Banco chinês concede à Petrobras maior crédito da China ao Brasil

Pequim, 19 mai (EFE).- A Petrobras assinou hoje um crédito com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB, em inglês) pelo qual receberá US$ 10 bilhões durante dez anos, no maior empréstimo recebido do Brasil pela China, disse hoje o presidente da petrolífera, José Sérgio Gabrielli, em entrevista coletiva.

A quantia será utilizada pela Petrobras para financiar investimentos da firma, entre elas a compra de bens e serviços, com preferência de empresas chinesas, em uma concessão que será devolvida ao banco chinês com a receita por vendas do petróleo, disse Gabrielli.

Neste sentido, e como contrapartida ao crédito, a Petrobras aumentará seu fornecimento de petróleo à Unipec Asia, subsidiária da chinesa Sinopec, para 150 mil barris diários durante o próximo ano, e para 200 mil durante os nove anos seguintes.

Com este montante, os créditos recebidos pela Petrobras sobem este ano para US$ 30 bilhões, incluindo US$ 6 bilhões da Associação do Petróleo, US$ 2 bilhões do banco Exim chinês, US$ 10 bilhões do Banco Nacional e US$ 12 bilhões do BNDES.

“É a primeira vez que recebemos tanto crédito, e em um momento de crise”, ressaltou Gabrielli.

Nesta situação, o presidente da Petrobras prevê que o balanço para o próximo ano será “mais que suficiente”, calculando um preço de US$ 37 por barril, frente aos US$ 60 atuais.

O presidente da Petrobras se referiu também às acusações de corrupção sobre a empresa, acusada de evasão de impostos.

“Estamos preocupados”, reconheceu Gabrielli. “Vamos responder todas as perguntas com transparência. Temos uma reputação sólida e procedimentos bastante claros”, acrescentou.

Os acordos assinados hoje pela Petrobras na China se enquadram dentro dos 13 documentos assinados entre o Governo brasileiro e o chinês no segundo dia da visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático, de onde partirá amanhã com destino à Turquia.
EFE

Rizzolo: Não resta dúvida que este crédito ao Brasil do Banco de Desenvolvimento da China (CDB, em inglês) pelo qual receberá US$ 10 bilhões durante dez anos, no maior empréstimo recebido do Brasil pela China, é uma ótima notícia. A China tem um grande problema no fornecimento de petróleo, ademais nos patamares das taxas de crescimento do País a sede por fontes de energia cresce a cada dia.

Os números em relação aos créditos recebidos pela Petrobras assustam; e como diz o texto sobem este ano para US$ 30 bilhões, incluindo US$ 6 bilhões da Associação do Petróleo, US$ 2 bilhões do banco Exim chinês, US$ 10 bilhões do Banco Nacional e US$ 12 bilhões do BNDES. Quanto a este último é classificado como o maior Banco de Desenvolvimento do mundo.

Contra a crise, Mantega sinaliza novos cortes de impostos

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que novas medidas de redução de tributos e de incentivo à economia, para combater os efeitos da crise, serão anunciadas em breve. “A redução de impostos continuará, mas será de forma graduada, de acordo com nossas possibilidades”, explicou, durante a audiência conjunta na Câmara dos Deputados nas comissões especiais de acompanhamento da crise. “Vamos tomar medidas em vários setores, mas não podemos antecipar, para não travar esses setores até o anúncio das ações”, argumentou.

Mantega afirmou que o governo tem procurado reduzir a carga fiscal para os contribuintes e empresários desde que o deputado Antonio Palocci (PT-SP) era o ministro da Fazenda. O ministro afirmou também concordar com a existência desnecessária de burocracia e com a necessidade de reduzi-la. “É preciso encurtar o ciclo produtivo porque, entre outras coisas, isso diminui os custos”, disse.

Ele reforçou que o compromisso do governo é manter os investimentos públicos e privados e que irá procurar fazer o maior superávit primário possível – arrecadação menos as despesas, exceto o pagamento de juros. “Em época de crise todos os países abrem mão de suas ideologias e fazem ação anticíclica. Vamos continuar priorizando o PAC e buscando o melhor fiscal possível”, disse o ministro em audiência conjunta na Câmara dos Deputados.

Mantega disse que não ouviu falar em nenhuma redução da meta de superávit primário mas que é preciso esperar o anúncio da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2010, marcada para as 16 horas, para ver se tem novidades.

Diesel

O ministro afirmou que o preço do diesel vai cair “em algum momento”, acompanhando a trajetória internacional. Ele fez a afirmação quando mencionava o aumento dos custos para o setor agrícola. Na avaliação de Mantega, a agricultura precisa de apoio tanto no momento do plantio quanto no da comercialização. “Estamos atentos a isso”, afirmou, acrescentando que o Banco do Brasil já liberou 40% a mais de recursos para a safra em relação a outros anos. “A previsão é de colhermos 138 milhões de sacas, a segunda maior safra da história”, comentou.

Justiça

Mantega disse que não têm fundamento técnico as ações na Justiça que solicitam correções da caderneta de poupança em função de perdas geradas por planos econômicos do passado. O ministro argumentou que os bancos não corrigiram a poupança nesses momentos porque o governo determinou e que, portanto, os bancos não se apropriaram de nada. “Do ponto de vista técnico, não houve perda para o poupador”,afirmou. Para o ministro existe o risco de planos do passado criarem novos esqueletos, que terão de ser pagos agora, e que causariam prejuízos não só ao setor privado como ao governo.

agência estado

Rizzolo: Bem, a questão dos novos cortes de impostos, é bem-vinda. Claro que não existe contribuinte que queira pagar mais impostos, ou que por certo entenda que a carga tributária no Brasil seja pequena. Contudo o ajuste fino entre corte de impostos e a queda na arrecadação, tem seus efeitos de bomba de efeito retardado na medida em que o governo arrecada menos e promete mais.

