Argentina pede a captura do venezuelano-americano flagrado com a mala preta

A procuradora argentina María Luz Rivas Diez pediu na quarta-feira, 15, a prisão de Guido Antonini, que tentou entrar na Argentina com cerca de 800 mil dólares não declarados. O paradeiro de Antonini é desconhecido desde que ele deixou a Argentina – sem demonstrar a menor preocupação em recuperar o dinheiro – com destino a Montevidéu.

A procuradora afirmou que a decisão de “pedir a captura internacional” do empresário foi tomada levando-se em conta “a magnitude do fato” já que não se trata de uma infração aduaneira, mas sim, a intenção de contrabando, que acarretaria “de 2 a 8 anos de prisão, com o confisco do dinheiro, além de multas”.

Antonini passa por empresário venezuelano, embora seus interesses comerciais estejam tão arraigados nos EUA, que seu título eleitoral tem registro em Miami. É vinculado ao grupo Venoco, dirigido por Isaac Pérez Recao, de cuja direção já participou também Pedro Carmona, notórios participantes da fracassada tentativa de golpe contra o presidente Hugo Chávez em 11 de abril de 2002. Antonini apresenta ainda ligações com um dos donos do canal de televisão Globovisión.

Segundo Rafael Ramírez, ministro de Energia e Petróleo da Venezuela, o caso de Antonini “está sendo usado para atacar abertamente, mediante mentiras e manipulação, os sucessos recentes da viagem presidencial”, referindo-se à última viagem que Chávez fez pela América Latina.

Ramírez afirma que “o tratamento midiático de todo o assunto busca de maneira direta minimizar os êxitos do governo venezuelano em matéria energética”. “A cúpula do Petrocaribe foi um sucesso, o giro presidencial foi um sucesso, simplesmente estamos vivendo um novo ataque que não é muito diferente do ocorrido durante a sabotagem petroleira”, completou o ministro.

“É lamentável ver como a falta de ética no exercício do jornalismo permita que se comece a criar um cenário onde as mentiras são tomadas como verdade; entorpecendo o desenvolvimento das investigações”, declarou Ramírez.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, disse em entrevista a Telesul que “as oligarquias, utilizam seus meios de comunicação para armar escândalos, e este é um escândalo que foi armado com um único objetivo político: tratar de destruir o governo argentino e o governo venezuelano, aos nossos líderes, para destruir a união do nosso continente, a independência e a soberania que estamos construindo”.

Este incidente “é uma emboscada midiática que é armada pelas oligarquias midiáticas de nossos países em função de utilizar um incidente de caráter menor, aduaneiro, para mentir”, completou.

Hora do Povo

Rizzolo:Esse cidadão Guido Antonini, é protagonista dessa ” armação” elaborada pela mídia golpista que não aceita acordos de parceria com outros países da América Latina, aí no caso, a Argentina. Observem que o ” modus operandi ” da mídia é sempre o mesmo , parece até que há um protocolo, uma seqüência, um rito quase processualista de difamação seguido de desqualificação, tudo para gerar intriga e indignação na população, para que , enfim , seus interesses internacionais possam prosperar. A candidatura de Cristina Kirchner, incomoda, tem no seu bojo, construir um Estado forte, e isso, os amantes de Adam Smith rejeitam , e se socorrem nas cartilhas do império americano, onde Bush , o republicano com moral em baixa, esta sempre atento e observando os movimentos de seus lacaios. Tanto Bush, como o neoliberalismo, como essa ” ilusão” de que para sempre através da mídia golpista e manipuladora poderá a democracia restrita prosperar, vão terminar, vez que serão sim substituídas pela democracia participativa, plena, pelo menos na América Latina isso esta mais perto de acontecer, agora nos EUA, vai depender dos democratas, e de muitos Noam Chomsky, e Michael Moore, para libertar um povo que esta em dormência pelo sono da mídia controlada.

Movimentos questionam concessões de TV

Organizações sociais se unem para defender que Constituição seja respeitada no processo de renovação das concessões da Record, Band e de filiais da Globo.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Coletivo Brasil de Comunicação Social – Intervozes e outros movimentos sociais vão realizar, em 05 de outubro, uma série de debates sobre mecanismos de fiscalização para a distribuição e renovação de concessões de canais de TV e rádio.

Nesta data, vence o prazo de validade das concessões da Record, Band, TV Gazeta e TV Cultura em São Paulo, além de cinco filiais da Rede Globo. Segundo o coordenador do Intervozes, João Brant, a idéia é questionar o fato de que essas emissoras não respeitam os critérios estabelecidos pela Constituição, apesar de utilizarem uma concessão pública.

“O quadro das concessões no Brasil é um cenário de Velho Oeste, uma várzea, uma barbárie. Sobre a própria questão da renovação, não há critérios, em nenhum momento há uma avaliação se essas emissoras observaram os próprios preceitos constitucionais. São as próprias emissoras que assinam a declaração dizendo que não constituem monopólio ou oligopólio. O espectro é público, as concessões são públicas, mas quem menos é ouvido nessa história toda é o público.”

