Humoristas protestam contra censura a piadas com políticos

Lei Eleitoral prevê multa de até R$ 100 mil a programas que ‘degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação’

RIO – Algumas das figuras mais engraçadas da TV e dos palcos de teatro se concentraram no domingo, 22, à tarde em frente ao Copacabana Palace, no Rio, para protestar contra a censura ao humor. “Os humoristas não podem fazer rir, mas os políticos podem fazer chorar”, dizia um dos cartazes do ato, que reuniu nomes como Bruno Mazzeo, Maria Clara Gueiros, Marcelo Madureira, Sérgio Malandro, Sabrina Sato, Claudio Manoel, Helio de La Peña e Nelson de Freitas, entre outros, além de muitos curiosos, responsáveis por providencial agito em busca de autógrafos e fotos.

Certo de que nunca é tarde para empunhar o megafone, o movimento Humor Sem Censura cobra uma revisão do trecho da Lei Eleitoral (9.504) que prevê aplicação de multas de até R$ 100 mil a programas que usem “trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação”.

O texto é de 1997,e a iniciativa de trazê-lo a discussão é do humorista Fábio Porchat, redator de humorísticos da Globo e integrante do grupo Comédia em Pé. “Em 1997, eu tinha 13 anos e ia ser muito difícil eu organizar uma coisa como essa”, explica Porchat, com galhofa. “Só agora que faço parte da nova geração de humor, que está na internet, na TV e no rádio é que podemos nos organizar para fazer esse protesto. A lei só tomou luz agora porque só agora é que temos tantos programas de humor tão contundentes em relação à política.”

Porchat se refere a programas como CQC (Band) e Pânico (Rede TV!), que frequentam os corredores de Brasília à caça de alvos para piadas. Da geração anterior à dos jovens humoristas, Hélio De La Peña, diz que o Casseta & Planeta (Globo) teve de queimar os miolos para falar não esbarrar na Lei Eleitoral. “A gente inventa, para tratar do milagre sem tratar do santo”, explicou.

Seguidos por um pequeno grupo de simpatizantes, cabos eleitorais de candidatos com senso de oportunidade e um batalhão de repórteres, os humoristas seguiram pela orla de Copacabana em direção ao Leme, num percurso, digamos, simbólico. “Os comediantes finalmente estão na primeira divisão e estão sendo bem tratados e reconhecidos. Nada mais justo do que rever uma lei que vai totalmente contra a democracia e nos atinge em cheio”, resumiu o ator Lúcio Mauro Filho, o Tuco do seriado A Grande Família, da Globo
estadão

Rizzolo: Entendo que eleição é coisa séria. Se os candidatos nada sérios, a convite de partidos não prestigiam a democracia, e se lançam de forma jocosa, é outra história, mas isso não justifica humoristas se aterem a chacotas com candidatos a eleição. Temos que restituir de uma vez por todas a seriedade do momento político, a começar por eleger pessoas sérias, preparadas, com propostas e com passado límpido. Se segmentos da imprensa pretendem desqualificar a nossa democracia, isso não deve ser endossado pela sociedade. Esse protesto é sem sentido, e um desserviço à democracia. Eleição é coisa séria, pelo menos para mim, podem me chamar de sonhador.

Serra acusa PT de intimidar e censurar imprensa

RIO – Em um duro discurso, o candidato do PSDB à Presidência,José Serra, acusou nesta quinta-feira, 19, o governo federal e o PT de tentarem, nos últimos anos, intimidar e censurar a imprensa, durante o 8º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela Associação Nacional de Jornais no Rio de Janeiro.

Sem citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra disse que as tentativas de censurar o setor de comunicação social se dão de três formas. A primeira, segundo, ele, é a “democrática entre aspas”, pela realização de conferências como as de Comunicação, Direitos Humanos e Cultura, que, afirmou, “se voltaram de fato para o controle da nossa imprensa, através do suposto controle da sociedade civil.”

“Quantas pessoas participam dessas conferências? Quinze mil? Vinte mil? Isso não representa o povo brasileiro. Representa um partido e setores que revelaram uma certa porosidade. São feitas com dinheiro público, são de um partido e de frações de um partido, do PT”, afirmou ele, acrescentando que esses encontros geraram cerca de 600 projetos de lei que estão no Congresso.

Serra também acusou o governo de tentar intimidar o setor de comunicação, pela ameaça de restrições à publicidade de certos produtos, e denunciou a existência de um suposto patrulhamento exercido contra profissionais de imprensa. O candidato também criticou a TV Brasil, mantida pela estatal Empresa Brasil de Comunicação, e criticou a Lei Eleitoral, que, afirmou, impõe um “isentismo” obrigando jornalistas a se preocupar com versões, não com fatos.

O candidato admitiu que às vezes reclama da ação da imprensa, mas afirmou que não o faz com o ânimo de quem quer censurar. “É muito diferente de ter um aparelho de Estado que se organiza para trazer sob seus desígnios o jornalismo, usar a opressão do Estado através de pronunciamentos, de pressão econômica, pressão de chantagem, pressão de patrulhamento em favor de um partido”, atacou.

Depois do discurso, Serra assinou a Declaração de Chapultepec (documento lançado em 1994 no México em defesa da liberdade de imprensa) e, em entrevista, se recusou a responder a perguntas sobre as críticas que fizera ao PT e ao governo no discurso. A candidata do PT, Dilma Rousseff, é esperada para participar do encontro à tarde. Marina Silva (PV) irá amanhã ao encontro.
estadão

Rizzolo: Bem na verdade Serra está desesperado. A falta de discurso da oposição faz as argumentações de Serra migrarem para o pouco bom senso nas discussões das questões essenciais. Na concepção errada de visão de Direitos Humanos, Serra desvirtua a origem dos ideais democráticos acusando o viés participativo das conferências como as de Comunicação, Direitos Humanos e Cultura. Portanto, em vista disso, tenta ele capitalizar através do terror e do medo postulando desqualificar o governo Lula. Sinceramente entendo que não é por esse caminho de ataque sem sentido que os eleitores poderão ser sensibilizados a votar no Sr. Serra.