O PAC, os projetos de inclusão social, a política de desoneração tributária, as bondades para alguns segmentos, a espremida no superávit primário, tudo gira em torno de um propósito claro: a popularidade do presidente Lula. O grande receio do governo está nesta questão, e para isso tudo é legitimado, sem o menor receio das eventuais conseqüências. Leia artigo meu na Agência Estado: A popularidade e a queda na arrecadação

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Ipea: indústria é o setor mais pessimista

SÃO PAULO – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a indústria é o setor mais pessimista em relação à economia para os próximos 12 meses, contrastando com a maior confiança sentida no comércio e serviços. O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ressaltou que a indústria tem uma visão “mais crítica” da situação atual e frisou que o setor não está pessimista, mas tem sim uma “visão de adversidade”.

Pochmann acredita, também, que o comércio talvez ainda não tenha sofrido os efeitos mais diretos da própria crise. De acordo com o Sensor Econômico do Ipea, divulgado hoje pela primeira vez, o componente de parâmetros econômicos revelou confiança ou otimismo com relação à queda dos juros, à estabilidade no câmbio e ao comportamento moderado da inflação. Em contrapartida, os aspectos sociais foram fonte de preocupação, como o desempenho de variáveis como massa salarial, pobreza, desigualdade e violência.

A indústria é o segmento mais preocupado com o seu próprio desempenho. O setor se mostra apreensivo com relação à expectativa de melhora da utilização da capacidade instalada e espera um quadro adverso para as contratações e a margem de lucro para os próximos 12 meses. O setor de comércio e serviços, contudo, mostra-se apreensivo com relação à utilização da capacidade e à previsão de margem de lucro, e espera um cenário adverso apenas nas contratações. Para Pochmann, “haverá, provavelmente, como fruto da crise, a ampliação do desemprego e possivelmente da violência”.

Confiança

A agropecuária foi o único setor que demonstrou confiança com a utilização da capacidade, mas revelou apreensão com a expectativa de novas contratações e um cenário adverso com a margem de lucro. Comércio e serviços foi o único setor que mostrou apreensão com as expectativas de expansão da massa salarial, em contraste com a agropecuária e a indústria, que veem um quadro adverso para o próximo ano.

Com relação à desigualdade social, todos os setores mostraram apreensão. Em relação à violência, todos esperam um cenário adverso. A preocupação com o aumento das exportações ficou patente em todos os setores, que se mostraram apreensivos, ou mesmo esperaram um cenário adverso para os próximos 12 meses. Com relação à previsão de crescimento do PIB, agropecuária e indústria se mostraram confiantes e comércio e serviços demonstrou otimismo.

O sensor do Ipea mostrou que todos os setores mostraram otimismo com relação à taxa de câmbio e ficaram divididos entre confiança e otimismo com relação à inflação. Já a taxa de juros foi motivo de apreensão apenas para a agropecuária, enquanto indústria, comércio e serviços se disseram confiantes.

O sensor foi elaborado por meio de entrevistas com 115 entidades do setor produtivo, realizadas na terceira e quarta semanas de janeiro. O levantamento abrangeu todos os setores da economia, com exceção do financeiro e do informal. O Ipea elaborou uma escala que varia de -100 a +100 pontos. Entre -100 e -60, o resultado indica pessimismo; na faixa entre -60 e -20, indica adversidade; entre -20 e +20, apreensão; entre +20 e +60, aponta para confiança; e entre +60 e +100, revela otimismo.
agencia estado

Rizzolo: O que se observava até novembro, era medidas que visavam a redução da jornada de trabalho, contudo o que vemos hoje diante do pessimismo na indústria, é a efetiva redução de vagas. É claro que esta atitute é geralmente a última a ser adotada, por que o custo das demissões é alto. Os efeitos da crise como bem assinalou Pochmann será a ampliação do desemprego e possivelmente da violência.

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Decisão do Copom frustra empresários e trabalhadores

SÃO PAULO E BRASÍLIA – Embora esperada pelo mercado, a manutenção pelo Banco Central da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano recebeu críticas do empresariado e de sindicalistas, que ainda tinham esperanças de que a redução poderia ter início neste mês, para diminuir os impactos da crise internacional. A decisão, na visão deles, frustra as expectativas de mudança do cenário para o início de 2009.

Para Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a crise seria amenizada se o Copom tivesse optado por um corte na taxa de juros em vez de mantê-la inalterada. ” perda de intensidade da atividade econômica, em virtude dos efeitos da crise financeira internacional e das dificuldades do mercado de crédito, justificaria plenamente uma ação nesse sentido.”

Na opinião do dirigente, um corte na taxa de juros “acompanharia inclusive a política monetária de diversos países nesse momento de necessidade de ações coordenadas em escala internacional”. Para o presidente da CNI, um juro menor amenizaria os efeitos da crise global sobre o nível de atividade e emprego domésticos, sem prejuízo do controle inflacionário. Além disso, daria consistência aos esforços de preservar as condições de liquidez e de acesso das empresas ao crédito.

O presidente da Ford, Marcos de Oliveira, gostaria que os juros tivessem diminuído, mas acredita que em janeiro isso deve ocorrer. “Se não cair, será um erro estratégico do Banco Central que pode ter impacto no crescimento da economia em 2009. No mundo inteiro as taxas estão caindo. No Brasil, a preocupação com a inflação não existe mais, diante da retração do mercado.”

Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) considerou a decisão como ?dissociada da realidade econômica mundial?. Em sua avaliação, mesmo parada, a Selic subiu até 2% nos últimos meses, na comparação com os juros cobrados nos EUA e na Europa. “Enquanto isso, o nosso BC ignora o risco do contágio pela recessão mundial e se preocupa com o perigo mais imaginário do que real da inflação.”

“O Brasil perdeu uma oportunidade de dar uma injeção de ânimo e de sinalizar que está preocupado com a desaceleração da economia”, afirmou o consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Julio Sérgio Gomes de Almeida. “O BC contempla a economia no padrão do terceiro trimestre, de um glorioso 6,8%. Mas a economia já transitou para a desaceleração e está beirando a recessão.”

Na opinião de Almeida, com a manutenção da taxa de juros, o governo terá de tentar estimular a economia com mais gastos públicos. “O Brasil vai ter de fazer política fiscal e tomara que faça gastos de melhor qualidade, que é o investimento.”