Os movimentos pretendem debater também o chamado “coronelismo eletrônico” – o domínio dos meios de comunicação no Brasil por alguns grupos, os quais possuem ligação ou são dominados por políticos. O último levantamento realizado pela Agência Repórter Social em 2006 mostrou que mais de um terço dos 81 senadores possuem concessões de emissoras de rádio ou TV. O Ministério das Comunicações, a Anatel, o Congresso Nacional e o Senado Federal nunca vetaram a renovação de alguma concessão de rádio e TV pertencente a esses grandes grupos.
Juliano Domigues / São Paulo
(Radioagência NP)
Brasil de Fato

Rizzolo:Essa discussão é primordial, e muito saudável, não há reforma política mais necessária em toda a América Latina do que a quebra do monopólio das principais televisões, todas ligadas aos interesses do grande capital nacional e estrangeiro; existe no Brasil verdadeiro “coronelismo eletrônico”, na realidade, a Constituição brasileira contém dispositivo semelhante ao da lei magna venezuelana, que permitiu ao presidente Hugo Chávez a não renovar a concessão do canal de televisão RCTV. A outorga e a renovação de concessões de emissoras públicas ainda são atos políticos e “de simpatia”. Mesmo o Poder Executivo andou dando jeitinhos para conceder emissoras sem passar pelo Congresso. Um decreto de 1998 abriu a possibilidade de que retransmissoras virassem geradoras, por um processo interno do Ministério das Comunicações, só agora saiu uma regulação que impede isso. Antes, muitos se beneficiaram com isso: existem no Brasil mais de 10 mil retransmissoras . Esses veículos de informação além de estarem a serviço do capital internacional e promoverem golpes midiáticos, passam valores duvidosos e não querem se submeter à nossa Carta Magna. Vamos debater essa questão !

Meu Guri

Bom final de semana ! Fico com os colaboradores do Blog !

UJS quebra eletrodomésticos em protesto contra Philips no Piauí

Representantes de entidades estudantis e movimentos populares de Teresina realizaram, por volta das 13 horas de hoje (17), um protesto na Praça da Liberdade, no Centro, contra as declarações do presidente da empresa Philips, Paulo Zottolo, publicadas no jornal de circulação nacional Valor Econômico, sobre o Piauí. Afirmando que o ”se o Piauí deixar de existir, niguém ficará chateado”.

Durante o protesto, os estudantes quebraram um televisor e um receptor de sinal de antena parabólica da marca, enquanto cantavam o hino do Piauí. Os presentes ao protesto reivindicaram ao presidente da Philips, Paulo Zottolo, que venha conhecer as belezas naturais e o povo hospitaleiro que mora no Estado.

O presidente do grupo de representantes do bairro Saci, Guido Oliveira, afirmou que está indignado como cidadão piauiense, por ser parnaibano e teresinense de coração. “Me sinto triste com as declarações. O diretor foi infeliz ao falar mal do Estado. Ele deve se retratar fazendo uma visita ao Piauí para conhecer a cultura e principalmente o povo piauiense, que é carinhoso, educado e hospitaleiro”, afirmou Guido.

Para José Eduardo Alemão, presidente da União da Juventude Socialista no Piauí, o empresário é “O Tolo”, fazendo alusão ao sobrenome do diretor da Philips, Zottolo, de fazer um comentário desses sem conhecer as riquezas naturais e a cultura do Piauí. Ele disse ainda que a elite paulista ainda continua com preconceito contra nordestinos. “Se ele faz parte do Movimento ‘Cansei’, a juventude piauiense [Filhas do Sol do Equador] também cansou dessas declarações e a partir de agora vai está boicotando os produtos da Philips”, destacou.

Outra liderança comunitária, da associação dos moradores do bairro Santa Luzia, Valdinar Sousa, também se manifestou contras as declarações de Paulo Zottolo. “Ele deve vir conhecer o nosso Estado que tem vários tipos de lazer, para mostrarmos nossa cultura, porque se ele realmente conhecesse um único piauiense, não teria esse ponto de vista”.

O estudante de 17 anos, Artur França, disse que não é só o Piauí que não possui uma educação ideal, oportunidade de emprego, todo o Nordeste e muitos outros Estados do país também não têm oportunidades. Artur disse também que “ele deveria ter pensado mais antes de falar essa ‘besteira’, porque nossa literatura é muito rica, nossa cultura, nossas praias e todos os pontos turísticos”.

Veja Nota da UJS na íntegra:

PRESIDENTE DA PHILIPS DEBOCHA DO PIAUÍ

Numa demonstração clara de preconceito que a elite paulistana tem contra os nordestinos e o povo brasileiro, o presidente da PHILIPS no Brasil, Paulo Zottolo, fez um comentário cheio de deboche sobre o Piauí. Expondo bem, qual o verdadeiro sentimento dos riquinhos que fazem parte do movimento criado pelas dondocas paulistanas do “cansei “ , aquele que quer dar um golpe na democracia e tirar o primeiro presidente operário do poder e que tem ódio do povo pobre.

Paulo Zottolo, é apoiador das idéias neoliberais, aquelas da era FHC no Brasil, é representante dos interesses direto da industria holandesa no Brasil e tá pouco se lixando com os comentários que faz a respeito do nosso país ou do Piauí. Para Zottolo, que já cansou de tanto ganhar dinheiro do povo piauiense, agora tanto faz se o Piauí existe ou vai deixar de existir, como ele mesmo disse. Acontece que para nós, que somos filhos e amamos essa terra, sentimos indignação quando alguém debocha do nosso Estado, no mínimo respeito de quem vive do dinheiro das vendas que realiza no Piauí e em outros estados nordestinos.

O que Paulo Zottolo deveria saber, é que o povo já abusou essa elite que odeia os pobres e os nordestinos, prova disso foram as derrotas eleitorais sofridas pelo movimento cansei, das dondocas paulistanas nas eleições de 2002 e 2006 para presidente. Conclamamos os piauienses a boicotarem multinacional holandesa PHILIPS e seus dirigentes no Brasil.

