Nesta sexta-feira (20), após o acidente com aeronave da TAM que deixou pelo menos 197 pessoas mortas, o governo anunciou seu pacote de medidas para enfrentar o problema aéreo no país e, em especial, na capital paulista. As decisões foram tomadas em uma reunião do presidente Lula com os integrantes do governo que fazem parte do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac). Entre as ações está a construção de um terceiro aeroporto na grande São Paulo e o fim das escalas no aeroporto de Congonhas.
As medidas relacionadas a Congonhas são de curto prazo e de caráter emergencial. O objetivo é garantir que o aeroporto realize com segurança suas operações até que um novo aeroporto, confirmado nesta sexta pela ministra-chege da Casa Civil, Dilma Rousseff, esteja pronto para iniciar suas operações.
Segundo ela, o local do novo aeroporto ainda não está definido, mas adiantou que será na Grande São Paulo.
”Determinamos a construção de um novo aeroporto. Jamais diríamos onde será a construção para não sermos fator de especulação imobiliária. Não sabemos onde será, e, se soubéssemos, não diríamos”, acrescentou.
Medidas do Conac
Após a reunião com o governo, o Conselho de Aviação Civil (Conac) adotou uma resolução apresentando uma série de medidas para reorganizar o tráfego aéreo em São Paulo. A principla medida diz que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve restringir o uso do aeroporto de Congonhas como ponto de conexão para outros destinos e, juntamente com o Comando da Aeronáutica, num prazo de 90 dias, deve apresentar estudo de localização de sítios aeroportuários em São Paulo, indicando a possibilidade de construção de um novo aeroporto.
A Anac também deve proibir a operação de vôos fretados e charters em Congonhas, e os que já foram autorizados devem ser redistribuídos para outros aeroportos.
A Infraero, por sua vez, deve adotar medidas para que o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, possa receber um número maior de passageiros e têm 90 dias para apresentar estudo de ampliação e readequação dos aeroportos de São Paulo. A Anac também deve instituir um plano permanente de contingência de aeronaves e tripulação.
A resolução determinou ainda que a Anac e o Comando da Aeronáutica devem limitar a utilização de Congonhas para uso da aviação geral –que inclui todos os tipos de aeronaves, exceto as de vôos regulares (de companhias aéreas) ou militares.
Além disso, a Agência deve alocar nos novos acordos bilaterais e multilaterais, relativos à frequência de vôos internacionais, pontos no Brasil fora do terminal São Paulo e buscar renegociar os acordos existentes visando compatibilizá-los com a readequação da malha aérea hora determinada.
O Conac surgiu em outubro de 2003 e sua última reunião aconteceu em junho de 2007. Presidido pelo ministro da Defesa, Waldir Pires, o Conac é formado pelos ministros Celso Amorim (Relações Exteriores), Guido Mantega (Fazenda), Miguel Jorge (Desenvolvimento), Marta Suplicy (Turismo), Dilma Rousseff (Casa Civil) e pelo comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, além dos presidentes da Infraero e da Anac.
Confiança
”As medidas visam aumentar o grau de confiança na utilização de Congonhas. Estamos determinando que a vocação de Congonhas seja de vôos diretos, ponto a ponto”, esclareceu a ministra Dilma. Ela ainda explicou que a preocupação do governo com relação ao aeroporto de Congonhas é que ele está situado no meio da maior cidade da América Latina. ”Quando escolhermos o sítio [para o novo aeroporto], tomaremos a precaução de que haja uma área de segurança ao seu redor”, agregou.
De acordo com o ministro da Defesa, Waldir Pires, as medidas anunciadas nesta sexta-feira de restrição de Congonhas, e de construção de outro aeroporto, objetivam ”melhor servir” aos interesses da população brasileira, de modo a assegurar o conforto e a segurança necessários. ”Há a determinação de que os órgãos vinculados ao governo atendam o mais rapidamente possível a todas as famílias que foram vitimadas pela perda de pessoas queridas”, disse.
Sugestões
A decisão de diminuir o fluxo de aeronaves em Congonhas atende a sugestões de especialistas. Para o professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo (SBPTA), Anderson Correia, o aeroporto não é ”viável” da forma como opera atualmente.
“Se você vai operar para ser o maior da América Latina em número de passageiros e operações, eu digo que não é viável. Agora se você readequar para a vocação dele, aí sim você pode ter um aeroporto bom”, disse nesta semana.
44% de atrasos
O boletim mais recente da Infraero, divulgado por volta das 16h desta sexta-feira, indica que 507 das 1137 operações programadas (cerca de 44%) para o período apresentam problemas de atraso ou cancelamento. Os atrasos superiores a uma hora atingem 32,81% dos vôos programados — 373 dos 1137. Outros 134 vôos (44,19%) haviam sido cancelados em todo o país.
Em Congonhas, 49 das 150 operações (32,6%) estão atrasadas em mais de uma hora. Outros 44 vôos foram cancelados. O aeroporto internacional de Guarulhos registra 32 vôos atrasados (20,7% da programação) e cinco cancelados.
Também apresentam tráfego aéreo complicado, ainda segundo a Infraero, os aeroportos de Brasília (32 atrasos e dois cancelamentos entre 77 vôos previstos), Recife (19 vôos atrasados em 39 programados) e Curitiba (23 vôos atrasados e seis cancelados dos 49 previstos).
Da redação, com agências
Site do PC do B
Rizzolo: Como já disse anteriormente o problema de Congonhas é a concepção geográfica do aeroporto no meio da cidade sem ” escape.” A solução, não há dúvida é fechar Congonhas e construir um novo aeroporto seguro do ponto de vista geográfico ,e que, esteja perto da Capital, lugares apropriados não faltam, poderíamos aproveitar “áreas de manaciais” como o Município de Itapecerica da Serra há 20 minutos do Murumbi, onde pela natureza da localização há poucas indústrias , e áreas enormes apropriadas para a construção , alem disso como se trata de áreas protegidas por legislação, por ser Mata Atlântica secundária, o Turismo poderia ser implementado. Qual turista americano, europeu , ou japonês que não gostaria de ficar num hotel próximo ao Aeroporto em área protegida pela natureza,há 30 minutos da Avenida Paulista ! Opções não faltam , o que não pode é insistirmos num aeroporto perigoso e inviável !
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