Discurso de Lula na Carta Capital

Dilma será mulher mais poderosa do mundo, diz jornal britânico

São Paulo – Matéria publicada pelo jornal britânico The Independent afirma que, se for eleita presidente do Brasil, a candidata Dilma Roussef será a mulher mais poderosa do mundo. “Ela superaria, como chefe de Estado, líderes como a chanceler alemã Angela Merkel e a secretária de estado norte-americana Hillary Clinton”, diz a reportagem.

Segundo o jornal, a base do poder de Dilma é a força da economia brasileira. Caso vença, ela governará um país com mercado interno de 200 milhões de pessoas, que exibe um crescimento próximo do chinês, e que conta ainda com a riqueza do pré-sal. “É algo que a Europa e Washington só podem invejar”, afirma o Independent.

A reportagem enfatiza que, desde antes de sua campanha começar, Dilma já gozava dos benefícios de ter sido ministra no governo do “imensamente popular presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. O jornal reconhece ainda que parte do sucesso da candidata se deve à “determinação e ao sucesso” que ela conseguiu, inclusive ao enfrentar um câncer linfático.

Além de trazer uma breve biografia de Dilma, o texto do Independent menciona ainda a ligação de Dilma com movimentos da extrema esquerda. “Assim como o presidente José Mujica, do Uruguai, Dilma não se envergonha de seu passado como membro da guerrilha urbana, o que incluiu combater os generais e passar um tempo na cadeia”.

Considerando a vitória da petista como provável, o jornal britânico declara que ela provavelmente receberá o presidente Mujica em sua cerimônia de posse. Outros chefes de Estado como Hugo Chávez, Evo Morales e Fernando Lugo deverão estar presentes. O Independent se refere ao grupo de presidentes como “líderes sul-americanos de sucesso, que, como Dilma, resistiram a campanhas de difamação impiedosa da mídia ocidental”.
Exame
Rizzolo:Com efeito, caso Dilma seja eleita, irá governar um país com um potencial enorme. Acho providente que uma mulher com a capacidade técnica de Dilma – e isso já foi comprovado-, tome os rumos da nação brasileira sustentando o viés desenvolvimentista que foi a marca do governo Lula. Para as empresas, a economia, e para os trabalhadores, nada melhor do que um governo que amplie as possibilidades de um forte mercado interno oferecendo oportunidade a todos. A inclusão dos menos favorecidos dinamiza a economia , gera empregos e distribui renda, a fórmula mágica de combatermos a miséria. Precisamos construir um Brasil forte, capaz de além de exportar as commodities, produzirmos manufaturados elaborando ainda mais a esperança fazer dos jovens cidadãos atores desse desenvolvimento regado à educação e cidadania.

Lula numa avaliação da política global

Manifesto lançado em São Paulo condena ameaça à democracia

Bandeiras e cartazes pedindo o salvamento da democracia e da Constituição do país dividiram espaço com duras críticas de juristas, intelectuais e artistas no lançamento de um manifesto em favor da democracia no início desta quarta-feira (22), na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro de São Paulo. Durante o ato público, o grupo condenou as últimas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa, considerando ameaçadoras as atitudes do petista.

Com dificuldades para subir no improvisado palanque, na frente da instituição, o jurista e um dos fundadores do PT, Hélio Bicudo, fez a leitura do documento. Para ele, Lula não pode usar a máquina estatal para sua campanha contra a liberdade de informação e de expressão. “Vamos embarcar em um trem que não sabemos aonde vai. Com 80% de aprovação, o presidente tem atitudes que demonstram autoritarismo e o ato repõe essa disputa nos trilhos democráticos”, disse.

O ex-ministro da Justiça na gestão de Fernando Henrique Cardoso, Miguel Reali Jr, classificou como fascista a posição do atual presidente que reforçou as críticas à imprensa nas últimas duas semanas. “Esse é um caminho perigoso para o Brasil. Temos que nos arregimentar. Democracia é luta de ideias e não de confronto físico. Jogar para debaixo do tapete as graves denúncias como a que envolve a ex-ministra Enenice Guerra é negar a própria história. E chegar ao comando uma presidente com essa marca gera muita insegurança”, criticou.

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, também condenou as ameaças do governo a diversos veículos de comunicação. “Não imaginávamos que precisaríamos chegar nesse movimento contra o PT. Mas acredito que esse é um bom sinal, mostrando que estamos acordados”, afirmou.