Contra o preconceito aos nordestinos !
Em defesa do Piauí !
Não aos produtos da PHILIPS !

Texto e fotos reproduzidos do Portal Cidade Verde.Com

Rizzolo: O atrevimento desse camarada Zottolo, que representa uma empresa transnacional, e que a utiliza como ” marca ” ” logotipo Philips, para emprestar confiabilidade a um movimento golpista, movimento esse que nem o Bispo aceitou que fosse o ato realizado na Igreja, é de certa forma espantoso. Ao se referir , é claro, com o logotipo da Philips, que o Piauí é um Estado de incompetentes, agride não só os governantes como a população do nordeste, e como se não bastasse desafia o governo Federal dizendo que não tem medo de nada ! Não há dúvida que no bojo da declaração existe um preconceito que na realidade embasa esse movimento; podemos inferir que no fundo a questão do presidente da república ser um nordestino traz à tona toda problemática preconceituosa que exala nos meios da elite paulistana ou como tecnicamente Lembo a classifica na ” elite branca paulista”.

O camarada Zottolo, não consegue se conter, como presidente de uma multinacional, que está por mera liberalidade no país, por enquanto, é claro, porque como já disse e afirmo novamente, se dependesse de pessoas como eu , liquidaria com essa farra e sangria que essas transnacionais, fazem no páis, de uma forma que reiteradamente costumo comentar aqui no Blog. Não é possível que o povo brasileiro, o empresariado brasileiro, os cientistas das Universidades, a população, possam se submeter à ditadura dessas empresas, que estão aqui ” mamando no nosso mercado de 190.000.000 de pessoas “, e ainda se dispõe a patrocinar movimentos golpistas; não venham me dizer que a matriz não sabia das manobras e conspirações do camarada Zottolo, isso ninguém vai me convencer. E observem que a elite , com apoio dos marqueteiros usam sigla como OAB, Phillips, e Associações para emprestar confiabilidade no movimento, um absurdo.

Acho que esse fato é uma boa hora para revermos essas remessas de lucros dessas multinacionais, e utilizar de forma adequada, nas restrições , receitas para o desenvolvimento da nossa indústria nacional, prestigiando o pobre empresário brasileiro, que como já disse é um tímido na sua própria casa. Pra finaliza e deixar o Zottolo fazer uma reflexão sobre o que é ser patriota proponho a seguinte receitinha: A receitinha é a seguinte: ” A remessa anual de lucros não pode exceder a 10% dos investimentos líquidos registrados, com exclusão, portanto, para cálculo do percentual, do capital adicionado e originário dos lucros obtidos no Brasil. A remessa que ultrapassar essa percentagem seria considerada repatriação de capital, num máximo permito de 20% anuais. Lucros acima desse limite serão considerados capital suplementar e não poderiam ser remetidos, devendo ser reinvestidos no Brasil.

Só para se ter um idéia, em maio, o Banco Central registrou a entrada de US$ 501 milhões referentes ao chamado investimento direto estrangeiro, ao mesmo tempo em que as transnacionais instaladas no país enviaram US$ 2,632 bilhões para suas matrizes no exterior a título de lucros e dividendos. Esses dados são relativos à questão da produção, não englobando os capitais meramente especulativos, atraídos pelos juros altos.

O fato de as remessas de lucros terem superado em mais de cinco vezes a entrada dos festejados “investimentos” diretos demonstra, mais uma vez, que a brutal desnacionalização a que foi submetida a economia brasileira tem proporcionado a transferência de fabulosos recursos para o exterior.

Com a palavra os empresários nacionais e patriotas, e só pra finalizar os senadores do Piauí reagiram duramente às declarações de Zottolo. No plenário do Senado, Mão Santa (PMDB) disparou: “É um tolo, um arrogante tolo, porque tem uns dólares da Philips, ignorante da nossa história. Ó tolo, ó ignorante, imbecil mesmo. Nunca vi. É tolo. O nome dele é tolo”. E acrescentou: “Hoje é o aniversário, ó tolo, ó ignorante, ó imbecil, de Teresina. Teresina, tolo, ignorante, imbecil da Philips. Você está cansado? Nós não nos cansamos, não. Nós somos da luta”.”

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“Máfia dos laboratórios multinacionais impõe preços absurdos para remédios excepcionais”

O governador do Paraná, Roberto Requião, afirmou, no dia 7, que o procedimento aplicado na compra de medicamentos excepcionais (de alto custo) permite o abuso nos preços cobrados por laboratórios estrangeiros.

Requião destacou que, em 2005, o Governo do Paraná gastou R$100 mil com remédios excepcionais, e que em 2006, o gasto subiu para R$12 milhões. “Este tipo de procedimento não ocorreu só aqui no Paraná, mas em todos os Estados brasileiros. Não existe dinheiro no SUS (Sistema Único de Saúde) para bancar experiências absolutamente irresponsáveis”, denunciou o governador.

Medicamentos excepcionais, padronizados pelo Ministério da Saúde e que são inseridos em uma lista determinada pelo SUS, são oferecidos gratuitamente à população. Porém, de acordo com Requião, “temos um problema nacional, que é a máfia dos laboratórios multinacionais para a compra de medicamentos excepcionais, que impõem preços absurdos e arbitrários”.

Remédios não padronizados pelo governo, e que são lançados pela indústria farmacêutica, vêm sendo conseguidos através de decisões judiciais. “Precisamos regulamentar esta questão dos medicamentos com urgência”, afirmou Claúdio Xavier, secretário de Saúde do Paraná e vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). “Muitas vezes é receitado e ordenado pela Justiça que o Estado forneça medicamentos sem eficácia comprovada, e que sequer têm registro para venda no Brasil”, afirmou Xavier.