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, chamou de desastrosa a decisão do Copom. “Lamentamos a decisão, que só serve para impedir o acesso ao crédito, permitir que os bancos continuem alimentando-se de taxas abusivas, aumentando seus lucros, enquanto a produção segue com o freio de mão puxado diante das incertezas geradas por uma política econômica distante da realidade e das necessidades do País.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Rizzolo: Realmente é frustrante a decisão do Copom, e não existe uma lógica econômica plausível para a manutenção da taxa de juros neste patamar. Com efeito, esta decisão vem na contramão das medidas econômicas adotadas pela maioria dos países. O corte nas taxas de juros, é medida de protocolo no manejo das conseqüências da crise que se aproxima com maior rigor no próximo ano. Bem verdade é o fato, de que a brusca desvalorização do real, teria um efeito no componente inflacionário, contudo isso é compensado pela escassez de crédito e pela diminuição dos preços das commodities.

Muito se tem falado na estranha lógica macroeconômica das decisões do Copom, mas acredito que à parte as ilações de conteúdo ideológico, que com certeza não deixam de ter suas argumentações acolhidas, havia espaço para um corte nas taxas, até porque o efeito da medida é lento e surtiria seus efeitos só nos próximos meses, que poderão ser tenebrosos.

O interessante a observar na reunião de ontem, foi a demora do comitê para a divulgação do resultado, sinalizando que houve muita discussão apesar da decisão unânime. É uma pena que o BC acolha sempre os interesses dos especuladores e banqueiros de plantão, aliás são eles que na sua maioria compõem e influenciam as decisões do Copom. Já o presidente Lula, como sempre terá a desculpa da autonomia do BC. E assim caminhamos..

Dólar descola de cenário externo e fecha em alta

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou em alta de quase 1 por cento frente ao real nesta segunda-feira, mesmo com um leilão do Banco Central e o cenário mais otimista nos mercados globais.

A moeda norte-americana fechou na cotação máxima do dia, de 2,50 reais, com avanço de 0,81 por cento.

Nos primeiros negócios, o dólar chegou a cair quase 2 por cento seguindo o otimismo disseminado pelos mercados a partir da expectativa de um pacote de investimento do governo dos Estados Unidos em infra-estrutura e de ajuda a montadoras.

Na segunda parte da sessão, entretanto, o mercado de câmbio reverteu a tendência, dando margem para a realização de um leilão de venda de dólares pelo Banco Central.

“Acho que o mercado estava chamando o BC”, afirmou o diretor de câmbio de uma corretora em São Paulo que preferiu não ser identificado.

Analistas têm apontado como principal causa da forte volatilidade apresentada pelo mercado de câmbio nos últimos dias uma espécie de “disputa” entre investidores e BC, num contexto de saída de recursos.

“Tem um componente bastante forte: os investidores estrangeiros, que apresentam uma posição muito elevada apostando no dólar pressionado”, observou Hélio Ozaki, gerente de câmbio do banco Rendimento.

Segundo os dados mais recentes atualizados pela BM&F, os investidores estrangeiros sustentavam mais de 13 bilhões de dólares em posições compradas no mercado futuro de dólar. Na prática, essa exposição significa uma aposta na alta da moeda norte-americana.

Ainda nesta segunda-feira, o Banco Central realiza uma pesquisa de demanda para a realização de um eventual leilão de contratos de swap cambial na terça-feira, com o objetivo de rolar um lote de contratos que expira no início de janeiro.

Folha online

Rizzolo: O governo não está conseguindo controlar o alta do dólar. Em relação à flutuação cambial, não é verdadeira a idéia de que, em qualquer circunstância, um país pode ter vantagens com o câmbio flutuante. A China, por exemplo, que teoricamente sofreria mais com a crise internacional que o Brasil, pois sua economia depende mais das exportações, tem a vantagem de sua moeda não ter sido desvalorizada frente ao dólar nesta crise. Foi a única moeda dos países emergentes. A crise atual está colocando em xeque o próprio sistema de câmbio flutuante adotado pelo Brasil. O problema não é a flutuação, mas a forte volatilidade que está ocorrendo.

Lula diz que Luz para Todos é conquista de cidadania pelos mais pobres

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, durante o programa de rádio “Café com o Presidente”, que o programa Luz para Todos é uma conquista de cidadania pela parte mais pobre do Brasil.

Ele comentou hoje o anúncio de que Pernambuco e outros 11 Estados superaram a meta no número de ligações no programa. “O Luz Para Todos significa desenvolvimento, significa levar as pessoas que moravam no século 18 para o século 21, num passe de mágica. As pessoas podem comprar uma geladeira, podem comprar uma televisão, podem comprar uma casa de fazer farinha, podem comprar uma máquina para fazer ração animal, ou seja, as pessoas dão um salto de qualidade.”

Lula disse ainda que foram utilizados pelo sistema do Luz para Todos 790 mil quilômetros de fios elétricos e 4 milhões de postes. “É um número extraordinariamente grande. O governo faz isso de graça, mas nós vamos continuar fazendo porque entendemos que isso é uma conquista de cidadania pela parte mais pobre do Brasil que mora nos lugares mais distantes.”

“Território de Paz”

O presidente também comentou sobre o programa Território de Paz. “Esse é um programa que tem me deixado extremamente feliz e otimista. O programa Território de Paz envolve políticas públicas de vários ministérios, é um exemplo que me deixa orgulhoso. Por que? Porque eu acredito que a única forma e a mais eficaz forma que nós temos para evitar que um jovem caia na criminalidade e se transforme em um marginal é a presença do Estado lá dentro, com políticas públicas que possam dizer para o jovem que há uma esperança.”

Para Lula, não adianta dizer que é preciso colocar polícia. “Polícia é importante, mas é preciso que a gente organize a sociedade, é preciso que dê força à juventude, que dê força às mães, que dê força aos pais mas, sobretudo, que nós levemos para lá esporte, lazer, cultura, formação profissional e trabalho, porque é isso que vai ganhar do crime organizado. É isso que vai fazer com que a juventude acredite piamente na figura do Estado.”