Apesar de ausentes no ato, o poeta Ferreira Gullar, o arcebispo emérito de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, e os atores Carlos Vereza, Mauro Mendonça e Rosamaria Murtinho assinaram o documento, entre outras personalidades.

Movimento eleitoreiro

O ombudsman do Diretório Acadêmico da Faculdade, Renato Ribeiro, condenou a mobilização na instituição. “Não foi um ato legítimo da sociedade. Pelo contrário, essa reunião não contou com o apoio de alunos, nem de outros grupos, além de causar transtornos na saída da instituição. Precisamos fazer uma ampla reflexão sobre quem são os protagonistas desse debate”, disse.

Terra

 

Lula: “Vamos derrotar tucanos e alguns jornais e revistas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas contundentes à imprensa e à oposição durante comício realizado na tarde deste sábado (18), em Campinas (SP). Lula disse que algumas reportagens publicadas por jornais e revistas do país são uma “vergonha”. De acordo com ele, alguns veículos de imprensa se comportam, neste momento de campanha eleitoral, como partidos políticos.

“Tem dia que determinados setores da imprensa brasileira chegam a ser uma vergonha”, disse o presidente. “Se o dono do jornal lesse o seu jornal ou o dono da revista lesse a sua revista, eles ficariam com vergonha do que eles estão escrevendo exatamente neste momento.”

Segundo o presidente, algumas publicações “destilam ódio e mentiras” sobre o governo porque não se conformam com as realizações de seu mandato. Lula disse também que alguns jornais e revistas do país se comportam como partidos políticos.

No palanque da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, Lula recomendou que a candidata não “perca o bom humor” por denúncias. “Se mantenham tranquilos, porque outra vez, Dilma, nós não vamos derrotar apenas os nossos adversários tucanos. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não tem coragem de dizer que são partido político, que têm candidato e não têm coragem de dizer que têm candidato, que não são democratas e pensam que são”, disse o presidente.

“Eles não suportam escrever que a economia brasileira vai crescer 7% este ano, não se conformam é que um metalúrgico vai criar mais emprego que presidentes elitistas que governaram este País”, completou.

Lula, contudo, reafirmou ser contra censurar a imprensa. De acordo com o presidente, os cidadãos é que devem escolher as suas fontes de informação. “Não sou eu quem vou censurá-la [a imprensa]. É o telespectador, o ouvinte e o leitor que vão escolher aquilo que presta e aquilo que não presta.”

Ao início do discurso, Lula disse que estava com “coceira na língua” para falar. “A Dilma pediu para me conter, o presidente do partido pediu pra me conter, mas não vou me conter”, afirmou, seguido por gritos de “fala” do público.

“Estou com muita dúvida em relação ao que falar. Eu preciso ser um homem contido porque sou presidente da República e pelo fato de ser presidente eu preciso medir minhas palavras para que os nossos adversários não inventem coisas a meu respeito”, disse. Bem-humorado, Lula disparou contra o PSDB: “Não tem nada que faça um tucano sofrer mais que ter um bico tão grande para falar e tão pequeno para fazer”.

Com agências

Rizzolo: O grande problema da oposição e da mídia, que se porta como um partido político é acusar sem provar para ter sim um ganho eleitoral. Quantas denúncias houver, mesmo sem provas, entendo que a postura do governo é correta, afasta-se os suspeitos e esvazia-se o discurso político eleitoral. Ao invés da oposição e a mídia procurar contrapor os programas de governo, procuram apenas “criar” factoides eleitorais para ver se com isso Serra ganha “uns pontinhos”, é impressionante, todo dia inventam uma suspeita, mas o povo brasileiro já sabe disso, e quanto mais acusam sem respaldo probatório, a esmo, mais Dilma sobe. Mudar o quadro eleitoral no tapetão, dessa forma não é fácil, prova disso são as pesquisas.

Serra acusa PT de intimidar e censurar imprensa

RIO – Em um duro discurso, o candidato do PSDB à Presidência,José Serra, acusou nesta quinta-feira, 19, o governo federal e o PT de tentarem, nos últimos anos, intimidar e censurar a imprensa, durante o 8º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela Associação Nacional de Jornais no Rio de Janeiro.

Sem citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra disse que as tentativas de censurar o setor de comunicação social se dão de três formas. A primeira, segundo, ele, é a “democrática entre aspas”, pela realização de conferências como as de Comunicação, Direitos Humanos e Cultura, que, afirmou, “se voltaram de fato para o controle da nossa imprensa, através do suposto controle da sociedade civil.”