“Alguns laboratórios farmacêuticos estão aproveitando esta porteira aberta para obterem lucros aviltantes”, denunciou o presidente do CONASS e secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra. “De cada 100 medicamentos experimentais, apenas dois apresentam resultado, só que o laboratório cobra, no preço final, os investimentos feitos sobre os outros 98. Estamos trabalhando numa área muitas vezes sem concorrência”, disse.

Hora do Povo

Rizzolo: Isso é um desrespeito a mais que essas transnacionais promovem na população brasileira, obter lucros exorbitantes em medicamentos exepcionais. Quando o secretário de Saúde do paraná, diz que ” precisamos regulamentar aquestão dos medicamentos ” na verdade o que deveriamos fazer é regulamentar o papel desas multinacionais no Brasil. Isso sim, o resto é balela. E olha, pode regulamentar muito bem, porque naõ pensem que elas não vão embora assim tão fácil, somos um mercado de 190.000.000 de pessoas, isso aqui é um ” filé para elas “. Agora se quiserem ir , fiquem à vontade, não há nada que a indústria nacional uma vez prestigiada, incentivada com recursos abundantes, com tecnologia nossa ou adquirida no exterior, não saiba fabricar ou desenvolver. O que não podemos é ficar refem dessa gente .

José Dirceu: “insinuação de que serei candidato a presidente beira o ridículo”

“É pura especulação ou mais uma tentativa para me prejudicar”

JOSÉ DIRCEU

Texto extraído do site do ex-ministro da Casa Civil intitulado “Minha prioridade é o julgamento do STF”.

“Nos últimos dias, revistas e articulistas de jornais têm publicado avaliações sobre o julgamento da denúncia do Procurador-Geral da República no Supremo Tribunal Federal na qual sou acusado de ser mentor do chamado “mensalão” e o “chefe da quadrilha” que o teria promovido. Especula-se que, no caso de ser arquivada a denúncia, eu seria candidato à Presidência do PT ou mesmo, pasmem, à Presidência da República. Como, neste momento, não sou sequer da direção do PT, tenho me limitado a ser um militante do partido e não estou disputando cargos nas direções ou mesmo participando da disputa de teses para o Terceiro Congresso do Partido (não assinei nenhuma tese e fui candidato a delegado pelo meu diretório da Vila Mariana, em São Paulo, apoiado por todas as teses). A informação, de que, uma vez absolvido, me candidataria a presidente do PT, é pura especulação ou mais uma tentativa para me prejudicar.

Reitero o que tenho dito nos últimos meses em todo país. Já fui secretário-geral nacional do PT por 5 anos e presidente do partido por 7 anos, reeleito duas vezes em encontros do PT e uma vez diretamente pela militância e filiados, e não pretendo voltar a ocupar cargos no PT. Sou e continuarei sendo militante do partido, e vou estar sempre participando de suas lutas e do debate político.

Com relação a uma suposta candidatura minha à Presidência da República, em 2010, a insinuação beira ao ridículo. Minhas prioridades são meu processo no STF e minha anistia. Candidatura, só depois de vencer essas etapas e, seguramente, não será para Presidente da República, já que isso depende do PT, do presidente Lula e do povo. É preciso ter votos, o que todos sabem não é o meu caso. Saberei apoiar, no PT e na coalizão que apóia o presidente Lula, em sintonia com ele e com meu partido, o nome para dar continuidade ao projeto que levou o PT e Lula duas vezes à Presidência e que conta com o apoio da maioria do povo brasileiro”.

Hora do Povo

Rizzolo: Não há dúvida que a prioridade para o Zé Dorceu nesse momento é processo no STF e sua anistia. As acusações como já disse anteriormente do ponto de vista jurídica são frágeis e se baseiam numa testemunha temerária, como cidadão brasileiro Zé Dirceu tem o direito de passar pelo crivo do Judiciário até porque julgamento político, e baseado em interesses da oposição é uma vergonha descabida.

Cristina Kirchner une peronistas e radicais pelo desenvolvimento

Com a presença de 15 mil pessoas que encheram o estádio Luna Park, no centro de Buenos Aires, a senadora peronista (Partido Justicialista), Cristina Fernández de Kirchner, e o governador do Partido Radical da província de Mendoza, Julio Cobos, lançaram, na terça-feira, dia 14, a chapa presidencial para as eleições do próximo 28 de outubro.

“É hora de construir a Argentina coletiva. Nenhum dos partidos políticos que têm responsabilidades em nossa história recente pode dizer: temos feito tudo certo. A unidade que hoje propomos articula representações políticas e sociais que deixando para trás velhas antinomias, falsos dilemas, se reconheçam na construção de um projeto de país, de uma Argentina desenvolvida, soberana, solidária, que ofereça ao trabalho de seus filhos o produto de sua riqueza”, afirmou Cristina, levantando as galerias com a consigna “Não queremos um partido/um partido liberal/queremos um movimento/nacional e popular”.

Num momento inédito de superação da principal rivalidade política da Argentina, o candidato a vice, o governador Julio Cobos, iniciou seu pronunciamento sob intensos aplausos e com pedaços das marchas peronista e radical entoadas por todos os participantes. “Chegou o momento da Argentina dar uma virada na história, de liderar de uma forma distinta, de projetar um país a longo prazo”, enfatizou, exclamando que “chegou o momento de Cristina Fernán-dez de Kirchner”.