As Mães e a Escola de Tempo Integral

Era assim toda quarta-feira: ela chegava pela manhã com uma pequena sacola, no mesmo ritmo de quem acabara de descer de um ônibus vindo da periferia de São Paulo. Havia anos trabalhava na limpeza do meu escritório e de tantos outros no mesmo prédio. O olhar sofrido e as mãos cansadas faziam-na parecer muito mais velha do que realmente era. Neusinha, a minha diarista, era mãe solteira e cuidava sozinha de um menino de 11 anos.

Nosso contato era pouco, até porque, para não atrapalhar o andamento da limpeza geral, eu aproveitava aquelas quartas-feiras para ir ao fórum. Contudo, naquele dia, algo estranho no olhar de Neusinha me chamou a atenção: os olhos marejados indicavam certa tristeza, dando ao rosto branco daquela nordestina um contorno de aflição.

Meio sem jeito, e já de saída com o paletó na mão, perguntei a Neusinha se estava tudo bem. Timidamente e num rompante de desabafo, ela se pôs a chorar. Com calma, pedi que ela me contasse o que havia acontecido, na tentativa de acalmá-la com um gesto de amizade e solidariedade.

– Sabe o que é, doutor, meu filho está envolvido com drogas; ele me contou tudo ontem à noite. Tudo começou na porta da escola pública em que ele estuda. Ele estuda no período da manhã, mas à tarde fica com más companhias.

Entre um soluço e outro, trouxe-lhe um copo com água, o qual foi levado à boca como se contivesse um doce remédio.

– Não tenho com quem deixá-lo. Preciso trabalhar e é aí que ocorre a desgraça – ela disse, olhando-me com um ar de cumplicidade, numa linguagem simples, mas carregada de uma tristeza incalculável.

Minha consciência obrigou-me a acalmá-la e a dispensá-la, pagando-lhe pelo dia de trabalho não concluído, pois seu estado emocional era péssimo. Em seguida, ainda sob o impacto daquela cena, a caminho do fórum, entre centenas de pessoas que aguardavam o metrô, pus-me a pensar no papel da escola de tempo integral e em sua importância para a formação dos jovens, em seu papel de manter o jovem ocupado, em tranquilizar as mulheres que trabalham fora e não têm com quem deixar os filhos, enfim, naquilo que chamo de “tutela educativo-protecionista”.

O que realmente vemos hoje é o descaso do poder público na implantação da verdadeira escola de tempo integral, pois o que há – e em pouquíssimo número – são escolas que disponibilizam uma espécie de duplicação de jornada, fazendo um segundo turno à imagem e semelhança do primeiro, sem dar sentido à amplitude educacional de outras disciplinas como arte, educação física, visita a museus, estímulo à leitura, enfim, mudando o projeto político-pedagógico das escolas.

Já no balanço do trem do metrô e nas paradas cansativas das estações, imaginava quantas Neusinhas pelo Brasil não sofrem por saber que seus filhos não estão protegidos pela “tutela educativo-protecionista” que as escolas de tempo integral poderiam oferecer à sua prole, quando estão trabalhando, longe de casa, sustentando seus lares. Pensei também que a miséria, as drogas, o desamparo são filhos do abandono total do Estado na área da educação, e que melhor do que as palavras de consolo, a indignação e um copo com água para abrandar o soluço de um choro profundo é oferecer uma educação cidadã a todos, com investimentos maciços num único ideal de escola pública, a escola de tempo integral. Talvez, se ela existisse, aquela quarta-feira seria diferente para todos nós, em especial para tantas Neusinhas, diaristas pobres, trabalhadoras nas fábricas, nos campos, nas grandes cidades do nosso país, que sem esperança soluçam por seus filhos perdidos.

Fernando Rizzolo

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Fernando Rizzolo candidato a Dep.Federal fala de Sonhos e Esperanças.

Fernando Rizzolo 3318 candidato a Deputado Federal por SP. Divulgue este vídeo e ajude o Rizzolo a chegar lá !!

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Mais de 60 pessoas são resgatadas após naufrágio de veleiro próximo ao Rio

Sessenta e quatro pessoas foram resgatadas com vida após o naufrágio do navio veleiro “Concórdia”, distante cerca de 300 milhas do litoral do Rio (cerca de 550 km). A informação é do Comando do 1º Distrito Naval da Marinha, que foi acionado por volta das 17h de quinta-feira (18), quando recebeu um sinal de emergência do veleiro. Segundo a Marinha, todas as vítimas estão bem.

As vítimas estavam em quatro balsas que foram resgatadas. A Marinha não informou quantos são estudantes, professores ou tripulantes.

Segundo um dos tripulantes que foi resgatado, durante a travessia, o navio, com cerca de 64 pessoas a bordo, enfrentou fortes ventos antes de naufragar.

Segundo a Marinha, uma aeronave da Força aérea Brasileira (FAB) localizou, por volta das 20h, uma balsa salva-vidas com pessoas nas proximidades do local onde foi detectada a emissão do sinal.

A Marinha informou ainda que três navios mercantes que estavam navegando naquela área marítima se dirigiram ao encontro da balsa. Além disso, também partiu do Rio de Janeiro o Rebocador de Alto Mar Almirante Guillobel, com chegada prevista na madrugada do dia 20.

A Fragata Liberal estava marcada para partir do Rio às 9h desta sexta (19).

A Marinha informou ainda que o navio “Concórdia”, pertencente à “West Island College International” do Canadá, estava realizando a travessia de Recife para Montevidéu (Uruguai), tendo partido no dia 8 de fevereiro, com previsão de chegada no dia 23 de fevereiro.
Globo
Rizzolo: Ainda não sabemos as causas do naufrágio, de qualquer forma é uma sorte todos terem saído com vida , vamos aguardar mais informações. Parabéns à marinha pela operação de resgate.

Os Jovens do Morro e os do Asfalto

Sempre ficamos indignados quando surgem conflitos nos morros, principalmente no Rio de Janeiro, mas a verdade é que refletimos muito pouco sobre por que atingimos este estado mórbido social e sobre suas causas. Muito já se falou da falta de permeabilidade do Estado nas comunidades, da injustiça social que reina nos morros e da omissão do Poder Público em assistir aos pobres. Com efeito, o somatório de todos esses fatores contribuiu para que atingíssemos tais níveis de violência.