Folha online

Rizzolo: O programa Luz para Todos, é um exemplo político de inserção social. Não é possível que num país como o Brasil, ainda existam regiões que não possui energia elétrica. Podemos criticar vários aspectos da política do governo Lula, menos no tocante às políticas sociais de inclusão aos mais pobres. Em relação aos jovens, o presidente tem razão, é necessário integrar os jovens, ocupá-los, senão por esta via, o crime organizado irá cooptá-los, levando-os para o crime, para a via mais fácil. O grande erro dos políticos no Brasil, é não ter discernimento entre o que é bom para o povo e a crítica sem sentido, apenas para se fazer oposição. Sempre defendi algumas bandeiras, como a CPMF, o fim do fator previdenciário, mas também fui contra a demarcação contínua das terras indígenas, a política de gastos públicos, e a alta das taxas de juros. Saber reconhecer o que é bom no governo é ser sincero com as aspirações do povo brasileiro.

Lula estuda limitar autonomia do BC sobre juros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aguardará a decisão do Banco Central nesta semana sobre a taxa de juros para tomar uma decisão mais importante. Lula estuda agora uma eventual interferência política pública e assumida para forçar uma queda da taxa básica de juros caso o BC insista em manter os juros no atual patamar ou não sinalize que vai baixar a taxa no ano que vem.

A Selic está hoje em 13,75% ao ano. O Copom (Comitê de Política Monetária), órgão do BC que se reúne a cada 45 dias para fixar os juros, terá o último encontro deste ano nestas terça e quarta-feiras.

Lula avalia estabelecer limites à autonomia formal concedida ao BC desde quando o petista chegou ao poder, em 2003. De lá para cá, houve embates entre Lula e o BC, mas o presidente nunca questionou a autonomia da instituição. Engoliu decisões das quais discordava.

Recentemente, Lula fez fortes pressões nos bastidores e deu duas declarações públicas dizendo que acha que os juros precisam cair. Falou que estavam acima do que indicava o bom senso e também disse que era hora de reduzir juros e preços.

Lula deseja uma queda de 0,25 ponto percentual da taxa de juros, como sinal de que será iniciado um processo que ajudaria a animar os agentes econômicos. Lula vende otimismo em relação ao desempenho da economia no ano que vem e acha que uma sinalização do BC de queda dos juros o ajudaria nessa tarefa. Alguns auxiliares falam até em viés de baixa: o BC manteria a Selic em 13,75%, mas deixaria claro que poderia reduzir a taxa a qualquer hora antes da próxima reunião do Copom.

Não seria correto manter a Selic em 13,75% ao ano e ponto final, pensam conselheiros econômicos do Palácio do Planalto. Lula enfrenta uma enorme crise econômica internacional sem precedentes em seu tempo de governo. Uma crise que poderá desidratar conquistas econômicas e sociais dos seus quase seis anos de administração. Lula ainda tem muito tempo de poder, dois anos. No entanto, esse é um espaço de tempo curto para tomar decisões econômicas e vê-las surtir resultados.

Conselheiros do presidente na área de economia são unânimes: o BC já perdeu o timing para reduzir os juros. O modelo econométrico que os diretores do BC julgam um oráculo não faria mais sentido porque haveria uma outra economia no planeta de meados de setembro para cá. Não valeriam grande coisa os dados cumulativos que são analisados a cada reunião do Copom e que são cruzados com mais recentes para se chegar a um diagnóstico econômico e fixar a política monetária.

Bancos centrais de países mais desenvolvidos, países que têm como amenizar impactos sociais negativos decorrentes de uma crise econômica, já saíram na frente. Derrubaram suas taxas de juros a porretadas.

No Brasil, o BC sinaliza que talvez não reduza os juros, que ainda é preciso ver se a inflação realmente está domada, que ainda não dá para saber se a economia desacelerou mesmo neste final de ano.

Lula tem uma decisão difícil e solitária pela frente. O presidente faz as seguintes reflexões. É ele quem foi eleito em 2006. É ele quem tem 70% de aprovação (índice bom e ótimo) no Datafolha. É ele quem será cobrado pelo desempenho da autonomia. Como foi ele quem concedeu a autonomia formal ao BC, seria a hora de limitá-la, retirá-la ou confirmá-la?

por Kennedy Alencar /Folha online

Rizzolo: A autonomia do BC sempre serviu ao planalto como desculpa para sua não interferência na questão das taxas de juros. Com efeito existe uma autonomia do BC, porém esta autonomia deve ser questionada quando existe uma ameaça eminente de crise, e não se vê uma visão desenvolvimentista econômica por parte do BC. A postura do presidente de limitar a autonomia do BC é de bom alvitre, e vem de encontro ao inconformismo de várias correntes dentro e fora do governo em diminuir as taxas de juros para evitar um mal maior diante a crise. Leia também: Natal triste poderá sensibilizar Meirelles

Natal triste poderá sensibilizar Meirelles

Nem tudo na vida e na economia ocorrem com a devida lógica. Para o povo brasileiro, e para aqueles que apontam o absurdo das altas taxas de juros aplicadas no Brasil ao olhar insensível do Banco Central, existe uma esperança: o Natal. Com efeito, um Natal de vendas fracas no final deste ano, poderá ser um fator decisivo para que o Banco Central inicie uma incursão a baixar a Selic, atualmente em 13,75%.

A lógica natalina, época em que os mais duros corações se tornam tenros, está no fato de que se as vendas forem boas, e o Natal alegre, o comércio ficará praticamente sem estoques no início do ano. Assim sendo, conseqüentemente, novas encomendas serão feitas à indústria, o que estimulará o crescimento do PIB. Por outro lado, face ao dólar alto podemos também ter inflação, e Banco Central terá então uma boa desculpa para impedir a queda dos juros, alegando o componente inflacionário da alta do dólar, e os manterá nas alturas.

Mas observem que se as vendas de Natal forem fracas, e o povo vivenciar um natal triste, sem muitos presentes, o efeito do repasse do dólar para os preços não será uma potencial ameaça, e poderá fazer então, com que o Banco Central ou Meirelles, num gesto de sensibilidade, se consternem enfim, e cortem os juros atendendo aos empresários da Fiesp e a todos aqueles de bom senso.

