Nos próximos dias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária deverá editar uma nova regulamentação com restrições severas à propaganda de bebidas alcoólicas. A veiculação de anúncio de bebidas no rádio e na televisão deverá ser proibida entre as 8h e as 20h e, em jornais, revistas e internet, a propaganda terá de ser acompanhada de advertências em relação aos efeitos do consumo de álcool.
O presidente do Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária, Gilberto Leifert, que é também diretor de relações com o mercado da Rede Globo, em entrevista ä Folha de hoje – “Restrições à publicidade contrariam a Constituição” (só para assinantes) – critica a medida e ameaça ir à Justiça para protestar contra essa iniciativa da Anvisa.
Na entrevista, o presidente do Conar comete alguns exageros ao afirmar que a portaria da Anvisa é inconstitucional, fere a liberdade de expressão e põe em xeque a independência da mídia, uma vez que as advertências que a Anvisa pretende impor são “dramáticas” e afastarão os anunciantes.
Independente do debate que deve ser travado sobre a medida, a posição do CONAR me parece exagerada. Regulamentar a publicidade de bebidas alcoólicas, como já foi feito com a dos cigarros, é uma medida de saúde pública e, mesmo que afete, num primeiro momento, a receita publicitária das emissoras de rádio e televisão, está longe de ser um atentado à liberdade de expressão.
enviada por Zé Dirceu
Rizzolo: Engraçado, agora os sedentos pelo lucro acusam que a portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária é inconstitucional, e que ” põe em xeque a independência da mídia “, querem justificar publicidade de bebidas alcoolicas com liberdade de expressão. Ora, regulamentar horário de propaganda de bebida é algo saudável e nada mais é do que já acontece com o cigarro, agora entender que isso é atentado à liberdade de expressão é ser muito cara de pau. Olha aí , os chamados ” liberais ” aonde querem chegar , eu sei, no maior lucro possível, a custa da saúde pública.