A par desses fatores, a falta de uma política coordenada e sistemática de combate ao crime concorreu para que a delinquência organizada formasse um Estado paralelo de difícil controle. Temos que admitir que os órgãos de repressão agem e atuam de acordo com a lei, em respeito aos dizeres da nossa Constituição, e tornam, de certa forma, o Estado repressor limitado e incapaz de combater a criminalidade na nossa sociedade, em face da ousadia dos marginais.

O ponto central desta questão está, de um lado, no Estado Democrático de Direito, nas garantias individuais da pessoa humana, na democracia em si, e, de outro, na atuação da polícia, sempre focada no ponto de vista legal. Assim, as únicas medidas possíveis de acabarmos de vez com a criminalidade passam a ser de longo prazo, como o aumento da participação do Estado nas comunidades carentes, a promoção da inclusão social dos jovens da periferia e a conscientização de que, quando acompanhadas da real oportunidade de emprego e do desenvolvimento pessoal, a cultura e a educação são mais vantajosas que adentrar para o mundo do crime.

Diante dos fatos, é essencial acreditar que uma educação fundamental, composta de valores cívicos e religiosos, aliada à participação maciça do Estado na erradicação da miséria, poderá fazer com que a repressão, nos limites da lei, seja o suficiente. Desse modo, talvez alguns pobres jovens dos morros e dos asfaltos não desistam do bom caminho com tanta facilidade, rechaçando os fuzis e abraçando os livros, contribuindo, assim, para um Brasil melhor, que dependa, é claro, muito mais da boa vontade de um Estado justo e provedor do que da nossa omissa indignação diante das notícias.

Fernando Rizzolo

“Chega de corrupção e rolo, para deputado federal Fernando Rizzolo- PMN 3318”

É grave estado de saúde de menina baleada junto com a mãe em favela

É grave o estado de saúde da menina de 11 meses, que foi baleada junto com sua mãe na Favela Kelsons, na Penha, no subúrbio do Rio.

A mãe não resistiu e morreu no hospital. Segundo a Secretaria estadual de Saúde, o estado de saúde da criança é grave, mas estável. Ela foi operada ainda no domingo (25) e encontra-se internada no pós-operatório do Hospital Getúlio Vargas, na Penha.

O corpo de Ana Cristina será enterrado no Cemitério de Irajá às 16h desta segunda-feira.

O crime aconteceu quando Ana Cristina Costa do Nascimento, de 24 anos, e mais seis pessoas – entre elas, o marido e mais dois filhos – passavam pela Rua Marcílio Dias, em direção à Avenida Brasil e vários disparos foram feitos na noite de domingo. Um dos tiros atravessou as costas da dona de casa saindo pelo peito e atingindo o braço do bebê, que estava no colo da mãe. De acordo com parentes das vítimas, por volta das 22h de domingo (25), a vítima, que morava em Vista Alegre, no subúrbio, saía da favela com a família. Segundo eles, ela tinha ido visitar a irmã, que mora na Favela Kelsons, e seguia para um ponto de ônibus na Avenida Brasil, quando policiais em quatro patrulhas do 16º BPM (Olaria), entraram atirando na favela.

Policiais do 16º BPM informaram que ao patrulhar a região uma Blazer do batalhão foi atacada por traficantes. A assessoria da PM informou, na manhã desta segunda-feira (26), que os policiais não revidaram, porque havia muitos pedestres na rua, no momento. A PM lamentou a morte da vítima e afirmou que vai colaborar com a apuração dos fatos, entregando as armas dos policiais para a perícia.

Parentes contaram que Ana Cristina tinha ido à casa da irmã para organizar a festa de 1 ano da filha, no mês que vem. A dona de casa deixa dois outros filhos de 6 e 3 anos, respectivamente.

Eles informaram ainda que outras pessoas do grupo não foram atingidas pelas balas porque conseguiram se jogar no chão, no momento dos disparos.

globo

Rizzolo: Mais uma vez a população pobre da comunidade é vítima da violência. Como já afirmei em outros comentários, na realidade isso tudo é fruto de anos de abandono do poder público. Só com um investimento maciço na educação, na inclusão social, poderemos a longo prazo, fazer com que partes dos jovens do morro, que hoje atuam na marginalidade, tenham a opção pela cidadania. Repressão a violência e livros, educação, religião, princípios, e acima de tudo vida digna a todos, através dos programas de inclusão social são os caminhos.Tenho pena dos pobres moradores do morro nesso momento tão triste.

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Competição no mercado de drogas alimenta violência no Rio, diz ‘Economist’

Uma reportagem publicada na revista britânica The Economist afirma que a violência nos morros do Rio de Janeiro é alimentada por uma competição singular no mercado de drogas, que impõe uma série de dificuldades financeiras às gangues do tráfico e as leva a uma disputa feroz por espaços.

No artigo, a revista que chegou às bancas nesta sexta-feira questiona por que a cidade testemunha episódios de violência similares à briga entre facções que ocorreu no último fim de semana e cujos desdobramentos já deixaram mais de 30 mortos.

“Se as pesquisas sobre o uso de drogas forem confiáveis, o consumo per capita de cocaína, crack e maconha fica perto da média quando comparada com outras capitais de Estado”, é o pressuposto inicial da revista. “Então por que a cidade que acabou de levar a indicação para as Olimpíadas de 2016 é tão inclinada a ataques repentinos de violência por causa da droga?”

A primeira razão, diz a reportagem, é que “a cidade é marcada por uma história de governos ruins”. “Erros passados incluem acomodar interesses de facções de traficantes na esperança de mantê-los pacificados.”

Outro motivo seria a polícia carioca. “Algumas das armas usadas pelos traficantes são vendidas a eles pela polícia, e os policiais ainda praticam demasiadas execuções sumárias em vez de se dar ao trabalho de processar os suspeitos, fazendo com que os moradores das favelas os vejam como uma fonte de injustiça tanto quanto os traficantes.”

A terceira razão, que a Economist analisa com mais detalhes, é o fato de existirem na cidade três gangues rivais que disputam o mesmo mercado consumidor, enquanto outras capitais têm apenas um grupo dominante. “Um estudo do governo estadual sugere que, por conta dessa competição, longe de viver como personagens de um vídeo de hip-hop da MTV, os traficantes do Rio estão operando ‘perto do zero a zero’.”