“Quantas pessoas participam dessas conferências? Quinze mil? Vinte mil? Isso não representa o povo brasileiro. Representa um partido e setores que revelaram uma certa porosidade. São feitas com dinheiro público, são de um partido e de frações de um partido, do PT”, afirmou ele, acrescentando que esses encontros geraram cerca de 600 projetos de lei que estão no Congresso.

Serra também acusou o governo de tentar intimidar o setor de comunicação, pela ameaça de restrições à publicidade de certos produtos, e denunciou a existência de um suposto patrulhamento exercido contra profissionais de imprensa. O candidato também criticou a TV Brasil, mantida pela estatal Empresa Brasil de Comunicação, e criticou a Lei Eleitoral, que, afirmou, impõe um “isentismo” obrigando jornalistas a se preocupar com versões, não com fatos.

O candidato admitiu que às vezes reclama da ação da imprensa, mas afirmou que não o faz com o ânimo de quem quer censurar. “É muito diferente de ter um aparelho de Estado que se organiza para trazer sob seus desígnios o jornalismo, usar a opressão do Estado através de pronunciamentos, de pressão econômica, pressão de chantagem, pressão de patrulhamento em favor de um partido”, atacou.

Depois do discurso, Serra assinou a Declaração de Chapultepec (documento lançado em 1994 no México em defesa da liberdade de imprensa) e, em entrevista, se recusou a responder a perguntas sobre as críticas que fizera ao PT e ao governo no discurso. A candidata do PT, Dilma Rousseff, é esperada para participar do encontro à tarde. Marina Silva (PV) irá amanhã ao encontro.
estadão

Rizzolo: Bem na verdade Serra está desesperado. A falta de discurso da oposição faz as argumentações de Serra migrarem para o pouco bom senso nas discussões das questões essenciais. Na concepção errada de visão de Direitos Humanos, Serra desvirtua a origem dos ideais democráticos acusando o viés participativo das conferências como as de Comunicação, Direitos Humanos e Cultura. Portanto, em vista disso, tenta ele capitalizar através do terror e do medo postulando desqualificar o governo Lula. Sinceramente entendo que não é por esse caminho de ataque sem sentido que os eleitores poderão ser sensibilizados a votar no Sr. Serra.

Na Rocinha, Lula critica preconceito contra pobres

RIO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, em discurso na inauguração de um centro esportivo da Rocinha, no Rio, que existem bandidos em favelas, mas também em outros lugares. “É verdade que na Rocinha deve ter algum bandido. É verdade que deve ter algum bandido no Pavãozinho. Mas quem disse que não tem bandido nos prédios chiques de Copacabana?”, disse Lula.

De acordo com o presidente, é grave o preconceito com os pobres. Ele considera que, quando as pessoas têm oportunidades, não seguem o caminho do crime. Lula afirmou que o centro esportivo gera possibilidade de crianças se afastarem das ruas e se tornarem atletas.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, lembrou que hoje é o Dia Internacional da Mulher e fez uma homenagem “às mulheres que lutam para manter seus filhos longe do tráfico e do crime”. Dilma foi muito aplaudida ao chegar à cerimônia e saudada com gritos de “Rocinha presente, Dilma presidente”.

No grupo de pessoas que saudava Dilma, muitos estavam vestidos com uma camiseta que foi distribuída no local com os nomes de Lula e o governador do Rio, Sérgio Cabral, na frente, e do vereador Claudinho da Academia atrás. O vereador foi denunciado pelo Ministério Público no início deste ano por suspeita de ter tido ajuda do tráfico na Rocinha em sua eleição.
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Rizzolo: O grande erro da sociedade é entender que nas favelas habitam apenas marginais. Essa é a essência do preconceito da sociedade contra os menos favorecidos, os pobres e os abandonados. É claro que o poder público tem a obrigação de punir o tráfico, a bandidagem, por outro lado existe também um contingente de mães, pais, que educam seus filhos nas favelas para que não caiam nas garras dos traficantes.

Isso se faz com inclusão, oportunidade, na luta contra a miséria e com um governo de viés inclusivo na promoção de projetos de inclusão. Agora que existe um enorme preconceito com aqueles que vivem nas favelas do Brasil não resta a menor dúvida, porém os grandes bandidos lá não estão e todos nós sabemos aonde encontrá-los.

Após 20 horas internado para exames, Sarkozy é liberado

PARIS – Após quase 20 horas internado para realizar exames médicos, sobretudo cardiológicos, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, deixou na manhã desta segunda-feira, 27, o hospital militar Val-de-Grâce, em Paris.