ESTADO FORTE

“Eu darei a contribuição que estiver ao meu alcance. A concertação não é amontoar, é buscar idéias comuns, é buscar princípios dentro da origem ideológica que cada um tem”, destacou Cobos, precisando que “o Estado dever ser forte, articulador e garantir o crescimento econômico”.

“Se sente, se sente, Cristina presidente” – se ouviu dos quatro cantos do enorme estádio. “Pre-si-den-ta (com a), vão se acostumando”, cortou a candidata, surpreendendo com a correção de gênero, intervenção que provocou risos e a rápida mudança da palavra de ordem para “Alerta, alerta, Cristina presidenta”.

A idéia da unidade, da chamada concertação, se impôs no Luna Park. Nos cantos, nas faixas, nos discursos. O tom tinha sido marcado pelo vídeo passado no início do ato, com imagens de Juan Domingo e Evita Perón, do ex-presidente radical Hipólito Yrigoyen, dos líderes Illia, Balbín. Alende, Frondizi, Moreau de Justo, entre outros. Houve mais um vídeo. Uma canção que Mercedes Sosa e Teresa Parodi, conhecidas artistas populares, dedicaram à candidata. As imagens de Cristina com as mães e avós de lenços brancos na Praça de Maio foram emotivas. “Foi a primeira vez que apoiamos um candidato. A eleição deles marca um momento em que os argentinos se levantam”, disse Hebe Bonafini. A imagem, também contemporânea, que mostrou o atual chefe do Exército argentino, Roberto Bendini, tirando o quadro de Rafael Videla, um dos sanguinários ditadores da década dos 70, do Colégio Militar, suscitou estrondosos e demorados aplausos.

O presidente Néstor Kirchner, que não pronunciou nenhum discurso e deixou o centro da cena aos candidatos, assegurou que a chapa integrada por Cristina Fernández e Julio Cobos “constitui uma opção superadora e uma mudança para adiante. É uma unidade que marca uma nova cultura política, que tira apenas do discurso a opção pelo desenvolvimento, pela solução dos problemas do país”.

Ministros, governadores, prefeitos de diferentes partidos, líderes sindicais e de entidades sociais, artistas e intelectuais presentes no Luna Park provaram o favoritismo da candidatura que deve ganhar no primeiro turno das eleições.

Hora do Povo

Rizzolo: Cristina Kirchner pretende o fortalecimento do Estado na Argentina, fica evidente para o povo argentino que a receita neoliberal não deu certo , e eles mais que ninguem sentiram isso na pele. A partir do momento em que se quebrou as regras da cartilha neoliberal imposta na Argentina, e se desfez o medo de enfrentar a dura realidade de uma necessária e quase obrigatória moratória, começou um processo de libertação e desenvolvimento no país. O presidente Nestor Kirchner, durante o inicio da construção de uma nova etapa da Central Nuclear Atucha II, afirmou, na quarta-feira, dia 15, que “se querem nos atacar, que o façam, mas não vão me fazer retroceder, e a Cristina menos. A Argentina vai continuar sendo um país independente, gerando trabalho e redistribuindo a renda. É isso que os incomoda”.Com a proximidade das eleições, e com a possibilidade de Cristina Fernández ser vitoriosa no primeiro turno, a grande mídia têm recrudescido os ataques ao governo.

“O general Perón inaugurou Atucha I no ano 1974, e Cristina fará o mesmo com Atucha II em 2010”, assinalou, lembrando que o ex-ministro de Economia, Domingo Cavallo, paralisou as obras, no seu afã de colocar a Argentina atrelada aos interesses norte-americanos e que com ele o crescimento de país parou e a ampliação da produção de energia passou a ser desnecessária.

A Central começou a ser construída em 1981 e deveria ter começado a operar em 1987, mas quando o governo de Carlos Menem privatizou as empresas de eletricidade, a obra, com 80% da construção concretada, foi paralisada.Atucha II acrescentará 750 megawatts ao sistema elétrico do país, uma quantidade que para se obter através de termelétricas requereria 3 milhões de metros cúbicos de gás diários.

Do ato participaram também a senadora e candidata a presidente Cristina Kirchner, o vice-presidente e candidato a governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, e o atual governador da província, Felipe Solá.

Por aqui no Brasil, entendo que muito se tem a fazer , principalmente vencer a oposição da direita golpista e reacionária brasileira que ao contrário da Argentina, quer distância da Venezuela, e não está interessada na integração da América Latina muito menos do ingresso da Venezuela no Mercosul . Uma vergonha, integrantes do Senado brasileiro no servilismo aos interesses internacionais, e grupos de direita , liderados representantes do capital internacional, pouco patriotas, que promovem conspiração contra o povo brasileiro e o nosso desenvolvimento.

Senado vai apurar transação de Civita com tele estrangeira

Senado vai apurar transação de Civita com tele estrangeira

Comissão de C&T convoca audiência para investigar a venda da TVA para a Telefónica, apontada como ilegal por conselheiro da Anatel

A denúncia do presidente do Senado, Renan Calheiros, de que a Editora Abril, responsável pela publicação de “Veja”, recebeu R$ 1 bilhão da Telefônica pela TVA, numa operação ilegal, será investigada pelo Senado Federal. A ilegalidade da transação do Grupo Abril foi revelada em voto do conselheiro diretor da Agencia Nacional de Telecomunicações (Anatel), Plínio de Aguiar Júnior, em reunião que avaliou a operação. Ele mostrou em seu parecer que a passagem ilegal do controle da TVA para a Telefónica está encoberta por “acordo de acionistas”.