Sobre um faturamento anual de cerca de R$ 316 milhões, as gangues lucram cerca de R$ 27 milhões, diz a revista, citando o estudo. Grande parte dos recursos é destinada à compra de armas, pagamento de pessoal e vendedores de drogas.

A estrutura de salário é “surpreendentemente linear” – ou “uma exceção ao quadro nacional de distribuição desigual de renda”, nas palavras da Economist – e as gangues já embarcaram em atividades paralelas, como o fornecimento ilegal de eletricidade, em busca de outras fontes de renda.

“Antes da violência recente, alguns analistas haviam sugerido que as dificuldades financeiras estavam levando as gangues a cooperar em algumas operações”, diz a revista. “Mas a resposta mais comum a esta situação é invadir o terreno do vizinho.”
BBC

Rizzolo: A análise pode estar correta, contudo o pensar como podemos solucionar essa questão é que esbarra no fator tempo. Não há dúvida que uma vez o problema da violência instalado quer por motivo das drogas, ou brigas de facções, a solução se dará através de um programa a médio e longo prazo, e o foco principal é a educação na infância desta nova geração. O binômio repressão e educação são a chave para no que futuro, pautada através dos programas de inclusão, as comunidades carentes se tornem libertadas da marginalidade, que hoje representa o Estado omisso. Culpar a população dos morros, os pobres, no seu velado apoio aos traficantes, e ser conivente com décadas de um Estado perverso e omisso onde os interesses políticos habitavam apenas o poder, esquecendo o mais essencial que era o devido olhar aos pobres e necessitados dos morros.

Sobe para 29 o número de mortos na guerra do tráfico no Rio

A guerra do tráfico nas favelas da Zona Norte do Rio já soma 29 mortos desde a madrugada de sábado (17). Na madrugada desta quarta-feira (21), mais três criminosos, segundo a Polícia Militar, foram mortos em confronto, no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, no subúrbio do Rio.

Depois de uma noite de medo nas imediações do Morro São João, no Engenho Novo, no subúrbio, quando surgiram boatos de que a comunidade seria invadida, o ambiente é de aparente tranquilidade na manhã desta quarta-feira. O mesmo acontece nas imediações do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte, onde o movimento de moradores e do comércio é normal.

A polícia informou que com os criminosos foram apreendidas três pistolas, 133 papelotes de cocaína, 51 trouxinhas de maconha e 97 pedras de crack.

Segundo informações do 9º BPM (Rocha Miranda), que desde terça-feira reforça o policiamento nos acessos ao Juramento, eles chegaram a ser levados para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, no subúrbio. Mas segundo o hospital eles já teriam chegado mortos à unidade. O caso foi registrado na 22ª DP (Penha).

No início da noite de terça-feira (20), policiais do 1º BPM (Estácio), que reforçavam o patrulhamento nos morros do Fallet e do Fogueteiro, no Rio Comprido, na Zona Norte, estavam deixando a região quando começou um confronto. Um homem, que segundo a polícia seria traficante, foi morto. A polícia apreendeu uma metralhadora, uma pistola, um carregador, munição e um carregador.

Noite de medo

Moradores dos morros São João, Quieto e Matriz, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixaram as suas casas por volta das 21h desta terça-feira (20) com medo. Alguns deles contaram ter ouvido supostos traficantes dizendo que estavam no Morro São João e que iriam matar os moradores. Várias pessoas ocuparam as ruas da região.

Logo após as denúncias de moradores de que o morro poderia ser invadido, policiais militares do 3º BPM (Méier) e de outras unidades foram acionadas para o local. Segundo o comandante do 3º BPM, tenente-coronel Álvaro Moura, os policiais foram checar as informações e não encontraram qualquer indício de invasão ou confronto entre traficantes. O coronel Álvaro Moura afirmou que nenhum tiro foi disparado na região.

A polícia continua à procura do traficante Fabiano Atanásio da Silva, o FB, que segundo investigações, seria suspeito de chefiar a invasão ao Morro dos Macacos.

globo

Rizzolo: O grande problema desse confronto, é o clima de instabilidade social e emocional dos moradores das comunidades. A repressão é necessária para manter a ordem, porém as medidas de real impacto não estão a curto prazo. A vascularização da inclusão social, o preparo educacional das crianças e jovens do morro antes que decidam pelo crime, é algo a ser construído através de políticas sérias, investimentos, e determinação do poder público. Os pobres dos morros, das comunidades da periferia foram abandonados durante décadas, sempre foram vistos como marginais, excluídos do desenvolvimento; agora, muito embora o governo tenha avançado na inclusão, precisamos se voltar para os programas que visem a segurança pública juntamente com a educação aos jovens, para salvá-los do mau caminho.

Mendes cobra ação nacional contra o crime organizado

RIO DE JANEIRO – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, cobrou hoje uma ação nacional mais eficaz no combate ao crime organizado e disse que a responsabilidade pelo controle da violência no Rio de Janeiro não está restrita às autoridades do Estado. “Estou convencido de que o Brasil tem de ter um programa sério, digno deste nome, de segurança pública. Os senhores têm no Rio uma questão básica, o uso de armamentos pesados que foram importados ilegalmente. Isso passou pela fronteira. Não é um problema basicamente do Rio, mas de falta de controle. Precisa de articulação”, afirmou o ministro.

Mendes esteve no Rio para assinar um termo de cooperação com o Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014. O documento prevê a participação de ex-presidiários nas obras para o campeonato de futebol, que será realizado no Brasil. O presidente do Supremo evitou comentar a guerra entre facções iniciada na madrugada de sábado, no Morro dos Macacos, na zona norte do Rio, onde um helicóptero da Polícia Militar (PM) foi abatido por traficantes.

“Há uma responsabilidade nacional, não podemos imputar apenas às autoridades locais”, disse Mendes. O ministro defendeu algum tipo de atuação das Forças Armadas e citou a discussão sobre a criação de um fundo específico para combate à violência. “Falamos até de um Fundef (fundo destinado ao ensino fundamental) para a segurança pública. Não se trata apenas de subsidiar o Rio de Janeiro ou repassar recursos. Temos de discutir até mesmo, em algum tópico, o emprego das Forças Armadas em matéria de segurança pública”, afirmou.