É claro que um Natal ruim, poderá ser desestimulante à produção industrial e ao PIB, contudo poderemos ter enfim um tão sonhado presente de Natal do Banco Central, presente muito mais devido a um Natal ruim, do que devido a todas manifestações dos empresários, da Fiesp, e do povo brasileiro. Nada como um Natal triste para sensibilizar os mais duros corações. Que a lógica natalina faça o Banco Central presentear o povo brasileiro, mesmo num Natal bom, afinal todos são filhos de papai-noel. Ou não são?

Fernando Rizzolo

‘Me sinto Dom Quixote ao pregar otimismo’, diz Lula sobre crise

RIO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou nesta quinta-feira, 4, qualquer perspectiva de corte de investimentos por conta da crise financeira e se comparou a Dom Quixote, do livro homônimo do espanhol Miguel de Cervantes. “Me sinto um Dom Quixote, tentando pregar o otimismo.” Segundo ele, é importante que o País não entre em clima de desespero. “Os analistas de plantão ficam dizendo que é preciso cortar gastos, mas não dá para fazer isso num país que tem tudo por fazer. Quanto maior a crise mais é preciso investimento. Não vamos deixar de investir nenhum centavo”, disse.

Lula reiterou também que “o investimento que cria posto de trabalho gera maior consumo e a roda da economia começa a girar”. “Quando pára é que vem a crise. A gente está num momento em que o funcionário público não compra porque está ouvindo falar em crise. Ele vai perder emprego justamente por não comprar, porque alguma hora isso vai estourar justamente na produção industrial”, afirmou.

Ele analisou a crise, dizendo que o Brasil tem condições de superá-la tranqüilamente. “Temos um sistema financeiro capaz de dar aula e que não está comprometido com subprime (crédito de alto risco)”, completou, lembrando que o Brasil tem R$ 207 bilhões de reservas e uma dívida pública de 26% do Produto Interno Bruto (PIB), “enquanto a Itália tem 106% e os EUA, quase 70%”.

“O Brasil diversificou a exportação. Tomamos a decisão de não ficar dependendo apenas de um bloco no mundo. O problema é que o mundo tem um PIB de US$ 65 trilhões, enquanto o PIB do mercado (financeiro) tinha US$ 650 trilhões. Essa diferença desapareceu. Será que este dinheiro todo que desapareceu está nas Ilhas Cayman? Se fosse, a ilha já teria afundado. Meus neurônios não conseguem entender”, completou.

Crédito

Lula criticou nesta quinta o fato de a liberação de reservas do compulsório não terem conseguido atingir o objetivo junto ao sistema financeiro, com barateamento do crédito. Em discurso, o presidente disse que a escassez e o encarecimento atual do crédito cria uma situação temerária e obriga o governo “a agir com mais rigor”. Foi o crédito caro o motivo pelo qual, segundo Lula, a Petrobras recorreu aos recursos da Caixa Econômica Federal (CEF). Em outubro, a estatal contraiu financiamento de R$ 2 bilhões na CEF.

“Disponibilizamos US$ 100 bilhões das reservas do compulsório. Acontece que esse dinheiro chega no banco – e esses são dados de uma reunião que tive ontem com o (presidente do Banco Central, Henrique) Meirelles e o (ministro da Fazenda) Guido (Mantega) e que agora nós vamos começar a discutir mais profundamente -, e como tem pouco dinheiro no sistema financeiro, fica mais caro, porque o banco escolhe clientes seis, sete, até oito estrelas. Até empresas clientes do banco têm dificuldade para pegar dinheiro”, disse Lula.

Lula também reclamou das financiadoras de empresas automobilísticas, um dos setores estratégicos para o governo. As condições de compra para o consumidor pioraram mesmo depois das medidas do governo. Nos últimos 30 dias, a taxa de entrada dos financiamentos aumentou de 20% para 30% e o número de prestações, que já chegou a 90 meses, está em menos 60. O presidente comparou a promessa do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, de criar 2 milhões de empregos até 2011 com a realidade brasileira, em que foram criadas 2, 149 milhões de vagas de trabalho neste ano. “Imagine se um de vocês fosse médico e atendesse um paciente doente. O que vocês falariam? Vamos dar remédio ou: Sifu…?”, comparou Lula.

Petrobras e Caixa

Em seguida, o presidente rebateu as críticas da operação entre a Petrobras e a Caixa: “Você pega dinheiro onde tem e onde é mais barato. Antigamente, a Petrobras pegava no exterior porque tinha dinheiro fácil e juro mais barato, era normal. Isso está nos levando a uma situação mais temerária e está obrigando o governo a agir com mais rigor. Em época de crise a gente não se acovarda”, declarou.

Lembrando que “o dinheiro desapareceu no mundo”, o presidente comentou que mesmo “empresas importantes no mundo inteiro estão a procura de crédito que está cada vez mais escasso e caro” e enumerou as razões pelas quais o governo decidiu lançar mão de medidas de apoio setoriais. “Tomamos algumas medidas há mais ou menos 30 dias que foram medidas imediatas. Resolvemos cuidar do financiamento de automóveis, porque a cadeia automobilística é muito ampla e representa 24,5% do PIB brasileiro; da agricultura, em razão da importância que tem para produzir alimentos e no fluxo da balança comercial brasileiro; da construção civil, que depois de 20 anos paralisada voltava a crescer de forma extraordinária financiada pelo setor privado para habitação da classe média; e colocamos capital de giro para as pequenas e médias empresas”, afirmou.

Vale e demissões

Em seu discurso, que durou 45 minutos, um dos mais longos desde o início da crise financeira, Lula disse estar se sentindo como Dom Quixote, sozinho, tentando pregar o otimismo. Ele contou ter ligado ontem para o presidente da Vale, Roger Agnelli. A empresa demitiu 1.300 funcionários anteontem.

“Liguei para o Roger e falei: quero saber porque você mandou 1.200 trabalhadores embora. Quero saber qual é a crise”. O presidente da Vale, segundo Lula, respondeu que foram mandadas embora 400 pessoas que estavam em Carajás e funcionários de escritório cortados por causa da informatização. Em contrapartida, a mineradora teria contratado 6.200 pessoas este ano.