Após as revelações sobre a negociata, a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal aprovou na quarta-feira (15) requerimento do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) para a realização de uma audiência pública para discutir a transação da venda da TVA (grupo Abril) para a multinacional Telefónica (Telesp S.A.).

Serão convocados os presidentes dos conselhos diretores da TVA e da Telesp; o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg; e o conselheiro Plínio de Aguiar Júnior, da Anatel, que em seu relatório de análise da anuência prévia demonstrou que, por cima da Lei do Cabo, prevalecem as decisões de uma “Reunião Prévia”, prevista no “Acordo de Acionistas”. “Tivemos uma denúncia muito grave do presidente desta Casa com relação à operação entre a Telefónica e a Abril, e eu, sendo presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado Federal, não poderia, de maneira alguma, deixar passar em branco”, afirmou em discurso na última sexta-feira (10), o presidente da Comissão, senador Wellington Salgado (PMDB-MG), referindo-se à denúncia do senador Renan Calheiros sobre a ilegalidade da transação entre a Abril e a Telefónica.

RELATÓRIO

O relatório de Plínio de Aguiar Júnior sobre a anuência prévia para a venda da TVA (Grupo Abril) para a Telefónica (Telecomunicações de São Paulo S.A) demonstra que a transação viola a legislação brasileira. A atual legislação, conhecida como Lei do Cabo, estabelece um limite de 49% de ações com direito a voto (ordinárias) para estrangeiros. Para burlar essa legislação, o grupo Abril e a Telefónica estabeleceram, no Acordo de Acionistas da Comercial Cabo e da TVA Sul, que todas as deliberações do Conselho de Administração e da Assembléia Geral dependerão da aprovação de uma tal “Reunião Prévia”, na qual participam e votam todos os acionistas, inclusive os detentores de ações preferenciais.

O artifício da “Reunião Prévia” para substituir as decisões oficiais da empresa foi a forma encontrada pelos participantes da transação para burlar a legislação. Sinteticamente: a Telefónica (Telesp S.A.), através da Navytree, ficou com 86,7% do capital total da Comercial Cabo (TV a Cabo em São Paulo), com 19,9% das ações com direito a voto (ordinárias), e 91,5% do capital total da TVA Sul (TV a Cabo em Curitiba, Foz do Iguaçu, Florianópolis e Camboriú), com 49% das ações com direito a voto – além de 100% da Lightree, prestadora de serviços de MMDS (microondas).

Formalmente, portanto, a Telefónica não possui mais do que 49% das ações com direito a voto, mas na “Reunião Prévia”, onde tudo será decidido, conforme o acordo de acionistas, ela possui praticamente 100% dos votos. A artimanha conseguiu enrolar a Anatel que acabou referendando a operação, apesar do voto esclarecedor do conselheiro. A decisão foi tomada na reunião do dia 18 de julho por 3 votos a 2, com voto minerva do presidente, Ronaldo Sardenberg.

A TVA e a Telefónica fizeram, na verdade, uma fraude para se adequar à Lei do Cabo. Pelo artifício criado é a “Reunião Prévia” que terá o poder real de mando. Isto é, ela é que terá o controle, independente dos percentuais das ações ordinárias, uma vez que todos os acionistas votam na referida reunião. E é bom que se reforce que a Telefônica possui 86,7% do capital total da Comercial Cabo e 91,5% da TVA Sul. Isso torna o Civita um simples laranja da empresa oficialmente espanhola, mas que tem por trás os fundos de pensão norte-americanos.

MANOBRA

Ou seja, no dizer de Plínio Aguiar, “o art. 7º da Lei nº 8.977, de 6 e janeiro de 1995 (Lei do Serviço de TV a cabo) não estaria sendo observado, uma vez que o seu objeto é assegurar que as decisões em concessionárias de TV a Cabo sejam tomadas exclusivamente por brasileiros, o que não ocorrerá no presente caso”.

Plínio Aguiar, em seu parecer, segue demonstrando que “a existência e a finalidade da Reunião Prévia é inequívoca para a definição das decisões. Diz o item 4.1 do Acordo de Acionistas da Comercial Cabo acertado entre Telefónica e grupo Abril: ‘Os Acionistas concordam em sempre comparecer às assembléias gerais da Companhia e a exercer os direitos de voto inerente às suas Ações de modo uniforme’. Ainda no mesmo item, “a Holding Cabo SP se compromete a fazer com que os membros do Conselho de Administração da Companhia por ela indicados sempre compareçam e votem nas reuniões do referido órgão no tocante aos Assuntos Materiais do Conselho (conforme definido na Cláusula 4.3) de acordo com o que for determinado em reuniões realizadas previamente a cada uma das assembléias gerais e/ou reuniões do Conselho de Administração da Companhia (“Reunião Prévia”) em que sejam deliberados os Assuntos Materiais do Conselho ou da Assembléia, conforme o caso”.

Estabelecida a “Reunião Prévia” como instância responsável pelas decisões, o item 4.3 do Acordo de Acionistas define quem vota: “A aprovação das matérias submetidas à Reunião Prévia e que sejam relacionadas a questões patrimoniais e de investimentos da Companhia, de acordo com o disposto nas Cláusulas 6.4 e 7.4 deste Acordo (“Assuntos Materiais do Conselho” e “Assunto Materiais da Assembléia”, respectivamente e, em conjunto, “Assuntos Materiais”) deverá contar com o voto favorável de cada um dos acionistas da Companhia e de cada um dos Acionistas da Holding Cabo SP”. Com isso, fica patente que a aprovação das matérias depende da anuência da Telefónica. Cabe destacar do Acordo que “as decisões tomadas nas Reuniões Prévias servirão como orientação de voto para todos os efeitos legais e vincularão os votos de todos os Acionistas nas assembléias gerais da Companhia, bem como os votos dos membros do Conselho de Administração eleitos nas reuniões respectivas”, inclusive entre as questões patrimoniais de investimentos, como “aprovação e modificação do Plano Anual de Negócios e do Orçamento Anual da Companhia”. Caso não defina uma posição na “Reunião Prévia”, os acionistas se comprometem a “realizar uma nova Reunião Prévia para dirimir o impasse”. Isto é, mais uma vez fica evidente a subordinação do Conselho de Administração e da Assembléia Geral da Holding Cabo SP às decisões da “Reunião Prévia”.