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Rizzolo: O problema da violência no Rio de Janeiro passa também pela entrada ilegal de armas via fronteira, mas tudo isso é causa de algo maior, algo que foi constituído através do abandono do Estado, e agora nos resta não apenas reprimir, mas se voltar ao que é fundamental: educação, cidadania, e inclusão social; principalmente em relação às novas gerações, às crianças do morro de hoje, que amanhã terão que optar entre o crime e a dignidade. Repressão como um fator desestimulante, promovendo a educação e inclusão aos jovens e as crianças do morro e periferia, fazendo com que a opção ao crime seja uma má escolha.

Dilma: violência no RJ revela ‘o quanto faltou o Estado’

ARARAQUARA – A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse hoje que o episódio de violência no fim de semana, no Rio de Janeiro, “mostra o quanto faltou o Estado, no sentido amplo da palavra, nessas comunidades que estão numa luta contra o tráfico”. Dilma manifestou solidariedade ao governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e disse que, se for necessário, pode haver o uso da Força Nacional de Segurança (FNS).

De acordo com a ministra, a presença do Estado brasileiro nessas áreas é fundamental não só pela atuação da polícia no dia a dia, de forma ostensiva, mas também em ações como a que o governo faz de obras de infraestrutura em alguns morros cariocas, entre eles Complexo do Alemão, Rocinha, Pavão-Pavãozinho e Manguinhos.

“Em favelas, quem domina é o tráfico e os criminosos, e combatê-los é algo fundamental, que faz parte do governo do presidente Lula, e nós temos feito isso através desses dois mecanismos (polícia e infraestrutura).” Dilma esteve na manhã de hoje em Araraquara, no interior paulista, na vistoria da obra da Arena da Fonte, um estádio de futebol que recebeu R$ 21 milhões do governo federal e que pretende servir como apoio para a Copa do Mundo de 2014.
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Rizzolo: Não resta a menor dúvida que estes conflitos têm na sua origem décadas de abandono do poder público a esta comunidades, que por não terem a devida assistência, ficaram à mercê dos narcotraficantes, que em ultima instância acabaram fazendo o papel do Estado. Se há alguém culpado por esta situação foi o espírito egoísta daqueles governantes que acima de tudo sempre enxergaram que o social estava preterido ao capital, abandonando de forma perversa os pobres jovens do morro e das comunidades pobres. Agora, resta ao Estado ter puslo firme e combater a marginalidade instalada.

Conflitos no Rio deixam 12 mortos, diz Beltrame

RIO DE JANEIRO – O secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrami, disse que “dez marginais” foram mortos em confronto com a polícia do Rio de Janeiro neste sábado, 17. Outros dois policiais também morreram, na explosão de um helicóptero. Durante todo o dia, a cidade teve diversos confrontos entre polícia e traficantes. Em entrevista coletiva, ele acrescentou que foram apreendidos dez fuzis, uma carabina, que houve um preso.

Durante uma operação policial no morro dos Macacos, em Vila Isabel, na zona norte do Rio, traficantes atingiram um helicóptero, que tentou um pouso forçado e explodiu, causando a morte de dois policiais. Um capitão PM foi baleado na perna e outros dois policiais tiveram queimaduras sem gravidade. O aparelho, parcialmente blindado, dava apoio a uma operação com 120 homens da PM para acabar com o confronto entre traficantes na guerra de disputa por pontos de vendas de drogas no Morro dos Macacos.

Após pouso forçado em campo de futebol, helicóptero começou a pegar fogo e explodiu

De acordo com o relato de moradores, o confronto entre traficantes começou por volta da 1h30 e se estendeu durante a manhã de hoje. Segundo informações da polícia, houve uma tentativa por parte da facção criminosa Comando Vermelho de invadir o Morro dos Macacos, dominado pela facção Amigo dos Amigos (ADA). Criminosos do Complexo do Alemão, Manguinhos e do Jacarezinho teriam invadido a favela em um caminhão-baú, que ficou abandonado em um dos acessos à comunidade Alguns moradores da favela colocaram fogo em pneus na Rua Visconde de Santa Isabel para impedir a chegada da polícia. Em seguida, manifestantes tentaram, sem sucesso, invadir a carceragem da Polinter para linchar presos da facção que invadiu a favela.

Até o início da tarde, cinco ônibus, um carro, um depósito de gás e duas salas de uma escola municipal foram incendiados nas imediações da Favela do Jacaré. Mesmo após a chegada de 120 policiais militares, o tiroteio entre os traficante continuou. Um policial do 6º BPM (Batalhão da Polícia Militar) ficou encurralado no alto do morro dos Macacos. Um helicóptero Fênix da Polícia Militar foi resgatá-lo. De acordo com testemunhas, a aeronave foi alvo de intensos disparos. Atingida, começou a pegar fogo e o piloto perdeu o controle. O pouso forçado aconteceu em um campo de futebol na Vila Olímpica do Sampaio, nas imediações do Morro da Matriz, na zona norte da cidade, a cinco quilômetros do morros dos Macacos.

Ação das facções foi em retaliação à operação da polícia

“Ouvimos um barulho do helicóptero, depois o som do impacto no chão, seguido por uma explosão”, relatou uma moradora. Os três policiais que sobreviveram à queda, pularam da aeronave, antes de ela tocar no chão. Os dois que ficaram morreram carbonizados. “Um PM saiu com o corpo em chamas e ficou apenas de cuecas”, contou um morador. No momento do resgate dos feridos, os traficantes voltaram a atirar na direção dos policiais.

Depois da tragédia, a polícia acionou o Corpo de Bombeiros, que informou que não prestaria socorro, por se tratar de “área de risco”. Uma ambulância e três viaturas chegaram apenas 50 minutos depois. Dois outros helicópteros, um da PM e outro blindado da Polícia Civil, foram acionados e também foram alvo de disparos, mas não foram abatidos. O confronto se estendeu para favelas vizinhas ao morro dos Macacos e do complexo do São João.

