Na antevéspera de mais um jantar para fechar aliança de olho em 2010, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou a se defender da acusação de que está antecipando sua campanha. Sem economizar alfinetadas na oposição, ela evitou bater de frente com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. Mas rebateu a tese de que promove um “vale-tudo” eleitoral.
“Não estamos fazendo um vale-tudo. Fizemos projetos e estamos inaugurando, lançando ou fiscalizando”, reagiu Dilma, após evento da Associação dos Dirigentes de Vendas e Empreendedores do Brasil (Adveb), em São Bernardo do Campo, berço político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela não quis confrontar o presidente do STF. “Não me sinto acusada de jeito nenhum pelo ministro Gilmar Mendes.”
Num recado à oposição, Dilma disse que o Brasil pode “se tranquilizar”, porque o governo Lula recuperou a capacidade de investimento no País. “Ah, isso incomoda. Incomoda mesmo. E não é sorte, não. É trabalho incansável.” Questionada sobre quem seriam os incomodados, continuou: “Todos aqueles que não têm o hábito de fazer investimento neste país.”
Dilma confirmou que terá um jantar com o PP, do deputado Paulo Maluf. “Será ótima oportunidade para discutir rumos do nosso governo e o que a gente espera do futuro.” O encontro, que terá como anfitrião o líder do PP, deputado Mário Negromonte (BA), estava marcado para hoje. Mas, como é o dia do aniversário de Lula , foi adiado para amanhã.
Ela já se reuniu com as bancadas do PMDB – de onde deve sair seu vice -, do PR, PDT, PRB e confirmou presença no dia 6 em congresso do PC do B. Falta marcar uma conversa com o PTB. Há resistência, porém, do presidente do partido, ex-deputado Roberto Jefferson, que denunciou o mensalão em 2005.
Dilma declarou que é cedo para falar em candidatura. Mas não disfarçou a satisfação com o fato de Lula ter dito, no sábado, que gostaria de comemorar seu aniversário em 2010 com a eleição de sua ministra. “Acho o presidente comovente.”
Na sua agenda também estão previstas mais inaugurações, com prioridade para o Sudeste, maior colégio eleitoral do País. Amanhã, será um ginásio, no Rio. À tarde, irá com Lula ao novo complexo de estúdios da TV Record. Na quinta-feira, a ministra e o presidente virão a São Paulo para a 1ª Expocatador, um feirão dos catadores de lixo. No fim da tarde, viajarão à Venezuela, para encontro com o presidente Hugo Chávez.
Ontem, Dilma teria mais um compromisso em São Bernardo, cidade governada por seu ex-colega de Esplanada Luiz Marinho (PT). Mas foi substituída pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Segundo ele, a agenda de Dilma com partidos da base aliada é fundamental na pavimentação de acordos para 2010. “Tem sido muito importante deputados e senadores conhecerem o outro lado da ministra.”
Sobre a aliança com o PMDB, Padilha destacou que, agora, o plano é equacionar problemas nos Estados. “Podem existir situações em que tenhamos dois palanques”, disse. “Isso não vai comprometer a aliança nacional.” COLABOROU TÂNIA MONTEIRO
agencia estado
Rizzolo: Um dos argumentos da oposição para o ciclo virtuoso de governo de Lula é alegar ” a sorte”. A oposição costuma dizer que todo desenvolvimento dependeu da sorte e não da capacidade do governo, o que é uma tremenda idiotice. O viés desenvolvimentista, muito embora dotado de altas taxas de juros, contribuiu para o desenvolvimento do mercado interno, que por su a vez, deu sustentabilidade para vencermos a crise. Isso não é sorte, é planejamento macroeconômico, maior regulamentação do setor financeiro e segurança política. Agora, concordo com a ministra quando se refere aos ” incomodados”. Ora, durante décadas nunca fizeram absolutamente nada para os pobres, os esquecidos, agora com os projetos de inclusão temos uma nova classe média que consome, e provocando um aumento da produção e mais empregos. Infelizmente fui convidado ontem para participar do evento em São Bernardo, mas em função de outro compromisso não pude comparecer. Uma pena.
Deixe um comentário