CONTROLE

O conselheiro sublinha que sob a ótica do Regulamento para Apuração do Controle e de Transferência de Controle Acionário em Empresas Prestadoras de Serviços de Telecomunicações, fica claro quem terá o controle, conceituado como “poder de dirigir, de forma direta ou indireta, interna ou externa, de fato ou de direito, individualmente ou por acordo, as atividades sociais ou o funcionamento da empresa”. Para Plínio Aguiar, “a Telesp [Telefónica] possuirá 86,7% do capital total da prestadora. A Telesp será, portanto, a grande fonte de recursos financeiros da prestadora, inclusive nas situações de necessidade de aporte de capital”. A transação, que será investigada agora, e que foi anunciada em outubro do ano passado, rendeu R$ 922 milhões para os cofres do grupo Abril.

VA
Hora do Povo

Rizzolo:É claro que artifícios como esse da ” reunião prévia ” que tem como objetivo já de plano servirão como orientação de voto para todos os efeitos legais, na realidade essa reunião é que tem o poder de mando, mostrando quem terá o controle independente dos percentuais das ações ordinárias, uma vez que todos votam na referida reunião. Uma manobra para efetuar em grande estilo a violação da Lei do Cabo. As multinacionais querem de qualquer forma controlar a mídia brasileira e Civita se serve como “laranja”. Depois se alçam como moralistas e denunciam sem provas um elenco de pessoas no que entender do grupo Abril, são acusadas sem provas por crimes apenas porque não satisfazem os interesses internacionais desse “grupo “. E tem gente que não vê a hora de chegar sabado pra ler a revista que a elite golpista elegeu como número 1.

Principalmente a Vejinha que tem ofertas de assoalhos e anúncios de dedetizadoras por preços bom, só pra isso mesmo, viu !

Lula e o lucro recorde dos bancos

por Altamiro Borges*

Ao final da sua viagem à América Central, o presidente Lula tentou novamente justificar o injustificável. Diante das notícias sobre os lucros recordes dos bancos, ele afirmou, candidamente, que “eu sonho com o dia em que as empresas, bancos e a imprensa possam ganhar um pouco mais no Brasil”. Mais uma frase infeliz de um governante que insiste em conciliar interesses antagônicos. Afinal, a atual orgia dos bancos, alicerçada na especulação financeira, na cobrança abusiva de taxas e na brutal exploração dos bancários, é frontalmente contraria aos interesses dos trabalhadores, da nação e do próprio setor produtivo. Na prática, os balanços publicados em agosto atestam que há algo de podre na política macroeconômica do governo.

O Bradesco, primeiro a divulgar o balanço, declarou que seu lucro líquido no primeiro semestre deste ano foi de R$ 4,007 bilhões – um novo recorde histórico, 27,9% a mais do que o obtido no mesmo período do ano passado. Na seqüência, o Itaú superou seu concorrente no pódio dos especuladores, obtendo um lucro líquido declarado no semestre de R$ 4,016 bilhões, resultado 35,8% superior ao obtido em 2006. O Banco do Brasil, que embora seja público e opere de forma similar ao das instituições privadas, ficou em terceiro lugar com R$ 2,477 bilhões, uma estranha queda de 36% no lucro. Os dois bancos privados já concentram o grosso das operações financeiras, num processo de acelerada e perigosa monopolização deste setor.

O motor da sangria financeira

Festejado pelos banqueiros e justificado pelo presidente Lula, estes balanços representam um afronta à sociedade brasileira, uma autêntica provocação. Como argumenta o sociólogo Léo Lince, “são dados que afirmam o Brasil como verdadeiro paraíso dos banqueiros, onde a extorsão financeira nada de braçada”. O pior é que este quadro não se inverteu no governo Lula e, pior, tem se agravado. Tendo como base o primeiro semestre, em 2004 o Itaú teve um lucro de R$ 1,824 bilhões; em 2005, de R$ 2,474 bilhões; em 2006, de R$ 2,958; e, agora, chegou a R$ 4,016 bilhões. A progressão do Bradesco, segundo no ranking, não foi diferente neste período e ambos garantem que vão lucrar ainda mais no próximo semestre.

“Não foi, é claro, o governo Lula que inventou a engrenagem infernal deste cassino financeiro. Mas está comprometido com ela até a medula, pois a política econômica do governo é o principal motor da sangria desatada. Sem dúvida, os ganhos da casta financeira no Brasil suplantaram o patamar do humanamente tolerável. Esse dinheiro que gera dinheiro é o reverso dos gargalos que atravancam o financiamento dos demais setores da economia. Recolhido nas fortalezas inexpugnáveis da banca privada, livre de qualquer tipo de controle social, ele é uma fonte de dominação e avassalamento”, diz Lince. Para ele, a ortodoxia do Banco Central “abre largas avenidas para a reprodução continuada da espetacular farra dos bancos”.

