima, que acabam sendo manipulados por aqueles que se dizem ” protetores da selva”, os chamados ongueiros internacionais, ou se quiserem, também incitados pelos chamados ” missionários” que de missionários nada tem, tudo para intimidar o Supremo, e faze-lo curvar-se aos seus desígnios.

A situação é clara, na argumentação desse pessoal, gerar um conflito vai de encontro aos seus interesses. Quem começou tudo ? Sinceramente, gostaria de fazer uma pergunta ao leitor. Se você fosse proprietário de uma fazenda – mata fechada- fronteira com países problemáticos, sabendo que existe inclusive perigo de adentrar grupos de guerrilha, você deixaria um grupo de índios – inimputáveis – tomarem conta da sua propriedade, sem o seu menor controle? Lógico que não. Pois é, o governo brasileiro os deixam à vontade, e o pior, membros petistas ficam melindrados quando os patriotas contestam, como o general Heleno. E tem mais, tem muito caboclo que acabou descobrindo que ser índio é um bom negócio, tem até índio com rosto de ator da Globo.

Prioridade de Alckmin passa a ser busca de aliados

Não foi a aclamação que se pretendia. Mas a candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura de São Paulo foi, finalmente, formalizada no final da noite desta segunda-feira (5). Agora, noves fora os cuidados com as trincas em seu próprio partido, a prioridade de Alckmin passa a ser a obtenção de aliados fora do PSDB.

Sem o PMDB de Orestes Quércia, que fechou com Gilberto Kassab (DEM), Alckmin apressa o passo em direção ao PTB. Diz-se nos arredores do candidato tucano que o acordo está por um fio de cabelo.

Sozinho, Alckmin iria à campanha com escassos três minutos de propaganda televisiva. Os especialistas em marketing eleitoral dizem que é pouco, muito pouco, pouquíssimo.

Se conseguir arrastar as fichas do PTB, Alckmin teria cinco minutos de janela televisiva. É menos do que os sete minutos e meio de Kassab. Mas já dá para entrar no jogo.

Alckmin negocia também com o chamado bloquinho (PSB, PCdoB e PDT), dono de quatro minutos de TV. Neste caso, o acordo não é impossível. Mas, hoje, afigura-se como mais provável apenas no segundo turno da disputa.

Nos subterrâneos, Kassab e sua turma conspiram contra os acordos partidários almejados por Alckmin. Tenta-se, por exemplo, seduzir o deputado estadual Campos Machado, mandachuva do PTB paulista, com ofertas que vão da indicação imediata de apadrinhados na prefeitura gerida por Kassab a promessas de suporte à reeleição do parlamentar no pleito de 2010.

Quem negocia com Kassab enxerga atrás do prefeito o governador tucano José Serra e a máquina administrativa que ele comanda. Nesta segunda, enquanto o prefeito e o pedaço do PSDB que deseja se aliar à recandidatura dele tramavam contra Alckmin, Serra inaugurava um hospital em Teresina (PI).

Por trás da pseudo-neutralidade do governador, escondem-se operadores que manterão as lanças espetadas na direção de Alckmin. Alardeia-se agora a intenção de levar a voto na convenção do PSDB, em junho, a proposta de aliança com Kassab, em contraposição à tese da candidatura própria.

“Em junho, vamos à convenção com maioria esmagadora. Nenhum problema”, Alckmin desdenha. O candidato e seus apoiadores organizam para os próximos dias um evento que extrapola os limites de São Paulo. Pretende-se arrastar para a cidade as principais lideranças nacionais do partido. Participariam de um ato de apoio a Alckmin.
Blog do Josias

Rizzolo: Se existe uma coisa triste no âmbito partidário é a falta de lealdade política. Não possível conceber que um partido como o PSDB, tenha dentro de seus integrantes membros que desprestigiam um candidato de peso, de liderança, com densidade eleitoral e perfil político paulista como Alckmin. Querem o bloco Serrista, transformar o PSDB numa versão de um PMDB, que existe, para servir como um balcão de negócios na espera daquele que mais der. Ora, o PSDB é um partido de tradição e como todo partido tradicional, possui lideranças construídas através do tempo. Rachar o partido na capital paulista nesse momento, já denota a fragilidade que se avista em 2010. É claro que, a indicação deAlackmin terá de ser referendada na convenção do partido que deve ocorrer, segundo a lei eleitoral, até o final de junho. Observação: Como confiar num político através de seu voto, se o mesmo nem lealdade possui ao próprio partido ? Não sou tucano, mas entendo que ética partidária é algo saudável.