Seu estado de saúde mobiliza a imprensa francesa, que deu grande destaque à sua hospitalização inesperada. Sarkozy saiu do hospital sorrindo, acompanhado de sua esposa, Carla Bruni, mas não falou com os jornalistas que aguardavam no local. O presidente ficou internado por cerca de 20 horas após ter passado mal, no final da manhã de domingo, 26, quando corria no jardim do Palácio de Versalhes.

O diagnóstico é de “um mal-estar ligado a um grande esforço físico, realizado sob um calor intenso, em um contexto de fatiga, ligada a uma carga de trabalho importante”, afirma o Palácio do Eliseu em um comunicado. O mal-estar de Sarkozy “não teria causas nem consequências cardiológicas”, diz a nota, que também excluiu, em função dos exames realizados, “consequências neurológicas ou ligadas ao metabolismo” do presidente.

Os médicos não receitaram nenhum tratamento, mas recomendaram alguns dias de repouso ao presidente, que deverá presidir na quarta-feira, 29, uma reunião do Conselho de Ministros, antes de sair de férias por três semanas.

Segredos

A hospitalização inesperada e as eventuais causas do mal-estar de Sarkozy, 54 anos, tiveram grande destaque na imprensa e mobilizaram o debate público no país desde o domingo. A imprensa afirmou, com base em relatos de testemunhas e de colaboradores do presidente, que Sarkozy teria desmaiado por alguns instantes, o que foi negado pelo Palácio do Eliseu. “O que aconteceu exatamente no domingo e do que o presidente sofreria”, questionou o jornal Le Figaro.

Eventuais problemas cardíacos foram levantados em razão do fato de que Sarkozy continuou internado pela manhã para realizar uma série de exames cardiológicos. Além disso, a imprensa francesa afirmou, após entrevistar especialistas, que o tipo de mal-estar sofrido por Sarkozy durante a prática de atividades esportivas poderia indicar, entre outros fatores (como hipoglicemia ou desidratação), também problemas ligados ao ritmo cardíaco e, no pior dos casos, até um infarto.

Com base em experiências passadas, os franceses avaliam que nem sempre a Presidência é transparente em relação ao estado de saúde dos chefes de Estado. A saúde dos presidentes é um assunto considerado sensível na França depois que o ex-presidente François Mitterrand escondeu durante 14 anos ter um câncer de próstata. Ele havia ordenado ao seu médico falsificar seus boletins médicos. O ex-presidente Jacques Chirac teve um acidente vascular cerebral em 2005, aos 72 anos, e ficou hospitalizado uma semana em segredo, antes de o assunto ser revelado.

Sarkozy havia prometido durante a campanha presidencial maior transparência em relação à sua saúde e afirmou que publicaria regularmente seus boletins médicos. Mas o atual presidente também foi hospitalizado em segredo em outubro de 2007 para uma pequena operação na garganta. A Presidência havia anunciado que a publicação dos boletins médicos seria anual, mas em 2008 não houve nenhuma divulgação oficial do estado de saúde de Sarkozy. No início deste mês, o Palácio do Eliseu informou que os exames cardiovasculares e de sangue do presidente “eram normais”.
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Rizzolo: O grande problema dos presidentes mais jovens é que sempre tentam passar uma imagem do vigor e preparo físico que não condiz com a realidade. Sarkozy não está na idade de ficar correndo longas distâncias, ficar exibindo sua condição física ao lado de sua esposa bem mais jovem que ele, para que através de um marketing político, de conteúdo americanófilo, possa ganhar popularidade. Melhor é o Berlusconi, sem caráter, mulherengo, não corre, e faz uma coisa de cada vez. Imagine o que Sarkozi já deveria ter feito com Carla Bruni antes de correr, assim não há velho que agüente! (risos )

Chávez bate recorde com programa de mais de oito horas seguidas

Caracas, 23 set (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, bateu hoje o recorde de transmissão de seu programa dominical “Alô, presidente!”, com pouco mais de oito horas consecutivas, alguns minutos a mais que as oito horas do dia 6 de agosto.

“Se quiserem, podemos começar outra vez”, brincou, quando o relógio marcava 19h10 (21h10 de Brasília). A edição do seu programa tinha começado às 11h.

Em seus discursos, ele acusou setores da imprensa e do Congresso do Brasil de atacar o seu Governo, alinhados a uma estratégia imperialista contra a unidade regional. Além disso, afirmou que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o apoio ao desejo da Venezuela de fazer parte do Mercosul.