Num momento que provocou risadas na platéia, Lula comparou o mercado a um filho adolescente: não precisam de pai ou de mãe, fazem o que querem e pegam o dinheiro dos pais. Mas quando ficam doente, querem colo. “Quando o mercado tem uma dor de barriga, e nesse caso foi uma diarréia braba, quem é chamado? O Estado, que eles negaram por 20 anos”, criticou o presidente, voltando a afirmar que o governo não irá contingenciar “nem um centavo” do que está comprometido com investimentos.

Agência Estado

Rizzolo: Parece que presidente Lula está começando a acreditar que a crise não é uma marolinha como costumava dizer. E de nada adianta ser Dom Quixote apenas pregando um otimismo, quando a ação necessária não é feita. A Vale, uma empresa privada cortou funcionários, gastos. E o governo? Nada. Existe alguma previsão para diminuição dos gastos públicos, especialmente com pessoal? Nada. Então a ação deveria preceder ao pensamento. No caso da Petrobras, por exemplo, todos sabem que é uma empresa ” inchada” com uma lista de funcionários imensa. Ora, caiu o preço do petróleo, estamos diante de uma recessão e o que se vê? Se vê empréstimos. Fala-se muito, mas de verdade se age muito pouco e de forma incorreta. A visão do economista Krugman não serve para o Brasil que tem uma moeda fraca e os juros nas alturas. É uma questão pura de interpretação, mas o PT jamais entenderá. Enfim estamos a caminho do precipício justificado.

Crise vai crescer de forma exponencial no Brasil em 2009, diz FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a crise que assola os mercados financeiros de todo o mundo irá crescer de forma exponencial no Brasil em 2009 e condicionou o enfrentamento dela a medidas de contenção de gastos do governo federal.

“A crise está apenas começando, essa crise é séria, o centro dela não é aqui é lá fora, mas ela já nos alcançou e vai alcançar mais. O ano que vem será um ano difícil. Eu vou ver se o governo do presidente Lula contornará a crise se tiver responsabilidade fiscal” disse.

O ex-presidente está em Belo Horizonte para ministrar palestra e deu a declaração no palácio das Mangabeiras, residência oficial do governo estadual, onde está desde ontem à noite, a convite do governador Aécio Neves (PSDB).

Para FHC, o governo federal aumentou muito o gasto com pessoal baseado no crescimento da arrecadação de impostos. O ex-presidente considerou temerária essa opção do governo Lula.

“Até agora, o governo aumentou muito o gasto público, especialmente com pessoal, como se a arrecadação fosse crescer indefinidamente. Agora que vão começar a haver as dificuldades. Então, daqui para frente que nós vamos ver saber se o governo vai ser capaz de administrar, não tanto a crise, mas as conseqüências da crise”, avaliou.

Cardoso revelou esperar do presidente Lula habilidade para enfrentar a crise econômica para que o desemprego no país não se agrave no ano que vem.

“Se (o governo federal) não manobrar muito bem (medidas anticrise), vai aumentar o desemprego, e quem no Brasil quer isso? Eu não quero isso, eu não quero ver o povo sofrendo. Eu acho que nós devemos ajudar ao máximo o Brasil a contornar a crise”, afirmou.

Folha online

Rizzolo: Realmente, se o governo federal não reduzir os gastos públicos, principalmente aqueles que se referem com pessoal, vamos ter problemas sérios. A própria Petrobras aumentou sua estrutura com pessoal de forma assustadora, face a isso, com certeza, se deve os empréstimos, e os questionamentos em relação à saúde financeira da estatal. O grande erro do governo petista, é ter aumentado por demais a estrutura principalmente com pessoal, acreditando num aumento da arrecadação. A administração das conseqüências da crise, é que será o grande desafio de Lula, o que se não houver de forma adequada, com determinação nos cortes das contas publicas, responsabilidade fiscal, os gastos irão disparar, implicando em aspectos econômicos como desemprego e problemas sociais. Provavelemente a queda na arrecadação irá pegar o governo de ” calças curtas” numa estrutura ” pesada”.

Indústria cresce 0,8% em outubro sobre um ano antes e fica abaixo do esperado

A produção industrial brasileira cresceu 0,8% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

É a menor taxa desde dezembro de 2003, quando a expansão havia sido de 0,3%. Na comparação com setembro, a atividade caiu 1,7%.

Os números estão aquém do esperado por economistas, segundo pesquisa feita pela agência Reuters de informações. Analistas ouvidos pela empresa previam expansão de 2,7% em relação a outubro do ano passado e queda de 0,3% em comparação com setembro.

De janeiro a outubro, a produção teve crescimento de 5,8%; nos últimos 12 meses, de 5,9%.

Ainda, o IBGE revisou para baixo os dados de agosto e setembro. No oitavo mês do ano, a produção industrial caiu 1,5% ante julho, e não 1,2%, como informado anteriormente. Em setembro, houve aumento de 1,5% sobre agosto, em vez de 1,7%.

Bens duráveis caem mais

De setembro para outubro, a queda foi liderada pelo setor de bens de consumo duráveis, que registrou uma retração de 4,7%. Este era um dos segmentos que mais vinham crescendo ao longo de 2008. Mesmo com a queda em outubro, a alta acumulada no ano é de 10,5%.

Os bens intermediários foram o segundo item com maior recuo entre setembro e outubro (de 3%). Os bens de consumo semiduráveis e não duráveis tiveram retração de 2,2%.

Os bens de capital – aqueles usados para produção de outros bens – foram os que menos sofreram na passagem de setembro para outubro, com um recuo de apenas 0,5%. Esse item, no acumulado do ano, está disparado na frente dos demais, com crescimento de 18,4%, bem acima da média geral da indústria (5,8%).

Na comparação entre outubro de 2008 e o mesmo mês de 2007, os bens de capital registraram taxa de crescimento de dois dígitos, de 15,8%. Os bens de consumo duráveis declinaram 1,5%, menor taxa desde fevereiro de 2007 (-2,6%), mas os semi e não-duráveis subiram 0,6%. Bens intermediários apresentaram queda de 2,4% perante outubro do ano passado.