Folgas foram suspensas em vários batalhões da região metropolitana e nas delegacias especializadas. No início da tarde de hoje, os confrontos haviam arrefecido, mas não havia ainda um número oficial de mortos. Atingido por um bala “traçante”, o almoxarifado de uma escola municipal pegou fogo. No Jacaré e na avenida suburbana, por volta das 12h20, traficantes incendiaram dois ônibus.
agencia estado

Rizzolo: Vou retomar um comentário que já fiz inúmeras vezes nestes dois anos de Blog. Se existem bandidos que contam com a proteção e simpatia da população, é porque o Estado ainda não surgiu com os devidos investimentos na área social nestas áreas. O governo Lula avançou muito em relação à inclusão social destas comunidades, mas ainda não foi o suficiente. Isso é parte de um problema; agora não há como convivermos com um Estado paralelo e substituto ao oficial, por mais ausente que este possa ser. É inadmissível que bandidagem tenha o controle de territórios demarcados. Infelizmente quem sofre é a pobre população dos morros, da periferia que na sua maioria é composta de gente honesta e trabalhadora, mas infelizmente foram abandonados pelo Poder Público durante muitos anos. Pobre povo brasileiro, se há algo que me deixa indignado é o cometário daqueles que culpam os moradores do morro pelo poder paralelo dos marginais, a população dos morros são, como já disse anteriormente, vítimas de um Estado ausente e perverso.

França cogita não encontrar explicações para acidente

PARIS – O diretor do escritório de investigação e análises de segurança aérea na França e maior autoridade europeia no assunto, Paul-Louis Arslanian, cogitou hoje a possibilidade de jamais encontrar explicações para o acidente com o Airbus da Air France, que desapareceu na rota Rio-Paris com 228 pessoas a bordo. “O trabalho é intenso de coleta de informações”, disse o diretor. “Uma etapa extremamente importante é a localização e, se possível, a recuperação das caixas-pretas. Porém, não podemos contar com elas, já que, até onde se sabe, o acidente aconteceu no meio do oceano, em uma região profunda em que a paisagem submarina se assemelha a uma região de montanha”, afirmou.

Segundo ele, o escritório já vem investigando o acidente com o Airbus A330-200 da Air France desde segunda-feira. Arslanian disse ainda que, por enquanto, tudo o que vem sendo dito é “mera suposição”. O diretor recomendou cautela em relação às informações sobre a tragédia que vêm sendo divulgadas pela imprensa. “Não escutem muito os que lhes dão explicações. Tudo o que eles falam é especulação. Nós estamos trabalhando.”

Arslanian disse que os dados da situação meteorológica, das mensagens automáticas recebidas do avião pela Air France e as informações da Airbus se somam às informações que vêm sendo fornecidas pelas autoridades brasileiras. Além disso, o diretor não descartou nenhuma hipótese para o acidente, incluindo as condições meteorológicas e a eventual despressurização da cabine.

agencia estado

Rizzolo: Como já comentei anteriormente, a imprensa estrangeira, conta com a hipótese de um atentado. Ontem em entrevista à Fox News um experiente piloto de Air Bus informou, que tempestades são monitoradas por radares, que permitem os pilotos reorganizar as rotas. Também afirmou, que as informações enviadas são incomuns em situações de tempestades e turbulências. No final perguntaram a sua opinião no que restaria ser a causa. Poderia ser uma bomba? perguntaram. E ele afinal respondeu o que ninguém até agora ousou fazer. Disse sim.

Na verdade ainda é tudo muito estranho mas concordo com o piloto. A hipótese pode ser válida, contudo ainda é cedo para conclusões. Por outro lado todos sabem que o rigor nos embarques em território brasileiro é bem menor do que na Europa e nos EUA, e isso poderia facilitar um ato terrorista. São hipóteses, mas não devem ser descartadas.

Lula: ‘Um país que acha petróleo a 6 mil metros pode achar avião a 2 mil’

‘Um país que acha petróleo a 6 mil metros pode achar avião a 2 mil’, disse.

Presidente está em viagem oficial à Guatemala.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou nesta terça (2), na Cidade da Guatemala, que conversou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, sobre as buscas na região do Oceano Atlântico onde desapareceu o Airbus da Air France.

Segundo Lula, o ministro manifestou esperança de que ainda se possa encontrar a caixa-preta da aeronave. “Um país que acha petróleo a 6 mil metros de profundidade pode achar um avião a 2 mil”, disse o presidente.

Embora ainda não se saiba oficialmente o que aconteceu com o voo 447 e seus 228 ocupantes, Lula declarou que o governo brasileiro fará “o possível e o impossível” para localizar os destroços do Airbus.

“O melhor que poderia acontecer é que se consiga chegar lá para que se possa entregar as pessoas às famílias”, afirmou.

Lula contou ter recebido de Jobim a informação de que, na madrugada desta terça (2), um avião Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) viu o que parecia ser uma mancha de óleo sobre a lâmina d’água, na região.

“Essas informações sobre as distâncias entre as coisas que estão sendo encontradas mostra que há na região uma corrente marítima que pode levar os destroços para vários pontos.”

Lula disse que continua sendo informado permanentemente pelas autoridades aeronáuticas brasileiras sobre as operações de busca pela aeronave.
Globo
Rizzolo: Bem, realmente não tem nada a ver uma coisa com a outra. Não foi uma comparação feliz do presidente. Buscar petróleo é uma coisa, destroços e caixa preta é outra vez que envolve correntes marítimas, e outras variáveis. As buscas continuam e na imprensa do exterior ainda surgem especulações sobre um eventual ataque terrorista.

Imprensa internacional destaca “mistério’ envolvendo voo 447

Os principais veículos da imprensa internacional destacam nesta terça-feira os mistérios e as especulações sobre as possíveis causas do desaparecimento na véspera do avião da Air France que fazia o voo 447 entre o Rio de Janeiro e Paris.

“O avião teria sido vítima de um clima terrível e de panes técnicas”, questiona em seu título principal o diário francês Le Monde, para quem a reconstituição dos eventos envolvendo o Airbus A330-200 será um “quebra-cabeças”.

“Como é possível explicar o silêncio da tripulação e da aeronave?”, diz o diário, para quem “esse silêncio implica que a tragédia foi brutal”.