Perversa transferência de renda

No extremo oposto dos lucros recordes dos banqueiros, o Brasil vive na pindaíba. O governo, atolado na imensa dívida pública que já supera R$ 1,198 trilhão, é forçado a desembolsar cerca de R$ 150 bilhões ao ano para pagar somente os juros. A taxa Selic do Banco Central, que regula os pagamentos dos depósitos compulsórios e da dívida pública, é de 11,25%, a segunda maior taxa do planeta. Já as empresas privadas e os cidadãos comuns são surrupiados diariamente por estes agiotas. A taxa de juros cobrada pelos bancos nos empréstimos para pessoas jurídicas é de 25,3% e a taxa para as pessoas físicas é, em média, de 49,1% ao ano. No caso das operadoras de cartão de crédito, ela atinge, em média, 122% ao ano – um absurdo.

Somando os R$ 150 bilhões retirados dos cofres públicos, mais o resultado da agiotagem do setor privado (que deve render outros R$ 167 bilhões de juros dos empréstimos), os banqueiros e rentistas abocanharão neste ano, apenas com a especulação financeira, cerca de R$ 317 bilhões – o que representa quase 20% do PIB nacional. É um enorme e perverso mecanismo de transferência e concentração de renda, que reduz os investimentos públicos, penaliza o setor produtivo, inibe o crédito e gera desemprego e miséria. Não há porque o presidente Lula sonhar com mais lucros para os banqueiros. Eles já roubam demais! Além disso, eles subtraem recursos que poderiam ser usados pelo governo na infra-estrutura e nas políticas sociais.

Absurdo do “bolsa especulador”

Segundo Raphael Prado, “os lucros do Bradesco e do Itaú no primeiro semestre, somados, poderiam pagar durante um ano o valor do maior benefício do Bolsa-Família para 5,9 milhões de beneficiários. Ambos lucraram, em apenas seis meses, R$ 8,023 bilhões… Já os benefícios do programa do governo federal, que hoje atinge cerca de 11 milhões de famílias, variam de R$ 18 a R$ 112”. Esta aberração é que tem levado o teólogo Frei Betto, que durante dois anos coordenou o Fome Zero, a intensificar suas críticas à política macroeconômica do governo Lula. Ele lembra que, em 2006, o Bolsa Família deu R$ 15 milhões para 11 milhões de famílias. “Já o ‘bolsa especulador’ doou R$ 150 bilhões para 20 mil famílias de credores da dívida pública. Não há futuro para um país que beneficia dessa maneira sua camada mais rica”, afirma.

Além da agiotagem dos juros, os bancos ainda acumulam fortunas com a cobrança das escorchantes taxas de serviços. Segundo artigo da revista eletrônica Terra Magazine, “o lucro recorde dos bancos se deve ao aumento especular de 250% nas tarifas. Levantamento da agência de classificação de riscos Austin Rating mostra que a participação dos serviços no crescimento bancário atingiu 19,7%, contra 19,1% dos títulos e valores imobiliários. Dessa forma, os serviços hoje compõem a segunda fonte de receita dos bancos, perdendo apenas para as receitas de crédito, que respondem por 47,6%. Para se ter uma idéia do tamanho do seu crescimento basta lembrar que a receita com serviços dos dez bancos que apresentaram balanço somou R$ 13,8 bilhões, um acréscimo de 22,8% em relação a igual período do ano passado”.

*Altamiro Borges, Miro é jornalista, Secretário de Comunicação do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição)

Site do pC do B

Rizzolo:A pergunta que devemos fazer é a seguinte : A quem interessa esses lucros exorbitantes ? Ao povo, lógico que não. O porque Lula é conivente com esses lucros prestigiando e de certa forma prestando vassalagem aos banqueiros quando diz “eu sonho com o dia em que as empresas, bancos e a imprensa possam ganhar um pouco mais no Brasil ”. A resposta talvez esteja na dificuldade, por não ter correlação de forças, de enfrentar a política econômica, esbarrando na chave do cofre dominada pelo capital internacional que é o Banco Central e a turma do Copom; o governo sabe que mexer ali é sagrado, o capital internacional , e os pais do Consenso de Washington e seus discípulos não aceitam isso jamais. E o pior, o governo, atolado na imensa dívida pública que já supera R$ 1,198 trilhão, é forçado a desembolsar cerca de R$ 150 bilhões ao ano para pagar somente os juros. A situação do ponto de vista econômico é desastrosa face ao fato de que precisamos investir na produção para gerar 4 milhões de empregos por ano, e não é póssível prestigiaramos a especulação em detrimento a políticas de incentivo à produção e a indústria nacional. Agora é uma maneira estranha de falar, Lula foi eleito com 58 milhões de votos e não foi para defender lucros de bancos e defender a política de cassino financeiro, a argumentação de que ” quanto mais os bancos ganham mais ele fica satisfeito ” me causa espécie, pra mim essa declaração é tão feio quanto falar mal do Piauí.

A esquerda do Brasil já está ficando com um olhar estranho a certas declarações, que podemos interpretar e fazer uma reflexão de quem estaria por trás disso, e a quem interessa essa devoção ao lucro em geral e principalmente no caso dos bancos; seria melhor que Lula explicasse melhor à esquerda brasileira e internacional essa postura para que o apoio que sempre dela obteve tenha uma justificativa, como socialista e cidadão que sempre apoiou Lula, estou torcendo por essas explicações para que enfim possamos fazer uma reflexão. O povo brasileiro, que vive na miséria, a esquerda, que sempre esteve ao lado de Lula merece um explicação sobre sua ” devoção ao lucro ” dos banqueiros. Como é que fica isso ?