Setores
Conforme o levantamento do IBGE, 15 dos 27 ramos analisados registraram queda na produção na passagem de setembro para o mês seguinte. As categorias mais prejudicadas foram “produtos químicos” (-11,6%), “refino de petróleo e produção de álcool” (-9%) e “máquinas e equipamentos” (-5,2%).

Perante outubro de 2007, quando a atividade da indústria brasileira avançou 0,8%, 12 dos 27 segmentos estudados tiveram crescimento. Chamaram atenção “equipamentos de transporte”, com elevação de 63%, “indústria farmacêutica”, que teve expansão de 28,2%, e “máquinas e equipamentos”, com ampliação de 6,3%.

(Com informações de Reuters e Valor Online)

Rizzolo: Na realidade o que houve no mês de outubro foram muitos cancelamentos de pedidos, e a indústria naturalmente, foi obrigada a reduzir a produção. A questão da escassez de crédito atingiu a todos os segmentos. O setor de bens de capital caiu 4,7%, por exemplo. Este, é o setor justamente mais sensível às variações do dólar e ao estancamento do crédito. São bens de maior valor agregado. Quem tinha produção mensal constante foi obrigado a parar. Acredito que em novembro haverá nova retração da produção industrial, dessa feita, em escala maior.

A notícia de que os EUA estão oficialmente em recessão, contribui para que o cenário brasileiro piore. O número mais relevante de ontem nos EUA foi um indicador de que a crise talvez dure outro ano: o ISM industrial, o índice que dá a tendência de produção nas fábricas, a partir de uma pesquisa entre os encarregados de compras despencou a 36%, o pior desde 1982, final da feia recessão.

Dados mostram que a recuperação dos EUA se dará apenas no segundo semestre de 2010. Nós aqui no País da ” marolinha”, estamos nos preparando para tomar um “caldo” de uma grande que se aproxima. E tem gente que ainda acredita que não houve nada de errado no caixa da Petrobras, para ter que recorrer ao empréstimo da Caixa, uma estatal ” inchada” onde a gestão é baseada no empreguismo e no descontrole financeiro.

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‘Aura invencível’ dos principais emergentes evaporou, diz ‘FT’

LONDRES – A crise financeira está levantando questionamentos sobre a administração de recursos baseada no conceito dos Brics, grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia e China, aponta o FT.com. As grandes diferenças existentes entre esses quatro países agora começam a ser colocadas em xeque por gestores no momento da elaboração de carteiras.

Conforme o site do Financial Times, desde o início do ano a “aura invencível” que envolvia os quatro maiores emergentes do mundo evaporou, pois seus mercados de ações combinados tiveram desvalorização próxima a 65%. “O colapso nesses mercados, que estavam subindo dramaticamente desde que foram agrupados pela primeira vez como Brics, em 2001, pelo Goldman Sachs, fez crescer os questionamentos sobre o mérito de combinar esses países como um portfólio de investimentos”, diz o site.

Para especialistas, a queda do preço das commodities e a contração global sugerem que ficou menos útil colocar todos eles na mesma cesta. “Eu sempre achei o conceito dos Brics, apesar do ótimo marketing e de uma marca valiosa, um pouco artificial – e por uma razão óbvia: os quatro países são muito diferentes e só têm em comum a sua escala geográfica continental e o fato de serem economias grandes”, afirmou ao FT.com o chefe de mercados emergentes do Dresdner Kleinwort, Arnab Das. Segundo ele, as diferenças ficaram mais aparentes com o agravamento da crise.

Entre os quatro, a Rússia é o país que mais está sofrendo com a turbulência global. O mercado de ações passou a desabar desde meados do ano a partir do conflito com a Geórgia. Depois vieram as preocupações com a saúde do sistema bancário e a forte queda das commodities.

O Brasil, que também é produtor de matéria-prima, está vendo uma expressiva desvalorização da moeda, já que os investidores estão buscando ativos menos arriscados pelo globo, como os títulos do Tesouro norte-americano.

No caso da China e da Índia, os mercados de ações também registraram quedas fortes, mas as moedas não sofreram tanto porque passam por maior controle.

O chefe de mercados emergentes do Deutsche Bank, Dalinc Ariburnu, concorda que os Brics são “animais diferentes”. Ele acredita que os dois produtores de commodities, Brasil e Rússia, verão taxas de crescimento muito menores no próximo ano na comparação com China e Índia.

O especialista prevê que o PIB brasileiro deve crescer 2,9% em 2009, enquanto o da Rússia terá alta de 3,5%. Já para China e Índia as estimativas são de alta de crescimento de 7,6% e 6%, respectivamente.

Alexander Tarver, especialista de emergentes do HSBC Global Asset Management, acredita que os investidores devem ter uma avaliação diferente para cada país em razão da volatilidade. “Se você recuar e pensar em quatro mercados separadamente, você não pensará necessariamente em Brics.”

Já o criador da sigla, o economista do Goldman Sachs Jim O’Neill, acredita que o grupo é tão relevante agora como em novembro de 2001, quando a expressão Brics foi usada pela primeira vez. “Os Brics não possuem a mesma economia, mas eles dividem a similaridade de terem grandes populações, que estão mudando de comportamento e estilo de vida”, diz O’Neill ao FT.com. “Eles são o futuro do mundo.”

Agência Estado

Rizzolo: A economia brasileira, na verdade, está muito relacionada com o desempenho da China, o que observamos atualmente é a crise batendo de forma implacável em países que outrora pensávamos pouco afetados. A indústria chinesa de manufaturados sofre com a diminuição das exportações, de tal forma que já existe uma crise em ” cascata” nas economias emergentes que se relacionam entre si. A constatação de que o impacto da crise era nos emergentes já está se concretizando a cada dia, leva o investidor aos papéis como como os títulos do Tesouro norte-americano. É a “marolinha” se transformando numa imensa onda. Aos ingênuos que acreditam na solidez da Petrobras serve o artigo para uma reflexão.