Outro diário francês, Le Figaro, observa a dificuldade das buscas no oceano e comenta que, apesar de a Air France considerar a hipótese de o avião ter sido derrubado por um relâmpago como a mais provável, “outras hipóteses também precisam ser consideradas”.

Entre as diversas hipóteses analisadas pelo jornal, com diversos graus de probabilidade, estão turbulências, falhas técnicas e ataque terrorista.

Jato moderno

O americano The Washington Post destaca o “mistério” envolvendo a aeronave e questiona: “Como pode um jato tão moderno simplesmente desaparecer?”.

“O voo 447 da Air France era um Airbus A330-200, um grande e moderno jato desenvolvido, como o nome implica, para enfrentar qualquer coisa. Mas em algum lugar sobre o Atlântico, na calada da noite, em uma forte tempestade com trovoadas, ele caiu do céu”, diz a reportagem.

O também americano The New York Times observa que “o desaparecimento de um jato da Air France na rota do Rio de Janeiro a Paris deixou investigadores de acidentes experientes com um mistério para resolver e muito pouca informação com a qual trabalhar”.

“Enquanto a busca pelos escombros começou sobre uma vasta porção do oceano entre o Brasil e a costa da África, especialistas lutavam para oferecer teorias plausíveis sobre como um avião moderno, construído para aguentar trancos elétricos e físicos muito mais fortes do que a natureza normalmente oferece, poder ter caído tão silenciosamente e misteriosamente”, diz o jornal.

Sem sinais

O jornal espanhol El País observa que “a desaparição do avião sem um sinal de alerta complica a investigação” e comenta as dificuldades para descobrir o que realmente ocorreu com a aeronave até que ela seja localizada, já que “sem avião, não há grande coisa para construir uma hipótese”.

“A desaparição do A330-200 da Air France quando sobrevoava o Atlântico com 228 pessoas a bordo deixa atônitos os especialistas, que não explicam por que não houve chamada de alerta dos pilotos antes de se perder todo o rastro do aparelho”, diz o jornal.

Em um texto com perguntas e respostas sobre o que poderia ter ocorrido com o avião, o também espanhol El Mundo observa que a hipótese mais aventada sobre as avarias elétricas sofridas pelo avião é a de que ele tenha sido atingido por um raio, mas observa que outras possibilidades comentadas vão desde “uma despressurização da cabine, provocada pela simples quebra de uma janela, até por uma bomba, como apontou ontem um piloto da Air France”.

O diário alemão Frankfürter Allgemeine observa que poderá levar semanas ou até meses até que os destroços do avião sejam encontrados.

A reportagem do jornal relata outros casos de acidentes nos quais os destroços somente foram encontrados muito tempo depois, incluindo um avião britânico que caiu nos Andes argentinos em 1947 e cujos restos foram encontrados somente em 2000.
folha online

Rizzolo: A hipótese de um ataque terrorista ganha corpo nas investigações no exterior, muito embora as autoridades neguem. Agentes da Inteligência Franceses da DGSE (Direction Générale de la Sécurité Extérieure) , se preparam para vir ao Brasil com intuito de investigar um provável ataque terrorista. É realmente muito estranho a forma pela qual sucederam-se os fatos técnicos.

Pode-se concluir que não houve tempo para absolutamente nada no tocante às informações técnicas que costumeiramente são enviadas. Uma violenta explosão deve ter ocasionado a tragédia, e explosões violentas oriundas do nada são preocupantes. O ministro da defesa francês Herve Morin, não descartou a possibilidade de um ataque terrorista, segundo ele, ” Não podemos descartar um ato terrorista, vez que o terrorismo é a maior ameaça às democracias do Ocidente, contudo por hora, não temos nenhum elemento indicando que sido provovado por isso. ”

Brasil envia aviões e navios para ajudar nas buscas

Da BBC Brasil em Brasília – O Comando da Aeronáutica confirmou que as buscas pela aeronave da Air France que desapareceu quando voava do Rio de Janeiro a Paris já começaram e que a base para as operações ficará localizada na ilha de Fernando de Noronha.

Dois aviões Hércules, da Força Aérea Brasileira (FAB), foram enviados à região para ajudar nas buscas e no salvamento.

Além disso, três navios da Marinha também vão participar dos trabalhos. As embarcações saíram das cidades de Natal, Maceió e Salvador e já estão a caminho de Fernando de Noronha.

O avião da Air France, que partiu do aeroporto do Galeão às 19h30 (horário de Brasília), não pousou no aeroporto de destino, o Charles de Gaulle, em Paris, no horário previsto.

A Aeronáutica ainda está colhendo mais detalhes do possível acidente antes de se pronunciar oficialmente, o que deve ocorrer ainda nesta manhã.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, está em viagem pela África, com a volta prevista para a quarta-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se encontra no exterior.

O avião partiu do aeroporto do Galeão às 19h30 e, segundo a Infraero, não houve qualquer registro de problemas na partida.

O último contato do avião com a torre de Recife ocorreu às 22h36, portanto mais de três horas depois da decolagem.

Caso se confirme o acidente na região de Fernando de Noronha, a responsabilidade pelas buscas e salvamento fica a cargo do governo brasileiro.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a lista com os nomes dos passageiros será divulgada às 11h00, no Rio de Janeiro. BBC Brasil .
agência estado

Rizzolo: Fiquei muito chocado com a notícia sobre este vôo. Todo mês de novembro faço uso exatamente deste vôo à Paris, neste horário, com esta companhia. É uma notícia triste, que ainda desconhecemos as causas, que podem ser desde um raio, até um atentado terrorista. Tudo é possível, não sabemos absolutamente nada, nem aonde o avião fisicamente está.

O grande problema dos navios brasileiros na busca, é que a velocidade até a costa é lenta, portanto só amanhã é que terão possibilidade de investigar o local. A Marinha Mercante contudo, já foi alertada. Este blog se solidariza com a emoção eo sofrimento dos familiares das vítimas, e se coloca à disposição para o que melhor puder fazer no sentido de diminuir o sofrimento de todos.

O Aero – Willys e o Congresso Nacional

A política brasileira sempre sofreu de crises de cunho moral. Por outro lado, teve em seus momentos mais difíceis, homens capazes de reconstruir a vil trajetória da amoralidade e da falta de ética, com valores capazes coibi-los em ações pautadas na moralidade pública. A democracia, a ética, a probidade administrativa, são características essenciais e sagradas no desenvolvimento social de um País.

