Se verdadeira a notícia de que a dirigente do MST, Marina Santos, além de condenar a política econômica e as “reformas” do governo Lula, disse que vê a reforma agrária como “política compensatória”, estamos diante de uma fraude, que não resiste a um minuto de análise ou debate. Pode se criticar o governo Lula, e muito, com relação à reforma agrária, começando pela burocracia do Incra, falta de recursos, lentidão, mas é um governo que faz reforma agrária e tem uma política para a agricultura familiar. Ou seja, busca desenvolver a propriedade familiar em direção à agroindústria familiar ou às cooperativas. Quanto a crítica da política econômica e das reformas, volto a repetir: o MST caminha a passos lentos, mas caminha, para uma posição semelhante à do PSTU e PSOL, do Conlutas, central sindical ligada à esses partidos, de não reconhecer no governo Lula um aliado e um governo de mudanças, dentro das condições que Lula e o PT chegaram ao governo e dentro da realidade histórica brasileira.
Também se for verdade o que saiu publicado em alguns dos principais jornais do país, que o MST desconvidou ou não convidou o presidente Lula para a abertura de seu Congresso, o movimento está, na minha opinião, cometendo um equívoco grave.
Não há como contestar que o governo, apesar dos importantes avanços no financiamento da agricultura familiar e na infra-estrutura dos assentamentos, não se revelou capaz, até agora, de cumprir plenamente seus compromissos com a reforma agrária e transformá-la em um dos instrumentos fundamentais para um novo modelo de desenvolvimento. Os sem-terra estão cobertos de razão, por exemplo, quando reivindicam a mudança do índice de produtividade para classificação de terras sujeitas à desapropriação e reclamam que o presidente promete essa alteração desde o início do primeiro mandato.
Até aí, tudo bem. Outra coisa são gestos que, além de deselegantes, acabam sendo manipulados pela mídia conservadora e a oposição de direita para gerar cizânia e desconforto no campo popular. O argumento de que a presença do presidente retiraria o “caráter crítico” do congresso me parece pífio: nada mais salutar, entre aliados históricos, que um debate franco e transparente diante da massa de militantes. Ter receio da capacidade de comunicação do presidente juntos às próprias bases do MST apequena os dirigentes do movimento. Só teriam que comemorar, se as notícias forem correspondentes aos fatos, os latifundiários e usineiros, as forças conservadoras do campo e da cidade.
O presidente Lula governa em uma correlação de forças na qual ainda se mantém a hegemonia das oligarquias sobre as instituições e a sociedade. Há uma disputa pelos rumos de seu governo, inclusive em seu interior. Quando o presidente está disposto a compartilhar com o MST, participando de seu congresso, o que se deveria fazer é respaldá-lo e criar um clima de renovação dos compromissos com a reforma agrária, com críticas e propostas, para facilitar a interlocução e mesma a pressão sobre o governo. A descortesia anunciada, no caso, dá pretexto e espaço para que adversários comuns ampliem seus esforços para criar obstáculos entre o presidente e os movimentos sociais organizados.
enviada por Zé Dirceu
Rizzolo: Eu acho que cabe uma análise crítica sobre certas atuações do governo Lula, porem, temos que reconhecer os avanços, agora a questão prinicipal,é que o MST e os partidos que o envolvem no “mantro Trotskista”, acabam com as críticas e com as pontuações erradas fazendo o jogo tão sonhado da direita, do conservadorismo, e vão sim acabar isolados. Não precisa ser inteligente e basta sim diminuir um pouco a dose do ” Rivotril Trotskista” pra perceber que o Lula não tem por hora correlação de força na qual ainda se mantém a hegemonia das oligarquias sobre as instituições e a sociedade . É claro que ele até gostaria, de avançar mais, mas existe uma disputa , e agindo assim, isolando o Lula , vão acabar numa discussão ” morenista” que vai levar ao extase os fascistas que torcem para o retrocesso . Não é por aí, viu !
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