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Lula diz que mundo se curvará ao biocombustível

SÃO PAULO – É necessário apostar numa nova matriz energética e o mundo se curvará ao biocombustível, afirmou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Sabemos que o mundo precisa produzir mais biocombustível, que é preciso diminuir a emissão de gases de efeito estufa e que, para isso, não podemos usar a mesma quantidade de petróleo que estamos utilizando”, explicou, durante o programa semanal de rádio “Café com o Presidente”. Na semana passada o presidente participou da 1ª Conferência Internacional de Biocombustíveis, em São Paulo, com a presença de quase cem delegações estrangeiras.

Lula lembrou que em dezembro o Brasil comemora a produção de 7 milhões de carros flex, veículos capazes de funcionar tanto com álcool quanto com gasolina. Ele listou as vantagens do biocombustível, destacando o fato de ser menos poluente. “E já estamos trabalhando na produção de etanol de segunda geração, o que é mais importante, porque vamos produzir etanol de cavaco de madeira e de bagaço de cana.”

O presidente voltou a desvincular a alta nos preços dos alimentos da produção de biocombustíveis, explicando que o aumento dos alimentos está ligado à especulação no mercado futuro. “Eu acho que as pessoas se convenceram de que o Brasil tem terra e o mundo tem terra, tem água, tem sol para produzir biocombustível e para produzir alimento para sustentar o mundo.”

Agência Estado

Rizzolo: O presidente Lula está coberto de razão, em todo o mundo as tentativas de utilização do biocombustível estão sendo realizadas. O Brasil possui tecnologia para tal, e os programas do governo federal devem ser implementados de forma a fazer com que o mundo se convença do ponto de vista ecológico, e passe a utilizar os novos combustíveis fazendo com que haja diminuição na emissão de gases de efeito estufa. É claro que precisamos regulamentar a produção de álcool, mas como afirmou Lula o Brasil tem terra suficiente para alimentos e biocombustíveis, o difícil é vencer o lobby na Europa e nos EUA contra as novos formas de energia.

Almirante Bezerril, presidente do Centro Tecnológico da Marinha:

“O país precisa de todo o tipo de energia e a nuclear é limpa e economicamente viável”

O almirante Carlos Passos Bezerril, diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), defendeu a matriz nuclear para geração de energia elétrica. “Sem dúvida o país vai precisar de todo tipo de energia que estiver a seu alcance”, afirmou o almirante, lembrando que o Brasil “tem um potencial hidrelétrico formidável, deve explorá-lo ao extremo. Mas, por segurança e flexibilidade do sistema, outros tipos de fontes energéticas devem entrar em cena. O Brasil possui a sexta maior reserva de urânio do mundo (309,3 mil toneladas) tendo prospectado apenas 25% do território. A energia nuclear é limpa e economicamente viável”.

ULTRACENTRÍFUGAS

Com a construção da usina Angra 3, além de projetos do governo para a construção de mais centrais nucleares em outras regiões do país – contribuindo com a oferta de energia para garantir o desenvolvimento nacional –, o Brasil se prepara para colocar em funcionamento uma nova geração de ultracentrífugas, também desenvolvidas com tecnologia nacional, para o enriquecimento de urânio na fábrica da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ).

“As máquinas atualmente em uso (da geração A), que a INB usa na unidade de produção de Resende, apresentam desempenho 50 vezes superior às versões iniciais. As máquinas da geração B, em fase de testes, são 40% mais eficientes que a linha A com entrada em operação em 2008. Outra geração, a C, encontra-se na etapa inicial de ensaios de homologação e tem rendimento estimado 40% maior que a do tipo B. A validação dessas máquinas pode demorar até 5 anos”, declarou o almirante Bezerril ressaltando: “Isso representa um salto de qualidade e produtividade no sistema”.

O Centro Tecnológico da Marinha é o responsável pelo desenvolvimento dos equipamentos do programa nuclear brasileiro, como os sistemas compactos de propulsão nuclear para submarinos. A construção do submarino com propulsor nuclear foi incluído no plano de reaparelhamento da Marinha.

Segundo o diretor do CTMSP, a falta de verbas impediu a conclusão do reator PWR (de água pressurizada), instalado no Centro Experimental de Aramar (CEA), no município de Iperó (SP). Para a sua conclusão, falta construir o Laboratório de Geração Nucleoelétrica, o LabGene, cujas fundações estão prontas em Aramar. Com a possibilidade de ser expandido, esse tipo de reator servirá para a produção de eletricidade a partir de usinas regionais.

“Há anos o Programa Nuclear da Marinha encontra-se em estado vegetativo, recebendo fundos suficientes só para o pagamento do pessoal e custeio. Seria necessário à execução do programa uma dotação de R$ 1,040 bilhão até 2015”, afirmou o almirante Bezerril, ressaltando que “falta pouco” para o país dominar todas as etapas do processamento do urânio. “Falta pouco. Falta só a conversão do yellow cake em gás (hexafluoreto). Há uma unidade especializada, semi-industrial, em implantação no CEA, em Iperó. Mais uma vez, depende de haver recursos”.

Com estudos de prospecção realizados em apenas 25% do território nacional, o Brasil possui a sexta maior reserva de urânio do mundo, com possibilidade de suprir as necessidades internas e, no futuro, disponibilizar o excedente para o mercado externo.

Hora do Povo.

Rizzolo: O almirante Carlos Passos Bezerril, diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), tem toda a razão quando diz “O Brasil possui a sexta maior reserva de urânio do mundo (309,3 mil toneladas) tendo prospectado apenas 25% do território. A energia nuclear é limpa e economicamente viável”, não há dúvida que o otencial hidreletrico no Brasil é grande, contudo a energia nuclear , do ponto de vista de produtividade de energia, é melhor alem de ser uma energia limpa,; ademais, é evidente que o Brasil possuindo a sexta maior reserva de urânio não pode deixar de pensar em outra coisa a não ser energia nuclear.

É uma vergonha, o Programa Nuclear da Marinha encontrar-se em estado vegetativo, recebendo fundos suficientes só para o pagamento do pessoal e custeio. Quanto aos ambientalistas e outros que querem emperrar o desenvolvimento, devem ser neutralizados do ponto de vista técnico e principalmente patriótico, que é o que falta para eles.

Obs. Leitores, agora temos domínio próprio: http://www.blogdorizzolo.com.br