Os Legislativos do Brasil e do Paraguai ainda precisam aprovar a entrada da Venezuela. Caso isso não aconteça, segundo Chávez, será “uma vitória do império americano, que está por trás de tudo, fazendo suas jogadas”.

“Mas eu sou do tipo que sabe aceitar derrotas e transformar em vitórias. Saibam os brasileiros que está em andamento uma grande campanha para evitar a união entre nossos países. Pelo menos, Lula está consciente de tudo. Muita gente acaba achando que Chávez é inimigo do Brasil. É uma estratégia do império. Para que? Para impedir nossa união e para continuar nos dominando”, denunciou.

Foram mais de oito horas de comentários, felicitações e críticas sobre diversos assuntos nacionais e internacionais, políticos, econômicos, militares, sociais e outros. O governante também recitou poesias, entre elas uma do poeta chileno Pablo Neruda, e cantou.

Algumas canções, revelou, fazem parte de um disco que será lançado em breve.

No dia 6 de agosto, quando tinha estabelecido o recorde anterior, ele já havia cantado a primeira estrofe do sucesso “Adelita”. Desta vez, preferiu hinos militares e músicas dos “habitantes das planícies”, zona rural de onde veio.

Entre os temas de política externa que abordou hoje, confirmou que “nos próximos dias” receberá na Venezuela mais uma vez o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. E garantiu que nenhum dos dois países está construindo bombas atômicas.

“Isto é revolução petroquímica, não bombas atômicas. Agora que Ahmadinejad nos visitará, dirão por aí que avançamos na construção de bombas atômicas”, disse Chávez, sobre a ampliação de instalações petroquímicas em Maracaibo.

Chávez também revelou que o presidente da Bolívia, Evo Morales, esteve nas últimas horas na Venezuela.

Além disso, anunciou que aceitou o convite do seu colega francês, Nicolas Sarkozy, para visitar a França, mas não informou datas. E destacou que outros Governos europeus que se dizem de esquerda, que não identificou, alertam que é preciso ter “cuidado com Chávez”.
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Rizzolo: Muito embora representantes do governo americano no Congresso Nacional Brasileiro, não aceitem a democracia participativa e apregoam sim a “relativa”, o empenho do governo em ampliar uma discussão e integrar a América Latina repensando-a de dentro fora é uma iniciativa louvável. Os mesmos “democratas” se arrepiam quando se fala em aprofundamento da democracia participativa, através de seus instrumentos, declarados no artigo 14 da Constituição: o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. Isso eles não querem, muitos representantes do povo – os políticos eleitos – não vêem com bons olhos a democracia participativa, pois enxergam nela uma espécie de “usurpação” de seus poderes. Nesse encontro um das questões pautadas sobre os quais seguramente conversaram, foi sobre a Telesur, um canal de notícias sobre a América Latina, uma espécie de CNN em espanhol, só que financiado pelo Governo da Venezuela. Atualmente o Brasil é o único país da América Latina em que a Telesur não entra. Ao contrário que diz a mídia que odeia Chavez, o clima de amizade entre os dois Presidentes nunca esteve tão bom, querem sim desqualificar a democracia da Venezuela.

Grande parcela da classe social mais abastada e melhor instruída também não simpatiza com essa idéia de democracia, por sentir certo desprezo pela opinião do povo pouco instruído e sem posses. Para essa classe social é mais cômodo investir e eleger os seus próprios pares que farão a defesa de seus interesses no âmbito parlamentar. Chamar Chavez de não democrata é no mínimo argumento pobre e inconsistente de políticos que deveriam se preparar melhor para um embate argumentativo, vez que Chavez foi sete vezes às urnas e venceu todas. E agora? Como os “democratas do PSDB e do DEM” encontrarão subsídios argumentativos para um debate rico baseado num fato que nasce da essência da democracia, que é o poder emanado do povo?

E agora? Os democratas de verdade, aqueles que respeitam o desejo popular jamais poderão se opor a instrumentos de Poder Popular inclusive contemplado na nossa Constituição, a não ser que façam uso daquilo que “ os democratas relativos do PSDB e do DEM” são especialistas, experientes e ardilosos, obstruir votação para a regulamentação do Projeto de Lei do artigo 14 da Carta Magna, aí sim, e se algum parlamentar deles os trair votando a matéria de interesse popular, num rompante de “democracia” expulsam o do Partido, pois na visão deles precisam aprender melhor as lições de Adam Smith.

E depois dizem que Chavez precisa aprender democracia. Realmente eles precisam se preparar melhor para os embates, defender o capital é tarefa árdua num Estado verdadeiramente democrático.