Mas porque hoje no Brasil a corrupção, a politicagem, o clientelismo, e a falta de ética impera nos meios políticos? Será que a democracia no Brasil, não é capaz produzir homens de bem, ou a política na sua mais mais áspera concepção de arranjos inter – partidários acaba por corromper os bem-intencionados homens públicos?

Longe de abrigar uma argumentação defensiva do regime militar, tampouco avalizando um revisionismo político. Contudo, me lembro ainda quando jovem, meu pai – um advogado defensor da democracia – ao ler no jornal, com um certo ar de indignação e admiração patriótica, a notícia que dava conta da decisão do marechal Castello Branco – presidente militar na época – de demitir sumariamente um irmão seu, Licurgo, funcionário da Receita Federal, ao tomar conhecimento que recebera de presente um Aero-Willys, o carro mais caro na época, fabricado no Brasil.

Hoje no Brasil dos anões do orçamento, da CPI dos precatórios, do dossiê Cayman, do mensalão, do dinheiro na cueca, do caso Palocci, das acusações contra Renan Calheiros, do caso Rondeau e Guatama, da Operação Satagraha, dos gastos do Senado e outros, nos apenas resta indagar se esta democracia que vivemos não está de certa forma maculada pelos interesses pessoais dos políticos, que em última instância, estão à serviço de si próprios, e das poderosas siglas partidárias que os conduzem ao poder, dispensando e desprezando dessa forma a devida prestação de contas pertinentes aos seus mandatos.

Com muita propriedade afirmava Rui Barbosa em ” Cartas da Inglaterra”, que “A pior democracia é preferível à melhor das ditaduras”. Temos hoje no Brasil que agregar à participação política, através da educação e da formação, políticos de boa intenção, de caráter ético, preparados para construir uma democracia refratária ao populismo leviano, e eleitoreiro.

Talvez então não teremos o pior da democracia, mas afastaremos de vez aqueles que por de trás de um discurso “elaborado”, justificam e avalizam o desrespeito ao povo brasileiro e às liberdades democráticas no exercício de seus mandatos.

Fernando Rizzolo

Perdendo-se as Nobres Referências

Ernesto Bertarelli um empresário italiano e velejador, disse certa vez uma frase que muito me marcou, dizia ele, que ” A medida da grandeza de uma pátria não é geográfica; é a histórica “, isso de certa forma acabou me remetendo a um passado. Ainda quando menino, cursando o primário numa escola pública num Bairro de classe média em São Paulo, me recordo que ao chegar no ” Grupo Escolar” – como assim era chamado – éramos obrigados a nos mantermos em fila, hastearmos a bandeira, e cantarmos o Hino Nacional ; era quase que um ritual natural antes das aulas, algo rápido mas solene. A bandeira tremulava e eu a observava com olhar ingênuo de um menino de sete anos.

Com um certo incômodo, tive uma sensação perturbadora esta semana ao assistir cenas em que jovens do morro da Providência, riam descendo as cinzas escadas do morro arrastando a bandeira brasileira, como ato de manifestação contra uma instituição que ainda acredito ser a mais nobre que subsiste no Brasil: as Forças Armadas. Muito embora tenha havido excesso, o rigor das penas da Justiça Militar serão com certeza aplicados aos maus militares que participaram daquele ato, soldados estes que provavelmente maculados foram no convívio com o narcotráfico. Nada justifica a forma imoral e brutal na deplorável ação contra jovens pobres do morro da Providência.

Mas ao analisarmos a questão deixando este fato isolado, já quase apurado, e com a punição devidamente prevista, o que salta aos olhos é a naturalidade com que nós brasileiros tratamos hoje assuntos de soberania nacional, quer de ordem urbana como ambiental, vide a questão da Amazônia. As interpretações e prejulgamentos em relação à participação do Exército em áreas urbanas dominadas pelo crime, são as mesmas que dão o esteio justificatório na permissibilidade da questão da demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, dos direitos e na condescendência nas perigosas argumentações formuladas pelos ONGS internacionais, e chanceladas pelo facão indígena dos caiapós, que atingiu o engenheiro da Eletrobras Paulo Fernando Rezende ao final de uma palestra, no encontro Xingu Vivo para Sempre, em Altamira (PA), ou na passividade da internacionalização da Amazônia.

O que observamos é que existe sim uma orquestração dialética e política sobre questões onde a referência sobre o papel decisivo do Estado na preservação da ordem, é decisivamente substituído pelo direito das minorias, das etnias, dos grupos, muitos sem legitimidade para se sobrepor aos conceitos de ordem, como o narcotráfico, levando o País a ser dirigido por “ducados sem Lei”, autônomos, insubordinados, cujo reflexo fatalmente leva aos jovens a perda da referência de quem é quem no Poder Público.

A indignação por atos isolados lamentáveis como o ocorrido, passa a ser de maior relevância do que a existência daquilo que classifico como “células paraestatais”, onde o domínio da população e do território passa a ser não mais tutelado pelo Estado, mas por grupos, e isso pouca indignação suscita ao governo e até a nós mesmos, que acabamos por osmose aceitando a retirada da bandeira nacional por aqueles pobres jovens que pouco conhecem o sentido de algo maior representada por aquele ato.

Jamais admitiria que a culpa pela falta dessa observação pertence a eles, aos pobres esquecidos que vivem nos morros como o da Providência, mas sim dos sucessivos governos que não souberam manter acessa a chama da autoridade, a ação enérgica na hora apropriada, no amor à Pátria, e se ativeram apenas no espírito pouco cívico e não reverente às instituições como o Exército brasileiro, muito pelo contrário, armaram seus espíritos em desqualificar e restringir o papel das Forças Armadas, em função de um passado que já não faz mais sentido ser lembrado.

A falta de controle, o desmando, o narcotráfico, a improbidade administrativa, a politicagem corrupta, o apadrinhamento, tudo isso nada mais é do que um reflexo da falta de um patriotismo histórico, muito bem lembrado pelo italiano Ernesto Bertarelli, um sonho de ordem e respeito, ideais que acabamos infelizmante nos distanciando no Brasil.

Fernando Rizzolo